Julia Sampaio de Souza Morais, Mauro Romero Leal Passos, José Eleutério Júnior
{"title":"Sífilis congênita, uma enfermidade associada a um pré-natal ineficiente?","authors":"Julia Sampaio de Souza Morais, Mauro Romero Leal Passos, José Eleutério Júnior","doi":"10.5327/jbg-0368-1416-202200079","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-0368-1416-202200079","url":null,"abstract":"Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis atualmente são um grande problema de saúde pública. A sífilis congênita talvez seja uma das principais preocupações. A qualidade do pré-natal de forma a incluir o diagnóstico e o tratamento correto da sífilis — tratando-se da gestante, do parceiro e da criança — são citados em diversos estudos como determinantes para as estatísticas atuais relacionadas à doença. Objetivo: Identificar se publicações em periódicos científicos avaliados por pares, brasileiros ou estrangeiros, sobre sífilis congênita com dados brasileiros citam que o pré-natal — ausente ou de má qualidade — é um dos principais problemas para a ocorrência/notificação de caso de sífilis congênita. Métodos: Revisão sistemática de artigos publicados nos últimos 30 anos (1991-2021), usando as bases de dados LILACS, SciELO e PUBMED que abordassem o assunto sífilis congênita. Incluiu-se estudos originais com dados de sífilis congênita e pré-natal na população brasileira. Foram excluídas publicações do tipo editorial, carta ao editor, carta do editor ou comentários sobre o tema. Resultados: A busca localizou 5.460 artigos dos quais 111 se encaixavam nos critérios de inclusão. Muitos dos estudos explicitaram diversas causas para o aumento da incidência da sífilis congênita ao longo dos anos. Dentre os fatores contribuintes para as altas taxas da doença no Brasil, foram citados o contexto social no qual a gestante está incluída, intercorrências no diagnóstico, tratamento e atenção de gestantes, deficiência nas políticas públicas implementadas pelo governo, deficiências no sistema de notificação, e ineficiência do pré-natal. Calculando individualmente quantas vezes cada categoria foi citada em todos os estudos envolvidos, o contexto social foi englobado em 7 estudos (6,30%); intercorrências no diagnóstico, tratamento e atenção de gestantes, em 52 estudos (48,6%); a deficiência nas políticas públicas, em 20 estudos (18,01%); a deficiência no sistema de notificação, em 14 estudos (12,61%); sem causa especificada, 6 estudos (5,40%); e ineficiência no pré-natal, em 24 estudos (21,62%). Conclusão: Dentre as condições citadas nos artigos associadas a sífilis congênita, intercorrências no diagnóstico, tratamento e atenção a gestantes e ineficiência do pré-natal, foram as mais observadas. Portanto, é necessária urgente mudança da assistência a gestante para mudar o dramático quadro da sífilis congênita no Brasil.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45473746","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Luiza Sampaio Mattos, Paulo Antonio Pinto Peixoto Filho, Eduarda Assis Freitas, Maria Luísa Borges Soares
{"title":"Análise de dados das laqueaduras realizadas entre 2019 e 2022 e a autonomia do planejamento familiar no Brasil","authors":"Luiza Sampaio Mattos, Paulo Antonio Pinto Peixoto Filho, Eduarda Assis Freitas, Maria Luísa Borges Soares","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1008","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1008","url":null,"abstract":"Introdução: A laqueadura tubária é um procedimento cirúrgico que visa a contracepção definitiva em pessoas com capacidade reprodutiva. Consiste na interrupção e ligadura das tubas uterinas, impedindo a fertilização. A Lei nº 14.443/2022 trouxe três alterações importantes: redução da idade mínima para o procedimento de 25 para 21 anos, eliminação da necessidade de con-sentimento do parceiro e autorização para realizar a laqueadura no período do parto, desde que o desejo seja manifestado com, pelo menos, 60 dias de antecedência e respeitando as condições médicas da gestante. Essa lei repre-senta um avanço significativo no planejamento familiar. Objetivos: O objetivo deste estudo foi analisar os dados de nascidos vivos, laqueaduras realizadas e idade das mães no parto nos anos de 2019 a 2022, correlacionando-os com a autonomia no planejamento familiar proporcionada pela nova lei da laquea-dura. Métodos: Realizou-se estudo ecológico utilizando-se dados dos anos de 2019 a 2022 obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVISQ). As variáveis ana-lisadas foram: número de nascidos vivos, idade das mães no parto e número de laqueaduras realizadas. Não foi necessária a aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que os dados utilizados são de acesso público. O programa Microsoft Excel foi utilizado para tabulação e análise dos dados. Resultados: Registrou-se um total de 10.722.856 nascidos vivos, distribuídos da seguinte forma: 2.849.146 (26,57%), em 2019; 2.730.145 (25,46%), em 2020; 2.672.046 (24,92%), em 2021; e 2.471.519 (23,05%), em 2022. Em relação à idade das mães no parto, a faixa etária mais comum em todos os anos foi de 20 a 24 anos, com as seguintes proporções: 697.478 (24,33%), em 2019; 670.389 (24,36%), em 2020; 657.791 (24,46%), em 2021; e 596.681 (24,14%), em 2022. Quanto ao número de laqueaduras realizadas, registraram-se, respectivamente: 42.524 (30,03%), em 2019; 22.436 (15,84%), em 2020; 23.847 (16,84%), em 2021; e 52.811 (37,29%), em 2022. Conclusão: Este estudo observou tendên-cia de diminuição no número de nascidos vivos ao longo dos anos, possivel-mente relacionada ao aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e ao maior acesso ao planejamento familiar. As mulheres na faixa etária de 20 a 24 anos foram responsáveis pela maior proporção de nascidos vivos. Quanto ao número de laqueaduras realizadas, houve aumento signi-ficativo em 2022, mesmo em comparação com o ano de 2019, que registrou o segundo maior número total. Esse aumento pode ser atribuído ao maior empoderamento das mulheres em relação aos seus direitos reprodutivos e pode indicar um crescimento adicional em 2023, com a aprovação da nova lei da laqueadura, que garante direitos às mulheres nessa faixa etária com maior índice de nascidos vivos.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135550592","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Amanda Aded Moreira Mattos, Giovanna Rafful Kowalczuk, Luiza Araujo Barros, Anna Carolina Guedes de Queiroz Pereira, Elisa Costa de Carvalho, Claudia Muniz Stroligo, Claudia Rachevsky, Emanuelle dos Santos Jorge
{"title":"Leiomiomatose peritoneal disseminada em hospital federal do Rio de Janeiro: relato de caso","authors":"Amanda Aded Moreira Mattos, Giovanna Rafful Kowalczuk, Luiza Araujo Barros, Anna Carolina Guedes de Queiroz Pereira, Elisa Costa de Carvalho, Claudia Muniz Stroligo, Claudia Rachevsky, Emanuelle dos Santos Jorge","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1029","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1029","url":null,"abstract":"Introdução: A leiomiomatose peritoneal disseminada (LPD) é uma doença ginecológica rara caracterizada pela presença de nódulos de musculatura lisa disseminados na cavidade peritoneal e epiplon. Sua etiologia ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que esteja relacionada aos receptores hormonais de estrogênio e progesterona nas células musculares lisas. A doença afeta principalmente mulheres em idade fértil e pode estar associada ao uso prolongado de anticoncepcionais hormonais e à gestação. A maioria dos casos é assintomática e frequentemente é descoberta de forma incidental durante procedimentos cirúrgicos. O diagnóstico definitivo é feito por meio de análise histopatológica. Relato de caso: Neste relato, descreve-se o caso de uma paciente de 32 anos, sem comorbidades ou uso crônico de medicações, que procurou atendimento médico devido a sangramento uterino anormal refratário ao tratamento medicamentoso causado por miomatose uterina. Durante o exame ginecológico, foi observado um útero móvel com aproximadamente 18 cm de tamanho e sem dor à mobilização. A ultrassonografia transvaginal revelou útero polimiomatoso com nódulo subseroso de cerca de 10 cm. Foi proposta à paciente a realização de miomectomia laparotômica para preservação da fertilidade. Durante o procedimento cirúrgico, foram identificados múltiplos nódulos endurecidos disseminados no útero, omento e peritônio parietal, variando de 1 a 5 cm de tamanho. Além disso, observou-se mioma pediculado na região fúndica. A paciente se recuperou bem após o procedimento e recebeu alta hospitalar 48 horas depois. O exame histopatológico confirmou o diagnóstico de LPD, revelando neoplasia fusocelular sem atipias, compatível com leiomioma, sem áreas de necrose ou índice mitótico elevado. Comentários: A LPD é uma condição rara, com poucos casos descritos na literatura, totalizando cerca de 200 casos. Geralmente, é uma condição assintomática ou oligossintomática. Embora seja uma doença benigna, existe risco de malignização em aproximadamente 5% dos casos, destacando a importância do acompanhamento e aconselhamento adequado para as pacientes com essa condição. O diagnóstico por imagem é desafiador, pois a LPD pode ser semelhante a condições malignas, como a carcinomatose peritoneal. Até o momento, não existem diretrizes específicas para o tratamento e acompanhamento dessas pacientes. No entanto, considerando-se a associação da doença com estímulos hormonais, métodos contraceptivos não hormonais devem ser oferecidos para evitar a progressão das lesões.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"104 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135595960","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Nathalia Cristina Cruz Silva, Ravine Sales Nunes, Ricardo José de Souza
{"title":"Prevalência de incontinência urinária e seus subtipos em pacientes com prolapso genital","authors":"Nathalia Cristina Cruz Silva, Ravine Sales Nunes, Ricardo José de Souza","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1035","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1035","url":null,"abstract":"Introdução: O prolapso genital é uma condição em que os órgãos pélvicos descendem pelo canal vaginal e afeta até metade das mulheres multíparas, causando sintomas diversos, incluindo sintomas urinários, intestinais, sexuais e pélvicos. A incontinência urinária (IU), caracterizada pela perda involuntária de urina, afeta cerca de 55% das mulheres em geral e pode ser classificada em diferentes subtipos, sendo os mais comuns: incontinência de esforço, incontinência de urgência, incontinência mista, incontinência por transbordamento e incontinência funcional. Os fatores de risco para prolapso genital e incontinência urinária são semelhantes, o que leva a uma associação frequente entre essas condições. Identificar a presença e o subtipo da incontinência urinária é importante para o tratamento adequado dessas mulheres. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de incontinência urinária em pacientes com prolapso genital e correlacionar o subtipo de incontinência com o sítio de acometimento do prolapso. Metodologia: Foi conduzido um estudo transversal com mulheres diagnosticadas com prolapso genital em qualquer compartimento vaginal, atendidas no Ambulatório de Uroginecologia de um hospital terciário, no período de janeiro de 2021 a janeiro de 2023. O diagnóstico de prolapso foi realizado por meio do exame físico e considerou-se o estágio II ou superior, conforme a quantificação do prolapso de órgãos pélvicos. O questionário International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form foi utilizado para identificar a presença de incontinência urinária e seus subtipos. A incontinência urinária foi considerada presente quando a paciente relatava qualquer perda de urina, e os subtipos (esforço, urgência e mista) foram determinados com base nas respostas à pergunta específica: \"quando você perde urina?\". A análise estatística foi apresentada em frequências, porcentagens, medianas e intervalos interquartis. Resultados: No total, 175 mulheres responderam ao questionário, das quais 46 (26%) estavam continentes, 24 (14%) apresentavam incontinência de esforço, 48 (27,5%) incontinência mista e 57 (32,5%) incontinência de urgência. Aproximadamente 79% das mulheres apresentavam prolapso anterior, 57% tinham prolapso apical e 50% prolapso posterior, sendo que muitas mulheres apresentavam comprometimento em mais de um sítio. Ao classificar os prolapsos por sítios (anterior, apical e posterior), a proporção entre os tipos de incontinência urinária foi semelhante à proporção global, com predomínio da incontinência de urgência seguida pela incontinência mista. Conclusão: Observou-se que a incontinência de urgência foi o subtipo mais prevalente entre as pacientes com prolapso genital, seguida pela incontinência mista. Esse padrão foi observado independentemente do sítio do prolapso. No entanto, é importante ressaltar que esses resultados são conflitantes com a literatura, que sugere que o subtipo mais comum associado ao prolapso seja a incontinên","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"66 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135596720","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Amanda Saldanha de Cerqueira, Paula Lutterbach Machado, Natalia Vigna Massambane, Giselle Leite Bastos Pereira
{"title":"Rastreio de câncer de colo de útero: divergências em relação à faixa etária e a importância do rastreamento na idade adequada","authors":"Amanda Saldanha de Cerqueira, Paula Lutterbach Machado, Natalia Vigna Massambane, Giselle Leite Bastos Pereira","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1039","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1039","url":null,"abstract":"Introdução: O rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é realizado por meio do exame citopatológico, sendo recomendado para mulheres/qualquer pessoa com colo do útero entre 25 e 64 anos de idade e que sejam sexualmente ativas. Após dois resultados normais, o rastreamento pode ser interrompido aos 64 anos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência desse câncer aumenta nas mulheres entre 30 e 39 anos, atingindo o pico nas faixas etárias entre a quinta e sexta décadas de vida. Antes dos 25 anos, prevalecem as infecções por papilomavírus humano (HPV) e as lesões de baixo grau, que costumam regredir espontaneamente na maioria dos casos, podendo ser acompanhadas clinicamente sem a necessidade de tratamento. Objetivo: Avaliar as faixas etárias submetidas ao exame de colpocitologia, identificando a quantidade de rastreios desnecessários realizados em idades não preconizadas pela OMS. Método: Trata-se de estudo quantitativo que utilizou dados secundários relacionados ao rastreamento de câncer de colo de útero no estado do Rio de Janeiro, no período de 2018 a 2023. Os dados foram obtidos a partir das Informações de Saúde do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (TABNET/DATASUS) e do Sistema de Informações do Câncer (SISCAN). As variáveis analisadas foram faixa etária e motivo do exame. Resultados: Durante o período de 2018 a 2023, registraram-se 26.174 colposcopias no estado do Rio de Janeiro. Ao cruzar as variáveis faixa etária e motivo do exame, verificou-se que a maior incidência desse câncer ocorreu na faixa etária de 30 a 39 anos, representando 20,82% dos casos. Para a faixa etária abaixo de 25 anos, a incidência foi de 15,02%, correspondendo a 95,79% do rastreamento total. Na faixa etária de 45 a 64 anos, o rastreio correspondeu a 92,98%, e o pico de incidência foi observado na faixa etária de 45 a 64 anos, representando 35,13% dos casos. Conclusão: Observou-se alta incidência de rastreamento do câncer do colo do útero em idades inferiores a 25 anos. Considerando-se o baixo grau das lesões nesse grupo e a regressão espontânea na maioria dos casos, isso configura caso de sobrediagnóstico, levando ao tratamento de lesões clinicamente tratáveis. É importante destacar que há correlação entre o aumento da morbidade obstétrica e neonatal, como parto prematuro, em pacientes tratadas com menos de 25 anos. Além disso, o rastreamento desnecessário expõe excessivamente as pacientes e sobrecarrega o sistema público de saúde. Ao comparar a porcentagem de rastreamento entre faixas etárias mais propensas a lesões precursoras de câncer e o grupo não preconizado pela OMS, observa-se pouca diferença. Portanto, é justificado reduzir o seguimento dessa patologia em idades menos afetadas. Destaca-se a importância de solicitar a colpocitologia no período adequado a cada três anos, após dois exames normais anuais consecutivos, com um intervalo de 1 ano, visando ao diagnóstico precoce e proporcionando uma melhor qualidade de v","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"9 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135596969","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Wallace Mendes da Silva, Jorge Fonte de Rezende Filho, Maria Isabel Gouvêa, Maria de Lourdes Benamor Teixeira, Carolina Carvalho Mocarzel, Patrícia Amorim da Silva, Camile Braga, Miriam C. W. Sant’Anna
{"title":"Desfechos obstétricos e neonatais em uma coorte de gestantes vivendo com HIV em uso de terapia antirretroviral combinada preconcepção","authors":"Wallace Mendes da Silva, Jorge Fonte de Rezende Filho, Maria Isabel Gouvêa, Maria de Lourdes Benamor Teixeira, Carolina Carvalho Mocarzel, Patrícia Amorim da Silva, Camile Braga, Miriam C. W. Sant’Anna","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1065","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1065","url":null,"abstract":"Introdução: Apesar de todos os avanços, a epidemia de HIV/aids continua sendo um grande problema de saúde pública em todo o mundo. A terapia antirretroviral combinada (cTARV) e a subsequente supressão da carga viral durante a gestação são medidas cruciais para a prevenção da transmissão vertical do HIV. Tanto a infecção pelo HIV quanto a cTARV podem estar associadas a desfechos obstétricos e neonatais desfavoráveis. Objetivos: Avaliar os desfechos obstétricos e neonatais em uma coorte de gestantes vivendo com HIV (GVHIV) que iniciaram a cTARV antes da concepção. Métodos: Este é um estudo observacional retrospectivo que analisou dados sociodemográficos, clínicos e obstétricos de uma coorte de GVHIV acompanhadas em um Centro de Referência para Prevenção da Transmissão Materno-Fetal do HIV. A associação entre as variáveis investigadas foi determinada por meio de modelos de regressão logística. O intervalo de confiança de 95% (IC95%) e o nível de significância estatística de 0,05 foram considerados para o estudo. Resultados: De 2015 a 2018, dentre as 1043 GVHIV da coorte, 367 pacientes preencheram os critérios de inclusão. A mediana de idade foi de 30 anos. A frequência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) associada à gestação foi de 7,4% (sendo 6% de pré-eclâmpsia [PE]) e a de diabetes mellitus (DM) foi de 2,7%. A proporção de cesarianas foi de 61,6%, sendo que 31,3% delas foram realizadas para prevenção da transmissão materno-infantil do HIV. A frequência de complicações no puerpério foi de 2,9%, com o registro de 2 óbitos maternos. Não houve nenhum caso de natimortalidade na população do estudo. A frequência de prematuridade, baixo peso ao nascer e pequeno para a idade gestacional foi de 10,1, 13,4 e 14,2%, respectivamente. A frequência de malformações congênitas na coorte foi de 5,5%. Não houve relato de transmissão materno-fetal do HIV no estudo. O diagnóstico de DM foi associado a uma maior chance de ocorrência de HAS na gestação (OR 6,72; IC95% 1,72–26,32), enquanto a carga viral detectável no início da coorte foi associada a uma menor chance de hipertensão (OR 0,37; IC95% 0,15–0,95). O diagnóstico de HAS foi associado a uma maior chance de ocorrência do desfecho neonatal composto (prematuridade, baixo peso ao nascer ou pequeno para a idade gestacional) (OR 3,55; IC 95% 1,67–7,51) no modelo de regressão logística binomial multivariável. Conclusão: Uma grande proporção da população de gestantes do estudo (80,9%) alcançou a supressão viral no final da gestação, e não houve relato de transmissão materno-infantil do HIV. Houve associação estatisticamente significativa entre o diagnóstico de hipertensão arterial e diabetes mellitus, bem como entre o desfecho neonatal composto e a ocorrência de hipertensão arterial na gestação.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"96 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135600140","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Ana Clara Miranda Geraldo, Renata Morato Santos, Mario Vicente Giordano, Gustavo Mourão Rodrigues, Andréia Luiz Montenegro da Costa
{"title":"Arterite de Takayasu em gestante: relato de caso","authors":"Ana Clara Miranda Geraldo, Renata Morato Santos, Mario Vicente Giordano, Gustavo Mourão Rodrigues, Andréia Luiz Montenegro da Costa","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1058","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1058","url":null,"abstract":"Introdução: A arterite de Takayasu (TAK) é uma doença vascular inflamatória crônica de origem desconhecida que frequentemente afeta o arco aórtico e seus principais ramos, além de poder afetar outras partes da aorta, artérias pulmonares e artérias renais. Relato de caso: Uma paciente gestante, 27 anos, G5 P4 A0, foi atendida na 19ª semana de gravidez com queixa de cefaleia temporal esquerda intensa, fotofobia, dor lombar e claudicação intermitente que duravam dois anos. A paciente tinha histórico de hipertensão gestacional anterior não tratada. O exame clínico revelou pressão arterial (PA) diferente nos membros: MSD 120 × 80 mmHg, MSE 130 × 90 mmHg, MMII 140 × 100 mmHg. O ritmo cardíaco estava regular, em dois tempos, com bulhas hiperfonéticas e sem sopros. O exame obstétrico mostrou um fundo uterino de 21 cm e tônus normal. A ultrassonografia abdominal revelou irregularidades parietais na artéria aorta e dilatação máxima de 2,2 cm. A angiotomografia computadorizada da artéria aorta e artérias ilíacas mostrou espessamento parietal ao longo da aorta abdominal e porção proximal das artérias ilíacas, com uma lesão estenosante de 4,8 cm no segmento infrarrenal e redução do calibre arterial. A fundoscopia não apresentou anormalidades. Na 29ª semana de gestação, a paciente apresentou sinais de insuficiência venosa nos membros inferiores com dor. O diagnóstico de TAK foi confirmado pela Reumatologia e optou-se por não iniciar terapia imunossupressora. Não foram fornecidos dados sobre o parto, mas a paciente evoluiu satisfatoriamente até o termo. Comentários: A prevalência da TAK em gestantes não está bem estabelecida, o que indica a necessidade de mais estudos. O estreitamento das artérias pode levar à hipertensão gestacional e resultar em crescimento intrauterino restrito (CIUR), óbito fetal ou óbito materno, mas felizmente essas complicações não ocorreram no caso descrito. A paciente apresentou apenas uma medição de PA em membro superior compatível com hipertensão, mas nas consultas subsequentes a PA estava normal, e não foi prescrito AAS para a profilaxia da pré-eclâmpsia (PE) devido à idade gestacional avançada. A atenção primária identificou adequadamente a necessidade de encaminhamento. A disfunção placentária devido à hipertensão durante a gestação é uma das causas de CIUR e é uma complicação da TAK. No tratamento da TAK, é importante considerar as particularidades das gestantes. O Colégio Americano de Reumatologia recomenda o uso de corticoides orais em casos de doença ativa e sintomática. Não há evidências de que a pulsoterapia ofereça melhores resultados obstétricos. O tratamento com corticoides deve ser mantido até a remissão da doença (6 a 12 meses) e, em seguida, deve ser retirado gradualmente. A boa resposta aos corticoides sugere uma origem autoimune da doença. Se a estenose arterial progredir e a isquemia de algum órgão se intensificar, a intervenção cirúrgica deve ser considerada. Em gestantes, recomenda-se monitorar a pressão arterial ","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"92 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135600143","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Luana Gomes Dias Pimentel, Mariana Alves Riomayor Ferreira, Juliana Goulart Haddad, Mariana Fernandes Ibraim, Francyane Peixoto Ramos de Abreu, Alice Carvalho Lopes Tavares, Érica de Almeida Barboza, João Alfredo Seixas
{"title":"Avaliação do perfil das adolescentes grávidas no município de Miguel Pereira (RJ)","authors":"Luana Gomes Dias Pimentel, Mariana Alves Riomayor Ferreira, Juliana Goulart Haddad, Mariana Fernandes Ibraim, Francyane Peixoto Ramos de Abreu, Alice Carvalho Lopes Tavares, Érica de Almeida Barboza, João Alfredo Seixas","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1060","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1060","url":null,"abstract":"Introdução: Embora os índices de gestação na adolescência estejam caindo globalmente nos últimos anos, o Brasil ainda está acima da média mundial. A gravidez na adolescência é um problema multifacetado, com múltiplos fatores envolvidos, como pobreza, falta de acesso a contraceptivos ou uso incorreto deles, e informações inadequadas sobre saúde sexual e reprodutiva. A gravidez na adolescência é um dos desfechos mais desfavoráveis e geralmente não planejados da atividade sexual dos jovens, promovendo um alto índice de evasão escolar, com implicações a longo prazo para elas como indivíduos, suas famílias e suas comunidades. Objetivos: Avaliar o perfil social de adolescentes gestantes no município de Miguel Pereira (RJ), incluindo nível de instrução, estado civil e adequação em relação às consultas do pré-natal, conforme as orientações do Ministério da Saúde. Métodos: Realizou-se análise dos dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Avaliou-se o número de nascidos vivos no município de Miguel Pereira (RJ) entre os anos de 2016 e 2020, separados de acordo com as faixas etárias de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos. A amostra relacionou-se com as seguintes variáveis: nível de instrução, estado civil e adequação em relação às consultas pré-natais previstas pelo Sistema Único de Saúde. Resultados: No período analisado, ocorreu um total de 1.674 partos no município de Miguel Pereira, dos quais 255 (15,2%) foram de meninas entre 15 e 19 anos e 9 (0,53%) foram de meninas entre 10 e 14 anos. Em relação à faixa etária de 10 a 14 anos, todas as gestantes eram solteiras e haviam concluído entre 4 e 7 anos de estudo; 5 (55%) tiveram uma adesão ao pré-natal mais do que adequada, enquanto 2 (22%) tiveram um acompanhamento inadequado e 1 (11%) teve um acompanhamento intermediário. No que diz respeito às jovens de 15 a 19 anos, 234 (91,7%) eram solteiras e 17 (6,66%) eram casadas; 188 (73,7%) haviam concluído entre 8 e 11 anos de estudo, enquanto 7 (2,75%) haviam concluído mais de 12 anos de estudo; 97 (38%) das gestantes tiveram uma adesão ao pré-natal mais do que adequada, enquanto 62 (24,3%) tiveram um acompanhamento inadequado. Conclusão: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a média nacional de nascimentos de mães adolescentes está em torno de 14%. Nossos números são mais elevados, o que demonstra a importância do planejamento de ações para diminuir essas estatísticas. Com os dados coletados, foi possível identificar taxas mais altas de gestação em adolescentes entre 15 e 19 anos, que têm baixo nível de instrução, são solteiras e têm boa adesão ao pré-natal em Miguel Pereira (RJ). Somente ao conhecermos nossa realidade, podemos realizar políticas públicas para reverter essa situação, lembrando que todos nós temos um papel a desempenhar para ajudar os jovens a se tornarem adultos mais seguros e saudáveis. Famílias, escolas e organizações comunitárias devem trabalhar em conjunto para abordar amplamente ","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"274 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135600144","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Fernanda Mastrangelo Speich, Ana Elisa Rodrigues Baião, Letícia da Fonseca Gomes, Anna Clara Alvim da Cunha Pereira Rodrigues, Thiago Oliveira Scudiere Campos
{"title":"Relato de caso: válvula de uretra posterior com líquido amniótico preservado — uma forma de apresentação subdiagnosticada no 3º trimestre","authors":"Fernanda Mastrangelo Speich, Ana Elisa Rodrigues Baião, Letícia da Fonseca Gomes, Anna Clara Alvim da Cunha Pereira Rodrigues, Thiago Oliveira Scudiere Campos","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1102","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1102","url":null,"abstract":"Introdução: As malformações do trato urinário fetal representam 20% do total das anomalias estruturais diagnosticáveis durante o pré-natal. Dentre elas, as uropatias obstrutivas são as mais frequentes e a principal causa de falência renal na infância. A obstrução baixa é a mais frequente, ocorrendo em 1 a cada 1.500 nascimentos, e está associada a defeitos cromossômicos em 10% dos casos e defeitos cardíacos e gastrointestinais em 40% dos casos. A causa principal é a válvula de uretra posterior (VUP), que afeta fetos do sexo masculino. Relato de caso: G.S., 42 anos, G5P4A0, descobriu a gestação com 23 semanas e 3 dias. Foi encaminhada ao Serviço de Medicina Fetal do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz, devido à ultrassonografia (USG) obstétrica que demonstrou feto de sexo masculino com dilatação grave do trato urinário e ossos longos curtos. Nesse serviço, com 30 semanas, a USG demonstrou feto com fêmur e úmero abaixo do percentil 5, rins hiperecogênicos com cistos corticais e dilatação ureteral bilateral, com bexiga de volume normal e polidrâmnio leve. A hipótese diagnóstica foi de VUP e displasia renal obstrutiva. Durante o pré-natal na unidade, foi acompanhada pela medicina fetal, pré-natal e teve consulta em cuidados paliativos perinatais e genética. Com 36 semanas e 6 dias, evoluiu com trabalho de parto espontâneo e parto vaginal. Após o nascimento, foi confirmado o diagnóstico de VUP pelos exames complementares. O recém-nascido teve diagnóstico clínico de síndrome de Down, sendo solicitado cariótipo para confirmação. Comentários: A USG obstétrica de fetos com possível diagnóstico de VUP demonstra a imagem clássica da bexiga e uretra distendidas (formato de raquete), com grau variável de hidronefrose e displasia renal. Este caso teve uma apresentação atípica diagnosticada no 3º trimestre, com dilatação a montante do sistema coletor e displasia renal, com bexiga de tamanho normal e normoamnionia, o que pode ser observado quando ainda na primeira metade da gestação a hipertrofia da musculatura vesical consegue vencer a resistência da VUP, permitindo a micção com altas pressões intravesicais. Pode ser observado espessamento das paredes vesicais na USG, o que auxilia no diagnóstico diferencial com as obstruções médias. É importante considerar este diagnóstico nesta forma de apresentação para aconselhamento adequado e referência para um serviço que disponha de recursos para investigação diagnóstica, intervenção cirúrgica e acompanhamento de recém-nascidos com nefropatia. Ao contrário dos casos que evoluem com oligoâmnio grave, quando há preservação do líquido amniótico, a VUP não evolui com hipoplasia pulmonar grave, e a morbidade e mortalidade na infância estão relacionadas à disfunção renal e miccional e à dilatação do sistema coletor. É importante avaliar malformações associadas e pesquisar anomalias cromossômicas. O risco de recorrência é de 1% se associado a síndromes","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"2019 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135649098","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Letícia Rodrigues Figueiredo Silva, Mariana de Moraes Forain Coutinho de Souza, Thalia Leal Dibo, Ana Carolina Donin, Juliana Affonso Mathiles
{"title":"A influência da vitamina D na fertilidade das mulheres em idade reprodutiva","authors":"Letícia Rodrigues Figueiredo Silva, Mariana de Moraes Forain Coutinho de Souza, Thalia Leal Dibo, Ana Carolina Donin, Juliana Affonso Mathiles","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1005","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1005","url":null,"abstract":"Objetivo: Relacionar os níveis de vitamina D em mulheres em idade reprodutiva e a fertilidade delas. Observando o seu impacto na gestação, no recém-nascido e no puerpério. Fontes de dados: Realizou-se estudo de revisão sistematizada da literatura, utilizando-se as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), National Library of Medicine (PubMed) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com os descritores: “vitamina D”, “fertilidade” e “mulheres”, nos últimos 5 anos. Seleção de estu-dos: Encontraram-se 348 artigos nas bases de dados. A amostra final contou com 11 artigos. Os critérios de inclusão para a seleção foram: (a) os estudos deveriam relacionar diretamente a vitamina D com a fertilidade nas mulhe-res; (b) publicados em revistas/jornais; (c) escritos em inglês ou português.Coleta de dados: Após a leitura da amostra final, foi construída uma tabela, na qual cada linha representa um artigo e as colunas foram divididas em Título, Tipo de estudo e Resultado. Os resultados foram separados nas diferentes categorias identificadas por cores: Infertilidade; Complicações relacionadas à deficiência de vitamina D; Benefícios de níveis adequados de vitamina D. A categoria que identificava as complicações da hipovitaminose D foi sub-dividida em 3 categorias: complicações obstétricas, no recém-nascido e no puerpério. Resultados: Em relação à categorização dos estudos, nota-se que apenas 4 artigos (36%) não abordaram a categoria “infertilidade” e 5 artigos (45%) não abordaram a temática “níveis séricos adequados de vitamina D em mulheres em idade fértil”. No que tange às complicações obstétricas, 36% dos estudos abordam a pré-eclâmpsia (PE) e a diabetes mellitus gestacional (DMG) como sendo os principais fatores de risco para a hipovitaminose D. No que se refere ao recém-nascido, 27% destacam prematuridade, recém--nascido pequeno para a idade gestacional, asma e infecções de vias aéreas superiores. Ressalta-se também que 18% dos estudos relataram aborto espon-tâneo como complicação, além da relação com síndrome do ovário policístico. Além disso, um artigo abordou a relação da depressão pós-parto (DPP) com déficit de vitamina D. Dos estudos que discutem acerca da infertilidade, 1 artigo (9%) relata que é resultado de hipoplasia uterina, desenvolvimento folicular prejudicado e anovulação. Outro artigo (9%) reforça a suplementa-ção de vitamina D em mulheres em idade fértil, enquanto um terceiro (9%) demonstra que a deficiência de vitamina D é prejudicial à fertilização. Dessa forma, 45% dos artigos elencam que há receptores de vitamina D no ovário, no endométrio e na placenta como fator protetor para fertilidade em mulhe-res em idade reprodutiva. Conclusão: Estudos têm demonstrado que o déficit de vitamina D pode influenciar na infertilidade e complicações na gestação. Dessa forma, entende-se a necessidade da realização de novas pesquisas com metodologias capazes de trazer evidências científicas a respeito da relação da vita","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"66 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135550593","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}