{"title":"A indesejada das gentes: entre a literatura e a necropolítica","authors":"Denise Dias, Lícia Soares de Souza","doi":"10.13102/lm.v12i1.7680","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo investiga as obras de Jorge Amado, Tereza Batista cansada de guerra, 1972; de Moacyr Scliar, Sonhos Tropicais, 1992; de Pedro Nava, Chão de ferro, 2012; as quais suscitam o testemunho do caos social promovido por epidemias durante o século XX. A partir da leitura dos referidos romances, visualizamos essas doenças como metáforas da exclusão social, isso é observável no conteúdo e pano de fundo que descortinam as mazelas e efeitos sociais causados por elas, especialmente em grupos sociais vulneráveis e menos assistidos pelo poder público. Os escritores lidos fizeram de sua experiência com a literatura um modo de entender o Brasil; por isso, essas obras conduzem o leitor a refletir, de maneira geral, sobre o contexto histórico brasileiro principalmente pelo viés histórico-cultural e sanitário. Assim, nosso objetivo foi investigar de que forma os autores estabelecem, nas obras do corpus, uma discussão em torno da dimensão limítrofe entre vida e morte, explicitando a necropolítica, termo cunhado por Aquille Mbembe, o qual afere que o Estado tem o poder de decidir quem morre e quem vive, a depender de como as políticas públicos vigoram no meio social. O método utilizado, durante a investigação, toma por base os textos teóricos dos filósofos Michel Foucault, Giorgio Agamben e Aquille Mbembe. Os resultados demonstram, via literatura, que o Estado utiliza-se de estratégias de políticas excludentes, fatos demonstrados nas obras em questão, cujo retrato apresenta um país historicamente marcado pelo caos social. \n \nPalavras-chave: Biopoder; Necropolítica; Epidemia; Literatura.","PeriodicalId":346819,"journal":{"name":"Revista Légua & Meia","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Légua & Meia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.13102/lm.v12i1.7680","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
摘要
本文考察了Jorge Amado, Tereza Batista cansada de guerra, 1972;Moacyr Scliar,《热带之梦》,1992年;佩德罗·纳瓦,《铁地板》,2012年;这证明了20世纪流行病造成的社会混乱。通过阅读这些小说,我们将这些疾病视为社会排斥的隐喻,这在内容和背景中可以观察到,揭示了它们造成的疾病和社会影响,特别是在弱势社会群体和政府援助较少的社会群体中。阅读的作家把他们的文学经历作为理解巴西的一种方式;因此,这些作品引导读者从历史文化和健康的角度来反思巴西的历史背景。那样,我们的目标是调查如何作者设定的,建筑的主体,一个讨论生与死之间的边界大小,说明necropolítica阿Mbembe词,认为政府有权决定谁死谁活,都依赖像公共政策适用于社会环境。研究过程中使用的方法是基于哲学家福柯、阿甘本和本贝的理论文本。结果表明,通过文献,国家使用排他的政策策略,事实证明在这些作品中,其肖像描绘了一个历史上以社会混乱为标志的国家。关键词:生物动力;Necropolítica;传染病;文学。
A indesejada das gentes: entre a literatura e a necropolítica
Este artigo investiga as obras de Jorge Amado, Tereza Batista cansada de guerra, 1972; de Moacyr Scliar, Sonhos Tropicais, 1992; de Pedro Nava, Chão de ferro, 2012; as quais suscitam o testemunho do caos social promovido por epidemias durante o século XX. A partir da leitura dos referidos romances, visualizamos essas doenças como metáforas da exclusão social, isso é observável no conteúdo e pano de fundo que descortinam as mazelas e efeitos sociais causados por elas, especialmente em grupos sociais vulneráveis e menos assistidos pelo poder público. Os escritores lidos fizeram de sua experiência com a literatura um modo de entender o Brasil; por isso, essas obras conduzem o leitor a refletir, de maneira geral, sobre o contexto histórico brasileiro principalmente pelo viés histórico-cultural e sanitário. Assim, nosso objetivo foi investigar de que forma os autores estabelecem, nas obras do corpus, uma discussão em torno da dimensão limítrofe entre vida e morte, explicitando a necropolítica, termo cunhado por Aquille Mbembe, o qual afere que o Estado tem o poder de decidir quem morre e quem vive, a depender de como as políticas públicos vigoram no meio social. O método utilizado, durante a investigação, toma por base os textos teóricos dos filósofos Michel Foucault, Giorgio Agamben e Aquille Mbembe. Os resultados demonstram, via literatura, que o Estado utiliza-se de estratégias de políticas excludentes, fatos demonstrados nas obras em questão, cujo retrato apresenta um país historicamente marcado pelo caos social.
Palavras-chave: Biopoder; Necropolítica; Epidemia; Literatura.