Angelo Bannack, Francisco Carlos Mouzinho de Oliveira
{"title":"Uso de gamificação como estratégia para modificar a saúde de gestantes e lactentes numa comunidade carente de Curitiba","authors":"Angelo Bannack, Francisco Carlos Mouzinho de Oliveira","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3833","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3833","url":null,"abstract":"Introdução: A gestação e a consequente chegada de um novo filho são períodos de extrema importância na vida de uma família. Para minimizar riscos e garantir uma boa evolução da gestação é necessário acompanhamento periódico, com uma rotina bem estabelecida de exames e consultas médicas. Em uma unidade de saúde que atende uma população carente do município de Curitiba (PR) nem sempre as gestantes comparecem às consultas agendadas ou realizam os exames solicitados. O acompanhamento da puericultura também é prejudicado por essas faltas. Método: Como forma de tentar enfrentar esse problema foi criado um aplicativo de computador que realizou interações automatizadas com as gestantes e mães de lactentes atendidas nessa unidade. O principal objetivo foi avaliar as dificuldades no seu desenvolvimento e uso. O aplicativo foi programado para enviar mensagens para o WhatsApp das participantes sempre que um novo marco fosse atingido, fosse ele o avanço da idade gestacional, fosse o lembrete para uma consulta. Também enviou mensagens de incentivo para as ações positivas realizadas, como o comparecimento nas consultas pré-agendadas e a permanência no programa. Tais mensagens fizeram parte de um processo de gamificação — emprego de técnicas comuns aos jogos em situações de não jogo —, com recompensas por meio de pontuação virtual (emojis) de acordo com metas cumpridas. Resultados: O aplicativo ficou ativo por nove meses, sendo acompanhadas 28 gestantes e mães de lactentes. Apesar de algumas dificuldades relacionadas à obtenção de dados do sistema de prontuário eletrônico preexistente, bem como o trabalho manual envolvido na alimentação do aplicativo, este funcionou conforme o planejado. As participantes interagiram com o sistema, enviaram respostas demonstrando emoções positivas ao receberem alguma mensagem de incentivo, além de realizarem perguntas diversas ao sistema. Metade das participantes respondeu ao questionário final de avaliação, todas com respostas favoráveis ao seu uso. Conclusões: O uso da gamificação por meio de interação via WhatsApp é funcional e factível. Entretanto, conclui-se que o ideal seria que um software dessa natureza fosse desenvolvido como um módulo do prontuário eletrônico já existente e em uso nas unidades de saúde. Apesar de essa integração ser uma proposta ousada e existirem inúmeras outras necessidades urgentes, a melhoria da aderência ao pré-natal é uma demanda mundial, e qualquer medida que possa evitar óbitos tanto de mulheres quanto de crianças é sempre louvável. Pesquisas futuras com grupos controle são necessárias para verificar se o processo de gamificação pode efetivamente melhorar a aderência bem como os desfechos de saúde das futuras gestações.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"7 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138598347","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Associação entre burnout e religiosidade/espiritualidade em médicos da Atenção Primária","authors":"M. Duarte, Diogo Scalco","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3859","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3859","url":null,"abstract":"Introdução: O burnout, condição frequente entre médicos de família e comunidade, surge em resposta a fatores estressores do trabalho, gerando consequências negativas para o indivíduo e para o sistema de saúde. Apesar disso, ainda há poucos estudos investigando o tema na Atenção Primária (AP) no Brasil. A religiosidade/espiritualidade (R/E) é uma das “ferramentas” que pode ser utilizada no enfrentamento do burnout, com alguns estudos demonstrando uma relação inversa. Objetivo: Testar a correlação entre burnout e R/E e avaliar as relações entre burnout e varáveis sociodemográficas e ocupacionais em médicos da AP. Método: Pesquisa transversal, realizada entre setembro e dezembro de 2021, por meio de inquérito virtual direcionado a todos os médicos em atividade da AP de Florianópolis. O burnout e a R/E foram aferidos pelas versões validadas em português dos instrumentos OLBI e DSES. Resultados: Obtivemos 102 respostas (equivalentes à taxa de resposta de 68,9%). Não encontramos correlação entre burnout e R/E (0,06; p=0,57) e entre burnout e tempo de equipe (-0,11; p=0,26). Foi encontrada correlação negativa fraca entre o escore de burnout e idade (-0,23; p<0,05) e tempo de formado (-0,23; p<0,05), ou seja, o aumento da idade ou do tempo de formado estiveram acompanhados de discreta redução no escore OLBI. Não houve associação entre burnout e gênero (Pearson, p=0,54) e entre burnout e estado civil (Pearson, p=0,35). Conclusões: Não foi encontrada correlação entre burnout e R/E. Fatores diretamente relacionados com o trabalho, pouco explorados nesta pesquisa, possivelmente teriam maior impacto nos níveis de burnout em relação às condições de caráter mais pessoal, como a R/E. Estudos futuros, com abordagens longitudinais e/ou qualitativas, devem levar em conta a pesquisa de tais variáveis.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"125 20","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138599334","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Rafael da Luz Machado, Tatiani Almeida Louzado Sant'Anna, Matheus magno Dos santos Fim
{"title":"Construindo um ambulatório para a população transgênero","authors":"Rafael da Luz Machado, Tatiani Almeida Louzado Sant'Anna, Matheus magno Dos santos Fim","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3830","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3830","url":null,"abstract":"Problema: Este artigo é um relato de experiência da construção de um ambulatório de hormonização para pessoas transgênero no contexto de um Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade no município de Vitória, Espírito Santo. Entende-se como pessoa transgênero aquela que não se identifica com o gênero atribuído ao nascimento, sendo uma das suas necessidades de saúde a hormonização, que é competência da/o médica/o de família e comunidade e não apenas de especialistas focais. No estado do Espírito Santo havia apenas um serviço público que oferecia a hormonização, mas não acolhia novas/os usuárias/os desde o ano de 2020. Método: Neste contexto surgiu a proposta de ofertar acolhimento e o manejo inicial da demanda de pessoas transgênero, voltados à saúde integral, com foco no processo de hormonização, aproveitando a estrutura existente de uma Unidade de Saúde da Família e médicos residentes. A equipe referida buscou se capacitar com o apoio da gerência local e da Secretaria Municipal de Saúde, ofertando atendimento semanal a partir de maio de 2022. Resultados: Tendo mal completado um ano de atividade, o ambulatório atende mais de cem pacientes e recebe encaminhamentos de outros serviços da rede de saúde e assistência. Conclusão: Com base nessa experiência, afirma-se que os programas de residência médica em Medicina de Família e Comunidade se mostram como espaços potenciais de fomento de construção das políticas públicas para esta população, que historicamente possui barreiras de acesso ao cuidado em saúde.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"100 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138599828","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Abordagem do luto na Atenção Primária em Saúde","authors":"Maiara Conzatti","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3409","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3409","url":null,"abstract":"O luto é a experiência causada pelo falecimento de uma pessoa próxima e representa uma resposta natural ao estresse da perda; envolve sintomas psicológicos e fisiológicos que acarretam aumento da morbidade e mortalidade. Os pacientes enlutados consultam mais vezes na Atenção Primária em Saúde (APS) e recebem mais medicação psicotrópica; apesar disso, o luto é negligenciado nas atividades de promoção da saúde, e frequentemente as equipes não sabem como abordá-lo de forma eficaz. Há evidências de que os médicos de família e comunidade podem não ter as habilidades apropriadas para fornecer suporte ao luto. Por isso, o objetivo deste estudo foi orientar os profissionais da APS na abordagem ao luto. Métodos: Realizou-se uma revisão integrativa em diversas bases de dados em junho de 2021, que incluiu artigos publicados, sem determinação de período temporal, em português, inglês e espanhol. Ao final da busca na literatura, 49 artigos foram selecionados para avaliação. Avaliação e recomendações: A maioria das pessoas irá se adaptar à perda sem a necessidade de intervenções clínicas; não há evidência para benefício do uso de benzodiazepínicos e antidepressivos a pacientes enlutados que não apresentem critérios para doença mental. Além disso, a preferência é pela realização de uma abordagem biopsicossocial. Considerações finais: As evidências científicas demonstram que há poucos estudos nos quais os profissionais que atuam na APS possam embasar sua prática. Apesar dessas limitações, os estudos disponíveis servem como base para orientações de abordagem ao luto.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"59 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139239484","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Rosália Garcia Neves, Yohana Pereira Vieira, Abelardo de Oliveira Soares Júnior, Mirelle de Oliveira Saes
{"title":"Cobertura das vacinas pneumocócica, contra poliomielite e rotavírus no Brasil","authors":"Rosália Garcia Neves, Yohana Pereira Vieira, Abelardo de Oliveira Soares Júnior, Mirelle de Oliveira Saes","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3461","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3461","url":null,"abstract":"Introdução: Os últimos anos têm sido marcados por queda nas coberturas vacinais, gerando risco para surtos e epidemias de doenças imunopreveníveis. Objetivo: Descrever a cobertura das vacinas pneumocócica, contra poliomielite e rotavírus, de 2017 a 2020, nas regiões e unidades da federação (UFs) do Brasil. Métodos: Estudo descritivo com dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Obtiveram-se as coberturas vacinais para cada imunobiológico nas 27 UFs, bem como para as diferentes regiões e para o Brasil no período de 2017 a 2020. Além disso, calcularam-se as diferenças absolutas das coberturas de cada vacina entre os anos de 2019 e 2020. Resultados: Em 2017 e 2020, a vacina pneumocócica registrou índices de 92,2 e 81,0%, respectivamente, enquanto a contra poliomielite teve cobertura de 84,7 e 75,8%, e a contra rotavírus apresentou cobertura de 85,1 e 77,0%. A diferença absoluta das coberturas dos imunobiológicos foi de aproximadamente 8 pontos percentuais entre 2019 e 2020. Nenhuma UF atingiu cobertura adequada para poliomielite e rotavírus. Conclusão: Houve redução na cobertura vacinal durante o período entre 2019 e 2020, com as coberturas mais afetadas sendo as da vacina contra poliomielite, seguida pela vacina contra rotavírus e, por fim, da vacina pneumocócica. Essa diminuição pode estar relacionada à pandemia da doença do novo coronavírus (COVID-19).","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"2013 12","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139239595","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Alexandre Ernesto Silva, Vinícius Leite Melo, M. Guadalupe, Thais Bueno Enes dos Santos, Lúcia Cristina Silveira
{"title":"Perfil dos atendimentos em cuidados paliativos pelo Serviço de Atenção Domiciliar de Divinópolis-MG","authors":"Alexandre Ernesto Silva, Vinícius Leite Melo, M. Guadalupe, Thais Bueno Enes dos Santos, Lúcia Cristina Silveira","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3528","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3528","url":null,"abstract":"Introdução: Os cuidados paliativos são voltados para o controle de sintomas físicos, sociais, espirituais e emocionais. Atualmente, há no Brasil um cenário de acúmulo de pacientes em situação de terminalidade, o que contribui para que o país seja apontado como o 3º pior lugar para se morrer. A desospitalização, com cuidado prestado pela Atenção Domiciliar, é apontada como uma forma de aprimorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os custos para o Sistema de Saúde. Objetivo: Identificar o perfil dos pacientes em cuidados paliativos assistidos pelo Serviço de Atenção Domiciliar de Divinópolis-MG, bem como as intervenções realizadas e sua efetividade. Métodos: Estudo de caráter descritivo, realizado a partir da análise retrospectiva de prontuários de pacientes que receberam alta do Serviço de Atenção Domiciliar de Divinópolis-MG entre 2020 e 2021, com coleta quantitativa dos seguintes dados: sexo, idade, endereço de moradia, equipe multiprofissional de atenção domiciliar responsável pelo atendimento, tipo de enfermidade, intervenções realizadas pelas equipes do Serviço de Atenção Domiciliar, efetividade das intervenções feitas pelas equipes do Serviço de Atenção Domiciliar, sintomas apresentados, eficácia do controle sintomático e razão da alta do serviço. Resultados: Foram coletados os dados de 72 prontuários; a partir disso, constatou-se uma faixa etária média de 67,38 anos, com predomínio de atendimentos a pacientes do sexo feminino e de acometimento por enfermidades neurodegenerativas. Em relação aos sintomas apresentados nos prontuários, 54 foram tratados de forma eficaz, 23 de forma ineficaz e 22 não foram tratados. As altas por controle sintomático representaram 43,04% do total. Conclusões: Ressalta-se a capacidade do Serviço de Atenção Domiciliar de manejar adequadamente os pacientes elegíveis para os cuidados paliativos, a fim de controlar sintomas — físicos, sociais, psicológicos e familiares —, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seu círculo social.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"67 4-5 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139240684","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
James Banner de Vasconcelos Oliveira, Tiago Sousa de Melo, D. Medeiros, M. E. T. D. Cunha, A. Fontenele
{"title":"Perfil do uso de medicamentos sintéticos e fitoterápicos por gestantes atendidas em uma Unidade Básica de Saúde localizada na região norte do Ceará","authors":"James Banner de Vasconcelos Oliveira, Tiago Sousa de Melo, D. Medeiros, M. E. T. D. Cunha, A. Fontenele","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3044","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3044","url":null,"abstract":"Introdução: Há escassez de dados clínicos sobre os medicamentos em pacientes gestantes. Para auxiliar na conduta da farmacoterapia nessas pacientes, a Food and Drug Administration (FDA) criou, em 1979, normas de classificação de risco gestacional para os medicamentos. Além disso, no Brasil, há o uso de fitoterapia pela população, atrelada a fatores socioculturais e econômicos, por vezes sem que se saiba quais os riscos que as plantas medicinais possam trazer aos pacientes, sobretudo em gestantes. Objetivo: Descrever o uso de medicamentos sintéticos e fitoterápicos por gestantes atendidas em uma Unidade Básica de Saúde, relatando o perfil socioeconômico e histórico de paridade das entrevistadas e classificando o risco gestacional dos insumos utilizados. Métodos: Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, em uma Unidade Básica de Saúde localizada no interior do Ceará. Foram incluídas no estudo as gestantes que realizavam acompanhamento pré-natal na unidade, em qualquer trimestre gestacional, sendo excluídas aquelas menores de idade. Os dados foram coletados por meio de um formulário estruturado, após as participantes assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram tabulados utilizando o Microsoft Excel 365. A classificação de risco dos medicamentos foi realizada utilizando os critérios do FDA, e as plantas medicinais foram classificadas de acordo com os resultados obtidos na literatura em “Indicadas”, “Indicadas com ressalvas” ou “Contraindicadas”. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com número do parecer 3.569.328.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"227 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139242270","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"paradoxo da popularidade no rastreamento mamográfico e a prevenção quaternária","authors":"Charles Dalcanale Tesser","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3487","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3487","url":null,"abstract":"Introdução: Apesar dos sobrediagnósticos (diagnósticos de doenças que não se manifestariam clinicamente) no rastreamento mamográfico terem tornado duvidoso o balanço benefícios-danos, persistem suas recomendações positivas às mulheres (>50 anos) e aos profissionais, o que demanda prevenção quaternária — evitação de danos iatrogênicos e sobremedicalização. Nessa persistência, estão envolvidos expectativas fictícias, cultura moralista preventivista, medicina de vigilância e biocapitalismo (interesses econômicos). Argumentamos que o “paradoxo da popularidade” — expansão paradoxal da popularidade dos rastreamentos alimentada pela produção de seus danos iatrogênicos — tem mais importância nesse contexto do que se tem considerado. Objetivo: Descrever e discutir alguns modos de operação possíveis desse paradoxo nos profissionais de saúde. Métodos: Ensaio baseado em literatura selecionada intencionalmente. Resultados: Para além da síntese desse paradoxo nas populações, sua operacionalidade em profissionais de saúde envolve fatores cognitivos (invisibilidade dos casos sobrediagnosticados, diluição dos casos graves entre os sobrediagnosticados e feedbacks cognitivos apenas positivos na experiência clínica), políticos (interesses corporativos e comerciais poderosos) e psicológicos (significativa recompensa subjetiva de tratar mais pessoas com ótimo resultado e menor desgaste emocional derivado do cuidado aos casos sobrediagnosticados, além de outros comuns vieses psicocognitivos). Conclusões: Os processos discutidos podem ser relevantes para a prevenção quaternária e um melhor manejo clínico e institucional desse rastreamento, que deve envolver os profissionais da Atenção Primária à Saúde e vários outros atores sociais.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"75 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135266227","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Meirielli Vieira Bruzeguini, Talita Falqueto Pereira, Marcela Lamborghini Pagel, Thayane Cintra Lemos, Emily da Silva Prata, Kamila Castro da Cruz, Thiago Dias Sarti, Maria Carmen Viana
{"title":"Instrumentos de rastreio e diagnóstico de transtornos depressivos utilizados na atenção primária","authors":"Meirielli Vieira Bruzeguini, Talita Falqueto Pereira, Marcela Lamborghini Pagel, Thayane Cintra Lemos, Emily da Silva Prata, Kamila Castro da Cruz, Thiago Dias Sarti, Maria Carmen Viana","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3817","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3817","url":null,"abstract":"Introdução: A prevalência de transtornos depressivos na população em geral é significativa, e a Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel crucial na abordagem dessas questões. A implementação de instrumentos de rastreamento e diagnóstico desses transtornos na APS é uma das estratégias propostas para aprimorar a qualidade do atendimento. No entanto, há uma lacuna de conhecimento em relação à eficácia dessas abordagens. Objetivo: Identificar os instrumentos de rastreamento e entrevistas diagnósticas mais empregados em pesquisas envolvendo pacientes que procuram assistência em serviços de APS devido a sintomas depressivos. Métodos: Este estudo constitui uma revisão integrativa da literatura, que abordou as bases de dados LILACS e MEDLINE no período compreendido entre outubro e dezembro de 2020. A seleção dos artigos incorporou pesquisas realizadas na APS, as quais empregaram um ou mais instrumentos para rastreamento e/ou diagnóstico de transtornos depressivos. A análise dos títulos, resumos e textos completos foi realizada por pelo menos dois pesquisadores, que extraíram os dados por meio de uma planilha padronizada. Os resultados são apresentados de forma descritiva e narrativa. Resultados: Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, foram selecionados 413 artigos. Foram identificados 22 instrumentos empregados no rastreamento e diagnóstico da depressão em estudos realizados na APS. O instrumento de rastreamento mais mencionado é o Patient Health Questionnaire e a entrevista diagnóstica mais utilizada foi a Mini International Neuropsychiatric Interview. Predominam os estudos publicados após 2011, realizados na Europa, com população adulta não idosa, visando identificar a prevalência de depressão em diferentes grupos sociais. A maioria dos estudos utilizou instrumentos longos, com critérios analíticos complexos, sem validação e/ou adaptação para a APS, além de apresentarem restrições quanto aos problemas de saúde analisados, tornando-os limitados para uso geral na APS. Conclusões: O emprego de instrumentos de rastreamento e diagnóstico para depressão na APS pode representar uma estratégia relevante para aprimorar os cuidados oferecidos a essa população. Contudo, é crucial conduzir pesquisas adicionais a fim de analisar tanto os benefícios quanto as potenciais desvantagens dessa abordagem. Além disso, é imperativo um esforço mais substancial na seleção criteriosa dos instrumentos mais adequados para aplicação.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"51 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135141986","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Armando Henrique Norman, Beatriz Yumi Uehara, Thaís de Almeida Morgado
{"title":"Empatia (parte II)","authors":"Armando Henrique Norman, Beatriz Yumi Uehara, Thaís de Almeida Morgado","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3548","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3548","url":null,"abstract":"Introdução: Este artigo explora o tema da empatia na relação médico-paciente. Objetivo: Contribuir para a habilidade de comunicação clínica por meio da estratégia de empatia proposta pela comunicação não violenta (CNV). Métodos: Estudo do principal livro de Marshall Rosenberg, Nonviolent Communication: A language of life. Subsequentemente, foi feita a análise de vários vídeos no YouTube, tanto de entrevistas como de oficinas com o próprio Rosenberg. O total de 15 horas e 8 minutos de material audiovisual foi analisado. Resultados: O conteúdo selecionado está organizado em três seções: (1) Princípios da CNV; (2) Empatia; e (3) Aplicação da empatia na prática clínica. A CNV contribui para o tema da empatia na comunicação clínica ao propor um modelo de conexão empática por meio do reconhecimento de sentimentos e necessidades de cada pessoa. Esse modelo está organizado em quatro etapas: (a) observação sem julgamento; (b) conexão com os próprios sentimentos; (c) necessidades não satisfeitas; e (d) solicitações e demandas da pessoa. Trata-se de uma síntese, não somente de comunicação, mas de uma intencionalidade e do uso consciente de uma linguagem a serviço da vida, naquilo que está vivo nas pessoas, a cada momento. Conclusões: A empatia continua sendo um tema relevante na comunicação clínica. Por se tratar de um assunto complexo, este estudo buscou ferramentas para facilitar sua aplicação prática. A CNV pode contribuir para o fortalecimento da pesquisa e o exercício da empatia na comunicação clínica ao preencher possíveis lacunas sobre o tema.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"24 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135141824","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}