{"title":"A implementação de práticas autocompositivas no Brasil: alcances e limites na concretização da terceira onda de acesso à justiça do Projeto Florença","authors":"C. Stangherlin","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p83-99","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p83-99","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo analisar a implementação das ideias oriundas do estudo que culminou nas ondas de acesso à justiça do Projeto Florença no contexto brasileiro, especialmente, ao que se refere à terceira onda e sua correlação com as políticas públicas de autocomposição de conflitos. O problema de pesquisa visa responder: quais os alcances derivados da instituição da terceira onda de acesso à justiça por intermédio das políticas públicas autocompositivas no Brasil, e, quais os limites encontrados para sua efetivação? Nesse aspecto, o método de abordagem é o dedutivo e o levantamento de dados se dá por fontes primárias e fontes secundárias (pesquisa documental e pesquisa bibliográfica). As conclusões principais apontam para o fortalecimento de ações que respaldam o acesso à justiça pelo viés democrático, consubstanciando as ideias da primeira e segunda onda do Projeto Florença. Por sua vez, as conquistas advindas da terceira onda de acesso à justiça são mais tardias no país, encontrando óbices de natureza formal e burocrática, e, de centralização jurisdicional.","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83027735","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Luis Felipe de Oliveira, P. Gorisch, Sandra Regina Martini
{"title":"A crimigração do imigrante LGBTI+","authors":"Luis Felipe de Oliveira, P. Gorisch, Sandra Regina Martini","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p23-41","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p23-41","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo compreender os impactos da crimigração (criminalização das migrações) aos imigrantes LGBTI+[1]. A justificativa decorre por não haver uma proteção específica dos direitos humanos aos imigrantes LGBTI+, pela ausência de pesquisas que tratam o tema em análise e por ser necessário averiguar como a criminalização das migrações pode impactar aos imigrantes LGBTI+. A problemática apresenta-se com o seguinte questionamento: quais os impactos da crimigração aos imigrantes LGBTI+? Conclui-se que a criminalização das migrações pode se apresentar no plano jurídico como a convergência de leis de imigrações para com leis penais, e no plano social com as estigmatizações sociais, cujas trazem inúmeros impactos aos imigrantes LGBTI+ que podem ser mencionados a violação de direitos humanos tais como não-discriminação, igualdade, reconhecimento, livre-circulação e dignidade da pessoa humana. Outrossim, pode trazer como reação o aumento da estigmatização social, os discursos securitizatórios, mortes e, portanto, tornar essa população mais vulnerável diante das múltiplas vulnerabilidades que já possuem. Por fim, destaca-se que a metodologia utilizada é pelo método dedutivo, a pesquisa quantos aos meios é documental e bibliográfica e quanto aos fins exploratória e descritiva. [1] Lésbica, gay, bissexual, travesti, intersexo e demais expressões sexuais e de identidade de gênero;","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"41 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90766200","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Mylene Priscilla De Oliveira de Souza, Antonio Conceição Paranhos Filho, L. Quoniam
{"title":"A concepção ética dos direitos dos animais e a experimentação cientifica: a atuação da CEUA/UFMS","authors":"Mylene Priscilla De Oliveira de Souza, Antonio Conceição Paranhos Filho, L. Quoniam","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p157-173","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p157-173","url":null,"abstract":"O presente estudo objetiva analisar a experimentação animal à luz dos direitos dos animais e sua concepção ética a partir da análise da legislação pátria que permeia o assunto; e evidenciar a atuação dos órgãos responsáveis pela fiscalização e garantia desses direitos, especialmente, o trabalho ético desenvolvido pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e sua relevância na promoção do bem estar animal e seu uso responsável. Para tanto, utilizou-se o método de pesquisa descritivo e exploratório, bibliográfico e documental, bem como o levantamento de dados fornecidos pelo órgão em questão. Em conclusão, observou-se que abandonar o paradigma estritamente centrado no homem e tratar os animais como sujeitos de direitos é vital para o equilíbrio ambiental e a sobrevivência humana na Terra. A sociedade evoluiu no sentido de garantir a proteção, o bem-estar animal e seu uso ético. Porém, ainda há muito a ser feito para alcançar o equilíbrio entre direitos humanos e animais. Logo, a ampliação de órgãos na área de ética animal pelos entes públicos tem o condão de dar voz àqueles que não podem externar suas dores ou reivindicar os próprios direitos e, portanto, tornar mais efetiva a razão de existir dos órgãos fiscalizadores do uso animal científico. Estimular métodos alternativos em detrimento ao uso animal também atua positivamente no fortalecimento do direito dos animais. Ademais, pesquisas científicas voltadas à promoção desse trabalho, têm potencial para popularizar o debate em torno do novo paradigma pós-humanista que vivenciamos.","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76986849","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Jurisdição penal e proporcionalidade: linhas sobre a proteção de direitos fundamentais na execução penal","authors":"Ramiro Gomes von Saltiel","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p101-129","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p101-129","url":null,"abstract":"Este trabalho tem como objeto a relação entre a jurisdição penal no âmbito da execução penal e a norma de proporcionalidade. Inicialmente, foca-se na execução penal, quando o condenado cumpre sanção imposta pela Justiça, devendo o Juiz de execução proteger os seus direitos fundamentais não atingidos pela pena. Depois, trata-se da norma de proporcionalidade desde a perspectiva dos direitos fundamentais, em sua dimensão de proibição de excesso, demonstrando o seu potencial para proteger os direitos fundamentais dos apenados. São abordadas, de forma crítica, duas situações práticas para exemplificar o cruzamento dos dois temas: a súmula 491 do STJ e a proibição de insuficiência. A metodologia utilizada foi a hipotético-dedutiva, partindo-se da premissa maior para a menor. Como hipótese central, a ser confirmada na conclusão, a norma de proporcionalidade é apta a proteger os direitos fundamentais do condenado, desde que exclusivamente como proibição de excesso.","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"32 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85259941","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A falta de gestão e controle da administração pública no combate à acumulação irregular de cargos públicos","authors":"Maicon Guilland Veiga","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p175-189","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p175-189","url":null,"abstract":"O presente trabalho tem por escopo analisar e compreender a questão da acumulação irregular de cargos, empregos e funções públicas no âmbito da Administração Pública, que tem ganhado cada vez mais destaque no grave contexto de crise e combate a corrupção. Perpassa-se rapidamente pela compreensão da norma cogente analisada à luz dos princípios que regem a Administração Pública e guardam correlação com o estudo. Posteriormente, aborda-se a abrangência da vedação de acumular ilustrando o caos instaurado nas administrações em decorrência do descumprimento da norma. Através do estudo de casos concretos, jurisprudências, seus contornos, efeitos e papel dos órgãos de fiscalização, torna-se possível compreender a relevância do controle a ser assumido pelas administrações no combate à acumulação irregular de cargos públicos. Por fim, sugere-se o desafio de pensar nas medidas combativas que evitem que a regra constitucional se torne letra morta de lei, assegurando resultados efetivamente satisfatórios na ocupação regular dos cargos públicos e na execução eficiente do serviço público e atendimento satisfatório do povo, já tão afligidos pela crise econômica instaurada no país.","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"51 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90291577","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A política ambiental em região fronteiriça ao Brasil: descrição do tratamento da escassez de água em regimes ambientais no Brasil e outros países segundo a visão de Chasek, Downie e Brown","authors":"Noemi Lemos França, F. Rei","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p145-156","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p145-156","url":null,"abstract":"Este estudo busca definir uma noção de política ambiental global, descrever aspectos de alguns regimes ambientais sobre escassez de água no Brasil e países fronteiriços e explorar, enquanto ensaio, um perfil de política ambiental em região fronteiriça ao Brasil. Como problema de pesquisa científica tem-se: em situações de escassez de água, como o Brasil e países fronteiriços gerenciam questões comuns? Como hipótese, tem-se que a partir de dados regimes ambientais específicos, ou sua insuficiência, é possível explorar um ensaio do perfil de política ambiental em região fronteiriça ao Brasil. A pesquisa tem como objetivos a contribuição na solução de conflitos socioambientais e destacar a importância da governança de temas relevantes.","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90005405","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"a (im)possibilidade da formação de coisa julgada material na tutela de urgência antecipada concedida em caráter antecedente, após o decurso do prazo bienal do artigo 304, §5° do cpc.","authors":"Iuri Bolesina, Natália Zanchett","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p61-81","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p61-81","url":null,"abstract":"O artigo analisa o seguinte problema: com o decurso do prazo bienal do artigo 304, §5° do CPC, sem ação revocatória, a tutela antecipada antecedente estabilizada forma coisa julgada material? A metodologia aplicada é hipotética dedutiva, o método de procedimento monográfico e a técnica de pesquisa a documentação indireta. Concluiu-se não haver formação de coisa julgada material na tutela antecipada antecedente, por: (i) inexistir decisão advinda de cognição exauriente, (ii) serem próprios os objetivos da estabilização, (iii) a opção legislativa e (Iv) por ser a estabilização impeditiva à propositura de ação que não a revocatória durante o período bienal.","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"70 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83218786","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Fábio Anderson Ribeiro Sampaio, Valmir Messias de Moura Fé, Antônio Conceição Paranhos Filho
{"title":"O princípio da complementariedade como forma de responsabilidade subsidiária do Tribunal Penal Internacional","authors":"Fábio Anderson Ribeiro Sampaio, Valmir Messias de Moura Fé, Antônio Conceição Paranhos Filho","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p131-143","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p131-143","url":null,"abstract":"O presente trabalho procurou analisar como o princípio da complementariedade previsto no Estatuto de Roma representa demonstração da responsabilidade subsidiária do Tribunal Penal Internacional (TPI), como forma de evitar a propositura de pedidos de apuração perante aquela corte sem obediência a requisitos prévios de admissibilidade. Alguns dos passos galgados para chegar lá foram apresentar os aspectos históricos do TPI, apresentar o princípio da complementariedade e analisar aspectos da inexistência de condições ou falta de interesse na persecução penal por parte do Estado competente para sua apuração. Para tanto, utilizou-se como método para coleta de dados a pesquisa bibliográfica, através do estudo levantado no referencial teórico sobre o TPI e o princípio da complementariedade. A partir da análise dos dados bibliográficos em cotejo com o texto do Estatuto de Roma relativo ao TPI, foi possível se extrair a fundamental importância em dar aplicação principiológica ao rito de apuração e julgamento de crimes de sua competência subsidiária. Postas tais considerações, por meio de todo o estudo exposto, realizado diante das considerações doutrinárias apresentadas, foi possível confirmar que a previsão do princípio da complementariedade no Estatuto de Roma é forma de evidenciar a responsabilidade subsidiária do TPI, bem como sua inobservância impede a atuação da referida corte.","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"6 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83391175","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Editorial 2022.1","authors":"Vivian Gregori Torres","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v21n40p1-3","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v21n40p1-3","url":null,"abstract":"O Curso de Mestrado em Direito da Universidade Metodista de Piracicaba apresenta mais uma edição de Cadernos de Direito tendo por tema “Os Direitos Fundamentais Coletivos e Difusos”.Sob a perspectiva dos direitos fundamentais, todo ser desfruta de direitos, e, enquanto coletivos, referem-se às conquistas sociais, que podem ser individualizadas a um certo grupo ou pertencer a todos de forma indeterminada, passando a ter caráter difuso.Nesse prisma a paz e o respeito à democracia são elementos que atualmente encontram-se ameaçados, sob a sombra da guerra no território ucraniano e a polarização política que se acentua e espraia no mundo.A história registrou que tempos perigosos favorecem a discórdia, a ambição e a negação de direitos, com a subjugação de muitos, o que inevitavelmente conduz ao retrocesso, não só da forma como a sociedade se organiza, mas em especial, da humanidade e do que é fundamental a ela.Apesar da evolução da ciência, da racionalidade e das leis, em pleno século XXI, após uma pandemia que matou milhões ao redor do mundo, o que se assiste é o retorno à fome, à violência bélica e o desrespeito ao outro, em um retorno ao século passado.Não se pode aquiescer com tal circunstância, se há que haver luta, esta deve ser pelo progresso da humanidade, sempre em direção dos direitos fundamentais.Nesse sentido, a produção de conhecimento do Programa de Mestrado em Direito da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), tem sido guiada pela sua área de concentração de pesquisa que é o estudo e a produção no campo dos Direitos Fundamentais Coletivos e Difusos.Os textos aqui apresentados utilizam essa linha de trabalhar com fatos e como o Direito é a eles aplicado, sempre com o pano de fundo da proteção dos Direitos Fundamentais Coletivos e Difusos.Sob esse viés, os artigos científicos publicados abarcam os temas:Como combater a discriminação em razão da orientação sexual ou identidade de gênero? Uma proposta de preservação da dignidade humana e da liberdade sexual, de Roberta Eggert Poll e Aline Pires de Souza Machado de Castilhos. As autoras analisaram recentes movimentações jurisprudenciais que reconheceram o descumprimento pelo Congresso Nacional ao mandamento constitucional que determina o dever de proteção a comunidade LGBTQ+, objetivando a verificação da vulnerabilidade dos integrantes da comunidade LGBTQ+ frente ao tradicional sistema jurídico brasileiro, bem como investigaram a ausência de efetiva reação estatal às injustas agressões praticadas contra grupos sociais vulneráveis, concluindo pela compatibilidade jurídico-penal da decisão do STF que reconheceu que condutas homofóbicas e transfóbicas se enquadram na tipificação da Lei do Racismo.A crimigração do imigrante LGBTI+, de Luis Felipe de Oliveira, Patricia Cristina Vasques de Souza Gorisch e Sandra Regina Martini. Os autores investigaram a criminalização das migrações dos imigrantes LGBTI+, em razão de não haver uma proteção específica dos direitos humanos desse grupo, bem co","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"342 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76301643","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A cultura de culpabilização da vítima no crime de estupro – “As Medusas Contemporaneas”","authors":"Fabrício Lucas de Almeida, R. Fidalgo","doi":"10.15600/2238-1228/cd.v20n39p125-140","DOIUrl":"https://doi.org/10.15600/2238-1228/cd.v20n39p125-140","url":null,"abstract":"As mulheres, vitimadas dos crimes de estupro possuem a tendência de serem culpabilizadas por parte da sociedade devido o seu comportamento, pois, suas palavras passam por um juízo de valoração nesses crimes acabam, muitas vezes, sendo questionadas pelos operadores do Direito. Os números de vítimas mulheres, nos crimes de estupro são enormes segundo os dados da Organização das Nações Unidas, constatando-se uma preocupação mundial. O estupro não faz especificação da vítima e nem do agressor, e poderá esse, ser qualquer indivíduo, sem que tenha importância a idade, raça, nível cultural, classe social, dentre outros. Desta forma, o presente estudo apresenta as formas de depreciação das mulheres na forma mais lendária conhecida como: O Estupro da sacerdotisa de Atena, chamada Medusa, e tem como objetivo identificar os principais pontos controversos da cultura de culpabilização das mulheres, vítimas de estupro. Conclui-se que, no que tange aos crimes de estupro, existe um julgamento da sociedade, operadores do direito e as partes envolvidas, na contestação da palavra da vítima, no julgamento de comportamentos com previsão fora do espectro jurídico. A analogia da história da Medusa ao crime, revela uma verdade em que há mais a ser desvendado sobre seu mito. Alguns pontos não tão populares, mas que a transformam em uma das mulheres mais fortes da Mitologia Grega. Pontos que fazem relação com muito do que ainda é ser mulher, mesmo na contemporaneidade. O conto parece muito familiar: uma jovem é obrigada a fazer algo que não quer. Uma autoridade descobre. A vítima é punida, enquanto o outro/ agressor sai ileso, sem consequências. Esses fatos não podem se relacionar, sendo que, o comportamento da vítima precisa ter verificação dentro do contexto criminal. Além do mais, há uma falta de amparo da sociedade, não dando o devido apoio às vítimas do crime de estupro, o que incentiva, diversas vezes e não realizar a “denúncia” do fato para as autoridades competentes. Por fim, não é possível que haja ainda, a aceitação de uma sociedade contemporânea, na qual as mulheres sejam visualizadas de maneira tão misógina e discriminatória. Dessa forma, ao usar a Mitologia Grega até hoje em tantos momentos do nosso dia a dia, só faz sentido se for para visualizar Medusa cada vez mais pelo que ela realmente é: um símbolo da força feminina, mas que foi duplamente vitimizada: Primeiro em razão de seu estupro e segundo pela maldição a qual foi condenada por ser entendida como a culpada pelo ato.","PeriodicalId":53362,"journal":{"name":"Cadernos do Programa de PosGraduacao em Direito - PPGDirUFRGS","volume":"43 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76655254","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}