Revista da AnpollPub Date : 2023-08-17DOI: 10.18309/ranpoll.v54i1.1829
Beth Brait, Mariana Vera Cruz Pereira
{"title":"Diálogos entre ficção e teoria","authors":"Beth Brait, Mariana Vera Cruz Pereira","doi":"10.18309/ranpoll.v54i1.1829","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v54i1.1829","url":null,"abstract":"Arte e ciência, teoria e criatividade são, sem dúvida alguma, formas do pensar e perceber o mundo, de produzir conhecimento sobre a existência, os seres, as linguagens, a vida. O diálogo entre elas, entretanto, nem sempre se dá de maneira tranquila. Considerando essa questão, assim como a teoria dialógica da linguagem, o objetivo deste artigo é apresentar e discutir a incorporação dessa perspectiva, e um de seus principais pensadores, pela ficção, pela arte. O corpus delimitado para o estudo compõe-se três enunciados, sendo um americano e dois brasileiros: Smoke, filme de Wayne Wong e Paul Auster, produzido por Greg Johnson, Peter Newman, Kenzo Horikoshi e Hisami Kuroiwa (EUA, 1995); Bakhtin: finalmente toda a verdade aparece!!!, crônica produzida por um brasileiro especialista em Bakhtin, mas atribuída a Piotr Afasinovitch Brazinov/Universidade Estatal de São Petersburgo (2012); e Hoje tem Bakhtin? Tem sim, senhor!, de autoria da professora do ensino fundamental Maria da Penha dos Santos de Assunção (2022). Eles serão analisados considerando que, ao fugir do padrão acadêmico tradicionalmente encarregado de mobilizar o pensamento de Bakhtin e o Círculo, eles projetam a discursividade teórica para o universo estético, comprovando a hipótese de que arte e ciência podem estabelecer inesperados e produtivos diálogos.","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-08-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43048100","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revista da AnpollPub Date : 2023-08-04DOI: 10.18309/ranpoll.v54i1.1611
Paulo Henrique de Felipe
{"title":"Possessive marking strategies in Mehináku (Arawak)","authors":"Paulo Henrique de Felipe","doi":"10.18309/ranpoll.v54i1.1611","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v54i1.1611","url":null,"abstract":"In this paper, I describe the possessive constructions in Mehináku, highlighting the types of strategies found in the language, so far, to express possession relationships. I present two major types of possession constructions: (i) nominal (also known as attributive) possession, and (ii) predicative possessive constructions, which involve both the use of nouns and verbs. Regarding nominal possession, Mehináku, like other Arawak languages (PAYNE, 1991; AIKHENVALD, 1999), recognizes a split between inalienably possessed and alienably possessed nouns, expressed through the attribution of different morphemes to these nouns. Inalienable nouns, for example, receive fewer morphological formatives, including only the marks of person and agreement with possessor and number, whereas alienable nouns can occur without the presence of an obligatory possessor. In this case, they will carry, in addition to the morphological formatives that appear in the inalienable nouns, specific morphemes of alienable possession. Predicative possession constructions, in turn, are formed mainly by juxtaposition, but also by other strategies, such as prefixing the attributive morpheme ka- (k-, before vowels) to the noun or verb; or through the suffixation of the existential morpheme =waka, among other possibilities.","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-08-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42082886","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revista da AnpollPub Date : 2023-08-03DOI: 10.18309/ranpoll.v54i1.1628
Jeannie Fontes Teixeira, Susane Machado Teixeira, Lorena Maria Pitombeira, Lucineudo Machado Irineu, Letícia Adriana Pires Ferreira dos Santos
{"title":"Quem pratica crimes contra homossexuais? A apassivação na representação discursiva sobre a violência contra homossexuais em manchetes jornalísticas digitais","authors":"Jeannie Fontes Teixeira, Susane Machado Teixeira, Lorena Maria Pitombeira, Lucineudo Machado Irineu, Letícia Adriana Pires Ferreira dos Santos","doi":"10.18309/ranpoll.v54i1.1628","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v54i1.1628","url":null,"abstract":"O Brasil é um dos países em que pessoas homossexuais mais são mortas em contextos de violência (GASTALDI et al., 2021), contudo, tais crimes frequentemente são noticiados na mídia de forma a apagar os agentes dessas violências. Neste artigo, verificamos três manchetes que noticiaram um crime violento e homofóbico ocorrido em Florianópolis (SC), em 2021, objetivando identificar o modo de retratação linguística dos participantes, se por meio de agência ou de apassivação. Para tanto, utilizamos como referencial teórico a Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994) e a Transitividade (SILVA, 2019) para analisar as estruturas linguísticas empregadas, e a Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 1989; 2003; 2008) para compreender a conjuntura da homofobia no Brasil e o modo como o discurso midiático opera as crenças relacionadas a esse tema. Encontramos como resultado que as manchetes selecionadas demonstram a apassivação ao evidenciar a vítima e sua orientação sexual, obliterando os agentes do crime e a motivação homofóbica deste. Consideramos que a mídia se furta do papel de denunciar os agentes da violência e proteger os direitos humanos ao utilizar as estruturas linguísticas analisadas, funcionando como mais uma instância que corrobora o discurso homofóbico e de injustiça, pelos quais a comunidade LGBTQIA+ sofre no Brasil.","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2023-08-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43526519","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revista da AnpollPub Date : 2023-02-16DOI: 10.18309/ranpoll.v53i3.1810
Naelza de Araújo Wanderley
{"title":"O lagarto: “uma história de fadas” contada nas palavras de Saramago e na xilogravura de J. Borges","authors":"Naelza de Araújo Wanderley","doi":"10.18309/ranpoll.v53i3.1810","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i3.1810","url":null,"abstract":"A escrita de Saramago direcionada para o público infantil explicita-se apenas em A maior flor do mundo. Entretanto, a republicação da obra O lagarto, através do suporte livro com ilustrações, reapresenta essa narrativa ao público leitor de forma que as palavras de Saramago e as xilogravuras de J. Borges recontem essa história de fadas, aproximando-a definitivamente também do universo infantil e juvenil. Dessa forma, este artigo tem como objetivo observar como as narrativas, a verbal e a verbovisual, desenvolvem-se no livro O lagarto estabelecendo, através da relação palavra-imagem, não somente o diálogo, mas também a complementação e até mesmo a ampliação de sentidos dos textos em cada leitura.","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":"460 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135539299","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revista da AnpollPub Date : 2023-02-16DOI: 10.18309/ranpoll.v53i3.1831
Carlos Reis
{"title":"A ficção em movimento: História, identidade e figuras em José Saramago","authors":"Carlos Reis","doi":"10.18309/ranpoll.v53i3.1831","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i3.1831","url":null,"abstract":"Os três elementos de análise que estruturam este texto referem-se a grandes eixos de desenvolvimento da obra de José Saramago. A História, particularmente nos romances dos anos 80, constitui um importante domínio temático representado naqueles romances, incidindo sobre diferentes épocas e acontecimentos; a identidade reporta-se a momentos históricos significativos, em que a condição portuguesa é questionada (fundação da nação, emergência do salazarismo, etc.); as figuras correspondem a individualidades que, provindas da História, são objeto de refiguração literária (p. ex., D. Afonso Henriques ou D. João V).","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135539297","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revista da AnpollPub Date : 2023-02-16DOI: 10.18309/ranpoll.v53i3.1833
Teresa Cristina Cerdeira
{"title":"José Saramago: a sobrevivência da utopia","authors":"Teresa Cristina Cerdeira","doi":"10.18309/ranpoll.v53i3.1833","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i3.1833","url":null,"abstract":"Este ensaio pretende reler o caminho ficcional de José Saramago desde a solaridade de Levantado do chão (1980) à pequenina luz que surge intermitentemente em Ensaio sobre a cegueira (1996) a partir de uma aposta ética na sobrevivência da utopia. Tomando por base as metáforas de Dante (il sole et l’altre stelle) e de Pasolini (lucciole), relidas por Didi-Huberman em A sobrevivência dos vagalumes, desejo pôr em evidência, o engajamento de um autor que não descuida da possibilidade de os homens minarem, com pequenos gestos positivos, a distopia em que a viragem do século parecia já submergir.","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":"995 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135539288","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revista da AnpollPub Date : 2023-02-16DOI: 10.18309/ranpoll.v53i3.1835
Miguel Alberto Koleff
{"title":"¿Qué es real?","authors":"Miguel Alberto Koleff","doi":"10.18309/ranpoll.v53i3.1835","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i3.1835","url":null,"abstract":"En el presente texto me detengo en el abordaje de la novela A jangada de pedra [La balsa de pedra] de José Saramago, publicada en 1986, para abrir la discusión en torno al concepto de «lo real». Apoyándome en una bibliografía selecta, dominada por el pensamiento de Giorgio Agamben principalemente, pretendo abrir líneas críticas que consideren la indeterminación, la probabilidad y el azar como subsidios de interpretación de su arquitectura ficcional. Decantada la alegoría como única variable de análisis (por haber quedado añeja después de treinta años de repetición incesante) y radicalizada la experiencia del COVID desde el año 2020, el artículo pretende ofrecer una nueva perspectiva de lectura poniendo al texto en el centro de la encrucijada existencial despertada por la pandemia.","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":"534 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135539291","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revista da AnpollPub Date : 2023-02-16DOI: 10.18309/ranpoll.v53i3.1838
Carlos Nogueira
{"title":"Teatro para Luís de Camões: que farei com este livro?","authors":"Carlos Nogueira","doi":"10.18309/ranpoll.v53i3.1838","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i3.1838","url":null,"abstract":"Neste artigo, em cujo título ecoa a composição inicial de Provavelmente Alegria, de 1970, “Poema para Luís de Camões”, proponho-me tentar compreender que imagem de Camões nos apresenta José Saramago na peça Que farei com este livro? (uma imagem não idealizada nem unívoca) e como a construiu ideologicamente (estruturada na sua conceção de autor e na sua visão materialista histórica não mecanicista) e nos planos da forma da expressão e do conteúdo (com recurso a um diálogo “natural”, dinâmico e dialético, à reescrita da História pela perspetiva plural da literatura e a procedimentos do teatro épico, em articulação com a escrita dramatúrgica mais tradicional).","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":"40 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135539292","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Revista da AnpollPub Date : 2023-02-16DOI: 10.18309/ranpoll.v53i3.1813
Adriana Gonçalves
{"title":"“Ossos do ofício”: o romance inacabado de José Saramago","authors":"Adriana Gonçalves","doi":"10.18309/ranpoll.v53i3.1813","DOIUrl":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i3.1813","url":null,"abstract":"O romance inacabado de José Saramago, publicado em 2014, traz mais uma vez à cena narrativa de sua obra o universo do trabalho. A vinculação ao ofício aparece inúmeras vezes ocupando certa centralidade do enredo das obras do autor, como é o caso de História do cerco de Lisboa, Levantado do chão e A caverna, cada um com sua problematização específica. Embora a trama não esteja em sua totalidade, é possível alinhavarmos alguns caminhos na problematização da relação entre o sujeito e a sociedade capitalista que o comporta, a partir de índices textuais e construções estéticas. Importa-nos perceber como Saramago costura na trama narrativa o dilema ético frente a cesura do mundo, a partir do protagonista arthur, um burocrata padrão, funcionário de uma indústria bélica. Contrasta com arthur sua ex-mulher, felícia, que o adverte a todo o momento para uma responsabilidade cívica. Nos interessa nesta investigação aquela concepção de ética contida no discurso fundante do capitalismo, discutida nos estudos weberianos (1999, 2003, 2004, 2013) percebendo as reverberações deste discurso encontradas na justificação do personagem protagonista para a dedicação inquestionável ao seu ofício (ARENDT, 1999).","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":"158 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135539289","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}