{"title":"Catatau, de Paulo Leminski: leitura e ultrapassagem","authors":"A. Cidade","doi":"10.35520/FLBC.2018.V10N20A22858","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este ensaio tem por objetivo a interpretação de uma das mais arrojadas obras da literatura brasileira contemporânea. Começamos localizando-a historicamente na esteira da revolução deflagrada pelas vanguardas europeias no início do século XX. Em seguida, levantamos seus antecedentes literários. Pelo seu caráter radical de experimentação com a linguagem, por sua ruptura com as categorias tradicionais do romance, o texto se apresenta como uma floresta de signos. A leitura de Catatau revela uma narrativa extremamente elaborada, em que aparentemente nada faz sentido. Contudo, submetida a uma segunda leitura, deixa ver uma miríade de referências e estratégias de diálogo ficcional que estimulam o leitor a produzir imagens portadoras de sentido. Exerce um fascínio progressivo sobre o leitor, enredando-o inelutavelmente no vasto jogo de interpretações que suscita A teoria sobre o fictício e o imaginário, de Wolfgang Iser, nos permitiu refazer os caminhos e procedimentos que o autor usou ao compor a obra. Assim, foi possível dividir nosso ensaio em três momentos: a seleção dos campos referenciais retirados do mundo real e inseridos no texto, a combinação intratextual desses campos, e o desnudamento da ficcionalidade do texto como estratégia metaficcional que faculta ao leitor reagir ao que ele mesmo criou na imaginação.","PeriodicalId":354339,"journal":{"name":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","volume":"5100 2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35520/FLBC.2018.V10N20A22858","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este ensaio tem por objetivo a interpretação de uma das mais arrojadas obras da literatura brasileira contemporânea. Começamos localizando-a historicamente na esteira da revolução deflagrada pelas vanguardas europeias no início do século XX. Em seguida, levantamos seus antecedentes literários. Pelo seu caráter radical de experimentação com a linguagem, por sua ruptura com as categorias tradicionais do romance, o texto se apresenta como uma floresta de signos. A leitura de Catatau revela uma narrativa extremamente elaborada, em que aparentemente nada faz sentido. Contudo, submetida a uma segunda leitura, deixa ver uma miríade de referências e estratégias de diálogo ficcional que estimulam o leitor a produzir imagens portadoras de sentido. Exerce um fascínio progressivo sobre o leitor, enredando-o inelutavelmente no vasto jogo de interpretações que suscita A teoria sobre o fictício e o imaginário, de Wolfgang Iser, nos permitiu refazer os caminhos e procedimentos que o autor usou ao compor a obra. Assim, foi possível dividir nosso ensaio em três momentos: a seleção dos campos referenciais retirados do mundo real e inseridos no texto, a combinação intratextual desses campos, e o desnudamento da ficcionalidade do texto como estratégia metaficcional que faculta ao leitor reagir ao que ele mesmo criou na imaginação.