{"title":"超越辩证法:理性与神圣之间","authors":"Rodolfo José Rocha Rachid","doi":"10.32334/oqnfp.2021n48a770","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Meu propósito neste artigo é analisar como a dialética, concebida por Platão em seus Diálogos, se origina de um nexo inerente entre os âmbitos mítico e racional. Na primeira seção, buscarei expor o nascimento da concepção de theoría, como uma prática religiosa e política, observado, sobretudo, no nascimento da tragédia como um fenômeno cívico e ritualístico, pré-condição ao despertar da filosofia. Na segunda seção, discutirei que o opróbrio platônico à tragédia e à poesia épica não se baseia em uma crítica estética, mas numa fenomenologia das paixões, pela qual defende sua abordagem ontológica e ética contra os poetas e a mentalidade trágica. A dialética platônica surge deste modo da tentativa de elaborar uma nova forma de cosmovisão das estruturas míticas e racionais, atestada na polis ateniense. Na última seção, visarei demonstrar que a dialética nos Diálogos de Platão tem um significado ambíguo, porque pode indicar a ciência da verdade assim como o lado reto da retórica. De acordo com as asserções supramencionadas, buscarei confirmar o sentido polissêmico da dialética, concebido como projeto ao mesmo tempo retórico e epistêmico, político e cultural.","PeriodicalId":32937,"journal":{"name":"O Que Nos Faz Pensar","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Para além da dialética: entre o lógos e o sagrado\",\"authors\":\"Rodolfo José Rocha Rachid\",\"doi\":\"10.32334/oqnfp.2021n48a770\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Meu propósito neste artigo é analisar como a dialética, concebida por Platão em seus Diálogos, se origina de um nexo inerente entre os âmbitos mítico e racional. Na primeira seção, buscarei expor o nascimento da concepção de theoría, como uma prática religiosa e política, observado, sobretudo, no nascimento da tragédia como um fenômeno cívico e ritualístico, pré-condição ao despertar da filosofia. Na segunda seção, discutirei que o opróbrio platônico à tragédia e à poesia épica não se baseia em uma crítica estética, mas numa fenomenologia das paixões, pela qual defende sua abordagem ontológica e ética contra os poetas e a mentalidade trágica. A dialética platônica surge deste modo da tentativa de elaborar uma nova forma de cosmovisão das estruturas míticas e racionais, atestada na polis ateniense. Na última seção, visarei demonstrar que a dialética nos Diálogos de Platão tem um significado ambíguo, porque pode indicar a ciência da verdade assim como o lado reto da retórica. De acordo com as asserções supramencionadas, buscarei confirmar o sentido polissêmico da dialética, concebido como projeto ao mesmo tempo retórico e epistêmico, político e cultural.\",\"PeriodicalId\":32937,\"journal\":{\"name\":\"O Que Nos Faz Pensar\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-06-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"O Que Nos Faz Pensar\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2021n48a770\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"O Que Nos Faz Pensar","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.32334/oqnfp.2021n48a770","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Meu propósito neste artigo é analisar como a dialética, concebida por Platão em seus Diálogos, se origina de um nexo inerente entre os âmbitos mítico e racional. Na primeira seção, buscarei expor o nascimento da concepção de theoría, como uma prática religiosa e política, observado, sobretudo, no nascimento da tragédia como um fenômeno cívico e ritualístico, pré-condição ao despertar da filosofia. Na segunda seção, discutirei que o opróbrio platônico à tragédia e à poesia épica não se baseia em uma crítica estética, mas numa fenomenologia das paixões, pela qual defende sua abordagem ontológica e ética contra os poetas e a mentalidade trágica. A dialética platônica surge deste modo da tentativa de elaborar uma nova forma de cosmovisão das estruturas míticas e racionais, atestada na polis ateniense. Na última seção, visarei demonstrar que a dialética nos Diálogos de Platão tem um significado ambíguo, porque pode indicar a ciência da verdade assim como o lado reto da retórica. De acordo com as asserções supramencionadas, buscarei confirmar o sentido polissêmico da dialética, concebido como projeto ao mesmo tempo retórico e epistêmico, político e cultural.