Anna Flora Brunelli, Sandra Denise Gasparini-Bastos, Rafaela de Paula Verni
{"title":"Modalidade, ethos e estereótipos nos aconselhamentos sobre finanças para mulheres","authors":"Anna Flora Brunelli, Sandra Denise Gasparini-Bastos, Rafaela de Paula Verni","doi":"10.20396/CEL.V61I0.8655021","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/CEL.V61I0.8655021","url":null,"abstract":"Neste trabalho, analisamos o ethos de uma obra de autoajuda sobre finanças dirigida especificamente ao público feminino, a fim de revelarmos a imagem que a enunciadora da obra projeta de si pelo seu modo de enunciação. Além disso, analisamos as imagens de mulher que essa enunciadora valoriza e/ou que combate por meio de seus ensinamentos, ou seja, identificamos os estereótipos de mulher que esse discurso colabora para reforçar e/ou transformar. Para operacionalizar a investigação sobre o ethos, analisamos as ocorrências da expressão lexical da modalidade, já que a modalidade é uma das formas de manifestação da subjetividade, mais exatamente uma forma por meio da qual o enunciador expressa sua opinião ou uma atitude em relação ao que diz. Dentre as formas de expressão lexical da modalidade, selecionamos verbos (auxiliares e plenos), adjetivos em posição predicativa e advérbios modais, e nos apoiamos no Funcionalismo como aparato teórico-metodológico específico da Linguística na qualidade de teoria auxiliar. A análise revela que predomina um tom autoritário na obra, ligado à imagem de uma enunciadora assertiva, convicta e focada em suas metas, incluindo a de orientar de forma firme a sua enunciatária. A análise revela, ainda, que a obra reforça o estereótipo tradicional de gênero feminino, segundo o qual as mulheres são menos propensas às finanças do que os homens.","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"20 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-06-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133962814","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Memórias do Império em disputa","authors":"Mirielly Ferraça, Stanis David Lacowicz","doi":"10.20396/CEL.V61I0.8654055","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/CEL.V61I0.8654055","url":null,"abstract":"No ano de 1862, foi inaugurada a estátua equestre de D. Pedro I, no Rio de Janeiro, na praça que viria a se chamar Tiradentes. Tido como o primeiro monumento cívico da cidade, apresenta o primeiro Imperador montado em seu cavalo, um dos braços erguidos com a carta constitucional de 1824. Neste trabalho, a partir de estudos sobre discurso, história e memória, buscaremos a analisar o monumento ao Imperador, considerando as condições de produção que (ins)escrevem esse monumento como um ponto de referência e ao mesmo tempo como um ponto de silêncio (FEDATTO, 2011) na história nacional. Numa disputa por uma territorialidade na memória, elege-se, ao erigir um monumento, a imagem de um herói nacional que deve ser, a partir daquele momento, lembrado, comemorado, apagando-se e silenciando discursos dissonantes, que poderiam afetar essa memória. Para pensar nos efeitos de sentidos em tensão, trataremos de confrontar a memória institucional ligada à escultura com a forma pela qual D. Pedro é apresentado em outras materialidades, como os romances O Chalaça (1994), de José Roberto Torero, e As maluquices do Imperador (2008). Como aporte teórico, destacamos Pêcheux (2008, 1999), Orlandi (2003, 2008), Fedatto (2011) e Robin (2016).","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"54 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-05-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129486092","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Complexidade enunciativa em memórias da Emília","authors":"Aline Suelen Santos, Lourenço Chacon Jurado Filho","doi":"10.21165/EL.V48I1.2206","DOIUrl":"https://doi.org/10.21165/EL.V48I1.2206","url":null,"abstract":"Este artigo analisa um recorte da complexidade enunciativa da narrativa Memórias da Emília (1939 [1969]). Essa análise tem como objetivo descrever em que planos dessa complexidade deslocamentos do locutor-narrador são representados no material analisado. Para tanto, como referencial teórico-metodológico, foram utilizados os estudos sobre a heterogeneidade mostrada, de Authier-Revuz (1998, 2004), e os estudos sobre o paradigma indiciário, de Ginzburg (1991). Os resultados expuseram uma complexidade enunciativa constitutiva da organização do dizer, sob a forma de uma complexa justaposição de enunciações em que o locutor, atribuído à figura de narrador, simula relações dialógicas construídas como enunciadas por diferentes interlocutores nessas relações. Essa complexidade indicia planos de enunciação que marcam uma heterogeneidade de formas de inscrição do outro no (fio do) discurso, que não se enunciam numa transparência do dizer, dada a dialogia que constitui esses planos. Essas diferentes formas sugerem, pois, que se narra por uma justaposição de planos enunciativos.","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117148270","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Danielle dos Santos Wisintainer, Mailce Borges Mota
{"title":"O processamento de phrasal verbs figurativos","authors":"Danielle dos Santos Wisintainer, Mailce Borges Mota","doi":"10.20396/CEL.V61I0.8654245","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/CEL.V61I0.8654245","url":null,"abstract":"Construções fraseológicas, tais como phrasal verbs, podem ser definidas como uma sequência de palavras pré-fabricadas. Phrasal verbs apresentam verbo e partícula os quais podem ter significados literais e figurativos. No presente estudo investigamos o processamento on-line de phrasal verbs figurativos (ex. figure out) e verbos lexicais (ex. understand) por meio do registro do movimento dos olhos. Movimentos oculares de 12 falantes avançados de inglês como L2 (falantes nativos de português brasileiro) foram comparados aos de 12 falantes nativos de inglês durante a leitura de sentenças contendo phrasal verbs figurativos e verbos lexicais em inglês. Os resultados mostram que nas medidas posteriores (Total Reading Time), os falantes de inglês como L2 dispensaram mais esforço cognitivo na leitura de phrasal verbs figurativos do que verbos lexicais, em comparação com falantes nativos de inglês. Esses resultados foram interpretados como evidência de que os falantes de inglês como L2 tentaram analisar cada componente do phrasal verb figurativo (ex. look for), o que desacelerou o processamento. Os resultados são discutidos à luz das teorias sobre o processamento da linguagem figurativa e literal.","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"240 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128428444","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Gradualidade na gramática discursivo-funcional","authors":"M. Fontes","doi":"10.20396/CEL.V61I0.8654183","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/CEL.V61I0.8654183","url":null,"abstract":"Este trabalho analisa, com base no aparato teórico-metodológico da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), a estrutura composicional e o funcionamento discursivo da forma perifrástica ainda assim no português contemporâneo. A partir do mapeamento de propriedades funcionais e formais, defende-se que ainda assim corresponde a uma forma semifixa de estatuto lexical e que subjazem a seu uso duas propriedades discursivo-pragmáticas: a sequenciação retroativo-propulsora (TAVARES, 1999; 2000) e a marcação de adversidade (SCHWENTER, 2000). Isso faz com que, na GDF, represente-se ainda assim como um modificador adversativo de estrutura interna complexa (XXXX, YYYY) do Nível Interpessoal, codificado, no Nível Morfossintático, por um padrão semifixo (KEIZER, 2013). Tais considerações analíticas implicam algumas revisões no modelo da GDF, principalmente no tocante à representação da gradualidade na emergência de formas perifrásticas via lexicalização (BRINTON; TRAUGOTT, 2005).","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"86 6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126970499","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Lovania Roehrig Teixeira, Letícia Lemos Gritti, Eliza Koslinski
{"title":"Algumas considerações semântico-pragmáticas sobre “capaz”","authors":"Lovania Roehrig Teixeira, Letícia Lemos Gritti, Eliza Koslinski","doi":"10.20396/CEL.V61I0.8654342","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/CEL.V61I0.8654342","url":null,"abstract":"Neste artigo analisamos o item ‘capaz’ sob um viés semântico-pragmático, sugerindo que ele pode desempenhar três funções diferentes na gramática do Português Brasileiro (PB), tais como: marcador conversacional, negação e modal. Especificamente, aqui, focamos no comportamento modal de ‘capaz’, utilizando como bases teóricas a Semântica de Mundos Possíveis (KRATZER, 1981, 1991, 2012) e as abordagens para os modais do PB de Pires de Oliveira; Scarduelli (2008) e Pessotto (2011a, 2011b, 2015). Verificamos que o item tem força modal de possibilidade e veicula leituras: epistêmica, doxástica, epistêmico-tácita e físico-intelectual. Desse modo, ‘capaz’ é um legítimo modal do PB e merece figurar no rol dos modais das línguas naturais.","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"87 ","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"120973556","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Agrupamentos fonéticos da vogal média anterior /e/ em posição pretônica no Atlas Linguístico de Rondônia (ALiRo)","authors":"Abdelhak Razky, Iara Maria Teles, Diego Coimbra","doi":"10.20396/CEL.V61I0.8654429","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/CEL.V61I0.8654429","url":null,"abstract":"Este estudo trata da análise e cartografia da variação da vogal média pretônica /e/ a partir do corpus do Projeto Atlas Linguístico de Rondônia – ALiRO. O trabalho segue a orientação teórico-metodológica da Dialetologia Pluridimensional e Relacional (RADTKE; THUN, 1996), da Geossociolinguística (RAZKY, 1998; 2004; 2010), da Sociolinguística Quantitativa (GUY; ZILLER, 2007) e da noção de agrupamento (RAZKY, 2013; RAZKY; GUEDES, 2015; RAZKY; COIMBRA; COSTA, 2017). Foram analisados dados de 62 colaboradores distribuídos entre os 16 pontos de inquérito que compõem a rede de pontos do ALiRO, os quais foram estratificados conforme os grupos de fatores considerados no referido projeto, quais sejam: faixa etária (dois informantes de 18 a 30 anos e dois de 50 a 65 anos); sexo (dois homens e duas mulheres); e localidade (microrregiões e municípios). Em Porto Velho, capital, tem-se 8 colaboradores estratificados em sexo (quatro homens e quatro mulheres), faixa etária (quatro informantes de 18 a 30 anos e quatro informantes de 50 a 65 anos) e escolaridade (quatro até o ensino médio e quatro com nível superior). Foram investigadas três realizações da vogal média pretônica anterior /e/, a saber: abaixamento, alçamento e manutenção. Os resultados mostram que o fator diageracional influencia o abaixamento e a manutenção da vogal /e/, uma vez que o abaixamento foi mais recorrente na fala dos informantes mais velhos, ao passo que a manutenção predominou na fala dos mais jovens. O estudo demonstra, ainda, que há quatro tipos de agrupamentos fonéticos no território rondoniense, os quais corroboram com a noção de agrupamento adotada nesta pesquisa.","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116738745","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Os efeitos de si em narrativas de vida","authors":"Gabriela Pacheco Amaral","doi":"10.20396/CEL.V61I0.8653611","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/CEL.V61I0.8653611","url":null,"abstract":"Nosso objetivo é observar os efeitos de narrativas de vida e a ironia presentes em um relatório de contas da Prefeitura de Palmeira dos Índios realizado por Graciliano Ramos. O documento representou um grande passo na carreira do autor, pois, foi devido à sua qualidade artística que o editor Schmidt convidou Ramos para publicar artigos e romances. Para alcançar nosso intuito, discorreremos sobre o recente conceito de efeitos de narrativa de vida desenvolvido por Machado (2015, 2016) sob o viés da Teoria Semiolinguística da Análise do Discurso. Nossa metodologia foi construída de forma a analisar trechos recortados do documento nos quais observamos a recorrência desses efeitos discursivos.","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"508 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114979601","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"‘Ao contrário’, ‘do avesso’ e ‘de trás para frente’","authors":"R. Basso","doi":"10.20396/CEL.V61I0.8654586","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/CEL.V61I0.8654586","url":null,"abstract":"O presente artigo analise as expressões ‘de trás para frente’, ‘ao contrário’ e ‘do/ao avesso’ do português brasileiro como modificadores de eventos, que pertencem ao domínio contrafactual, que abriga modificadores de eventos que denotam eventos que ocorrem em resposta ou em direção contrário a um evento prévio ou ao desenvolvimento usual de um dado tipo de evento. Ao longo deste artigo, na primeira seção, apresentamos o domínio contrafactual e suas características para então na seção seguinte fazermos uma apresentação e descrição prévia dos dados. A seção 3 traz nossa proposta de análise, ancorada na teoria de trajetória de Zwarts (2005; 2008). Em nossa análise, as expressões estudadas carregam uma pressuposição específica, e denotam eventos que se desenvolvem ao contrário, conforme definimos no presente artigo, do que é o esperado.","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"205 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-04-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123034845","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Português de arremedo","authors":"Antonio José Inhamuns da Silva","doi":"10.20396/cel.v61i1.8653608","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/cel.v61i1.8653608","url":null,"abstract":"O presente artigo analisa o uso cotidiano e amplamente difundido do “português de arremedo” entre brasileiros. Adota-se o termo português de arremedo em referência à prática linguística na qual uma pessoa replica palavras e expressões de variedades não padrão, à margem do português padrão, com o intento de fazer graça. Para tanto, utiliza-se uma análise qualitativa a partir de dados que são profusamente compartilhados online através de aplicativos de mensagens, blogs, redes sociais, além da mídia tradicional. Com base em conceitos e pesquisas da sociolinguística e antropologia linguística, busca-se mostrar que (1) o português de arremedo produz uma falsa sensação de inocuidade; (2) a pessoa que produz o português de arremedo — ou seja a pessoa que arremeda o português dos falantes das variedades não padrão, i.e. marginalizadas — ocupa um lugar de fala que é resultado de desigualdade linguística e social; e (3) a pessoa que produz o português de arremedo é, em parte, responsável pela reprodução dessa desigualdade.","PeriodicalId":254871,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Lingüísticos","volume":"30 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-02-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133833209","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}