{"title":"Por que você mistura tudo? Autoficção em Algum lugar, de Paloma Vidal","authors":"B. Lima","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22859","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Algum lugar, romance de Paloma Vidal, é exemplar do retorno do autor na prosa de ficção contemporânea. Deve-se registrar que a participação autoral no universo ficcional nada mais é do que uma forma de problematizar os conceitos de realidade e ficção e também de evidenciar a crítica à noção de sujeito, agora múltiplo, instável e inatingível. Ao leitor, resta apenas a indecidibilidade acerca da verdade e da mentira contidas no romance, incerto sobre os dados referenciais que se apresentam textualmente. Desse modo, a autoficção baralha e subverte o que é ficção e o que é realidade, pois as mistura de modo a torná-las indefiníveis. Assim, pode-se afirmar que a autora do romance desloca sua ontologia da empiria para a fabulação e, em igual medida, o leitor também, incerto sobre em qual paradigma se situa, no sentido de que não está nem apenas no universo ficcional, nem somente na referencialidade. Resta-lhe a indecisão, o entrelugar, o interstício. O presente ensaio visa evidenciar os meandros autoficcionais que viabilizam a crítica ao sujeito e potencializam a ausência da dicotomia ficção versus realidade, comum à sociedade do século atual.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"120 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22859","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Algum lugar, romance de Paloma Vidal, é exemplar do retorno do autor na prosa de ficção contemporânea. Deve-se registrar que a participação autoral no universo ficcional nada mais é do que uma forma de problematizar os conceitos de realidade e ficção e também de evidenciar a crítica à noção de sujeito, agora múltiplo, instável e inatingível. Ao leitor, resta apenas a indecidibilidade acerca da verdade e da mentira contidas no romance, incerto sobre os dados referenciais que se apresentam textualmente. Desse modo, a autoficção baralha e subverte o que é ficção e o que é realidade, pois as mistura de modo a torná-las indefiníveis. Assim, pode-se afirmar que a autora do romance desloca sua ontologia da empiria para a fabulação e, em igual medida, o leitor também, incerto sobre em qual paradigma se situa, no sentido de que não está nem apenas no universo ficcional, nem somente na referencialidade. Resta-lhe a indecisão, o entrelugar, o interstício. O presente ensaio visa evidenciar os meandros autoficcionais que viabilizam a crítica ao sujeito e potencializam a ausência da dicotomia ficção versus realidade, comum à sociedade do século atual.