{"title":"Violência e horror: uma comunhão de imagens no romance Enterre seus mortos (2018), de Ana Paula Maia / Violence and Horror: a Communion of Images in the Novel Enterre Seus Mortos (2018), de Ana Paula Maia","authors":"Ana Lúcia Trevisan","doi":"10.17851/2358-9787.31.3.205-219","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.3.205-219","url":null,"abstract":"O artigo estuda o romance Enterre seus mortos (2018), da escritora brasileira Ana Paula Maia, a fim de compreender sua forma singular de instrumentalização da temática da violência, que se configura por meio do efeito de estranhamento, do horror e da expressão do reverso e do oculto na referencialidade. As relações tensivas entre os elementos externos, pertencentes aos contextos sócio-históricos, e os internos, imanentes a estrutura da obra (Candido, 1973; Angenot, 2015), compõem a potência da narrativa na medida em que as construções imagéticas da violência distorcem a imediatez da realidade, revelando um horror hiperbólico que exagera o real até o limite da repulsa e do asco. Ao examinar a estrutura narrativa do romance explicita-se a dramaticidade dos movimentos paradoxais que orientam o tempo presente e observa-se a composição de metáforas reveladoras de certa subjetividade contemporânea.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44337141","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Intertextualidade e autodiegese feminina em Yuxin, de Ana Miranda: Ecos e inversões do epos homérico / Intertextuality and Feminine Autodiegesis in Yuxin, by Ana Miranda: Echos and Inversions of the Homeric Epos","authors":"Victor Camponez Vialeto","doi":"10.17851/2358-9787.31.3.7-21","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.3.7-21","url":null,"abstract":"Resumo: O personagem ameríndio povoa as narrativas brasileiras e é uma das figuras incontornáveis da literatura nacional. Yuxin, romance de Ana Miranda publicado em 2009, revisita a indianidade, desta vez conferindo a narração literária a Yarina, uma índia caxinauá que borda enquanto aguarda o retorno de seu marido Xumani, cujo paradeiro desconhece. Ambientada no Acre, em 1919, essa Odisseia às avessas torna-se, aqui, objeto de interesse pelo modo particular como reorganiza a matéria narrativa do poema épico sobre Ulisses. O presente artigo objetiva aproximar a narrativa homérica e Yuxin, identificando, num primeiro tempo, elementos de intertextualidade em ambos os textos, apoiando-se em Kristeva (1969). Num segundo tempo, colocaremos em evidência a posição de narradora da personagem Yarina e as reflexões de ordem narratológica que decorrem do deslocamento da figura feminina da posição de personagem secundária no texto grego para, em Yuxin, ocupar o epicentro do narrar. Servindo-nos do conceito de autodiegese, de Genette (1972), buscaremos relacionar a reconfiguração do esquema narrativo presente no romance, operada por meio da escolha de uma focalização narrativa distinta daquela observada no texto homérico, ao procedimento de destituição do heroísmo que estrutura o gênero épico. Tal deslocamento resultaria num apequenamento do masculino que decorre não apenas da focalização na personagem feminina que ignora o destino do elemento masculino, mas também retratando, por meio de Xumani, uma espécie de Ulisses pouco virtuoso. Desse modo, tentaremos compreender de que maneira esses dois textos, com semelhanças flagrantes na fábula que os estrutura, encontram caminhos particulares de colocar em cena questões ligadas aos gêneros masculino e feminino.Palavras-chave: Yuxin; Odisseia; intertextualidade; feminino; masculino.Abstract: The Amerindian character populates Brazilian narratives and is one of the unavoidable figures in national literature. Yuxin, a novel by Ana Miranda published in 2009, revisits Indianness, this time giving the literary narration to Yarina, a Caxinauá Indian who embroiders while waiting for the return of her husband Xumani, whose whereabouts she doesn’t know. Set in Acre, in 1919, this Odyssey in reverse becomes, here, an object of interest for the particular way in which it reorganizes the narrative material of the epic poem about Ulysses. This article aims to bring the Homeric narrative closer to Yuxin, identifying, at first, elements of intertextuality in both texts, based on Kristeva (1969). In a second step, we will highlight the position of narrator of the character Yarina and the reflections of a narratological nature that result from the displacement of the female figure from the position of secondary character in the Greek text to occupy the epicenter of narration in Yuxin. Using the concept of autodiegesis, by Genette (1972), we will seek to relate the reconfiguration of the narrative scheme present in the novel, operat","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46976638","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Monstros e fronteiras: manifestações do gótico em Úrsula e Uma história de quilombolas","authors":"Laísa Marra","doi":"10.17851/2358-9787.31.2.193-219","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.193-219","url":null,"abstract":"Resumo: O artigo compara o romance Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, e a novela Uma história de quilombolas (1871), de Bernardo Guimarães no que diz respeito ao diálogo que ambos estabelecem com as convenções do romance gótico inglês. O objetivo é examinar como Reis e Guimarães se apropriam, atualizam ou subvertem o componente étnico-racial da representação do monstro dentro do contexto escravocrata de suas narrativas. Examina-se a hipótese de que, em cada uma delas, a construção do medo se dá por meio da figuração do monstruoso, sendo que essa figuração se relaciona intimamente com a identificação racial da voz narrativa. Nesse sentido, pretende-se também contribuir com a teoria sobre o gótico literário perscrutando o seu inconsciente não em suas narrativas modelo, em ascensão durante o período imperialista ocidental, mas nos desvios, em narrativas provenientes de uma ex-colônia. Como resultado, observa-se que o aspecto do medo do cruzamento de fronteiras étnico-raciais é um fator central para que se compreenda melhor esse gênero.Palavras-chave: Maria Firmina dos Reis; Bernardo Guimarães; gótico.Abstract: The article compares the novel Úrsula (1859), by Maria Firmina dos Reis, and the novel Uma história de quilombolas (1871), by Bernardo Guimarães in terms of the dialogue that both establish with the conventions of the English Gothic novel. The objective is to examine how Reis and Guimarães appropriate, update or subvert the ethnic-racial component of the monster representation within the slave context of their narratives. The hypothesis is that, in each of them, the construction of fear takes place through the figuration of the monstrous, which is closely related with the racial identification of the narrative voice. In this sense, it is also intended to contribute to the theory of literary gothic, peering into its unconscious not in its model narratives, rising during the Western imperialist period, but in its deviations, in narratives from a former colony. As a result, it is observed that the fear aspect of crossing ethnic-racial borders is a central factor for a better understanding of this genre.Keywords: Maria Firmina dos Reis; Bernardo Guimarães, gothic.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47773237","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O último soneto de Manoel Botelho de Oliveira (ca. 1706)","authors":"Enrique Rodrigues-Moura","doi":"10.17851/2358-9787.31.2.51-72","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.51-72","url":null,"abstract":"Resumo: Este artigo apresenta um soneto pouco conhecido de Manoel Botelho de Oliveira (Salvador da Bahia, 1636-1711), escrito em louvor ao folheto Patrocínio empenhado pelos clamores de um preso, de autoria de Félix de Azevedo da Cunha e impresso em Lisboa em 1706. Portanto, além da comédia em castelhano Hay amigo para amigo (Coimbra, 1663) e do livro de versos poliglotas Música do Parnaso (Lisboa, 1705), que também inclui duas comédias em castelhano, este soneto é o terceiro texto de Botelho de Oliveira que chegou a ser impresso em vida. Edita-se e comenta-se este soneto, a partir de dados históricos e por meio de uma interpretação filológica, na linha da crítica textual. Os dados históricos conhecidos e o estudo filológico do poema permitem afirmar que Botelho de Oliveira passou os últimos anos da sua vida desfrutando da sua condição de homem da governança da Cidade de Salvador da Bahia, enquanto se preocupava por deixar um legado literário para a posteridade.Palavras-chave: Manoel Botelho de Oliveira; literatura brasileira do Período Colonial; Salvador da Bahia.Abstract: This paper discusses an obscure sonnet by Manoel Botelho de Oliveira (Salvador da Bahia, 1636-1711), written in praise of the 1706 pamphlet Patrocínio empenhado pelos clamores de um preso, by Félix de Azevedo da Cunha. Besides the Spanish comedy Hay amigo para amigo (Coimbra, 1663) and the book of polyglot verses Música do Parnaso (Lisbon, 1705), which also includes two Spanish comedies, this sonnet is the third text by Botelho de Oliveira to be printed during the author’s lifetime. Based on historical data and following a philological interpretation in line with textual criticism, this sonnet is edited and commented. The known historical data and philological study of the poem allow us to state that Botelho de Oliveira spent the last years of his life enjoying his condition as a man of governance of the city of Salvador da Bahia, while worrying about leaving a literary legacy for posterity.Keywords: Manoel Botelho de Oliveira; Colonial Brazilian Literature; Salvador da Bahia.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44983874","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"RELATOS SELVAGENS: O ESPELHO INDÍGENA NAS LETRAS QUINHENTISTAS E SEISCENTISTAS","authors":"Lívia Penedo Jacob","doi":"10.17851/2358-9787.31.2.11-27","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.11-27","url":null,"abstract":"Resumo: Neste artigo, compararemos os olhares coloniais sobre os indígenas pela ótica católica de Vieira e de Nóbrega com as perspectivas protestantes de Staden, de Léry e de Knivet. Por meio desse estudo, pretendemos observar como os desdobramentos das discursividades jesuíticas e protestantes sobre o tema se relacionam, pois, conforme apontou Daher em sua análise, é simplista a ideia de que o colonizador português deprecia o nativo, em contraste com o viajante francês, que o exalta. Desse modo, defendemos que a multiplicidade retórica produzida sobre o tema foi de cabal relevância para a formação do pensamento moderno, em consonância com as afirmações de Marcondes sobre o ensaio “Dos canibais”, de Montaigne. Dentre outros teóricos que nos servem de apoio, destacamos os trabalhos de Hansen e Lima, cujas conclusões nos ajudam a entender como os povos originários se tornam “espelhos” para a representação de outras realidades.Palavras-chave: colonização; povos indígenas; retórica jesuítica; retórica protestante; modernidade.Abstract: This paper compares the colonial literature on indigenous peoples produced by Jesuits Vieira and Nóbrega with that of Protestants Staden, Léry and Knivet. Such an analysis seeks to understand how the Jesuit and Protestant discourses on the subject relate to each other, since, as Daher pointed out, the idea that Portuguese colonizers belittle the natives, while French travelers praise them, is rather simplistic. Thus, it argues that the rhetorical multiplicity produced on the topic was key in constructing modern thought, as Marcondes states about Montaigne’s “Of cannibals.” Among other theorists, this article applies the concepts proposed by Hansen and Lima, whose arguments help understand how the native populations were taken as ‘mirrors’ that reflected other realities.Keywords: colonization; indigenous peoples; Jesuitic rhetoric; protestant rhetoric; modern philosophy.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41472441","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"LUZ E SOMBRA NUMA LIRA DE DIRCEU","authors":"J. A. D. M. Barros","doi":"10.17851/2358-9787.31.2.124-140","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.124-140","url":null,"abstract":"Resumo: Este estudo analisa a lira n. 65 (numeração de Rodrigues Lapa), de Tomás Antônio Gonzaga. O poema é dividido em três partes, vistas como passos de um raciocínio lógico, com desenvolvimento de um argumento favorável ao poeta, que se achava preso, acusado de crime de inconfidência, quando compôs o poema.Palavras-chave: análise de poesia; poesia brasileira; Arcadismo; Dirceu; Tomás Antônio Gonzaga.Abstract: This paper analyzes lyre no. 65 (numbering according to Rodrigues) by Tomás Antônio Gonzaga. The poem is divided into three parts, seen as steps of logical reasoning, with the development of an argument in favor of the poet, who composed the poem in prison, where he was sent to for being involved with the Minas Conspiracy.Keywords: analysis of poetry, Brazilian poetry, Arcadism, Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41763621","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Os 40 anos de O Eixo e a Roda e a literatura brasileira do período colonial","authors":"José Américo Miranda, G. Santos, Francisco Topa","doi":"10.17851/2358-9787.31.2.7-9","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.7-9","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48619160","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Academia Brasílica dos Esquecidos: história e literatura","authors":"Nilton de Paiva Pinto","doi":"10.17851/2358-9787.31.2.73-91","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.73-91","url":null,"abstract":"Resumo: Este artigo investiga e descreve o funcionamento da Academia Brasílica dos Esquecidos, fundada na colônia portuguesa na América, em 1724. As informações aqui reunidas foram colhidas nos códices que contêm as produções acadêmicas e em outras fontes bibliográficas. Esses códices foram publicados por José Aderaldo Castello entre 1969 e 1971. Essa Academia desempenhou importante papel histórico no desenvolvimento da organização de atividades intelectuais na colônia portuguesa, que viria, um século mais tarde, a ser um país independente, o Brasil. A Academia foi fundada para cumprir orientações emanadas da Academia Real de História Portuguesa, criada em Lisboa. Seu principal objetivo era a produção de uma História da colônia, dividida em quatro partes: natural, militar, eclesiástica e política. Além dos textos historiográficos, encomendados a quatro dos acadêmicos, os demais membros apresentavam produções poéticas em todas as sessões (sobre temas que lhes eram também encomendados). O acadêmico Sebastião da Rocha Pita, um dos mais importantes membros da Academia, foi objeto de algumas considerações ao longo do artigo.Palavras-chave: movimento academicista no Brasil; Academia Brasílica dos Esquecidos; História e literatura.Abstract: This paper investigates and describes the inner workings of the Academia Brasílica dos Esquecidos, founded in the Portuguese colony in the Americas in 1724. Data was collected from codices containing academic productions of this institution published by José Aderaldo Castello between 1969 and 1971 and other bibliographical sources. This Academy played an important historical role in the organization of intellectual activities in the Portuguese colony that would, a century later, become an independent country, Brazil. Founded to comply with guidelines issued by the Royal Academy of Portuguese History, created at Lisbon, the Academy’s main goal was to write a history of the colony, divided into four parts: natural, military, ecclesiastical, and political. Besides historiographical texts, requested from four of the academics, the other members produced poetic writings in all genres (on preestablished topics). Scholar Sebastião da Rocha Pita, a key member of the Academy, was the object of some considerations throughout the text.Keywords: academic movement in Brazil; Academia Brasílica dos Esquecidos; history and literature.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46055395","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O terror, a piedade e a verossimilhança: alinhamentos conceituais da tragédia grega e do fantástico","authors":"L. O. Amaral, E. Martins","doi":"10.17851/2358-9787.31.2.175-192","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.175-192","url":null,"abstract":"Resumo: Para além de reconhecer a permanente relevância de uma das obras precursoras dos estudos voltados ao problema da criação literária, a Arte Poética, de Aristóteles (1993), este artigo dispõe-se a explorar pontos de interesse e aproximações conceituais entre as teorias do fantástico e o texto do filósofo grego. Propõe-se, a caminho de uma compreensão do quadro, um alinhamento comparativo de suas semelhanças, a fim de demonstrar a recorrência e a pertinência que alguns elementos críticos assumem nessas duas diferentes tradições da poética. Nota-se, nesse processo, três elementos recorrentes nas propostas teóricas e em seus objetos: o terror, como efeito a ser alcançado no receptor; a piedade, como relação desejada entre o interlocutor e a realidade das personagens representadas; e a verossimilhança, como elemento necessário para a realização dos dois efeitos anteriores.Palavras-chave: fantástico; tragédia; trágico; teoria da literatura.Abstract: In addition to recognizing the permanent relevance of one of the pioneering works of studies aimed at the problem of literary creation, Aristotle’s Arte Poética (1993), this article sets out to explore points of interest and conceptual approaches between the theories of the fantastic and the Greek philosopher’s text. On the way to an understanding of the picture, a comparative alignment of its similarities is proposed, in order to demonstrate the recurrence and pertinence that some critical elements assume in these two different poetic traditions. In this process, three recurrent elements can be noted in the theoretical proposals and in their objects: terror, as an effect to be achieved in the receiver; pity, as a desired relationship between the interlocutor and the reality of the characters represented; and verisimilitude, as a necessary element for the realization of the two previous effects.Keywords: fantastic; tragedy; tragic; literary theory.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44605122","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Água viva, de Clarice Lispector: quando a palavra pinta os vegetais","authors":"Fabrício Lemos da Costa","doi":"10.17851/2358-9787.31.2.246-266","DOIUrl":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.2.246-266","url":null,"abstract":"Resumo: O presente artigo pretende analisar a presença ficcional da pintura em Água viva (1976), de Clarice Lispector (1920-1977). Para isto, pretendemos verificar especificamente a temática dos vegetais na narrativa. Assim, são plantas, raízes, cipós, troncos, flores e árvores que remetem à coisa viva, pulsante, orgânica e biológica de uma escritura que nasce envolvida também com o trabalho pictórico. Nesse sentido, nosso intento é desenvolver uma reflexão que corrobora a própria comparação/inter-relação interartes no texto de Clarice, partindo da vegetação em toda a sua diversidade. Para fins comparativos, dialogaremos, por vezes, com a pintura de Clarice, intitulada “Eu te pergunto por quê?” (1976), onde a possibilidade de uma flor na tela prefigura perguntas. Estamos, pois, no campo da Literatura Comparada. Para este estudo, recorremos às reflexões de Nascimento (2012; 2017; 2019), Sousa (2013), Giorgi (2016), Wohlleben (2017), Nunes (1995) e Coccia (2018; 2018).Palavras-chave: Água viva, Clarice Lispector, Vegetais, Artes plásticas.Abstract: This article aims to analyze the fictional presence of painting in Água viva (1976), by Clarice Lispector (1920-1977). For this, we intend to specifically verify the theme of vegetables in the narrative. Thus, they are plants, roots, vines, trunks, flowers and trees that refer to the living, pulsating, organic and biological thing of a writing that is also born involved with the pictorial work. In this sense, our intention is to develop a reflection that corroborates the comparison/inter-relationship between arts in Clarice’s text, starting from the vegetation in all its diversity. For comparative purposes, we will dialogue, at times, with Clarice’s painting, entitled “Eu te pergunto por quê?” (1976), where the possibility of a flower on the screen prefigures questions. We are, therefore, in the field of Comparative Literature. For this study, we used the reflections of Nascimento (2012; 2017; 2019), Sousa (2013), Giorgi (2016), Wohlleben (2017), Nunes (1995) and Coccia (2018; 2018).Keywords: Água viva, Clarice Lispector, Vegetables, Plastic arts.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47270699","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}