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O governo da potência e a introdução do dever na ética: a herança teológica da modernidade segundo Giorgio Agamben
Este artigo se propõe apresentar o diagnóstico do filósofo italiano Giorgio Agamben segundo o qual o governo da potência e a introdução do dever na ética são heranças teológicas secularizadas. Nesse sentido, as proposições que ele faz sobre a ética estão relacionadas às noções de potência e ingovernável. Na verdade, segundo a sua perspectiva, as diferentes doutrinas que receberam o título de ética ofuscaram aquilo que, para ele, a caracteriza enquanto tal. Se, agambenianamente, a ética se desenvolve no âmbito da potência, o governo desta pelos dispositivos teológicos secularizados conduziram a um esfacelamento da experiência ética na modernidade. A fim de reconduzi-la à sua morada habitual, a potência, o filósofo italiano propõe um abandono da noção de governo e evoca a noção de ingovernável.