{"title":"Estéticas da Necropolítica no Brasil e no Québec: Crítica da Razão de Exclusão","authors":"Licia Soares de Souza","doi":"10.13102/lm.v12i1.7683","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este texto está em forma de projeto visando a analisar obras das literaturas quebequense e brasileira que põem em cena condições precárias de vida, como “zonas de inimizade” de um estado neoliberal que pouco se preocupa com o bem-estar de seus cidadãos. A Estética da necropolítica se inspira das noções de biopoder de Foucault (1979) e de necropolítica de Mbembe (2014/16), tentando trazer a discussão para os espaços das Américas onde vários grupos sociais são submetidos a condições de vida arriscadas que lhes confere o status de “mortos-vivos”. Nesse sentido, no entre-lugar dos centros urbanos organizados e das periferias negligenciadas pelos poderes públicos (favelas, trapiches, lazaretos, asilos, cárceres, matas, metrôs, etc.) quer-se mapear, analisar e classificar, de acordo com as diferentes estratégias que determinam, de um lado, a crítica da razão da exclusão, em situação transtextual e transacional, e, de outro lado, as mobilidades nos espaços semiosféricos que permitem a ultrapassagem das zonas necropolíticas para as zonas do discurso oficial. A crise da Covid-19 propiciou o escancaramento do projeto neoliberal de aniquilamento das populações carentes, negros, indígenas, migrantes, trabalhadores informais, etc. Nesse caso, busca-se proceder, à luz dos pressupostos da literatura comparada interamericana, ao levantamento e à análise de obras produzidas nos séculos XX e XXI, no contexto híbrido das Américas. Põem-se em evidência obras do Québec (Catherine Mavrikakis (2016), Henri Lamoureux (2003), France Théoret (2006) e do Brasil (Jorge Amado 1937/82), Moacyr Scliar (1992), Márcio Souza (1983)), que revelam muitas zonas de necropolítica que a história foi incapaz de evidenciar. Esta é a Crítica da Razão de Exclusão que pretendemos sistematizar com a análise do presente projeto. \n \nPalavras-chave: Necropolítica. Biopoder. Exclusão. Literatura Quebequense. Literatura Brasileira. Semiosfera. Texto-xadrez.","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Légua & Meia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i1.7683","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este texto está em forma de projeto visando a analisar obras das literaturas quebequense e brasileira que põem em cena condições precárias de vida, como “zonas de inimizade” de um estado neoliberal que pouco se preocupa com o bem-estar de seus cidadãos. A Estética da necropolítica se inspira das noções de biopoder de Foucault (1979) e de necropolítica de Mbembe (2014/16), tentando trazer a discussão para os espaços das Américas onde vários grupos sociais são submetidos a condições de vida arriscadas que lhes confere o status de “mortos-vivos”. Nesse sentido, no entre-lugar dos centros urbanos organizados e das periferias negligenciadas pelos poderes públicos (favelas, trapiches, lazaretos, asilos, cárceres, matas, metrôs, etc.) quer-se mapear, analisar e classificar, de acordo com as diferentes estratégias que determinam, de um lado, a crítica da razão da exclusão, em situação transtextual e transacional, e, de outro lado, as mobilidades nos espaços semiosféricos que permitem a ultrapassagem das zonas necropolíticas para as zonas do discurso oficial. A crise da Covid-19 propiciou o escancaramento do projeto neoliberal de aniquilamento das populações carentes, negros, indígenas, migrantes, trabalhadores informais, etc. Nesse caso, busca-se proceder, à luz dos pressupostos da literatura comparada interamericana, ao levantamento e à análise de obras produzidas nos séculos XX e XXI, no contexto híbrido das Américas. Põem-se em evidência obras do Québec (Catherine Mavrikakis (2016), Henri Lamoureux (2003), France Théoret (2006) e do Brasil (Jorge Amado 1937/82), Moacyr Scliar (1992), Márcio Souza (1983)), que revelam muitas zonas de necropolítica que a história foi incapaz de evidenciar. Esta é a Crítica da Razão de Exclusão que pretendemos sistematizar com a análise do presente projeto.
Palavras-chave: Necropolítica. Biopoder. Exclusão. Literatura Quebequense. Literatura Brasileira. Semiosfera. Texto-xadrez.