{"title":"Para uma História do Jornalismo Literário Português: Repórteres e Escritores ao Longo do Tempo","authors":"Manuel Carvalho Coutinho","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).4066","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).4066","url":null,"abstract":"O jornalismo e a literatura mantêm desde sempre uma relação de certa proximidade. Se algumas obras literárias se aproximam do registo jornalístico de relato sobre o presente, também certas reportagens escritas parecem autênticas obras literárias graças a uma narrativa que excede as técnicas do jornalismo convencional. É neste enquadramento que se pode falar de jornalismo literário, um jornalismo escrito por jornalistas (e não jornalismo escrito por escritores ou sobre jornalistas), que, seguindo as regras e exigências que definem a profissão, abre espaço para o uso de técnicas tipicamente associadas à literatura.Portugal possui uma longa história de jornalismo literário e de jornalistas que se distinguem por este estilo. Neste sentido, este estudo procura oferecer uma visão diacrónica do jornalismo literário português através de uma análise do seu desenvolvimento, desde o fim do século XIX e atravessando a Primeira República, o Estado Novo, o pós-25 de Abril, até à atualidade. Ao mesmo tempo, considera-se diferentes exemplos de jornalismo literário internacional de forma a estabelecer uma definição possível para o tema.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"117 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124943600","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Aluízio De Azevedo Silva Júnior, Gabriela Marques Gonçalves
{"title":"A Pandemia da COVID-19 e a Potencialização das Desigualdades: Comunidades Ciganas e Meios de Comunicação","authors":"Aluízio De Azevedo Silva Júnior, Gabriela Marques Gonçalves","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).3825","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).3825","url":null,"abstract":"Os povos ciganos são uma minoria historicamente excluída, invisibilizada e perseguida nos diferentes países onde se encontram, especialmente se considerarmos o contexto de sua chegada à Europa e os processos de colonização desenvolvidos por esse continente. Diante disso, trabalhamos neste texto os modos como as comunidades ciganas estão sendo impactadas pela pandemia da COVID-19, a partir de discussões das áreas da comunicação e da saúde, bem como de uma visão crítica dos processos mencionados anteriormente. Refletimos teoricamente sobre como essas etnias são atravessadas por múltiplas opressões que as colocam em situação de desigualdade e qual o papel da comunicação em sua inclusão social ou na manutenção de sua exclusão. Destacamos como sua invisibilidade e estereótipos históricos foram aflorados durante a pandemia, aprofundando as relações de desigualdades. A partir de um olhar crítico sobre as relações discursivas, analisamos duas reportagens jornalísticas publicadas ainda em 2020, uma, no Brasil, do jornal goiano O Popular, e outra, em Espanha, do jornal ABC de circulação nacional. A culpabilização das populações ciganas pela disseminação do vírus e seu silenciamento enquanto sujeitos capazes de articular e de refletir discursivamente sobre suas condições e situações no contexto da pandemia foram alguns dos resultados encontrados, mostrando semelhanças nas representações dos povos ciganos no contexto ibero-americano.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"849 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123293832","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"“Quebre as Regras, Não a Lei”: A Normalização da Brutalidade e o Reforço da Autoridade Policial nas Séries Estadunidenses","authors":"Melina Meimaridis, Rodrigo Quinan","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).4002","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).4002","url":null,"abstract":"Desde a década de 1950, as séries institucionais policiais estão entre as produções mais populares da televisão estadunidense. Por meio da reiteração da mentalidade do “nós versus eles”, policiais são ficcionalizados como agentes normativos que defendem o “bem”, enquanto o crime é retratado como uma falha moral e individual do criminoso. Além dessas produções recorrentemente ignorarem problemas sistêmicos da sociedade estadunidense que são utilizados para explicar a criminalidade no mundo real, elas também reforçam a autoridade da instituição como detentora da força para manutenção do status quo. Partindo da perspectiva que essas séries atuam na construção e mediação de sentido sobre o papel desempenhado pelas instituições policiais do mundo real e de seus membros na sociedade, estruturamos o texto em torno de dois principais argumentos: (a) as séries reforçam a autoridade da instituição policial, tratando suas ações como inquestionáveis e, mais importante, abrindo espaço para intervenções das instituições policiais do mundo real nos processos de ficcionalização das mesmas; (b) as séries normalizam a brutalidade policial, com narrativas frequentemente justificando atos violentos como uma ferramenta investigativa eficiente, ilustrando normas e burocracias como grandes empecilhos ao trabalho do policial. Ao enquadrar as violações éticas e de direitos humanos como atos eficientes e necessários essas séries contribuem para normalizar alguns dos aspectos mais sujos da profissão.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"47 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115935229","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A Narrativa Jornalística no Twitter de um (Não) Atentado em Portugal","authors":"Eduardo Antunes","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).4107","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).4107","url":null,"abstract":"Quinta-feira, dia 10 de fevereiro de 2022, “um estudante de 18 anos foi detido esta quinta-feira pela Polícia Judiciária suspeito do crime de terrorismo, já que estaria há meses a planear atacar os colegas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa” (Henriques et al., 2022, para. 1). Um caso sem grande paralelo em Portugal, num contexto mediático caracterizado pelo que é imediato e pela crescente importância das redes sociais e média sociais, como o Twitter, inclusive para a circulação de informação. Parte-se de um entendimento do Twitter como uma plataforma relevante para o jornalismo contemporâneo que conecta fluxos de informação entre partes (Bennett & Segerberg, 2012; Sadler, 2018). Foram extraídos 3.577 tweets no espaço de 1 semana desde o caso, das cinco contas oficiais no Twitter com mais seguidores, de cariz jornalístico/informativo em Portugal. Desses, apenas 104 tweets se focam neste particular caso, destacando-se o facto de o Correio da Manhã apresentar o triplo de tweets do Expresso. Este trabalho utiliza uma abordagem qualitativa para realizar uma análise discursiva, com recurso a nuvens de palavras, que representam visualmente a frequência de termos. A identificação de narrativas, inclusive macro e micronarrativas (Lits, 2015; Motta, 2013), orienta este trabalho, que resulta na identificação da macronarrativa da existência de um ataque numa faculdade da Universidade de Lisboa. A narrativa do terrorismo, apesar de comum no corpus geral não é central, já que se encontra de forma não uniforme entre as cinco nuvens de palavras, sendo identificada nas nuvens de palavras da SIC Notícias, do Jornal de Notícias e do Correio da Manhã. A análise desenvolvida procura auxiliar o desenvolvimento de entendimentos sobre as narrativas utilizadas para dar e construir sentido à cobertura mediática deste caso específico sem grande comparação em Portugal.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"23 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116464415","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Estão Representados Mediaticamente, Logo Existem: Protestos de Hong Kong em 2019 no Correio da Manhã e no Jornal de Notícias","authors":"Célia Belim, Artur Simões","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).4001","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).4001","url":null,"abstract":"Este artigo pretende entender como o Correio da Manhã (CM) e o Jornal de Notícias (JN) representam os protestos de Hong Kong entre 31 de março e 29 de novembro de 2019, conhecendo a agenda que envolve a sua representação e identificando os enquadramentos. Recorrendo à análise de conteúdo, os resultados sugerem uma perspetiva sobretudo neutra de ambos os jornais, denotando-se ligeira inclinação pró-governo do JN e pró-democracia do CM. Também há diferença na seleção de fontes: o JN incluiu fontes em quase 75% das suas notícias, preferindo fontes anti- protesto, ao passo que o CM convocou fontes em quase 60% das suas peças, com tendência para selecionar fontes pró-protesto. Contudo, nota-se, nos dois jornais, a descrição de um cenário violento quer dos manifestantes quer do governo. As causas dos protestos são quase inteiramente atribuídas ao governo ou a indivíduos de Hong Kong, sendo raras as atribuições a elementos externos. É também atribuída a Hong Kong e aos seus cidadãos a responsabilidade pela solução dos protestos. Encontra-se uma descrição tendencialmente negativa tanto do governo como, de forma menos acentuada, dos manifestantes. Apuram-se relações estatisticamente significativas entre jornal e fonte; jornal e menção das causas do protesto; fontes e descrição do comportamento dos manifestantes; descrição do comportamento dos manifestantes e menção das causas do protesto.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133283976","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Crime, Hooded Crusaders, and (Private) Justice: Arrow and the Exoneration of Vigilantism in Contemporary Popular Media","authors":"Jesús Jiménez-Varea, Antonio Pineda","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).4013","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).4013","url":null,"abstract":"As a form of extralegal crimefighting, vigilantism involves relevant questions about crime, justice, and law enforcement, and it is a staple of popular media. In the 1980s, several popular culture products took a critical approach to vigilantism as a part of the deconstruction of the superhero genre, which included a critical reflection on the psychological and political implications of the motivations behind private justice enforcers’ behavior. In this context, this paper focuses on the representation of vigilantism within the popular television show Arrow, and analyzes how it depicts, rationalizes, and ultimately exonerates vigilantism as a response to criminal activity. The empirical analysis focuses on the various rhetorical strategies used by Arrow to justify vigilantism, such as the representation of legal and governmental institutions as corrupt and inefficient, the multiple rationales whereby vigilantism is practiced, and the sanctioning of private crimefighting by institutions. The analysis indicates that the show delivers an apology for the vigilante ethos: Arrow mirrors superheroes’ dark turn in the 1980s and their reflection of societal fears about crime. However, in the show’s worldview, these fears can only be appeased by private vigilantes. By portraying the state as inefficient and/or corrupt, the show boosts ideologies of individualism and anti-government neoliberalism.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115175667","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"“I Need Ammunition, Not a Ride”: The Ukrainian Cyber War","authors":"Tine Munk, Juan Ahmad","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).4021","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).4021","url":null,"abstract":"The Russian invasion of Ukraine in February 2022 has shown that cyberwarfare is integral to modern military strategies. Although the Russian army has developed cyber capabilities and capacities over the years, Ukraine has quickly created a new and innovative cyber defence that includes public and private actors. Using online communication platforms to reach out to populations, internally and externally, has been instrumental for military success. Inventive thinking has enabled the actors to utilise the online space and develop new computing tactics to defend the country. The intense online presence of Ukrainian President Zelenskyy stands in clear contrast to Russian President Putin. President Zelenskyy is mastering online communication and is speaking directly to the people. Because of his constant use of virtual communication platforms, new public and private resistance movements have formed based on civic activism and a defiant stance against Russian aggression. Various non-governmental groups of hackers, hacktivists and activists have created a structure of resistance, where each has taken on a role in a nodal system depending on skills and engagement levels. This article will focus on how the Ukrainian leadership has been able to carry out a successful speech act that has activated numerous online users internally and externally. This speech act has enabled a new form of online civic activism where online actors fight with the military forces — but mostly without being employed by the state. Within the first 40 days, this activism has proven beneficial to the existing military force to defend Ukraine. The article investigates Ukraine’s role in the David and Goliath fight and how Ukraine’s initiatives have helped develop its cyber defence. The research is based on secondary sources predominately based on grounded theory, where the data collected are critically compared with theoretical content. All data is theoretically sampled and analysed based on the established socio-political approaches deriving from discourse analysis. The timeframe for this research is the first 40 days of the conflict, starting on February 24 2022.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131161876","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"The Art of Smearing: How Is Feminist Decolonizing Artivism Received by Italian Newspapers? The Case of Montanelli’s Statue","authors":"Nicoletta Mandolini","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).4025","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).4025","url":null,"abstract":"On March 8, 2019, during a demonstration organised on occasion of the International Women's Day in Milan, members of the feminist collective Non Una Di Meno (not one woman less) Milano threw washable pink paint on the statue that commemorates the Italian journalist Indro Montanelli (1909–2001). The aim of exposing at a visual level the acclaimed writer’s controversial past was crucial to the group’s symbolic action. In fact, despite being a reference figure for many Italian intellectuals, Montanelli participated in the Abyssinian war in 1935 and, as a member of the fascist army, he engaged in a relationship with a 12-year-old local girl who acted as his wife and sexual object. The collective’s action, which can be labelled as a feminist decolonizing performance, has already been read as a form of artivism that manipulated the Italian’s artistic heritage with the objective of criticising the existing narrative on Italy’s colonial past. In this sense, an analysis of the resonance that journalistic coverage assigned to the event proves crucial for understanding the impact that such an action has had on Italian public opinion and the progress towards the country's mental decolonization. This article presents the findings of a qualitative analysis conducted on a corpus of 10 online newspaper articles published in the aftermath of the artivist performance on Montanelli’s statue. The study employs Foucauldian critical discourse analysis in order to identify the rhetorical strategies used by journalists to criticise or legitimate the feminist collective’s action. Among these strategies, particular attention is paid to those discursive techniques adopted to portray the act as a form of vandalism or, on the contrary, as a form of art. The aim is to show how the discourse on art versus non-art/vandalism is used to confirm (or overcome) the discursive limits imposed by the still dominant narratives on the nation’s colonial history as well as on the disposability of “othered” women’s bodies.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114503779","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Redes Sociais em Práticas de Delinquência Juvenil: Usos e Ilícitos Recenseados na Justiça Juvenil em Portugal","authors":"Maria João Leote de Carvalho","doi":"10.17231/comsoc.42(2022).3988","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.42(2022).3988","url":null,"abstract":"Na atualidade, o forte envolvimento dos jovens em redes sociais suscita o questionamento sobre potenciais efeitos multiplicadores de riscos e oportunidades para práticas de delinquência. Nem sempre é simples distinguir uma ação online inofensiva, parte integrante da experimentação social/relacional típica da adolescência, de um facto que passa a constituir um ilícito passível de intervenção judicial. Este artigo procura conhecer e discutir como o uso de redes sociais se materializa nos factos qualificados pela lei penal como crime praticados por jovens, entre os 12 e os 16 anos, no quadro da justiça juvenil em Portugal. Recorre-se à análise exploratória de informação qualitativa recolhida em Tribunal de Família e Menores, nos processos tutelares educativos de 201 jovens, de ambos os sexos. Pouco mais de terço da população viu provado o envolvimento em ilícitos com recurso a redes sociais, em três níveis diferenciados: planeamento/organização, execução e disseminação. A participação múltipla em redes sociais é dominante. É significativa a sobrerrepresentação das raparigas enquanto autoras de ilícitos, especialmente com elevado grau de violência, num continuum online-offline. A maioria dos factos analisados, de ambos os sexos, tem no epicentro, a perceção de que a honra pessoal foi atingida e requer reparação. Daí ao ato violento é um passo curto, o que pode levar à reconfiguração e troca de papéis entre vítima e agressor, nem sempre fácil de provar. Para ambos os sexos, as relações criadas a partir da escola dominam a interação entre agressores-vítimas. Mais do que o anonimato que o digital pode proporcionar, transparece a necessidade de afirmação no espaço público e/ou semiprivado, constituindo a ação violenta o catalisador para ganhar respeito pela imediata gratificação, que as redes sociais oferecem, num continuum online-offline que dá corpo à “onlife” (Floridi, 2017) que caracteriza a vida dos jovens no presente.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"9 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129281429","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A Ambivalência Colonial nas Imagens em Movimento Contemporâneas: O Caso Português","authors":"Patrícia Sequeira Brás","doi":"10.17231/comsoc.41(2022).3698","DOIUrl":"https://doi.org/10.17231/comsoc.41(2022).3698","url":null,"abstract":"Este artigo é uma tentativa exploratória de abordar a ambivalência colonial implícita nas imagens em movimento contemporâneas no contexto português. O giro pós-colonial que emergiu nas últimas décadas em Portugal corrobora uma tentativa de problematizar a condição pós-colonial portuguesa, que deriva de uma admissão tardia de que a nossa sociedade contemporânea foi construída a partir da pilhagem colonial. Baseando-me na crítica à lusofonia, defendo que este giro pós-colonial é também uma consequência da necessidade de inscrever a narrativa nacional portuguesa num mundo cada vez mais global, necessidade essa que resulta da subordinação da cultura às “leis do mercado”. Além disso, essa abordagem pós-colonial presente na cultura visual contemporânea portuguesa é ambivalente, pois tende a ignorar o problema da legitimidade e da posição de fala do artista e/ou intelectual. O problema da legitimidade — de quem fala de e sobre os outros — é muitas vezes, paradoxalmente, ignorado na produção audiovisual contemporânea que aborda o passado colonial português e a sua condição pós-colonial. Da mesma maneira que a relação intrínseca entre produção visual e conhecimento e, consequentemente, entre produção visual e poder é também ignorada. Dessa forma, defendo que a ambivalência colonial continua a permear os discursos culturais e as práticas artísticas contemporâneas, mesmo quando tais práticas e discursos parecem produzir uma crítica pós-colonial.","PeriodicalId":402719,"journal":{"name":"Comunicação e Sociedade","volume":"35 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123003033","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}