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No ano de 1862, foi inaugurada a estátua equestre de D. Pedro I, no Rio de Janeiro, na praça que viria a se chamar Tiradentes. Tido como o primeiro monumento cívico da cidade, apresenta o primeiro Imperador montado em seu cavalo, um dos braços erguidos com a carta constitucional de 1824. Neste trabalho, a partir de estudos sobre discurso, história e memória, buscaremos a analisar o monumento ao Imperador, considerando as condições de produção que (ins)escrevem esse monumento como um ponto de referência e ao mesmo tempo como um ponto de silêncio (FEDATTO, 2011) na história nacional. Numa disputa por uma territorialidade na memória, elege-se, ao erigir um monumento, a imagem de um herói nacional que deve ser, a partir daquele momento, lembrado, comemorado, apagando-se e silenciando discursos dissonantes, que poderiam afetar essa memória. Para pensar nos efeitos de sentidos em tensão, trataremos de confrontar a memória institucional ligada à escultura com a forma pela qual D. Pedro é apresentado em outras materialidades, como os romances O Chalaça (1994), de José Roberto Torero, e As maluquices do Imperador (2008). Como aporte teórico, destacamos Pêcheux (2008, 1999), Orlandi (2003, 2008), Fedatto (2011) e Robin (2016).