{"title":"Ensino do Português na França e cidadania: a questão descolonial","authors":"Pauline Champagnat","doi":"10.13102/lm.v12i2.7766","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i2.7766","url":null,"abstract":"RESUMO: Ao abordar a cultura dos países africanos de língua portuguesa, o professor de língua portuguesa se encontra no desafio de tratar de assuntos como a escravidão, o comércio negreiro, a colonialidade mas também do processo da pós-colonialidade. Isso permite também traçar paralelos com a situação francesa, e refletir sobre o próprio processo de descolonização nas colônias francesas, e a relação que este país ainda mantém com elas. Desta maneira, pretendemos demostrar que o ensino do português pode implicar uma responsabilidade de sensibilização para temas atuais de extrema importância ligados à pós-colonialidade. \u0000PALAVRAS-CHAVE: PLE, França, África lusófona, descolonial. \u0000ABSTRACT: When he addresses the subject of Portuguese-speaking African countries, the Portuguese teacher is confronted with the challenge of discussing topics such as slavery, the triangular trade, colonialism but also the post-colonialism process. That is why it makes it possible to draw a parallel with the French situation and reflect about the decolonization process in French former colonies, and the relation that this country still maintains with them. This way, we intend to prove that the Portuguese learning process might imply a responsibility of awareness around major contemporary topics linked to post-coloniality. \u0000KEYWORDS: PLE, France, Portuguese-speaking Africa, decolonial. \u0000 \u0000 \u0000","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"20 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122192411","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Breviário para reparar as feridas do mundo em narrativas literárias do Brasil, de Camarões, do Marrocos e do Senegal","authors":"Humberto Luiz Lima de Oliveira","doi":"10.13102/lm.v12i2.7695","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i2.7695","url":null,"abstract":"Seja no Iraque, na Síria, na China, ou não importa onde, com diferentes intensidades, pode-se constatar uma crescente ocidentalização do mundo. De fato, sob o signo da globalização, com bens, produtos, serviços e mercadorias oferecidos pelo Mercado, ideias e sentimentos chegam aos espaços mais distantes do planeta (BOURDIEU: 1999). Quando as culturas locais parecem ameaçadas diante desta incontornável tentativa de homogeneização do mundo, com o individualismo exacerbado se tornando uma 'filosofia de vida\" (LIPPMAN: 2009; CHOMSKY:2016), qual seria o papel dos intelectuais que se pensam como porta-vozes de suas sociedades? (FANON:2006) Este trabalho tem a pretensão de mostrar as soluções para sair do conflito vivido pelas sociedades brasileira, camaronesa, senegalesa e marroquina quando, sob a pressão da “moda” (HELLER: 2010), homens e mulheres são levados a integrar novas maneiras de pensar, viver, amar e trabalhar, perturbando a vida social (ACHEBE,2009; HAMIDOU KANE: 2001). Para isso, seguiremos a metodologia da Literatura comparada que nos ensinou a articular discursos os mais diversos sem perder de vista a temática comum a ligar as obras estudadas: Tenda dos Milagres (1969), do brasileiro Jorge Amado, Xala (1973), do senegalês Sembène Ousmane, Histoire d’ un vieux couple heureux (1993), do marroquino Mohammed Khaïr-Eddine e a peça teatral Ils ont mangé mon fils (2007), do camaronês Jacques Fame Ndongo, que mostram como estes intelectuais obtiveram êxito em construir personagens que, sem cair nas malhas da etnicidade, conseguem estabelecer um entre-lugar como caminho para se chegar à \"boa vida\" (ACOSTA, 2016), sem idealizações de um suposto passado harmonioso, e recusando viver sem vínculos de pertença e solidariedade (BUBER:1989;LÖWY:2016). Nestas encruzilhadas culturais, quando vivemos sob o impacto de uma pandemia que ameaça a própria civilização ancorada no Ter e no exacerbado individualismo, de maneira antecipatória, estas narrativas celebram a justa medida, e assim propõem uma nova Política, uma nova Ética e uma nova Estética ( BOFF: 2006; GUATTARI: 2001; OLIVEIRA: 2009). \u0000Palavras-chave: Literatura; sociedade; reparação; utopia; cuidado. \u0000 \u0000BREVIARY TO REPAIR THE WOUNDS OF THE WORLD IN LITERARY NARRATIVES OF BRAZIL, CAMEROON, MOROCCO AND SENEGAL \u0000 \u0000ABSTRACT: Whether in Iraq, Syria, China, or no matter where, with different intensities, one can see a growing Westernization of the world. In fact, under the sign of globalization, with goods, products, services and goods offered by the Market, ideas and feelings reach the most distant spaces of the planet (BOURDIEU: 1999). When local cultures seem threatened in the face of this inescapable attempt at homogenization of the world, with exacerbated individualism becoming a 'philosophy of life' (LIPPMAN: 2009; CHOMSKY:2016), what would be the role of intellectuals who think themselves as spokespersons of their societies? (FANON:2006) This work aims to show the solutions to emerge from ","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"20 3","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"120928071","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Celeste Maria Pacheco de Andrade, Ana Cláudia Pacheco de Andrade
{"title":"Por uma narrativa do reencantamento: A poética do não esquecimento de Ailton Krenak e Daniel Munduruku","authors":"Celeste Maria Pacheco de Andrade, Ana Cláudia Pacheco de Andrade","doi":"10.13102/lm.v12i2.7743","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i2.7743","url":null,"abstract":"Compreender o texto narrativo como parte de um conjunto de expressão artística que integra o repertório cultural humano permite reconhecer a sua potência de ressignificação, o que implica no registro de diversos olhares sobre o mundo em que nos situamos. Levando em consideração o desdobramento dessas visões, é pertinente o entendimento da narrativa como possibilidade de marcar a presença de uma humanidade no planeta, visto que ela se inscreve na necessidade universal do homem em organizar sua experiência de vida e dar sentido à própria história, através da oralidade, da escrita ou das imagens. Nesse sentido, o presente estudo discute a narrativa de autoria indígena como oportunidade de se reconsiderar a experiência de estar vivo, imbrincada em uma identidade terrena, incluindo aí uma poeticidade. Com base na perspectiva da Nova História Indígena, que se ocupa de conhecimentos e percepções de sujeitos e povos indígenas em suas historicidades, isto é, refere-se a formas indígenas de pensar, agir e ser com base em suas vivências culturais específicas e sua presença em nossa sociedade, o texto ocupa-se de dois pensadores indígenas da atualidade: Ailton Krenak em Ideias para adiar o fim do mundo (2019) e Daniel Munduruku em Mundurukando (2010). Acreditamos, ao escolher os referidos autores, que ambos oferecem um acesso a determinadas redes de conhecimentos dos povos originários, de forma a evidenciar a construção de uma outra lógica, especialmente pertinente para pensar a narrativa como possibilidade de reencantamento do mundo e com o mundo.","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134147293","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Vers une éducation au sensible","authors":"Marie-Rose Abomo-Maurin","doi":"10.13102/lm.v12i2.7723","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i2.7723","url":null,"abstract":"Resumo\u0000\u0000« Por uma educação do sensível », assim se apresenta o primeiro eixo temático da justificativa Aprender a ser a viver junto em narrativas literárias : breviário para combater o enfeitiçamento do pensamento único. Apresentado com laconismo, este eixo parece, no entanto, convidar a dizer mais, muito mais do que se poderia acreditar. De fato, a noção de educação se instala com sua bagagem de significações, de desejos, de recusa a um pensamento, a práticas passadas que não devem mais existir. A urgência de colocar em vigor uma nova maniera de pensar, de ver e de existir se sentir. Ela convoca o humano a recuperar sua humanidade.A instauração de um novo olhar, excepcional e não menos intelectual, sobre o ser, o meio ambiente, sua evolução, tanto quanto sobre seus modos, usos e práticas parece desde então salutar. A presente reflexão questiona o conteúdo e a forma para esta nova aprendizagem. Questiona igualmente professores e professoras sobre os meios suscetíveis de transformar o mundo e de oferecer-lhe uma estabilidade perene.\u0000Palavras-chave:Educação, sensível, novo olhar, humano/humanidade, urgência.\u0000\u0000Résumé.\u0000« Vers une éducation au sensible », ainsi se présente le premier axe d’étude que propose l’argumentaire « Apprendre à être et à vivre ensemble en des narrations littéraires : bréviaire pour combattre l’ensorcellement de la pensée unique ». Axe au propos laconique, il semble pourtant inviter à dire plus, beaucoup plus qu’on ne peut le croire. En effet, la notion d’éducation s’installe avec son bagage de signifiances, de désirs, de réfutation d’une pensée, pratiques passées qui ne doivent plus exister. L’urgence se fait donc sentir de mettre en place une nouvelle manière de penser, de voir et d’agir. Elle convoque l’humain à se ressaisir de son humanité. L’instauration un regard nouveau, exceptionnel et moins intellectuel, sur l’être, son environnement, son évolution, autant que sur ses mœurs, us et pratiques apparaît dès lors salutaire. La présente réflexion interroge le contenu et la forme à donner à ce nouvel apprentissage. Elle questionne également les enseignants sur les moyens susceptibles de transformer le monde et de le lui redonner une stabilité pérenne.\u0000Mots-clés : éducation, sensible, regard nouveau, humain/humanité, urgence.\u0000Summary\u0000\"Towards an education in the sensitive\", thus presents the first axis of study proposed by the argument \"Learning to be and to live together in literary narratives: a breviary to combat the bewitchment of the single thought\". A laconic axis, of course!, yet it seems to invite one to say more, much more than one might think. Indeed, the notion of education settles in with its baggage of meanings, wishes, refutation of a thought, past practices that must no longer exist. There is therefore an urgent need to put in place a new way of thinking, seeing and acting. It calls on humans to take hold of their humanity. The establishment of a new, exceptional and less intellectual outlook on being, its envir","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130628402","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Oswaldo Cruz e os sonhos tropicais de Moacyr Scliar","authors":"Rita Olivieri-Godet","doi":"10.13102/lm.v12i1.7693","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i1.7693","url":null,"abstract":"Resumo: Nesse artigo, discutimos como o Médico-escritor Moacyr Scliar buscou através do diálogo entre a medicina e a literatura superar a barreira entre as duas culturas, a humanística e a científica; em sua obra, segundo ele mesmo afirma, empenhou-se em perscrutar os sonhos e as mazelas da realidade brasileira com a experiência da medicina. Ele transformou o conhecimento sobre doenças e mortes em temas em seus escritos, a partir disso procuramos mostrar como a vasta produção de ensaísta e romancista do escritor contrói pontes entre essas duas grandes paixões na interface entre a vivência de médico sanitarista e a experiência literária.\u0000Palavras-chave: Moacyr Scliar; Sonhos tropicais; literatura e medicina.","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"48 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117154334","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Entretien avec Catherine Mavrikakis: Oscar de Profundis (2016) la pandémie de la \"mort noire\", à Montreal","authors":"Licia Soares de Souza","doi":"10.13102/lm.v13i1.7685","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v13i1.7685","url":null,"abstract":"Licia Soares de Souza entrevista a escritora quebequense Catherine Mavrikakis, professora da Universidade de Montréal","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121773983","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O grito das multidões: uma poética das vozes em luta para vencer o silêncio","authors":"Maria de Fátima Berenice da Cruz","doi":"10.13102/lm.v12i1.7679","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i1.7679","url":null,"abstract":"RESUMO: Neste momento pandêmico em que o silêncio se torna fator preponderante para repensarmos a vida e a morte, eis que surge uma obra poética de forte impacto reflexivo sobre a nossa história, memória e existência. Vozes em Luta: poemas para vencer a solidão (2020) convida o leitor a refletir sobre a condição de ser humano a partir de sua imersão pessoal. Desse modo, este artigo analisa a poética de Lícia Soares de Souza, tomando como fundamento para a análise um diálogo com dois temas presentes nos estudos de Jean-Paul Sartre, a náusea e a angústia. O livro é composto de 51 poemas; contudo, para uma eficaz consecução metodológica, foi feito um recorte de amostragem para uma melhor imersão temática. \u0000PALAVRAS-CHAVE: Angústia, Náusea, Solidão","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"20 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125021860","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A indesejada das gentes: entre a literatura e a necropolítica","authors":"Denise Dias, Lícia Soares de Souza","doi":"10.13102/lm.v12i1.7680","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i1.7680","url":null,"abstract":"Este artigo investiga as obras de Jorge Amado, Tereza Batista cansada de guerra, 1972; de Moacyr Scliar, Sonhos Tropicais, 1992; de Pedro Nava, Chão de ferro, 2012; as quais suscitam o testemunho do caos social promovido por epidemias durante o século XX. A partir da leitura dos referidos romances, visualizamos essas doenças como metáforas da exclusão social, isso é observável no conteúdo e pano de fundo que descortinam as mazelas e efeitos sociais causados por elas, especialmente em grupos sociais vulneráveis e menos assistidos pelo poder público. Os escritores lidos fizeram de sua experiência com a literatura um modo de entender o Brasil; por isso, essas obras conduzem o leitor a refletir, de maneira geral, sobre o contexto histórico brasileiro principalmente pelo viés histórico-cultural e sanitário. Assim, nosso objetivo foi investigar de que forma os autores estabelecem, nas obras do corpus, uma discussão em torno da dimensão limítrofe entre vida e morte, explicitando a necropolítica, termo cunhado por Aquille Mbembe, o qual afere que o Estado tem o poder de decidir quem morre e quem vive, a depender de como as políticas públicos vigoram no meio social. O método utilizado, durante a investigação, toma por base os textos teóricos dos filósofos Michel Foucault, Giorgio Agamben e Aquille Mbembe. Os resultados demonstram, via literatura, que o Estado utiliza-se de estratégias de políticas excludentes, fatos demonstrados nas obras em questão, cujo retrato apresenta um país historicamente marcado pelo caos social. \u0000 \u0000Palavras-chave: Biopoder; Necropolítica; Epidemia; Literatura.","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114243212","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Solange Da Silva Corsi, Lara Fernanda Portilho dos Santos, Maria Eduarda Arriel de Melo
{"title":"O Conto da Aia, de Margaret Atwood, e sua representatividade nos dias atuais: as inter-relações históricas, sociais e culturais de um romance distópico","authors":"Solange Da Silva Corsi, Lara Fernanda Portilho dos Santos, Maria Eduarda Arriel de Melo","doi":"10.13102/lm.v13i1.7717","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v13i1.7717","url":null,"abstract":"O presente estudo visa analisar, sob uma perspectiva histórica, social e cultural, o romance literário O Conto da Aia, da escritora canadense Margaret Atwood, publicado em 1985, mas que ecoa grande representatividade nos dias atuais. Assim, o objetivo do artigo é investigar a forma como essa respeitável autora expressa em sua obra a perda da identidade e representatividade feminina, em um regime totalitário fundamentalista cristão, que derrubou o governo dos Estados Unidos, na década de 1980, modificando completamente toda a estrutura política, econômica e social desse país. A pesquisa pretende averiguar, então, a relevância dessa produção literária de Atwood, como forma de denúncia e combate à discriminação de gênero, que faz calar a voz e a atitude das mulheres. Trata-se, portanto, de uma pesquisa bibliográfica, em que os relatos feitos pela escritora, em sua obra, bem como na série televisiva, de mesmo nome, são analisados sob a luz da teoria dos escritos de Candido (1972), Llosa (2009), Foucault (1988, 2003, 2013), Beauvoir (1970), entre outros estudiosos. Os resultados obtidos da análise, apontam para a eficácia da literatura distópica, ao apresentar cenários imaginários que estabelecem inter-relações com a realidade atual, trazendo uma visão mais reflexiva sobre o papel da mulher na sociedade contemporânea. \u0000 \u0000Palavras-chave: Literatura. História. Anulação da mulher. O Conto da Aia. Margaret Atwood.","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134262819","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Estéticas da Necropolítica no Brasil e no Québec: Crítica da Razão de Exclusão","authors":"Licia Soares de Souza","doi":"10.13102/lm.v12i1.7683","DOIUrl":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i1.7683","url":null,"abstract":"Este texto está em forma de projeto visando a analisar obras das literaturas quebequense e brasileira que põem em cena condições precárias de vida, como “zonas de inimizade” de um estado neoliberal que pouco se preocupa com o bem-estar de seus cidadãos. A Estética da necropolítica se inspira das noções de biopoder de Foucault (1979) e de necropolítica de Mbembe (2014/16), tentando trazer a discussão para os espaços das Américas onde vários grupos sociais são submetidos a condições de vida arriscadas que lhes confere o status de “mortos-vivos”. Nesse sentido, no entre-lugar dos centros urbanos organizados e das periferias negligenciadas pelos poderes públicos (favelas, trapiches, lazaretos, asilos, cárceres, matas, metrôs, etc.) quer-se mapear, analisar e classificar, de acordo com as diferentes estratégias que determinam, de um lado, a crítica da razão da exclusão, em situação transtextual e transacional, e, de outro lado, as mobilidades nos espaços semiosféricos que permitem a ultrapassagem das zonas necropolíticas para as zonas do discurso oficial. A crise da Covid-19 propiciou o escancaramento do projeto neoliberal de aniquilamento das populações carentes, negros, indígenas, migrantes, trabalhadores informais, etc. Nesse caso, busca-se proceder, à luz dos pressupostos da literatura comparada interamericana, ao levantamento e à análise de obras produzidas nos séculos XX e XXI, no contexto híbrido das Américas. Põem-se em evidência obras do Québec (Catherine Mavrikakis (2016), Henri Lamoureux (2003), France Théoret (2006) e do Brasil (Jorge Amado 1937/82), Moacyr Scliar (1992), Márcio Souza (1983)), que revelam muitas zonas de necropolítica que a história foi incapaz de evidenciar. Esta é a Crítica da Razão de Exclusão que pretendemos sistematizar com a análise do presente projeto. \u0000 \u0000Palavras-chave: Necropolítica. Biopoder. Exclusão. Literatura Quebequense. Literatura Brasileira. Semiosfera. Texto-xadrez.","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130589290","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}