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Abstract
Roger Ames e François Jullien são dois dos mais eminentes pesquisadores hoje escrevendo sobre o pensamento tradicional chinês. Embora seus estilos, teorias e público-alvo difiram muito entre os dois, ambos autores alinham-se no apoio da filosofia como uma forma de desenvolver sua pesquisa sinológica e assim desvelar o contraste radical da China com a tradição ocidental. Suas motivações filosóficas levaram Ames e Jullien a outorgar um papel protagonista à linguagem e à tradução no tratamento dos textos chineses. Desta forma, cada um desenvolveu uma língua de tradução sino-ocidental híbrida que aparece como espelho das inclinações processuais e alusivas da China antiga, não só preenchendo a lacuna entre o Oriente e o Ocidente, como também respeitando os limites e a alteridade que precisam serem mantidos vivos na abordagem da tradição chinesa.