{"title":"Autoleitura, autocrítica, autocomposição:","authors":"Ricardo Bazilio Dalla Vecchia","doi":"10.5216/phi.v28i1.76120","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.76120","url":null,"abstract":"Meu objetivo neste artigo é investigar duas autoleituras que Nietzsche faz do Nascimento da tragédia (1872), a do prefácio póstumo Tentativa de Autocrítica (1886), e a da sessão dedicada à obra em Ecce Homo (1888), a fim de compreender alguns de seus expedientes de autoleitura, autocrítica e autocomposição. ","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"6 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75151455","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Tropeços da igualdade no caminho da natureza à civilidade","authors":"Helena Esser dos Reis","doi":"10.5216/phi.v28i1.76059","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.76059","url":null,"abstract":"O tema da igualdade foi tratado ao longo dos séculos das luzes em par com o tema da liberdade, contudo nesta parceria a igualdade é considerada condição para, e não algo a ser buscado por si mesmo, ao contrário da liberdade. Esse tratamento, que quase tornou a igualdade um mal necessário, exigiu uma série de restrições – ou tropeços - que introduziram nova série de desigualdades entre os membros do Estado. Os tropeços a serem discutidos aqui dizem respeito à diferença entre a igualdade natural e inerente aos seres humanos e a igualdade civil construída social e politicamente, que transparecem no caminho percorrido pelo Segundo Discurso de Rousseau. Naquele Discurso, cada pessoa tinha por natureza as mesmas condições para viver independente do socorro do outro, mas desde que passaram a reunir-se e a singularidade de cada pessoa apareceu aos demais tiveram início as comparações e as preferências que as distinguiram umas das outras. Das distinções à desigualdade o caminho é curto, pois a estima pública supõe um juízo de valor acerca das habilidades que merecem ser honradas por todos e, em consequência, a diferenciação entre honrados e poderosos e aqueles que devem honrar e obedecer. A socialização parece, então, criar a desigualdade. Nosso propósito será, inicialmente, investigar o caminho da (des)igualdade entre a natureza e a sociedade com base no Segundo Discurso, para discutir, no âmbito do Contrato Social, as possibilidades de igualdade civil e sua relação com a liberdade. ","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"131 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72763240","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Quatro formas de silenciamento","authors":"Guilherme Ghisoni Da Silva","doi":"10.5216/phi.v28i1.76146","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.76146","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo explorar as diversas formas de silenciamento, a partir da análise de Rae Langton sobre a subordinação e o silenciamento das mulheres na pornografia. Ao longo do artigo, separarei a noção de silenciamento da temática da pornografia, abordando-a em uma perspectiva mais geral. Langton, baseando-se em John Austin, distingue três formas de silenciamento: locucionário, ilocucionário e perlocucionário. O artigo propõe a separação entre o silenciamento do ato de proferimento e o silenciamento do ato locucionário. Isso permitirá a análise de quatro tipos de silenciamento do ato de proferimento: silenciamento físico, intimidatório, psicológico e estrutural. O uso da taxonomia de John Searle dos atos de fala nos permitirá notar de forma detalhada como o silenciamento dos atos ilocucionários se conecta às condições de realização dos atos. Isso nos permitirá distinguir, dentro do que Langton chama de silenciamento ilocucionário, três formas de silenciamento: o silenciamento das condições preparatórias, das condições de sinceridade e da condições essenciais. As diversas formas de silenciamento têm sido utilizadas para fins antidemocráticos e aplicadas de maneira sistemática. A compreensão das formas de silenciamento nos permitirá apontar estratégias para o combate dessas diversas formas.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"53 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72968693","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A relevância da distinção kantiana entre virtude e boa vontade para o debate contemporâneo sobre a ética das virtudes","authors":"R. Pereira","doi":"10.5216/phi.v28i1.76093","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.76093","url":null,"abstract":"O artigo sustenta que a distinção entre virtude (Tugend) e boa vontade (guter Wille) na ética de Kant fornece uma chave para compreendermos a tese da centralidade da virtude na Ética das Virtudes contemporânea. A partir de uma comparação entre as éticas de Kant e de Aristóteles, argumentaremos que o conceito de excelência (areté) cumpre, na obra do filósofo grego, a mesma função da boa vontade em Kant, constituindo o valor moral a partir das razões corretas e da motivação adequada. Acreditamos que esta abordagem pode contribuir para que a Ética das Virtudes se firme como uma corrente autônoma, alternativa ao utilitarismo e ao neokantismo, ao apontar para divergências estruturais entre estas teorias em função de diferentes papéis atribuídos ao conceito de virtude.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"36 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74109758","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"República mista e transparência política em O Ano 2440","authors":"Renato Moscateli","doi":"10.5216/phi.v28i1.76062","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.76062","url":null,"abstract":"O Ano 2440, de Louis-Sébastien Mercier, foi publicado pela primeira vez em 1771, tornando-se um verdadeiro best-seller da França pré-revolucionária. Em sua obra de fantasia utópica, Mercier faz o narrador da história relatar seu sonho extraordinário com a Paris do século XXV, o que permitiu ao autor realizar um exercício literário para idealizar um tempo vindouro repleto de aprimoramentos sociais, políticos e morais. Não é difícil ver que as características centrais dessa ficção futurista estão profundamente enraizadas em valores pregados pelo pensamento iluminista, e com uma dose substancial de inspiração republicana. A França de 2440 parece figurar como o resultado inevitável do progresso das Luzes, uma época em que a opressão política e os outros males do Antigo Regime teriam sido definitivamente expurgados. Diante disso, pretendo analisar alguns dos principais elementos da obra, no intuito de discutir as concepções de Mercier que configuram sua visão de uma sociedade bem-ordenada, a partir dos ideais políticos que informam tanto suas críticas às condições vigentes no século XVIII, quanto as soluções que ele aponta para a superação dos erros que enxergava nesse quadro. Entre essas soluções, destacarei a estrutura da república mista que perpassa a organização dos poderes na constituição dessa utopia, juntamente com diversas formas de transparência política que propiciariam a visibilização e a responsabilização dos atos de seus agentes públicos.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"10 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80040195","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Frege's two notions of \"extension\"","authors":"Araceli Velloso","doi":"10.5216/phi.v28i1.75351","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.75351","url":null,"abstract":"Our goal is to answer a question proposed by Richard Heck in the paper “Formal Arithmetic Before Grundgesetze”. Heck inquires as to the reasons why it took almost eight years for Frege to honor his promises of concluding his project of grounding mathematics in logic. Although Heck gave some answers, we think that a more adequate philosophical discussion can still be offered. This paper will try to fill in that gap by presenting what we understand was the central problem faced by Frege on Gl: the lack of a standard criterion to fix the meaning of identity propositions of mathematics. In our account, the German philosopher finally decided to fill in this gap by providing a new construal of “extension”, one which included some important refinements on his previous account of that notion. The new concept thus construed allowed Frege to unify his treatment of identity propositions by including in his system a universal criterion for deciding the truth of any identity proposition supported by his famous basic law V. So, our claim will be that Frege’s resistance and doubts about the inclusion of axiom V as a logical law in his system were the primary cause of that delay.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"42 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90326123","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Descartes: a dúvida e suas dívidas","authors":"José Gonzalo Armijos Palacios","doi":"10.5216/phi.v28i1.76066","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.76066","url":null,"abstract":"O artigo discute passagens importantes da obra de Santo Agostinho e argumenta que muitas são as antecipações de teses comumente atribuídas a Descartes. Entre elas, uma clara antecipação à célebre fórmula “penso, logo existo” na obra do Bispo de Hipona, assim como de outras teses importantes distribuídas ao longo de sua obra. Na segunda parte, culmina o texto com outro dado praticamente desconhecido: o fato de que o estilo meditativo empregado por Descartes também já fora antecipado por uma autora cuja obra era amplamente conhecida na Europa da metade do século XVI e do século XVII. Trata-se da freira Teresa D’Ávila que fora canonizada quando o jovem Descartes estudava com os jesuítas em La Flèche. Levanta-se, assim, a necessidade de repensarmos a historiografia acadêmica à que a maioria de nós fomos submetidos quando iniciamos os estudos filosóficos sem termos sido expostos às verdadeiras fontes das teses centrais que encontramos em muitas obras clássicas do pensamento filosófico.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"203 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73094514","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Wittgenstein on Mathematical Progress","authors":"André Porto","doi":"10.5216/phi.v28i1.75205","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.75205","url":null,"abstract":"The objective of this article is to try to elucidate Wittgenstein’s extravagant thesis that each and every mathematical advancement involves some “semantical mutation”, i.e., some alteration of the very meanings of the terms involved. To do that we will argue in favor of the idea of a “modal incompatibility” between the concepts involved, as they were prior to the advancement, and what they become after the new result was obtained. We will also argue that the adoption of this thesis profoundly alters the traditional way of construing the idea of “progress” in mathematics.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80414986","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"fundamento moral à forma da normatividade","authors":"Adriano Naves de Brito","doi":"10.5216/phi.v28i1.76092","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.76092","url":null,"abstract":"\u0000O texto articula o itinerário da investigação do autor a partir da pergunta pelo fundamento da moral até a emergência de uma concepção naturalista própria. Entre um ponto e outro, mostra as dificuldades para articular ação, valor e dever —a normatividade— sob um ponto de vista imanente. O eixo em torno do qual os elementos básicos da moralidade estão ligados no diapasão naturalista é a descrição da estrutura da normatividade com base nos quereres recíprocos e reflexivos. A normatividade, segundo essa descrição, seria o resultado de quereres que se constrangem mutuamente enquanto almejam que os demais quereres concernidos queiram o que eles querem, num movimento que também constrange a si mesmos, por isso, reflexivo. O texto termina com o elenco de duas hipóteses de trabalho cuja confirmação completam a concepção naturalista e a qualifica para franquear o diálogo entre ciências e moral. \u0000","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"19 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73092249","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Deus como princípio necessário na fenomenologia de Husserl","authors":"Martina Korelc","doi":"10.5216/phi.v28i1.76361","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/phi.v28i1.76361","url":null,"abstract":"O artigo se propõe a apresentar como Deus é abordado na fenomenologia de Husserl, relacionado à facticidade da teleologia na vida da subjetividade. A teleologia é encontrada como a ordenação do mundo e de toda a vida subjetiva e intersubjetiva para ideias e para valores. A clarificação fenomenológica exige a fundamentação desta teleologia, encontrada na facticidade. Como fundamento, é necessário pensar um princípio teológico. Qual o sentido da transcendência deste princípio e como esta se anuncia na imanência da consciência? Enquanto Ideia de perfeição absoluta, Deus pode ser chamado de supra-realidade; mas enquanto a vida divina que vive em todas as subjetividades, sua transcendência não é clara. Husserl afirma um tipo de dependência dele em relação à intersubjetividade. O tema da individuação ética da subjetividade, abordado no fim do artigo, não parece resolver a dificuldade relacionada ao sentido da transcendência.","PeriodicalId":30368,"journal":{"name":"Philosophos Revista de Filosofia","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135309042","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}