{"title":"Nael, herdeiro testamentário: a terceira margem da gemelidade em Dois irmãos, de Milton Hatoum","authors":"Elias Vidal Filho","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22861","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22861","url":null,"abstract":"Nael, narrador de Dois irmãos, segundo romance de Milton Hatoum, é inicialmente um personagem quase imperceptível, pois recolhe os testemunhos no seio do grupo familiar de que é filho bastardo a fim de elaborar sua história. Ao longo da narrativa, seu verdadeiro desejo é desvelado: conhecer a identidade de seu pai e, assim, filiar-se. Incapazes de organizar a herança imaterial dessa família, os irmãos gêmeos Yaqub e Omar desencadeiam seu desmoronamento. Nael, executor testamentário, organiza o caos familiar e conforma sua identidade em um movimento que parte do outro em direção a si mesmo.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130455348","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Roberto Piva in arquivos: uma escrita de “si”, muitas escritas do “eu”","authors":"Ibriela Bianca Berlanda Sevilla","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22862","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22862","url":null,"abstract":"Este texto é um dos desdobramentos de minha pesquisa de doutorado, cuja tese foi desenvolvida a partir da investigação dos arquivos do poeta paulistano Roberto Piva (1937-2010). O ensaio apresenta uma possível leitura de algumas notas de seus cadernos e manuscritos focalizando a perspectiva da subjetividade e as relações necessárias para que um devir possa ser delineado dentro das escrituras. Investigo, sob o prisma foucaultiano, a presença que o poeta deixa em seus arquivos através da imagem que promove de si mesmo, na medida em que se coloca como personagem e se permite confundir com os personagens de seus poemas. Há, consequentemente, uma discussão acerca do eu lírico e o lugar travestido que este ocupa na poética de Roberto Piva.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"61 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121072586","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Por que você mistura tudo? Autoficção em Algum lugar, de Paloma Vidal","authors":"B. Lima","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22859","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22859","url":null,"abstract":"Algum lugar, romance de Paloma Vidal, é exemplar do retorno do autor na prosa de ficção contemporânea. Deve-se registrar que a participação autoral no universo ficcional nada mais é do que uma forma de problematizar os conceitos de realidade e ficção e também de evidenciar a crítica à noção de sujeito, agora múltiplo, instável e inatingível. Ao leitor, resta apenas a indecidibilidade acerca da verdade e da mentira contidas no romance, incerto sobre os dados referenciais que se apresentam textualmente. Desse modo, a autoficção baralha e subverte o que é ficção e o que é realidade, pois as mistura de modo a torná-las indefiníveis. Assim, pode-se afirmar que a autora do romance desloca sua ontologia da empiria para a fabulação e, em igual medida, o leitor também, incerto sobre em qual paradigma se situa, no sentido de que não está nem apenas no universo ficcional, nem somente na referencialidade. Resta-lhe a indecisão, o entrelugar, o interstício. O presente ensaio visa evidenciar os meandros autoficcionais que viabilizam a crítica ao sujeito e potencializam a ausência da dicotomia ficção versus realidade, comum à sociedade do século atual.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"120 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116200593","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O absurdo está entre nós. As emas do General Stroessner e outras peças, de Sérgio Medeiros","authors":"Isaac Garson Bernat","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22867","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22867","url":null,"abstract":"O volume As emas do general Stroessner e outras peças reúne três textos teatrais de Sérgio Medeiros nos quais Isaac Bernat detecta um forte diálogo com o Teatro do Absurdo. Na opinião do crítico, o emprego de recursos não realistas e a semeadura de toques brejeiros possibilitam ao autor desvelar, sem panfletarismo ou didatismo, o patético e o trágico de situações enfrentadas, respectivamente, por dois ditadores latino-americanos, a primeira-dama de uma capital brasileira e um pastor protestante.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"274 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121413016","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"BRÁULIO TAVARES: “Levei certo tempo para compreender que os caminhos de autores como Rosa, Pound e Joyce são pessoais. Ninguém tem obrigação de partir do que eles escreveram e avançar alguns passos. Cada um precisa fazer sua própria literatura”.","authors":"Dau Bastos","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22864","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22864","url":null,"abstract":"Nesta entrevista pública – concedida por ocasião do VII Encontro do Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea –, Bráulio Tavares falou sobre suas diferentes atividades, irmanadas pelo pertencimento ao campo da criação e desenvolvidas com plena consciência do passado. De fato, é por ter lido as obras de autores experimentais como Joyce, Pound e Rosa, por exemplo, que vê sentido em ousar em gêneros que aprecia, como as literaturas fantástica, de cordel e científica. Da mesma forma, seu amplo conhecimento musical está na base da liberdade com que compõe com Fuba, Lenine e outros parceiros.Qual remate requintado da animada conversa, Bráulio ofereceu mostras de seu trabalho ao ler um conto e cantarolar uma letra – o que despertou aplausos entusiastas do público.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"65 1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123599541","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Silêncio que transborda: a prosa de João Anzanello Carrascoza","authors":"Dinair de Fonte Silva","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22855","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22855","url":null,"abstract":"O presente trabalho aborda a coletânea de contos O volume do silêncio, na qual se percebe que é no silêncio que João Anzanello Carrascoza encontra sua criatividade. O autor procura aproximar sua prosa da poesia, mediante a construção de imagens tocantes e a utilização de metáforas iluminadoras. Assim, consegue dissecar, com habilidade e delicadeza, sentimentos que podem surgir em qualquer momento da vida.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114770998","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Eu, meu pai, meu avô, meu irmão: imagens de si e do outro em romances brasileiros contemporâneos","authors":"Ana C. Viegas","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22854","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22854","url":null,"abstract":"A partir da leitura dos romances De mim já nem se lembra (2016), de Luiz Ruffato, e Diário da queda (2011), de Michel Laub, propomos uma discussão acerca da reconfiguração da subjetividade contemporânea, segundo uma concepção dialógica de identidade/alteridade. Tendo como ponto de partida as indagações de Leonor Arfuch a respeito do “espaço biográfico contemporâneo” − ancoradas, por sua vez, no pensamento dialógico de Mikhail Bakhtin e na perspectiva relacional entre indivíduo e sociedade, de Norbert Elias −, mapearemos processos de construção de imagens de si e do outro nas referidas obras ficcionais, reiterando a dimensão narrativa dessa construção.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"83 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122126425","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O entre-lugar da vida/linguagem: a viagem lírica. Entre a estrada e a estrela, de José Inácio Vieira de Melo","authors":"Aleilton Fonseca","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22865","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22865","url":null,"abstract":"Em Entre a estrada e a estrela, José Inácio Vieira de Melo explora a poesia em suas dimensões de deslocamento e indagação. Ciente da impossibilidade de plenitude, nem por isso o eu lírico esmorece diante do duplo desafio de instaurar a linguagem e existir em trânsito, à mercê da efemeridade. É o que aponta Aleilton Fonseca, em texto no qual sublinha a arquitetura do livro e a singularidade da busca de transcendência lírica empreendida pelo poeta.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121930160","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A disciplina do amor. Aquele abraço, de Marcelo Maldonado","authors":"A. Rosa","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22866","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22866","url":null,"abstract":"Visto à distância, o período imediatamente posterior à ditadura parece pouco propício ao florescimento de uma atração entre dois adolescentes do mesmo sexo, sobretudo se estudam em colégio militar. São justamente tais percalços que animam o primeiro romance de Marcelo Maldonado, Aquele abraço, que esmiúça a interioridade do narrador e oferece detalhes passíveis de constituir um mosaico da época. Segundo André Rosa, a narrativa se insere numa linhagem que inclui a obra inacabada Niétotchka Niezvânova, de Dostoiévski, e o conto “Aqueles dois”, de Caio Fernando Abreu.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"153 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123598413","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Catatau, de Paulo Leminski: leitura e ultrapassagem","authors":"A. Cidade","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22858","DOIUrl":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22858","url":null,"abstract":"Este ensaio tem por objetivo a interpretação de uma das mais arrojadas obras da literatura brasileira contemporânea. Começamos localizando-a historicamente na esteira da revolução deflagrada pelas vanguardas europeias no início do século XX. Em seguida, levantamos seus antecedentes literários. Pelo seu caráter radical de experimentação com a linguagem, por sua ruptura com as categorias tradicionais do romance, o texto se apresenta como uma floresta de signos. A leitura de Catatau revela uma narrativa extremamente elaborada, em que aparentemente nada faz sentido. Contudo, submetida a uma segunda leitura, deixa ver uma miríade de referências e estratégias de diálogo ficcional que estimulam o leitor a produzir imagens portadoras de sentido. Exerce um fascínio progressivo sobre o leitor, enredando-o inelutavelmente no vasto jogo de interpretações que suscita A teoria sobre o fictício e o imaginário, de Wolfgang Iser, nos permitiu refazer os caminhos e procedimentos que o autor usou ao compor a obra. Assim, foi possível dividir nosso ensaio em três momentos: a seleção dos campos referenciais retirados do mundo real e inseridos no texto, a combinação intratextual desses campos, e o desnudamento da ficcionalidade do texto como estratégia metaficcional que faculta ao leitor reagir ao que ele mesmo criou na imaginação.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"5100 2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123660918","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}