Lucas Menezes, Larissa da Silva, Camélia Murgo, Bernardo Rahe
{"title":"Invisibilização e preconceitos velados","authors":"Lucas Menezes, Larissa da Silva, Camélia Murgo, Bernardo Rahe","doi":"10.5712/rbmfc19(46)3961","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)3961","url":null,"abstract":"Introdução: No processo de edificação da Política Nacional de Saúde Integral LGBT+, a Atenção Básica ganha importante destaque, pois deveria funcionar como o contato preferencial dos usuários transgênero (trans). Objetivo: Investigar quais as percepções dos profissionais da Atenção Básica quanto às situações de vulnerabilidade enfrentadas pelas pessoas trans, bem como pesquisar os impedimentos que eles consideram existir na busca dessa população por acesso a esses serviços. Métodos: Utilizou-se uma abordagem qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas com 38 profissionais de saúde atuantes das Estratégias Saúde da Família de dois municípios do interior do estado de São Paulo. O material obtido foi submetido à análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Os resultados apontaram para o desconhecimento quanto aos reais empecilhos que dificultam o acesso e seguimento de pessoas trans nos serviços de saúde. Observou-se ainda a manutenção de preconceitos e ideias que reforçam estereótipos ligados ao tema e que se estendem ao exercício da profissão. Isso se relaciona diretamente com a falta da abordagem de assuntos relacionados à sexualidade humana na graduação desses profissionais, além da falta de atualização quanto ao tema, o que impacta a qualidade do serviço que é ofertado à população em estudo. Conclusões: As normativas e portarias já existentes precisam ser efetivamente postas em prática, fazendo-se imperativas a ampliação e difusão do conhecimento a respeito da temática trans no contexto dos serviços públicos de saúde, o que pode servir como base para subsidiar a formação dos profissionais que atuam nesse setor, bem como políticas públicas efetivas.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"38 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141655259","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Estudo longitudinal de famílias","authors":"Olga Garcia Falceto, Angela Maria Dullius Diehl","doi":"10.5712/rbmfc19(46)2508","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)2508","url":null,"abstract":"Introdução: O desenvolvimento da família é influenciado por diversos fatores de sua organização interna e de ordem ambiental, social, cultural, econômica e política. Em contexto de pobreza os riscos são maiores. Fatores de proteção, como boa organização familiar e rede social de apoio podem diminuir as consequências negativas da pobreza. São escassas as pesquisas longitudinais sobre vulnerabilidade e resiliência nas famílias. Objetivo: Este artigo descreve o desenvolvimento de três famílias ao longo de 15 anos, estudadas por meio de entrevistas em casa, parte de uma coorte populacional de um bairro de Porto Alegre (RS). Buscaram-se associações entre a qualidade das relações nessas famílias e sua saúde física e mental, especialmente a do filho, foco da pesquisa. Métodos: Selecionaram-se no arquivo da pesquisa as três primeiras famílias (do total de 148) das quais se tinham os resultados completos das cinco visitas realizadas aos quatro meses e aos dois, quatro, nove e 15 anos de um filho. Realizou-se análise qualitativa dos registros em busca de categorias para compreender a vida e as relações interpessoais nas famílias. O estudo foi realizado em conjunto por duas pesquisadoras, médicas especialistas em desenvolvimento humano. As categorias identificadas na análise e estudadas nas cinco etapas foram: configuração familiar, situação socioeconômica, situações traumáticas, saúde física, saúde relacional e mental, evolução cognitiva e escolar do filho. Resultados: As três famílias, todas de classe C, com filhos sem problemas de saúde física, tiveram evolução suficientemente boa, apesar de todas enfrentarem múltiplos problemas, inclusive separações e mortes precoces. A relação com o sistema de saúde e escola era boa e similar para as três. A jovem com menos problemas de saúde mental foi aquela que sofreu perdas mais importantes: morte dos pais. Tinha uma estrutura familiar multigeracional sólida desde a primeira infância, com relações interpessoais predominantemente colaborativas e amorosas. Conclusões: O artigo busca avançar na compreensão da resiliência nas famílias em situações de vulnerabilidade. Concluímos que essas três famílias, uma delas mais que as outras, foram suficientemente saudáveis na tarefa de educar seus filhos sem desenvolverem problemas mentais graves. Propomos que o bom desenvolvimento se associa com a adequação e amorosidade dos cuidados com a etapa do ciclo vital, mesmo enfrentando situações problemáticas. Essas qualidades precisam estar associadas à estabilidade socioeconômica básica e a bons serviços de saúde e escola.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"15 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141652262","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
G. Costa, I. Lindemann, Gustavo Olszanski Acrani, Giovana Bonessoni Felizari, Aniela Caroline Zientarski Garzella, Amauri Braga Simonetti
{"title":"Perfil lipídico e fatores de risco para doenças cardiovasculares em idosos acompanhados na atenção primária à saúde","authors":"G. Costa, I. Lindemann, Gustavo Olszanski Acrani, Giovana Bonessoni Felizari, Aniela Caroline Zientarski Garzella, Amauri Braga Simonetti","doi":"10.5712/rbmfc19(46)3893","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)3893","url":null,"abstract":"Introdução: As dislipidemias estão entre os fatores de riscos mais importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), além de estarem relacionadas a outras patologias que predispõem às DCV. Em função da elevada prevalência e da incidência de complicações associadas à cronicidade da doença, as dislipidemias representam elevados custos ao setor da saúde e da previdência social. Diante disso, ressalta-se a importância do Sistema Único de Saúde, representado pela Atenção Primária à Saúde (APS), em prover práticas de prevenção, diagnóstico e acompanhamento dos pacientes dislipidêmicos, a fim de desonerar o sistema financeiro e promover o envelhecimento saudável. Objetivo: Descrever a prevalência de perfil lipídico alterado entre os idosos. Além disso, pretendeu-se caracterizar a amostra quanto aos aspectos sociodemográficos, de saúde e de comportamento, bem como analisar os fatores associados à distribuição do perfil lipídico alterado e às características da amostra. Métodos: Estudo transversal com dados secundários, obtidos de agosto de 2021 a julho de 2022, tendo como população pacientes idosos em acompanhamento na APS do município de Marau (RS). Todos os dados foram coletados dos prontuários eletrônicos da rede de APS e, após dupla digitação e validação dos dados, a amostra foi caracterizada por meio de estatística descritiva. Foi calculada a prevalência de perfil lipídico alterado com intervalo de confiança de 95% (IC95%) e foi verificada sua distribuição conforme as variáveis de exposição, empregando-se o teste do χ2 e admitindo-se erro tipo I de 5%. Resultados: A prevalência de dislipidemia proporcional entre os sexos foi maior no feminino (33%). A cor de pele predominante foi a branca (76,7%). Cerca de 20% dos pacientes apresentavam colesterol total, colesterol HDL-c e triglicerídeos alterados, enquanto cerca de 15% apresentavam o colesterol HDL-c anormal. Constatou-se que os pacientes dislipidêmicos apresentam mais diabetes e hipertensão em relação aos não dislipidêmicos, ocorrendo a sinergia de fatores de risco para as DCV. Conclusões: A caracterização exercida neste estudo serve de base científica para a compreensão da realidade local e, também, para o direcionamento de políticas públicas na atenção primária que atuem de forma efetiva na prevenção e no controle das dislipidemias e demais fatores de risco cardiovascular.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"11 9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141654304","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Beatriz Yumi Uehara, Armando Henrique Norman, Thaís de Almeida Morgado
{"title":"Empatia (parte I)","authors":"Beatriz Yumi Uehara, Armando Henrique Norman, Thaís de Almeida Morgado","doi":"10.5712/rbmfc19(46)3398","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)3398","url":null,"abstract":"Introdução: Este artigo explora o tema da empatia na relação médico-paciente. Objetivo: Contribuir para o aperfeiçoamento das habilidades de comunicação clínica ao revisar o entendimento e a aplicação da empatia na prática clínica. Métodos: Trata-se de uma revisão não sistemática dos principais livros utilizados na comunicação clínica sobre o tema da empatia. O recorte metodológico compreendeu as seguintes etapas: (1) amostra intencional da literatura; (2) coleta e leitura de dados — i.e., extração de fragmentos dos textos; (3) análise do conteúdo, com o foco na definição, importância e instrumentalização para a aplicação prática; (4) seleção e síntese, para facilitar a compreensão e a contextualização sobre o tema; e (5) comparação e ponderação do conteúdo selecionado. Resultados: A abrangência com que a empatia foi trabalhada na literatura selecionada resultou em três níveis de densidade empática: baixa, moderada e alta. Assim, a baixa densidade empática limitou-se mais à definição e importância do tema; a densidade moderada incorporou algum exemplo de como aplicar a empatia, porém de forma fragmentada; e a alta densidade empática abordou o tema de modo mais completo, facilitando a instrumentalização na prática clínica. Há concordância na literatura analisada de que a prática da empatia reflete-se na melhoria do cuidado médico, entretanto seu exercício permanece no campo racional. Ao exemplificar a aplicação prática da empatia, os autores sugerem que o médico adote uma postura isenta de julgamentos, ao mesmo tempo que propõem um exercício imaginativo, de adivinhação dos sentimentos/emoções do paciente. Apesar de os autores de alta densidade empática compreenderem a importância das emoções e nomeá-las no processo, percebe-se a necessidade de um desdobramento e aprofundamento a partir desse ponto. Conclusões: Por se tratar de um assunto complexo, com vários matizes, a empatia é abordada de diferentes formas na literatura selecionada. Isso evidencia sua riqueza e originalidade, ao mesmo tempo que apresenta lacunas para sua aplicação na prática clínica.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"20 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141653638","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Lavínia Ayumi Borges Ribeiro, Mateus Fernandes Alves dos Reis, Maria Bernadete Santos Teixeira, C. Milagres, Gabriella Stefenoni Kruger
{"title":"Relato de caso de lombalgia inflamatória com extenso comprometimento anatômico-funcional","authors":"Lavínia Ayumi Borges Ribeiro, Mateus Fernandes Alves dos Reis, Maria Bernadete Santos Teixeira, C. Milagres, Gabriella Stefenoni Kruger","doi":"10.5712/rbmfc19(46)3739","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)3739","url":null,"abstract":"Introdução: A lombalgia é uma condição prevalente e que apresenta importante impacto na capacidade funcional e na qualidade de vida, sendo a sua correta abordagem na Atenção Primária à Saúde fundamental para a identificação e o estabelecimento de um diagnóstico etiológico precoce de possíveis patologias que possam estar relacionadas a desfechos mórbidos e a graves limitações funcionais. Apresentação do caso: Paciente de 56 anos, sexo masculino, hipertenso, foi encaminhado para serviço especializado de reumatologia com histórico de lombalgia havia mais de 20 anos. Ao exame físico foi constatada presença de deformidades da coluna vertebral e extensa limitação de movimentos. Exames radiográficos mostravam esclerose de articulações sacroilíacas, osteopenia difusa e coluna vertebral em aspecto de “bambu”. Conclusões: Constata-se a importância de que na abordagem das lombalgias na atenção primária se busque o reconhecimento de possíveis etiologias graves e potencialmente incapacitantes que possam estar subjacentes à queixa de dor lombar. Com esse objetivo, é fundamental o reconhecimento das chamadas red flags relacionadas às lombalgias, além de sua caracterização como mecânica ou inflamatória. Perante a atuação da atenção primária no oferecimento de um cuidado pautado na integralidade e na prevenção de agravos, reafirma-se a importância de uma avaliação clínica pormenorizada das lombalgias nesse nível de atenção à saúde.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"21 9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141655287","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Sarah Campos Ornelas, Gustavo de Almeida Afonso, Heloíse Saick de Paula, Giovana Ferreira de Freitas, Rachel Campos Ornelas, S. Ferraz
{"title":"Perfil epidemiológico dos acidentes por material biológico em médicos da atenção primária em Minas Gerais, de 2012 a 2021","authors":"Sarah Campos Ornelas, Gustavo de Almeida Afonso, Heloíse Saick de Paula, Giovana Ferreira de Freitas, Rachel Campos Ornelas, S. Ferraz","doi":"10.5712/rbmfc19(46)3725","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)3725","url":null,"abstract":"Introdução: Os acidentes ocupacionais com material biológico representam um problema de saúde pública. A exposição ocupacional dos profissionais da saúde configura-se como um risco de transmissão de diversos patógenos. Na literatura, há carência de estudos que analisem o perfil dos acidentes com material biológico nos médicos da atenção primária. Objetivo: Buscou-se compreender o perfil epidemiológico dos acidentes com material biológico em médicos da atenção primária em Minas Gerais. Métodos: Estudo epidemiológico descritivo com análise do perfil dos acidentes com material biológico em médicos da atenção primária em Minas Gerais, utilizando dados secundários. Resultados: No período analisado, foram registrados 111 acidentes com material biológico, dos quais 54% ocorreram somente em 2020 e 2021. A maioria dos casos deu-se em mulheres (59%), e os tipos mais frequentes de exposição foram mucosa (38%) e percutânea (33%). Dos médicos, 23% não possuíam esquema vacinal contra a hepatite B completo. Em média, em 36% dos acidentes os testes sorológicos foram negativos e em 61% não foram realizados ou o campo foi ignorado/deixado em branco. Em apenas 7,2% dos casos a quimioprofilaxia foi indicada, mas ressaltam-se os registros ignorados ou em branco. Mais da metade dos acidentados não emitiu a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Conclusões: Os acidentes com material biológico predominam em médicas e nas formas de exposição mucosa e percutânea. Investimentos em medidas de biossegurança e educação permanente são necessários para prevenir casos e estimular sua notificação.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"128 41","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141656342","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Acidente crotálico seguido por primeiro episódio psicótico","authors":"Rafael Fernandes de Almeida, R.E.M. Barros","doi":"10.5712/rbmfc19(46)3609","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)3609","url":null,"abstract":"Introdução: Acidentes ofídicos são doenças negligenciadas e constituem uma parcela importante da morbidade de pessoas em idade produtiva que vivem em zonas rurais. A maior parte dos seus efeitos a curto prazo é amplamente conhecida, especialmente aqueles de natureza clínica; no entanto, ainda se observa lacuna importante do conhecimento das consequências a longo prazo de tais agravos, notadamente as de ordem psíquica. Este artigo relata um caso de adoecimento mental subsequente a um acidente crotálico e gera reflexões de âmbito cultural e fisiopatológico a respeito das sequelas de tais eventos. Apresentação do caso: Trata-se de adolescente residente no interior baiano que foi vítima de mordedura por cascavel e teve necessidade de hospitalização em unidade de terapia intensiva. Observou-se que, mesmo após melhora clínica, iniciou com sintomas psicóticos prodrômicos e progrediu para piora mental grave, que culminou em internação psiquiátrica e diagnóstico de esquizofrenia no decorrer dos meses seguintes. Conclusões: Nota-se, neste caso, correlação direta entre esses dois eventos; mas, em razão da escassez de trabalhos científicos que abordem tais questões, depreende-se que é preciso investigar e estudar com maior profundidade possíveis associações entre acidentes crotálicos e psicoses.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"105 20","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140987134","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Lilyanne Valério, Rilva Lopes de Sousa-Muñoz, Isaunir Veríssimo Lopes
{"title":"Informação e prevenção não farmacológica da COVID-19 no território de uma unidade de saúde da família em Pernambuco","authors":"Lilyanne Valério, Rilva Lopes de Sousa-Muñoz, Isaunir Veríssimo Lopes","doi":"10.5712/rbmfc19(46)3763","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)3763","url":null,"abstract":"Introdução: O conhecimento da magnitude em que a população implementa medidas de proteção emitidas pelas autoridades de saúde pública é essencial na prevenção da doença do novo coronavírus (COVID-19). A eficácia de medidas não farmacológicas de prevenção e das políticas públicas destinadas a reduzir o contágio pela COVID-19 depende de quão bem os indivíduos são informados sobre as consequências da infecção e as medidas que devem adotar para reduzir sua propagação. O entendimento, as atitudes e as práticas das pessoas em relação à COVID-19 e sua prevenção são basilares para a compreensão da dinâmica epidemiológica, demandando a realização de pesquisas sobre o cumprimento de medidas não farmacológicas de prevenção do contágio em diversos territórios. Para isso, em 2020, medidas não farmacológicas contra a COVID-19 foram divulgadas por fontes diversas, estatais e privadas, para a maior parte da população brasileira, com a finalidade de orientar comportamentos para conter a crise sanitária. As equipes da Estratégia Saúde da Família têm um papel fundamental neste processo de educação em saúde, pois compreendem elementos socioculturais das suas comunidades, alcançando-as tanto em capilaridade quanto em adequação local da informação técnico-científica. Este artigo abrange uma pesquisa de campo, parte de um projeto multicêntrico nacional. Objetivo: Avaliar se a população do território de uma unidade da Estratégia Saúde da Família da cidade de Condado-PE entende e aplica as informações que recebeu sobre medidas não farmacológicas de prevenção em suas práticas de proteção contra a COVID-19. Mais especificamente, a pesquisa visou determinar que informações foram recebidas pelos respondentes, quais as suas fontes, o grau de confiabilidade atribuído a estas, além da adesão deles às medidas não farmacológicas e sua relação com variáveis sociodemográficas. Métodos: O modelo do estudo foi observacional e descritivo, com abordagem quantitativa, a partir da coleta de dados primários com 70 usuários por entrevista presencial com questionário estruturado. Resultados: Os resultados mostraram que a população recebeu vasta informação sobre prevenção da doença. Conclusão: Com níveis variados de confiabilidade das fontes, atribuindo importância relevante às medidas de prevenção e adotou a maioria delas, com exceção do isolamento social total.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"122 45","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140986505","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Thiago Dias Sarti, Ana Paula Santana Coelho Almeida, Leonardo Ferreira Fontenelle
{"title":"Crise global da atenção primária à saúde","authors":"Thiago Dias Sarti, Ana Paula Santana Coelho Almeida, Leonardo Ferreira Fontenelle","doi":"10.5712/rbmfc19(46)4070","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)4070","url":null,"abstract":"Enquanto no Norte Global se discute uma crise na Atenção Primária à Saúde, a maioria dos países nunca chegou a constituir sistemas de saúde baseados propriamente numa atenção primária robusta. Nesse cenário, o Brasil apresenta uma tendência mais favorável, com conquistas importantes para a atenção primária e a medicina de família e comunidade nos últimos dez anos. Restam desafios a serem superados para que o Sistema Único de Saúde alcance níveis satisfatórios de acesso a seus serviços, com profissionais adequadamente formados e valorizados pela população.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"113 24","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140986999","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Lara Guerra Guimarães, Isabella Pagan Manginelli, D. F. Godoi
{"title":"Cuidados paliativos","authors":"Lara Guerra Guimarães, Isabella Pagan Manginelli, D. F. Godoi","doi":"10.5712/rbmfc18(45)3626","DOIUrl":"https://doi.org/10.5712/rbmfc18(45)3626","url":null,"abstract":"Introdução: Espera-se que o aumento da carga de doenças crônicas e do envelhecimento populacional repercuta em crescente demanda por cuidados paliativos no país. Apesar disso, no Brasil ainda há um déficit no ensino da área, visto sobretudo na escassez de sua abordagem na graduação em Medicina, assim como em outras áreas da saúde. Esse cenário traduz-se em uma formação frágil dos profissionais da saúde, principalmente médicos, impactando o cuidado necessário a pacientes com condições clínicas potencialmente ameaçadoras da vida em todos os contextos, incluindo a atenção primária à saúde. Objetivos: Este estudo objetiva analisar o panorama de ensino de cuidados paliativos no Brasil e sua implicação na formação do médico generalista e na qualidade dos cuidados prestados na atenção primária à saúde. Também objetiva identificar competências necessárias para o ensino de cuidados paliativos na graduação de Medicina. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura nacional a respeito do ensino de cuidados paliativos nas escolas médicas do Brasil e suas implicações na adequação à prática na atenção primária à saúde. Resultados: Dos estudos analisados, todos ressaltam a importância da abordagem dos cuidados paliativos na formação de base profissional na graduação e revelam a existência de lacunas a serem supridas nessa área de ensino. Entre as lacunas foram identificadas baixa abordagem nas grades curriculares, metodologias de ensino não adequadas e pouca especialização dos docentes. Com base nisso, alguns estudos brasileiros construíram propostas curriculares baseadas em mapeamento de competências mínimas na tentativa de sanar essas lacunas, incluindo habilidades de comunicação e a atitude médica diante do processo de morte. Este artigo compila as principais competências para o ensino de cuidados paliativos na graduação encontradas para o contexto brasileiro. Conclusões: A fragilidade do ensino de cuidados paliativos na graduação médica resulta em médicos generalistas carentes de competências básicas para esse tipo de cuidado, o qual ocupa cada vez mais lugar de destaque no cotidiano da atenção primária à saúde. Essa fragilidade precisa ser urgentemente abordada a fim de se adequar às necessidades populacionais, particularmente no Sistema Único de Saúde (SUS), dado o quantitativo de médicos de família e comunidade aquém das necessidades da APS brasileira.","PeriodicalId":21274,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade","volume":"10 9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138946041","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}