{"title":"O governo da potência e a introdução do dever na ética: a herança teológica da modernidade segundo Giorgio Agamben","authors":"Caio Paz","doi":"10.32334/oqnfp.2022n50a848","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2022n50a848","url":null,"abstract":"Este artigo se propõe apresentar o diagnóstico do filósofo italiano Giorgio Agamben segundo o qual o governo da potência e a introdução do dever na ética são heranças teológicas secularizadas. Nesse sentido, as proposições que ele faz sobre a ética estão relacionadas às noções de potência e ingovernável. Na verdade, segundo a sua perspectiva, as diferentes doutrinas que receberam o título de ética ofuscaram aquilo que, para ele, a caracteriza enquanto tal. Se, agambenianamente, a ética se desenvolve no âmbito da potência, o governo desta pelos dispositivos teológicos secularizados conduziram a um esfacelamento da experiência ética na modernidade. A fim de reconduzi-la à sua morada habitual, a potência, o filósofo italiano propõe um abandono da noção de governo e evoca a noção de ingovernável.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45618687","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Imagens a galope: cruzamentos entre filosofia e psicanálise na obra de Alfredo Jaar","authors":"Juliana de Moraes Monteiro","doi":"10.32334/oqnfp.2022n50a825","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2022n50a825","url":null,"abstract":"O artigo parte de uma ação realizada pelo artista chileno Alfredo Jaar em agosto de 2019, na cidade de Edimburgo. Trata-se de uma obra intitulada “I can’t go on, I’ll go on”. Mobilizando referências de autores como Guy Debord, Georges Didi-Huberman e Susan Buck-Morss, o texto é uma interrogação sobre o estatuto das imagens no mundo contemporâneo e seus modos de insurgência diante dos mecanismos de dominação e sujeição. A pergunta fundamental é: em um mundo saturado de imagens que reforçam opressões, como conceber outros regimes visuais que não sejam capturados pela tríade do neoliberalismo – colonialismo – fascismo? Propondo cruzamentos entre perspectivas filosóficas e referências da psicanálise de Freud e Lacan, buscamos pensar, junto às práticas artísticas de Alfredo Jaar, como certas imagens se constituem como um embate direto com esse problema, criando formas de fazer aparecer parcelas de humanidade em uma visualidade cada vez mais anestesiada pela violência total do espetáculo.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47578630","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Leonardo Diniz do Couto, Daniel kaique Oliveira de Albuquerque
{"title":"O Acordo de Paris e o Estado democrático de direito: uma investigação sobre a base estatal para a qual o Acordo aponta","authors":"Leonardo Diniz do Couto, Daniel kaique Oliveira de Albuquerque","doi":"10.32334/oqnfp.2022n50a840","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2022n50a840","url":null,"abstract":"Este trabalho objetiva apresentar o desenho de Estado para o qual aponta e do qual necessita o Acordo de Paris para a efetiva implementação de suas metas. Trata-se de uma derivação normativa a partir de investigação em bibliografia especializada sobre tal Acordo e sobre o Estado democrático de direito. Ao considerar seriamente o fato de que as metas de combate às mudanças climáticas deste Acordo se vinculam não só à adoção de um desenvolvimento sustentável, mas também à adoção de uma compreensão de justiça comprometida com a erradicação da pobreza e a igualdade de gênero, a conclusão deste trabalho aponta para uma configuração estatal que extrapola o requerido numa democracia liberal. O Acordo de Paris põe no âmbito da política mais do que as questões típicas do fórum público. Ele vincula profundamente a defesa da liberdade e da igualdade com uma preocupação ambiental e econômica. Mostra-se preciso portanto extrapolar o mencionado Estado e engajando-o na construção de um bem comum.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49667626","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A sinologia filosófica de François Jullien e Roger Ames","authors":"Cristiano Mahaut de Barros Barreto","doi":"10.32334/oqnfp.2022n50a815","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2022n50a815","url":null,"abstract":"Roger Ames e François Jullien são dois dos mais eminentes pesquisadores hoje escrevendo sobre o pensamento tradicional chinês. Embora seus estilos, teorias e público-alvo difiram muito entre os dois, ambos autores alinham-se no apoio da filosofia como uma forma de desenvolver sua pesquisa sinológica e assim desvelar o contraste radical da China com a tradição ocidental. Suas motivações filosóficas levaram Ames e Jullien a outorgar um papel protagonista à linguagem e à tradução no tratamento dos textos chineses. Desta forma, cada um desenvolveu uma língua de tradução sino-ocidental híbrida que aparece como espelho das inclinações processuais e alusivas da China antiga, não só preenchendo a lacuna entre o Oriente e o Ocidente, como também respeitando os limites e a alteridade que precisam serem mantidos vivos na abordagem da tradição chinesa.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48170768","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Capitalism as religion: a bolstered defense","authors":"Felipe G. A. Moreira","doi":"10.32334/oqnfp.2021n48a788","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2021n48a788","url":null,"abstract":"Under the influence of Max Weber, Walter Benjamin and Giorgio Agamben argue for (CiR): the claim that capitalism is identical to a religion. Yet, these defenses of (CiR) seem quite easily refutable. This is insofar as it is not clear whether they:(i) rely on a plausible use of the terms “capitalism” and “religion”; (ii) spell out the justificatory resource that backs up belief in (CiR); and (iii) show the pertinence of revising ordinary use of language in calling “religious people”, apparently non-religious people who supposedly would follow the religion of capitalism. It is this essay’s aim, then, to bolster Benjamin’s and Agamben’s defense of (CiR) by articulating a new defense of this claim that accomplishes (i) to (iii) and reads Donald Trump as a “reverend” of the religion of capitalism.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43111144","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O Acontecimento da Terra","authors":"Alyne De Castro Costa, Adamo Bouças Da Veiga","doi":"10.32334/oqnfp.2021n48a790","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2021n48a790","url":null,"abstract":"Neste artigo, recorremos ao conceito de “acontecimento”, de Gilles Deleuze, para pensar a Terra e as transformações antropogênicas que, incidindo sobre os processos ecológicos, configuram o que vem sendo chamado de colapso ecológico global. Se, sob tais transformações, percebemos que a Terra nunca consistiu num ambiente acabado e inerte – imagem prevalente desde ao menos a modernidade –, propomos que o conceito de acontecimento permite vislumbrar outras imagens da Terra. Isso porque ele possibilita não apenas analisar a processualidade em si mesma das dinâmicas que fazem a própria Terra, mas também compreender por que precisamos mais que nunca de um novo entendimento político (ou cosmopolítico, para falar como Isabelle Stengers) que coloque em outros termos as relações entre humanos e não humanos, natureza e cultura, indivíduos e seu meio. Concluímos a análise discutindo algumas consequências éticas e políticas que se desdobram dessa consideração da Terra como um acontecimento.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43221353","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Ciência como Assunto e como Método","authors":"John Dewey, Edgar Lyra","doi":"10.32334/oqnfp.2021n48a791","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2021n48a791","url":null,"abstract":"O texto foi publicado primeiramente na Science, vol. XXXI, n°787, jan. 1910, p. 121-127. A cópia utilizada na tradução foi baixada de https://www.jstor.org/stable/1634781 on Mon, 19 Oct 2020 22:11:06 UTC. Todo o uso está sujeito aos termos da JSTOR, disponíveis em https://about.jstor.org/terms. \u0000Tradução: Edgar Lyra.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43505103","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Sartre e a genealogia","authors":"M. Norberto","doi":"10.32334/oqnfp.2021n48a767","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2021n48a767","url":null,"abstract":"O artigo analisa a quarta parte de “O ser e o nada”. No estudo sobre a ação, Sartre teria utilizado o método genealógico para definir a noção de liberdade, explorando a discussão da liberdade entre o determinismo e o livre-arbítrio. Através da genealogia, Sartre teria definido as três características fundamentais da ação: a intenção, a negatividade e a ficção. Por fim, este estudo permitiu ao autor demonstrar a peculiar relação entre futuro e presente na condição humana.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47929851","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Para além da dialética: entre o lógos e o sagrado","authors":"Rodolfo José Rocha Rachid","doi":"10.32334/oqnfp.2021n48a770","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2021n48a770","url":null,"abstract":"Meu propósito neste artigo é analisar como a dialética, concebida por Platão em seus Diálogos, se origina de um nexo inerente entre os âmbitos mítico e racional. Na primeira seção, buscarei expor o nascimento da concepção de theoría, como uma prática religiosa e política, observado, sobretudo, no nascimento da tragédia como um fenômeno cívico e ritualístico, pré-condição ao despertar da filosofia. Na segunda seção, discutirei que o opróbrio platônico à tragédia e à poesia épica não se baseia em uma crítica estética, mas numa fenomenologia das paixões, pela qual defende sua abordagem ontológica e ética contra os poetas e a mentalidade trágica. A dialética platônica surge deste modo da tentativa de elaborar uma nova forma de cosmovisão das estruturas míticas e racionais, atestada na polis ateniense. Na última seção, visarei demonstrar que a dialética nos Diálogos de Platão tem um significado ambíguo, porque pode indicar a ciência da verdade assim como o lado reto da retórica. De acordo com as asserções supramencionadas, buscarei confirmar o sentido polissêmico da dialética, concebido como projeto ao mesmo tempo retórico e epistêmico, político e cultural.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49544228","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Sobre as razões de Quine para a indeterminação da tradução holofrástica","authors":"R. Severo, G. Schüler","doi":"10.32334/oqnfp.2021n48a711","DOIUrl":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2021n48a711","url":null,"abstract":"Uma suposição comum sobre a tese da indeterminação da tradução holofrástica de Quine é que sua principal razão é a sua tese da subdeterminação de teorias pelas observações. Quine de fato empregou esse argumento. No entanto, sua formulação madura da tese da subdeterminação tornou o argumento inválido, o que o levou a abandoná-lo. Este artigo explica essa mudança no pensamento de Quine e indica as suas razões maduras para indeterminação da tradução holofrástica.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47832869","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}