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Sífilis congênita, uma enfermidade associada a um pré-natal ineficiente? 先天性梅毒,一种与产前护理效率低下有关的疾病?
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-02-01 DOI: 10.5327/jbg-0368-1416-202200079
Julia Sampaio de Souza Morais, Mauro Romero Leal Passos, José Eleutério Júnior
{"title":"Sífilis congênita, uma enfermidade associada a um pré-natal ineficiente?","authors":"Julia Sampaio de Souza Morais, Mauro Romero Leal Passos, José Eleutério Júnior","doi":"10.5327/jbg-0368-1416-202200079","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-0368-1416-202200079","url":null,"abstract":"Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis atualmente são um grande problema de saúde pública. A sífilis congênita talvez seja uma das principais preocupações. A qualidade do pré-natal de forma a incluir o diagnóstico e o tratamento correto da sífilis — tratando-se da gestante, do parceiro e da criança — são citados em diversos estudos como determinantes para as estatísticas atuais relacionadas à doença. Objetivo: Identificar se publicações em periódicos científicos avaliados por pares, brasileiros ou estrangeiros, sobre sífilis congênita com dados brasileiros citam que o pré-natal — ausente ou de má qualidade — é um dos principais problemas para a ocorrência/notificação de caso de sífilis congênita. Métodos: Revisão sistemática de artigos publicados nos últimos 30 anos (1991-2021), usando as bases de dados LILACS, SciELO e PUBMED que abordassem o assunto sífilis congênita. Incluiu-se estudos originais com dados de sífilis congênita e pré-natal na população brasileira. Foram excluídas publicações do tipo editorial, carta ao editor, carta do editor ou comentários sobre o tema. Resultados: A busca localizou 5.460 artigos dos quais 111 se encaixavam nos critérios de inclusão. Muitos dos estudos explicitaram diversas causas para o aumento da incidência da sífilis congênita ao longo dos anos. Dentre os fatores contribuintes para as altas taxas da doença no Brasil, foram citados o contexto social no qual a gestante está incluída, intercorrências no diagnóstico, tratamento e atenção de gestantes, deficiência nas políticas públicas implementadas pelo governo, deficiências no sistema de notificação, e ineficiência do pré-natal. Calculando individualmente quantas vezes cada categoria foi citada em todos os estudos envolvidos, o contexto social foi englobado em 7 estudos (6,30%); intercorrências no diagnóstico, tratamento e atenção de gestantes, em 52 estudos (48,6%); a deficiência nas políticas públicas, em 20 estudos (18,01%); a deficiência no sistema de notificação, em 14 estudos (12,61%); sem causa especificada, 6 estudos (5,40%); e ineficiência no pré-natal, em 24 estudos (21,62%). Conclusão: Dentre as condições citadas nos artigos associadas a sífilis congênita, intercorrências no diagnóstico, tratamento e atenção a gestantes e ineficiência do pré-natal, foram as mais observadas. Portanto, é necessária urgente mudança da assistência a gestante para mudar o dramático quadro da sífilis congênita no Brasil.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45473746","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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Análise de dados das laqueaduras realizadas entre 2019 e 2022 e a autonomia do planejamento familiar no Brasil 分析 2019 年至 2022 年期间实施的输卵管结扎手术数据和巴西的计划生育自主权
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1008
Luiza Sampaio Mattos, Paulo Antonio Pinto Peixoto Filho, Eduarda Assis Freitas, Maria Luísa Borges Soares
{"title":"Análise de dados das laqueaduras realizadas entre 2019 e 2022 e a autonomia do planejamento familiar no Brasil","authors":"Luiza Sampaio Mattos, Paulo Antonio Pinto Peixoto Filho, Eduarda Assis Freitas, Maria Luísa Borges Soares","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1008","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1008","url":null,"abstract":"Introdução: A laqueadura tubária é um procedimento cirúrgico que visa a contracepção definitiva em pessoas com capacidade reprodutiva. Consiste na interrupção e ligadura das tubas uterinas, impedindo a fertilização. A Lei nº 14.443/2022 trouxe três alterações importantes: redução da idade mínima para o procedimento de 25 para 21 anos, eliminação da necessidade de con-sentimento do parceiro e autorização para realizar a laqueadura no período do parto, desde que o desejo seja manifestado com, pelo menos, 60 dias de antecedência e respeitando as condições médicas da gestante. Essa lei repre-senta um avanço significativo no planejamento familiar. Objetivos: O objetivo deste estudo foi analisar os dados de nascidos vivos, laqueaduras realizadas e idade das mães no parto nos anos de 2019 a 2022, correlacionando-os com a autonomia no planejamento familiar proporcionada pela nova lei da laquea-dura. Métodos: Realizou-se estudo ecológico utilizando-se dados dos anos de 2019 a 2022 obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVISQ). As variáveis ana-lisadas foram: número de nascidos vivos, idade das mães no parto e número de laqueaduras realizadas. Não foi necessária a aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que os dados utilizados são de acesso público. O programa Microsoft Excel foi utilizado para tabulação e análise dos dados. Resultados: Registrou-se um total de 10.722.856 nascidos vivos, distribuídos da seguinte forma: 2.849.146 (26,57%), em 2019; 2.730.145 (25,46%), em 2020; 2.672.046 (24,92%), em 2021; e 2.471.519 (23,05%), em 2022. Em relação à idade das mães no parto, a faixa etária mais comum em todos os anos foi de 20 a 24 anos, com as seguintes proporções: 697.478 (24,33%), em 2019; 670.389 (24,36%), em 2020; 657.791 (24,46%), em 2021; e 596.681 (24,14%), em 2022. Quanto ao número de laqueaduras realizadas, registraram-se, respectivamente: 42.524 (30,03%), em 2019; 22.436 (15,84%), em 2020; 23.847 (16,84%), em 2021; e 52.811 (37,29%), em 2022. Conclusão: Este estudo observou tendên-cia de diminuição no número de nascidos vivos ao longo dos anos, possivel-mente relacionada ao aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e ao maior acesso ao planejamento familiar. As mulheres na faixa etária de 20 a 24 anos foram responsáveis pela maior proporção de nascidos vivos. Quanto ao número de laqueaduras realizadas, houve aumento signi-ficativo em 2022, mesmo em comparação com o ano de 2019, que registrou o segundo maior número total. Esse aumento pode ser atribuído ao maior empoderamento das mulheres em relação aos seus direitos reprodutivos e pode indicar um crescimento adicional em 2023, com a aprovação da nova lei da laqueadura, que garante direitos às mulheres nessa faixa etária com maior índice de nascidos vivos.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135550592","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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Leiomiomatose peritoneal disseminada em hospital federal do Rio de Janeiro: relato de caso 里约热内卢联邦医院弥散性腹膜肌瘤病:病例报告
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1029
Amanda Aded Moreira Mattos, Giovanna Rafful Kowalczuk, Luiza Araujo Barros, Anna Carolina Guedes de Queiroz Pereira, Elisa Costa de Carvalho, Claudia Muniz Stroligo, Claudia Rachevsky, Emanuelle dos Santos Jorge
{"title":"Leiomiomatose peritoneal disseminada em hospital federal do Rio de Janeiro: relato de caso","authors":"Amanda Aded Moreira Mattos, Giovanna Rafful Kowalczuk, Luiza Araujo Barros, Anna Carolina Guedes de Queiroz Pereira, Elisa Costa de Carvalho, Claudia Muniz Stroligo, Claudia Rachevsky, Emanuelle dos Santos Jorge","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1029","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1029","url":null,"abstract":"Introdução: A leiomiomatose peritoneal disseminada (LPD) é uma doença ginecológica rara caracterizada pela presença de nódulos de musculatura lisa disseminados na cavidade peritoneal e epiplon. Sua etiologia ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que esteja relacionada aos receptores hormonais de estrogênio e progesterona nas células musculares lisas. A doença afeta principalmente mulheres em idade fértil e pode estar associada ao uso prolongado de anticoncepcionais hormonais e à gestação. A maioria dos casos é assintomática e frequentemente é descoberta de forma incidental durante procedimentos cirúrgicos. O diagnóstico definitivo é feito por meio de análise histopatológica. Relato de caso: Neste relato, descreve-se o caso de uma paciente de 32 anos, sem comorbidades ou uso crônico de medicações, que procurou atendimento médico devido a sangramento uterino anormal refratário ao tratamento medicamentoso causado por miomatose uterina. Durante o exame ginecológico, foi observado um útero móvel com aproximadamente 18 cm de tamanho e sem dor à mobilização. A ultrassonografia transvaginal revelou útero polimiomatoso com nódulo subseroso de cerca de 10 cm. Foi proposta à paciente a realização de miomectomia laparotômica para preservação da fertilidade. Durante o procedimento cirúrgico, foram identificados múltiplos nódulos endurecidos disseminados no útero, omento e peritônio parietal, variando de 1 a 5 cm de tamanho. Além disso, observou-se mioma pediculado na região fúndica. A paciente se recuperou bem após o procedimento e recebeu alta hospitalar 48 horas depois. O exame histopatológico confirmou o diagnóstico de LPD, revelando neoplasia fusocelular sem atipias, compatível com leiomioma, sem áreas de necrose ou índice mitótico elevado. Comentários: A LPD é uma condição rara, com poucos casos descritos na literatura, totalizando cerca de 200 casos. Geralmente, é uma condição assintomática ou oligossintomática. Embora seja uma doença benigna, existe risco de malignização em aproximadamente 5% dos casos, destacando a importância do acompanhamento e aconselhamento adequado para as pacientes com essa condição. O diagnóstico por imagem é desafiador, pois a LPD pode ser semelhante a condições malignas, como a carcinomatose peritoneal. Até o momento, não existem diretrizes específicas para o tratamento e acompanhamento dessas pacientes. No entanto, considerando-se a associação da doença com estímulos hormonais, métodos contraceptivos não hormonais devem ser oferecidos para evitar a progressão das lesões.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"104 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135595960","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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Prevalência de incontinência urinária e seus subtipos em pacientes com prolapso genital 生殖器脱垂患者尿失禁的患病率及其亚型
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1035
Nathalia Cristina Cruz Silva, Ravine Sales Nunes, Ricardo José de Souza
{"title":"Prevalência de incontinência urinária e seus subtipos em pacientes com prolapso genital","authors":"Nathalia Cristina Cruz Silva, Ravine Sales Nunes, Ricardo José de Souza","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1035","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1035","url":null,"abstract":"Introdução: O prolapso genital é uma condição em que os órgãos pélvicos descendem pelo canal vaginal e afeta até metade das mulheres multíparas, causando sintomas diversos, incluindo sintomas urinários, intestinais, sexuais e pélvicos. A incontinência urinária (IU), caracterizada pela perda involuntária de urina, afeta cerca de 55% das mulheres em geral e pode ser classificada em diferentes subtipos, sendo os mais comuns: incontinência de esforço, incontinência de urgência, incontinência mista, incontinência por transbordamento e incontinência funcional. Os fatores de risco para prolapso genital e incontinência urinária são semelhantes, o que leva a uma associação frequente entre essas condições. Identificar a presença e o subtipo da incontinência urinária é importante para o tratamento adequado dessas mulheres. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de incontinência urinária em pacientes com prolapso genital e correlacionar o subtipo de incontinência com o sítio de acometimento do prolapso. Metodologia: Foi conduzido um estudo transversal com mulheres diagnosticadas com prolapso genital em qualquer compartimento vaginal, atendidas no Ambulatório de Uroginecologia de um hospital terciário, no período de janeiro de 2021 a janeiro de 2023. O diagnóstico de prolapso foi realizado por meio do exame físico e considerou-se o estágio II ou superior, conforme a quantificação do prolapso de órgãos pélvicos. O questionário International Consultation on Incontinence Questionnaire – Short Form foi utilizado para identificar a presença de incontinência urinária e seus subtipos. A incontinência urinária foi considerada presente quando a paciente relatava qualquer perda de urina, e os subtipos (esforço, urgência e mista) foram determinados com base nas respostas à pergunta específica: \"quando você perde urina?\". A análise estatística foi apresentada em frequências, porcentagens, medianas e intervalos interquartis. Resultados: No total, 175 mulheres responderam ao questionário, das quais 46 (26%) estavam continentes, 24 (14%) apresentavam incontinência de esforço, 48 (27,5%) incontinência mista e 57 (32,5%) incontinência de urgência. Aproximadamente 79% das mulheres apresentavam prolapso anterior, 57% tinham prolapso apical e 50% prolapso posterior, sendo que muitas mulheres apresentavam comprometimento em mais de um sítio. Ao classificar os prolapsos por sítios (anterior, apical e posterior), a proporção entre os tipos de incontinência urinária foi semelhante à proporção global, com predomínio da incontinência de urgência seguida pela incontinência mista. Conclusão: Observou-se que a incontinência de urgência foi o subtipo mais prevalente entre as pacientes com prolapso genital, seguida pela incontinência mista. Esse padrão foi observado independentemente do sítio do prolapso. No entanto, é importante ressaltar que esses resultados são conflitantes com a literatura, que sugere que o subtipo mais comum associado ao prolapso seja a incontinên","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"66 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135596720","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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Rastreio de câncer de colo de útero: divergências em relação à faixa etária e a importância do rastreamento na idade adequada 宫颈癌筛查:与年龄的差异和在适当年龄筛查的重要性
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1039
Amanda Saldanha de Cerqueira, Paula Lutterbach Machado, Natalia Vigna Massambane, Giselle Leite Bastos Pereira
{"title":"Rastreio de câncer de colo de útero: divergências em relação à faixa etária e a importância do rastreamento na idade adequada","authors":"Amanda Saldanha de Cerqueira, Paula Lutterbach Machado, Natalia Vigna Massambane, Giselle Leite Bastos Pereira","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1039","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1039","url":null,"abstract":"Introdução: O rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é realizado por meio do exame citopatológico, sendo recomendado para mulheres/qualquer pessoa com colo do útero entre 25 e 64 anos de idade e que sejam sexualmente ativas. Após dois resultados normais, o rastreamento pode ser interrompido aos 64 anos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência desse câncer aumenta nas mulheres entre 30 e 39 anos, atingindo o pico nas faixas etárias entre a quinta e sexta décadas de vida. Antes dos 25 anos, prevalecem as infecções por papilomavírus humano (HPV) e as lesões de baixo grau, que costumam regredir espontaneamente na maioria dos casos, podendo ser acompanhadas clinicamente sem a necessidade de tratamento. Objetivo: Avaliar as faixas etárias submetidas ao exame de colpocitologia, identificando a quantidade de rastreios desnecessários realizados em idades não preconizadas pela OMS. Método: Trata-se de estudo quantitativo que utilizou dados secundários relacionados ao rastreamento de câncer de colo de útero no estado do Rio de Janeiro, no período de 2018 a 2023. Os dados foram obtidos a partir das Informações de Saúde do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (TABNET/DATASUS) e do Sistema de Informações do Câncer (SISCAN). As variáveis analisadas foram faixa etária e motivo do exame. Resultados: Durante o período de 2018 a 2023, registraram-se 26.174 colposcopias no estado do Rio de Janeiro. Ao cruzar as variáveis faixa etária e motivo do exame, verificou-se que a maior incidência desse câncer ocorreu na faixa etária de 30 a 39 anos, representando 20,82% dos casos. Para a faixa etária abaixo de 25 anos, a incidência foi de 15,02%, correspondendo a 95,79% do rastreamento total. Na faixa etária de 45 a 64 anos, o rastreio correspondeu a 92,98%, e o pico de incidência foi observado na faixa etária de 45 a 64 anos, representando 35,13% dos casos. Conclusão: Observou-se alta incidência de rastreamento do câncer do colo do útero em idades inferiores a 25 anos. Considerando-se o baixo grau das lesões nesse grupo e a regressão espontânea na maioria dos casos, isso configura caso de sobrediagnóstico, levando ao tratamento de lesões clinicamente tratáveis. É importante destacar que há correlação entre o aumento da morbidade obstétrica e neonatal, como parto prematuro, em pacientes tratadas com menos de 25 anos. Além disso, o rastreamento desnecessário expõe excessivamente as pacientes e sobrecarrega o sistema público de saúde. Ao comparar a porcentagem de rastreamento entre faixas etárias mais propensas a lesões precursoras de câncer e o grupo não preconizado pela OMS, observa-se pouca diferença. Portanto, é justificado reduzir o seguimento dessa patologia em idades menos afetadas. Destaca-se a importância de solicitar a colpocitologia no período adequado a cada três anos, após dois exames normais anuais consecutivos, com um intervalo de 1 ano, visando ao diagnóstico precoce e proporcionando uma melhor qualidade de v","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"9 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135596969","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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Desfechos obstétricos e neonatais em uma coorte de gestantes vivendo com HIV em uso de terapia antirretroviral combinada preconcepção 孕前使用抗逆转录病毒联合治疗的艾滋病毒孕妇队列的产科和新生儿结局
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1065
Wallace Mendes da Silva, Jorge Fonte de Rezende Filho, Maria Isabel Gouvêa, Maria de Lourdes Benamor Teixeira, Carolina Carvalho Mocarzel, Patrícia Amorim da Silva, Camile Braga, Miriam C. W. Sant’Anna
{"title":"Desfechos obstétricos e neonatais em uma coorte de gestantes vivendo com HIV em uso de terapia antirretroviral combinada preconcepção","authors":"Wallace Mendes da Silva, Jorge Fonte de Rezende Filho, Maria Isabel Gouvêa, Maria de Lourdes Benamor Teixeira, Carolina Carvalho Mocarzel, Patrícia Amorim da Silva, Camile Braga, Miriam C. W. Sant’Anna","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1065","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1065","url":null,"abstract":"Introdução: Apesar de todos os avanços, a epidemia de HIV/aids continua sendo um grande problema de saúde pública em todo o mundo. A terapia antirretroviral combinada (cTARV) e a subsequente supressão da carga viral durante a gestação são medidas cruciais para a prevenção da transmissão vertical do HIV. Tanto a infecção pelo HIV quanto a cTARV podem estar associadas a desfechos obstétricos e neonatais desfavoráveis. Objetivos: Avaliar os desfechos obstétricos e neonatais em uma coorte de gestantes vivendo com HIV (GVHIV) que iniciaram a cTARV antes da concepção. Métodos: Este é um estudo observacional retrospectivo que analisou dados sociodemográficos, clínicos e obstétricos de uma coorte de GVHIV acompanhadas em um Centro de Referência para Prevenção da Transmissão Materno-Fetal do HIV. A associação entre as variáveis investigadas foi determinada por meio de modelos de regressão logística. O intervalo de confiança de 95% (IC95%) e o nível de significância estatística de 0,05 foram considerados para o estudo. Resultados: De 2015 a 2018, dentre as 1043 GVHIV da coorte, 367 pacientes preencheram os critérios de inclusão. A mediana de idade foi de 30 anos. A frequência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) associada à gestação foi de 7,4% (sendo 6% de pré-eclâmpsia [PE]) e a de diabetes mellitus (DM) foi de 2,7%. A proporção de cesarianas foi de 61,6%, sendo que 31,3% delas foram realizadas para prevenção da transmissão materno-infantil do HIV. A frequência de complicações no puerpério foi de 2,9%, com o registro de 2 óbitos maternos. Não houve nenhum caso de natimortalidade na população do estudo. A frequência de prematuridade, baixo peso ao nascer e pequeno para a idade gestacional foi de 10,1, 13,4 e 14,2%, respectivamente. A frequência de malformações congênitas na coorte foi de 5,5%. Não houve relato de transmissão materno-fetal do HIV no estudo. O diagnóstico de DM foi associado a uma maior chance de ocorrência de HAS na gestação (OR 6,72; IC95% 1,72–26,32), enquanto a carga viral detectável no início da coorte foi associada a uma menor chance de hipertensão (OR 0,37; IC95% 0,15–0,95). O diagnóstico de HAS foi associado a uma maior chance de ocorrência do desfecho neonatal composto (prematuridade, baixo peso ao nascer ou pequeno para a idade gestacional) (OR 3,55; IC 95% 1,67–7,51) no modelo de regressão logística binomial multivariável. Conclusão: Uma grande proporção da população de gestantes do estudo (80,9%) alcançou a supressão viral no final da gestação, e não houve relato de transmissão materno-infantil do HIV. Houve associação estatisticamente significativa entre o diagnóstico de hipertensão arterial e diabetes mellitus, bem como entre o desfecho neonatal composto e a ocorrência de hipertensão arterial na gestação.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"96 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135600140","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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Arterite de Takayasu em gestante: relato de caso 孕妇高安动脉炎:病例报告
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1058
Ana Clara Miranda Geraldo, Renata Morato Santos, Mario Vicente Giordano, Gustavo Mourão Rodrigues, Andréia Luiz Montenegro da Costa
{"title":"Arterite de Takayasu em gestante: relato de caso","authors":"Ana Clara Miranda Geraldo, Renata Morato Santos, Mario Vicente Giordano, Gustavo Mourão Rodrigues, Andréia Luiz Montenegro da Costa","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1058","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1058","url":null,"abstract":"Introdução: A arterite de Takayasu (TAK) é uma doença vascular inflamatória crônica de origem desconhecida que frequentemente afeta o arco aórtico e seus principais ramos, além de poder afetar outras partes da aorta, artérias pulmonares e artérias renais. Relato de caso: Uma paciente gestante, 27 anos, G5 P4 A0, foi atendida na 19ª semana de gravidez com queixa de cefaleia temporal esquerda intensa, fotofobia, dor lombar e claudicação intermitente que duravam dois anos. A paciente tinha histórico de hipertensão gestacional anterior não tratada. O exame clínico revelou pressão arterial (PA) diferente nos membros: MSD 120 × 80 mmHg, MSE 130 × 90 mmHg, MMII 140 × 100 mmHg. O ritmo cardíaco estava regular, em dois tempos, com bulhas hiperfonéticas e sem sopros. O exame obstétrico mostrou um fundo uterino de 21 cm e tônus normal. A ultrassonografia abdominal revelou irregularidades parietais na artéria aorta e dilatação máxima de 2,2 cm. A angiotomografia computadorizada da artéria aorta e artérias ilíacas mostrou espessamento parietal ao longo da aorta abdominal e porção proximal das artérias ilíacas, com uma lesão estenosante de 4,8 cm no segmento infrarrenal e redução do calibre arterial. A fundoscopia não apresentou anormalidades. Na 29ª semana de gestação, a paciente apresentou sinais de insuficiência venosa nos membros inferiores com dor. O diagnóstico de TAK foi confirmado pela Reumatologia e optou-se por não iniciar terapia imunossupressora. Não foram fornecidos dados sobre o parto, mas a paciente evoluiu satisfatoriamente até o termo. Comentários: A prevalência da TAK em gestantes não está bem estabelecida, o que indica a necessidade de mais estudos. O estreitamento das artérias pode levar à hipertensão gestacional e resultar em crescimento intrauterino restrito (CIUR), óbito fetal ou óbito materno, mas felizmente essas complicações não ocorreram no caso descrito. A paciente apresentou apenas uma medição de PA em membro superior compatível com hipertensão, mas nas consultas subsequentes a PA estava normal, e não foi prescrito AAS para a profilaxia da pré-eclâmpsia (PE) devido à idade gestacional avançada. A atenção primária identificou adequadamente a necessidade de encaminhamento. A disfunção placentária devido à hipertensão durante a gestação é uma das causas de CIUR e é uma complicação da TAK. No tratamento da TAK, é importante considerar as particularidades das gestantes. O Colégio Americano de Reumatologia recomenda o uso de corticoides orais em casos de doença ativa e sintomática. Não há evidências de que a pulsoterapia ofereça melhores resultados obstétricos. O tratamento com corticoides deve ser mantido até a remissão da doença (6 a 12 meses) e, em seguida, deve ser retirado gradualmente. A boa resposta aos corticoides sugere uma origem autoimune da doença. Se a estenose arterial progredir e a isquemia de algum órgão se intensificar, a intervenção cirúrgica deve ser considerada. Em gestantes, recomenda-se monitorar a pressão arterial ","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"92 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135600143","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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Avaliação do perfil das adolescentes grávidas no município de Miguel Pereira (RJ) 米格尔佩雷拉市怀孕青少年概况评估(RJ)
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1060
Luana Gomes Dias Pimentel, Mariana Alves Riomayor Ferreira, Juliana Goulart Haddad, Mariana Fernandes Ibraim, Francyane Peixoto Ramos de Abreu, Alice Carvalho Lopes Tavares, Érica de Almeida Barboza, João Alfredo Seixas
{"title":"Avaliação do perfil das adolescentes grávidas no município de Miguel Pereira (RJ)","authors":"Luana Gomes Dias Pimentel, Mariana Alves Riomayor Ferreira, Juliana Goulart Haddad, Mariana Fernandes Ibraim, Francyane Peixoto Ramos de Abreu, Alice Carvalho Lopes Tavares, Érica de Almeida Barboza, João Alfredo Seixas","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1060","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1060","url":null,"abstract":"Introdução: Embora os índices de gestação na adolescência estejam caindo globalmente nos últimos anos, o Brasil ainda está acima da média mundial. A gravidez na adolescência é um problema multifacetado, com múltiplos fatores envolvidos, como pobreza, falta de acesso a contraceptivos ou uso incorreto deles, e informações inadequadas sobre saúde sexual e reprodutiva. A gravidez na adolescência é um dos desfechos mais desfavoráveis e geralmente não planejados da atividade sexual dos jovens, promovendo um alto índice de evasão escolar, com implicações a longo prazo para elas como indivíduos, suas famílias e suas comunidades. Objetivos: Avaliar o perfil social de adolescentes gestantes no município de Miguel Pereira (RJ), incluindo nível de instrução, estado civil e adequação em relação às consultas do pré-natal, conforme as orientações do Ministério da Saúde. Métodos: Realizou-se análise dos dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Avaliou-se o número de nascidos vivos no município de Miguel Pereira (RJ) entre os anos de 2016 e 2020, separados de acordo com as faixas etárias de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos. A amostra relacionou-se com as seguintes variáveis: nível de instrução, estado civil e adequação em relação às consultas pré-natais previstas pelo Sistema Único de Saúde. Resultados: No período analisado, ocorreu um total de 1.674 partos no município de Miguel Pereira, dos quais 255 (15,2%) foram de meninas entre 15 e 19 anos e 9 (0,53%) foram de meninas entre 10 e 14 anos. Em relação à faixa etária de 10 a 14 anos, todas as gestantes eram solteiras e haviam concluído entre 4 e 7 anos de estudo; 5 (55%) tiveram uma adesão ao pré-natal mais do que adequada, enquanto 2 (22%) tiveram um acompanhamento inadequado e 1 (11%) teve um acompanhamento intermediário. No que diz respeito às jovens de 15 a 19 anos, 234 (91,7%) eram solteiras e 17 (6,66%) eram casadas; 188 (73,7%) haviam concluído entre 8 e 11 anos de estudo, enquanto 7 (2,75%) haviam concluído mais de 12 anos de estudo; 97 (38%) das gestantes tiveram uma adesão ao pré-natal mais do que adequada, enquanto 62 (24,3%) tiveram um acompanhamento inadequado. Conclusão: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a média nacional de nascimentos de mães adolescentes está em torno de 14%. Nossos números são mais elevados, o que demonstra a importância do planejamento de ações para diminuir essas estatísticas. Com os dados coletados, foi possível identificar taxas mais altas de gestação em adolescentes entre 15 e 19 anos, que têm baixo nível de instrução, são solteiras e têm boa adesão ao pré-natal em Miguel Pereira (RJ). Somente ao conhecermos nossa realidade, podemos realizar políticas públicas para reverter essa situação, lembrando que todos nós temos um papel a desempenhar para ajudar os jovens a se tornarem adultos mais seguros e saudáveis. Famílias, escolas e organizações comunitárias devem trabalhar em conjunto para abordar amplamente ","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"274 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135600144","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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Relato de caso: válvula de uretra posterior com líquido amniótico preservado — uma forma de apresentação subdiagnosticada no 3º trimestre 病例报告:保留羊水的尿道后瓣膜-晚期诊断不足的表现形式
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1102
Fernanda Mastrangelo Speich, Ana Elisa Rodrigues Baião, Letícia da Fonseca Gomes, Anna Clara Alvim da Cunha Pereira Rodrigues, Thiago Oliveira Scudiere Campos
{"title":"Relato de caso: válvula de uretra posterior com líquido amniótico preservado — uma forma de apresentação subdiagnosticada no 3º trimestre","authors":"Fernanda Mastrangelo Speich, Ana Elisa Rodrigues Baião, Letícia da Fonseca Gomes, Anna Clara Alvim da Cunha Pereira Rodrigues, Thiago Oliveira Scudiere Campos","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1102","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1102","url":null,"abstract":"Introdução: As malformações do trato urinário fetal representam 20% do total das anomalias estruturais diagnosticáveis durante o pré-natal. Dentre elas, as uropatias obstrutivas são as mais frequentes e a principal causa de falência renal na infância. A obstrução baixa é a mais frequente, ocorrendo em 1 a cada 1.500 nascimentos, e está associada a defeitos cromossômicos em 10% dos casos e defeitos cardíacos e gastrointestinais em 40% dos casos. A causa principal é a válvula de uretra posterior (VUP), que afeta fetos do sexo masculino. Relato de caso: G.S., 42 anos, G5P4A0, descobriu a gestação com 23 semanas e 3 dias. Foi encaminhada ao Serviço de Medicina Fetal do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz, devido à ultrassonografia (USG) obstétrica que demonstrou feto de sexo masculino com dilatação grave do trato urinário e ossos longos curtos. Nesse serviço, com 30 semanas, a USG demonstrou feto com fêmur e úmero abaixo do percentil 5, rins hiperecogênicos com cistos corticais e dilatação ureteral bilateral, com bexiga de volume normal e polidrâmnio leve. A hipótese diagnóstica foi de VUP e displasia renal obstrutiva. Durante o pré-natal na unidade, foi acompanhada pela medicina fetal, pré-natal e teve consulta em cuidados paliativos perinatais e genética. Com 36 semanas e 6 dias, evoluiu com trabalho de parto espontâneo e parto vaginal. Após o nascimento, foi confirmado o diagnóstico de VUP pelos exames complementares. O recém-nascido teve diagnóstico clínico de síndrome de Down, sendo solicitado cariótipo para confirmação. Comentários: A USG obstétrica de fetos com possível diagnóstico de VUP demonstra a imagem clássica da bexiga e uretra distendidas (formato de raquete), com grau variável de hidronefrose e displasia renal. Este caso teve uma apresentação atípica diagnosticada no 3º trimestre, com dilatação a montante do sistema coletor e displasia renal, com bexiga de tamanho normal e normoamnionia, o que pode ser observado quando ainda na primeira metade da gestação a hipertrofia da musculatura vesical consegue vencer a resistência da VUP, permitindo a micção com altas pressões intravesicais. Pode ser observado espessamento das paredes vesicais na USG, o que auxilia no diagnóstico diferencial com as obstruções médias. É importante considerar este diagnóstico nesta forma de apresentação para aconselhamento adequado e referência para um serviço que disponha de recursos para investigação diagnóstica, intervenção cirúrgica e acompanhamento de recém-nascidos com nefropatia. Ao contrário dos casos que evoluem com oligoâmnio grave, quando há preservação do líquido amniótico, a VUP não evolui com hipoplasia pulmonar grave, e a morbidade e mortalidade na infância estão relacionadas à disfunção renal e miccional e à dilatação do sistema coletor. É importante avaliar malformações associadas e pesquisar anomalias cromossômicas. O risco de recorrência é de 1% se associado a síndromes","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"2019 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135649098","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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A influência da vitamina D na fertilidade das mulheres em idade reprodutiva 维生素D对育龄妇女生育能力的影响
Jornal brasileiro de ginecologia Pub Date : 2023-01-01 DOI: 10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1005
Letícia Rodrigues Figueiredo Silva, Mariana de Moraes Forain Coutinho de Souza, Thalia Leal Dibo, Ana Carolina Donin, Juliana Affonso Mathiles
{"title":"A influência da vitamina D na fertilidade das mulheres em idade reprodutiva","authors":"Letícia Rodrigues Figueiredo Silva, Mariana de Moraes Forain Coutinho de Souza, Thalia Leal Dibo, Ana Carolina Donin, Juliana Affonso Mathiles","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1005","DOIUrl":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1005","url":null,"abstract":"Objetivo: Relacionar os níveis de vitamina D em mulheres em idade reprodutiva e a fertilidade delas. Observando o seu impacto na gestação, no recém-nascido e no puerpério. Fontes de dados: Realizou-se estudo de revisão sistematizada da literatura, utilizando-se as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), National Library of Medicine (PubMed) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com os descritores: “vitamina D”, “fertilidade” e “mulheres”, nos últimos 5 anos. Seleção de estu-dos: Encontraram-se 348 artigos nas bases de dados. A amostra final contou com 11 artigos. Os critérios de inclusão para a seleção foram: (a) os estudos deveriam relacionar diretamente a vitamina D com a fertilidade nas mulhe-res; (b) publicados em revistas/jornais; (c) escritos em inglês ou português.Coleta de dados: Após a leitura da amostra final, foi construída uma tabela, na qual cada linha representa um artigo e as colunas foram divididas em Título, Tipo de estudo e Resultado. Os resultados foram separados nas diferentes categorias identificadas por cores: Infertilidade; Complicações relacionadas à deficiência de vitamina D; Benefícios de níveis adequados de vitamina D. A categoria que identificava as complicações da hipovitaminose D foi sub-dividida em 3 categorias: complicações obstétricas, no recém-nascido e no puerpério. Resultados: Em relação à categorização dos estudos, nota-se que apenas 4 artigos (36%) não abordaram a categoria “infertilidade” e 5 artigos (45%) não abordaram a temática “níveis séricos adequados de vitamina D em mulheres em idade fértil”. No que tange às complicações obstétricas, 36% dos estudos abordam a pré-eclâmpsia (PE) e a diabetes mellitus gestacional (DMG) como sendo os principais fatores de risco para a hipovitaminose D. No que se refere ao recém-nascido, 27% destacam prematuridade, recém--nascido pequeno para a idade gestacional, asma e infecções de vias aéreas superiores. Ressalta-se também que 18% dos estudos relataram aborto espon-tâneo como complicação, além da relação com síndrome do ovário policístico. Além disso, um artigo abordou a relação da depressão pós-parto (DPP) com déficit de vitamina D. Dos estudos que discutem acerca da infertilidade, 1 artigo (9%) relata que é resultado de hipoplasia uterina, desenvolvimento folicular prejudicado e anovulação. Outro artigo (9%) reforça a suplementa-ção de vitamina D em mulheres em idade fértil, enquanto um terceiro (9%) demonstra que a deficiência de vitamina D é prejudicial à fertilização. Dessa forma, 45% dos artigos elencam que há receptores de vitamina D no ovário, no endométrio e na placenta como fator protetor para fertilidade em mulhe-res em idade reprodutiva. Conclusão: Estudos têm demonstrado que o déficit de vitamina D pode influenciar na infertilidade e complicações na gestação. Dessa forma, entende-se a necessidade da realização de novas pesquisas com metodologias capazes de trazer evidências científicas a respeito da relação da vita","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"66 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135550593","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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