{"title":"Caminhos Cruzados: experiências de trabalho e circulação entre famílias rurais no Agreste de Pernambuco","authors":"Berlano Andrade","doi":"10.48006/978-65-87289-16-8-10","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-16-8-10","url":null,"abstract":"Procura-se neste capítulo refletir sobre as formas que historicamente foram constituídas na produção de circulações entre trabalhadores a partir – mas hoje não exclusivamente – dos territórios rurais na mesorregião do Agreste de Pernambuco. Focalizo indivíduos e suas famílias que estabelecem diversas combinações entre atividades agrícolas com não-agrícolas, seja o assalariamento nas cidades como também a incorporação,em seus espaços domésticos, de atividades na produção de vestuários. O que procuro mostrar é que essas características revelam processos construídos ao longo do tempo em que homens e mulheres, ao executarem distintas mobilidades, articulam territórios e processos produtivos que, por sua vez, atravessam as suas famílias impactando diferentemente os seus membros.","PeriodicalId":150511,"journal":{"name":"Antropologia das mobilidades","volume":"36 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124339921","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Viagens de constituição e (des)constituição: o corpo da pessoa tukano no baixo Uaupés (noroeste amazônico)","authors":"R. Rodrigues","doi":"10.48006/978-65-87289-16-8-2","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-16-8-2","url":null,"abstract":"Neste capítulo, abordo a narrativa da viagem mítica ancestral de formação da humanidade elaborada pelo povo Tukano e proferida durante o benzimento do coração, que atribui nome a uma criança, como uma tecnologia xamânica de constituição do corpo e da pessoa. Concomitantemente, trato de outro fenômeno recorrente e contemporâneo: as viagens às cidades da região e as visitas aos parentes com enfoque em seus perigos, em especial, os ataques dos wai-mahsã (seres supra-humanos que são os donos dos lugares). Argumento que se o benzimento do coração opera com o fim de constituir o corpo/pessoa tukano, os ataques desferidos pelos wai-mahsã aos viajantes humanos têm como a finalidade sua (des)constituição. Em ambos os casos, os deslocamentos, em suas diferentes acepções, aparecem como meios através dos quais tais fenômenos podem ser atua-lizados.","PeriodicalId":150511,"journal":{"name":"Antropologia das mobilidades","volume":"88 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116014228","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Os sentidos e a importância do movimento entre os andamarquinos","authors":"Indira Caballero","doi":"10.48006/978-65-87289-16-8-8","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-16-8-8","url":null,"abstract":"A mobilidade é uma característica dos povos andinos e em Andamarca, pequeno povoado andino ao sul do departamento de Ayacucho (Peru) de população quechuahablante, não é diferente. Ainda que, muitas vezes, a imagem de povos agricultores seja associada à sedentariedade, este trabalho trata de enfatizar a importância e os sentidos positivos da mobilidade para os andamarquinos que deslocam-se diariamente não apenas porque muitos também são pastores, mas porque a própria atividade agrícola tal como é praticada requer certo movimento. Deslocar-se na paisagem andamarquina envolve relações de intersubjetividade entre o caminhante e o solo por onde ele transita, entre ele e os animais e as plantas que encontra pelo caminho, além dos não-humanos poderosos, cuja proteção deve ser invocada se o que se deseja é ter uma viagem exitosa. Mas há, também, outra forma de mobilidade que não se realiza a pé: é o fluxo contínuo de pessoas, coisas e animais para os grandes centros urbanos da costa peruana. O objetivo deste texto é explicitar que o movimento, num sentido que ultrapassa a mobilidade espacial, enquanto princípio cosmológico estruturante do modo de vida andamarquino, engendra efeitos que tendem a ser positivos; ao passo que outros princípios que se afastam muito desse tendem a vigorar nas cidades.","PeriodicalId":150511,"journal":{"name":"Antropologia das mobilidades","volume":"144 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123263142","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"“Minha história dá um livro”: família, casa e territorialidades nas mobilidades de mutirantes em São Paulo","authors":"Carlos Filadelfo","doi":"10.48006/978-65-87289-16-8-15","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-16-8-15","url":null,"abstract":"Este texto tem como foco etnográfico a análise de narrativas de famílias pertencentes a um movi-mento de luta por moradia específico, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Leste I. Esse movimento, desde a década de 1980, tem obtido atendimento para famílias militantes via mutirão autogestionário, mecanismo de construção de empreendimentos habitacionais que conta com a mão de obra das próprias famílias no controle e execução das obras, com recursos municipais, estaduais e federais. Pretende-se lançar luz a trajetórias de mutirantes desse movimento anteriormente ao ingresso no mutirão, marcadas por intensas mobilidades, formuladas predominantemente em termos de família e parentesco, inseparáveis e articuladas aos distintos arranjos habitacionais e às territorialidades onde se viveu e onde se trabalhou. Com isso, busca-se complexificar definições apriorísticas, estanques e lineares de casa, família e mobilidades e correlações diretas entre luta por moradia e territorialidades fixas, que, ao contrário, são marcadamente variáveis e flexíveis.","PeriodicalId":150511,"journal":{"name":"Antropologia das mobilidades","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124779283","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"“Sair no mundo, contar os fatos”: notas sobre ‘andar’ e conhecer entre coletivos sateré-mawé em cidades amazônicas","authors":"José Agnello Andrade","doi":"10.48006/978-65-87289-16-8-1","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-16-8-1","url":null,"abstract":"Neste capítulo expõem-se reflexões a partir da interlocução com indígenas Sateré-Mawé habituados a levar a vida entre constantes deslocamentos pelas aldeias e cidades na região amazônica, a partir de suas narrativas relacionadas às trajetórias de distintos coletivos de parentes sateré-mawé, tomadas como parte do conjunto de experiências acionadas para a construção sua experiência vivida, de forma a explicitar os múltiplos sentidos inscritos em suas práticas de mobilidade. Demonstra-se que a mobilidade ocupa um lugar central na história destes coletivos familiares de indígenas sateré-mawé, para os quais sua ‘vida’, assim como a vitalidade dos/nos seus lugares de habitação, está atrelada a um modo de estar-no-mundo que encontra no ‘gosto por andar’, relacionado à conformação de circuitos entre cidades e aldeias e suas concepções nativas sobre territorialidade, temporalidade e conhecimento. Este capítulo esmiúça particularmente um modo de conhecimento (e reconhecimento) implicado nos atos coletivos e continuados de ‘andar’, ‘parar’, ‘voltar’ e ‘contar’, subsumidos sob a expressão nativa ‘andar junto’, que indicia um ideal de relações de confiança, cuidado, acolhimento e aprendizagem que remetem aos movimentos coordenados caros à produção de vida em seus locais de parada entre seus parentes espalhados por diferentes cidades e aldeias.","PeriodicalId":150511,"journal":{"name":"Antropologia das mobilidades","volume":"52 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134040042","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Movimentos semânticos e pragmáticos de uma comunidade","authors":"Gabriela Marcurio","doi":"10.48006/978-65-87289-16-8-14","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-16-8-14","url":null,"abstract":"O capítulo analisa a noção de comunidade, conforme usada pelos moradores de Paracatu de Baixo, em Mariana, Minas Gerais. Os moradores foram deslocados compulsoriamente devido ao rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro de Fundão, cuja lama destruiu a maioria das casas na comunidade. A partir de pesquisa de campo, formula-se o argumento de que a comunidade é descrita pelos moradores em movimentos semânticos que remetem aos movimentos desencadeados na vida cotidiana. A memória aciona os movimentos que compõem a comunidade na luta frente às mineradoras.","PeriodicalId":150511,"journal":{"name":"Antropologia das mobilidades","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132487251","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Introdução","authors":"André Dumans Guedes, Candice Vidal e Souza","doi":"10.48006/978-65-87289-16-8-0","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-16-8-0","url":null,"abstract":"Apresentação dos temas tratados na coletânea, abordagens interpretativas da mobilidade, relações com tradições antropológicas de análise do movimento.","PeriodicalId":150511,"journal":{"name":"Antropologia das mobilidades","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115797918","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"“A semente plantada brotou, somos todos Irmã Dorothy”. Migrações, conflitos de terra e mobilizações por direitos coletivos em Anapu (PA)","authors":"E. Souza","doi":"10.48006/978-65-87289-16-8-12","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-16-8-12","url":null,"abstract":"Neste capítulo problematizo a transformação ritual da missionária norte-americana Dorothy Stang em mártir da floresta, ocorrido após seu assassinato em fevereiro de 2005, numa área rural de Anapu, oeste do Pará, Amazônia Brasileira. Meu objetivo é demonstrar como a celebração do martírio desta liderança através da realização da Romaria da Floresta é motivo para reunir ativistas políticos e membros de movimentos sociais em torno de temas como luta pela terra e direito aos usos sustentáveis de recursos socionaturais. Esta gramática atualiza formas de resistência e enfrentamento entre camponeses-posseiros, agroextrativistas e religiosos contra madeireiros, latifundiários e agentes do Estado, ao transformar mártires da terra e da floresta em modelo de ação para novos enfrentamentos, seja com o Estado ou grandes empreendimentos hidroelétricos e agropecuários. Um líder são muitos, uma vez que se replica em escala nos incontáveis caminhantes, que evocam sua presença durante a caminhada, e se reintegra em outros elementos vivos que compõem o cosmos, como pedras, plantas, água, terra e animais.","PeriodicalId":150511,"journal":{"name":"Antropologia das mobilidades","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129386442","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}