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Abstract
A mobilidade é uma característica dos povos andinos e em Andamarca, pequeno povoado andino ao sul do departamento de Ayacucho (Peru) de população quechuahablante, não é diferente. Ainda que, muitas vezes, a imagem de povos agricultores seja associada à sedentariedade, este trabalho trata de enfatizar a importância e os sentidos positivos da mobilidade para os andamarquinos que deslocam-se diariamente não apenas porque muitos também são pastores, mas porque a própria atividade agrícola tal como é praticada requer certo movimento. Deslocar-se na paisagem andamarquina envolve relações de intersubjetividade entre o caminhante e o solo por onde ele transita, entre ele e os animais e as plantas que encontra pelo caminho, além dos não-humanos poderosos, cuja proteção deve ser invocada se o que se deseja é ter uma viagem exitosa. Mas há, também, outra forma de mobilidade que não se realiza a pé: é o fluxo contínuo de pessoas, coisas e animais para os grandes centros urbanos da costa peruana. O objetivo deste texto é explicitar que o movimento, num sentido que ultrapassa a mobilidade espacial, enquanto princípio cosmológico estruturante do modo de vida andamarquino, engendra efeitos que tendem a ser positivos; ao passo que outros princípios que se afastam muito desse tendem a vigorar nas cidades.