Tatiane Carvalho da Silva, Henrique Rajão, Ricardo Tadeu Santori
{"title":"O perfil do observador de aves do Estado do Rio de Janeiro: uma análise preliminar","authors":"Tatiane Carvalho da Silva, Henrique Rajão, Ricardo Tadeu Santori","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.13617","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.13617","url":null,"abstract":"A observação de aves não é uma atividade restrita ao público acadêmico ou especializado. Então, uma pergunta que se faz é sobre quem é o observador de aves e qual é o seu perfil. Este estudo traça o perfil do observador de aves do estado do Rio de Janeiro por meio de dados coletados, do dia 04 de julho a 04 de agosto de 2018, utilizando-se um questionário eletrônico enviado para grupos de observadores cadastrados no Facebook. Foram analisadas as respostas de 58 indivíduos. Os indivíduos apresentaram média de idade de 44 anos, majoritariamente do sexo masculino, no geral com uma renda de até cinco salários mínimos, com profissões variadas e ensino superior. Cerca de noventa e um por cento dos observadores de aves realizam a atividade por lazer, investem e utilizam diversos equipamentos, principalmente câmeras fotográficas. Uma pequena porcentagem já viajou para fora do Brasil para a observação de aves e mais da metade contribuem para projetos de ciência cidadã. Um pequeno grupo de indivíduos procura por tipos específicos de aves e 91,4% gostam de conhecer sobre a história natural das aves. Todos os respondentes adotam algum tipo de cuidado com a sua saúde e bem estar para a realização da atividade e afirmam que a sua prática é afetada quando a mesma ocorre em áreas com risco de assalto. A totalidade dos indivíduos já visitou o bioma Mata Atlântica, tem como ambiente mais visitado o de florestas e o local são as Unidades de Conservação. Cerca de setenta e sete por cento participam de grupos de observadores de aves, realizam a observação principalmente sozinhos ou com o grupo de observador, com a maioria saindo mais de duas vezes ao mês para realizar a atividade. Trinta e sete observadores de aves não têm preferência por alguma estação do ano e o tempo de dedicação a esta atividade com maior frequência foi o de indivíduos que realizam a prática entre um e cinco anos. Os resultados sugerem que o perfil socioeconômico do observador de aves do estado do Rio de Janeiro, é restrito a um público seleto de uma faixa limitada da população. Portanto, conhecer o perfil do observador de aves para conhecer seus roteiros, o tipo de equipamento que utiliza, quanto ele investe na atividade e os motivos que o levam a tal prática, pode auxiliar no planejamento de instituições educativas e de turismo ampliar a observação de aves.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"18 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126477284","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Turismo de Observação de Aves: um novo olhar sobre o meio ambiente em Mato Grosso do Sul","authors":"Ilsyane do Rocio Kmitta, Susana Arakaki","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.13650","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.13650","url":null,"abstract":"O estado de Mato Grosso do Sul, privilegiado pela ocorrência dos biomas Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica e Chaco, sendo este último limitado ao município de Porto Murtinho, tem se constituído como espaço ímpar para a atividade de observação de aves. Atividade relativamente recente no estado, vem se destacando como possibilidade de exploração do ecoturismo. Prática consolidada no mundo e nacionalmente, o estado acolhe observadores de vários estados e do exterior, interessados nas mais de 800 espécies de aves já catalogados. Todavia, a observação de aves pela população local ainda é recente e teve início após declínio da caça e pesca predatória e a necessidade de viabilizar novas formas de exploração sustentável do turismo no estado. Este trabalho apresenta as características históricas da formação das propriedades rurais e suas formas de exploração econômica. Apresenta a atividade de observação de aves no estado, além de histórico de ações e atores que vêm construindo esse novo segmento a ser explorado interna e externamente. Apresenta o protagonismo feminino na condução das iniciativas que dão visibilidade à atividade.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123486742","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Fernanda Natalia de Sá Freitas, D. Aleixo, V. S. Moraes-Ornellas
{"title":"Turismo de observação de aves: potencial de economia sustentável na Amazonia Paraense","authors":"Fernanda Natalia de Sá Freitas, D. Aleixo, V. S. Moraes-Ornellas","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.13606","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.13606","url":null,"abstract":"A Amazônia é um dos ambientes mais biodiversos do planeta, o que encanta amantes da natureza do mundo inteiro. Ao mesmo tempo que também é um dos ambientes que mais sofrem com os impactos causados por ações antrópicas que ameaçam sua integridade e colocam em risco inúmeros ecossistemas naturais. A fim de parar ou reduzir os impactos observados, foram e estão sendo criadas Unidades de Conservação, porém, para que cumpram seu papel na conservação das espécies é necessário haver um processo de gestão participativa que promova as comunidades locais e dê a elas as condições e meios necessários para gerar renda por meio do uso sustentável dos recursos naturais. O estado do Pará abriga muitas espécies de aves belas e endêmicas, o que atrai a atenção de observadores de aves e abre possibilidade para haver incentivos e investimentos neste segmento do ecoturismo. Para isso, se faz necessário conhecer os diferentes atores que participarão deste processo, bem como, as dificuldades e adequações logísticas necessárias para que a atividade tenha sucesso. Buscando realizar esta avaliação, sete cidades foram visitadas no período de agosto a dezembro de 2021, em diferentes regiões do estado, o que permitiu traçar o perfil e conhecer um pouco das perspectivas dos diferentes atores sociais em relação a esta atividade. Além disso, como as aves são excelentes para despertar a curiosidade, por apresentarem cores, cantos e comportamentos atrativos e por serem relativamente fáceis de observar na natureza, o curso serviu tanto como uma forma de ampliar seus olhares para as possibilidades dentro do turismo quanto para despertarem para as belezas naturais que sempre estiveram ao seu redor e que pouco notavam. Este despertar para a beleza da natureza é fundamental para que as comunidades locais, os promotores de turismo e os gestores percebam e valorizem este produto turístico de grande importância para eles próprios: a biodiversidade. Mas, apesar do ponta pé inicial dado pelo estado para viabilizar esta atividade tão promissora, ressalta-se que não basta propor e elaborar roteiros turísticos se não houver acompanhamento a curto e longo prazo. Para que atividades de turismo ecológico tenham êxito, é fundamental que se tenha indicadores relevantes para avaliar e monitorar resultados, condições e impactos.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"174 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127008431","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Planejamento de uma trilha interpretativa em um trecho de mata ciliar do rio Piratini, Cerrito (RS)","authors":"Jocarlos Goulart Alberton, U. Jacobi","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.12367","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12367","url":null,"abstract":"O ecoturismo é um turismo de natureza de baixo impacto que contribui à manutenção de espécies e habitats. Áreas naturais protegidas, como a Área de Preservação Permanente (APP), torna-se um meio de contato com a natureza de forma sustentável, com fins de conservação e conscientização ambiental. Matas ciliares são APP, e faz-se necessário o conhecimento da importância desse ambiente quanto sua função ambiental, e seu papel no bem-estar da população. A interpretação ambiental é importante para a sensibilização dos visitantes em ambientes naturais e um meio de contato e integração com a natureza. O presente estudo tem por objetivo o planejamento de uma trilha interpretativa em uma APP de mata ciliar. Foi feita a caracterização física da trilha e seu potencial interpretativo analisado pelo método de Índice de Atratividade dos Pontos Interpretativos (IAPI). A trilha é considerada de curta distância, linear, se enquadra na categoria de nível moderado. Foi possível identificar uma grande riqueza de fauna e flora para o local. Foram levantados 15 pontos interpretativos.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"99 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125072093","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O audiovisual na interpretação ambiental dos Parques Nacionais","authors":"Luciana Alvarenga, C. Sanches, M. Muchagata","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.12007","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12007","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma análise sobre o papel do audiovisual na interpretação ambiental de parques nacionais na série de TV e web Parques do Brasil, relacionando-a com a construção de narrativas sobre os sistemas ecológicos, a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos das unidades de conservação federais brasileiras. A pesquisa aponta que a utilização de diferentes técnicas audiovisuais pode contribuir de maneira relevante para a interpretação ambiental, além de proporcionar novas ferramentas metodológicas para processos participativos, educativos e de pesquisas diversos.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"128 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130226711","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Atratividade Turística em Unidades de Conservação no Mato Grosso do Sul: perspectivas para o desenvolvimento sustentável","authors":"Marta Regina da Silva-Melo, N. M. R. Guedes","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.12262","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12262","url":null,"abstract":"Unidades de Conservação são territórios importantes para a proteção da biodiversidade, provisão de diversas funções essenciais à vida e bem-estar humano. A presente pesquisa tem como objetivo analisar a atratividade turística das Unidades de Conservação de Proteção Integral na categoria Parques Estaduais de Mato Grosso do Sul. A metodologia foi fundamentada no Índice de Atratividade Turística das Unidades de Conservação Brasileira, adaptada para a realidade do Mato Grosso do Sul. O índice de atratividade verificado denota que independente da rica biodiversidade (86,3%), e diversidade de paisagens (80,4%) existentes nesses Parques, por si só não se caracterizam como atração turística, haja vista que o turismo nessas áreas ainda é módico, influenciado por diferentes fatores, dentre os quais: gestão desintegrada (64,7%), quadro de servidores insuficientes (67,6%), ausência de infraestrutura (65,7%), falta de divulgação (68,6%), entre outros obstáculos. Uma possível solução seria a prestação de serviços por meio de concessão. Todavia, é imprescindível que o órgão gestor realize a fiscalização e monitoramento dos serviços prestados, a fim de evitar a mercantilização dos Parques Estaduais e a apropriação voltada unicamente para um uso público conflitante aos objetivos dessas Unidades de Conservação.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126273958","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Marcos nBührer Campolim, Edison Rodrigues do Nascimento, Emily Toledo Coutinho, Luiz Carlos de Faria
{"title":"Avaliação da capacidade de suporte da visitação na Praia do Itacuruçá/Pereirinha - Parque Estadual da Ilha do Cardoso (SP)","authors":"Marcos nBührer Campolim, Edison Rodrigues do Nascimento, Emily Toledo Coutinho, Luiz Carlos de Faria","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.12929","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12929","url":null,"abstract":"As atividades de ecoturismo em Unidades de Conservação (UC) brasileiras devem ser realizadas de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), e outras normas pertinentes. Em relação a visitação pública, é recomendável que ela conte com participação das comunidades locais. Na praia do Pereirinha/Itacuruçá, do Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC) localizado em Cananéia, SP, foi estabelecido um Plano de Ação com base em indicadores pré-estabelecidos, com o objetivo de monitoramento e controle da visitação. O objetivo deste estudo é apresentar o processo de planejamento e implementação e seus resultados preliminares. A avaliação do monitoramento foi realizada com base na percepção de gestores do PEIC, de monitores ambientais autônomos e da comunidade tradicional, captadas por meio de questionários estruturados. Durante o planejamento foram estabelecidos doze indicadores de monitoramento em três categorias: (i) visitação em praia; (ii) setor náutico e (iii) percepção dos segmentos quanto ao Número Balizador da Visitação (NBV). A partir dos resultados dos indicadores foi elaborado um Plano de Ação de monitoramento e controle da visitação na praia, adotando-se os seguintes mecanismos: (i) orientação aos visitantes na praia; (ii) registro de embarcações e visitantes na praia; e (iii) capacidade máxima atingida. Este trabalho conclui que o número de visitação diária da Praia do Itacuruçá/Pereirinha apresenta-se eficiente, de acordo com as condições atuais operacionais do PEIC, tendo uma percepção positiva pela maioria dos entrevistados. O número de visitação diária poder-se-ia ser atualizado desde que se concretize a organização do setor náutico e/ou das áreas emissivas de visitantes no município de Cananéia, SP. Salienta-se, todavia, que tal organização deve ser realizada a partir de informações técnicas e/ou científicas que embasem a melhoria da qualidade ambiental e a satisfação dos visitantes e dos segmentos receptivos locais (comunidade tradicional local e monitores ambientais) e setor de turismo náutico.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115186846","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
K. Lopes, Patrícia Oliveira, Felipe Luiz, Milena Ramires
{"title":"O turismo de pesca no Mato Grosso: uma análise socioambiental","authors":"K. Lopes, Patrícia Oliveira, Felipe Luiz, Milena Ramires","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.12472","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12472","url":null,"abstract":"A dinâmica da pesca no Mato Grosso vem se modificando ao longo dos anos, em decorrência de novas demandas sociais, mudanças ambientais e ações antrópicas. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo realizar uma análise socioambiental do turismo de pesca no Mato Grosso, levando em consideração, a percepção dos usuários quanto a situação dos estoques pesqueiros, as relações com a pesca profissional e as potencialidades da pesca esportiva, em relação a conservação ambiental e a garantia de emprego e renda para as comunidades ribeirinhas. Foram obtidos dados através de pesquisa documental bibliográfica e entrevistados 78 pescadores artesanais e 21 condutores de turismo de pesca, considerados como os principais atores da cadeia do turismo de pesca. Foi identificada a tendência dos pescadores artesanais tornarem-se condutores de turismo de pesca e/ou atuarem como isqueiros motivados pelos maiores ganhos financeiros e melhores condições de trabalho. A pesca de iscas ocorre em todas as regiões do estado, no entanto, Barão do Melgaço, Cáceres, Poconé e Cuiabá são os municípios mais representativos. O setor de hospedagem apresenta grande taxa de empregabilidade estimando-se que para cada turista de pesca é absorvido de 0,8 a 1,8 empregos diretos. A comunidade cientifica vem alertando sobre a diminuição dos estoques pesqueiros, em consequência da pesca ilegal, predatória e sobrepesca no Mato Grosso. Além disso, foi observado um conflito entre a pesca artesanal e um tipo de serviço aos amadores, chamado localmente de “tablado”, que atrai turistas de regiões próximas e, em muitos casos, praticam a atividade no mesmo dia, sem necessitar de hospedagem e serviços locais. Dado que a pesca artesanal já não é capaz de suprir economicamente seus usuários, obrigando os a partirem para outras atividades que complementem a renda familiar, o turismo de pesca é uma alternativa econômica viável capaz de manter os traços importantes da cultura pesqueira, em sua prática, para muitos pescadores artesanais, uma vez que os melhores condutores de pesca, são aqueles que aplicam seu conhecimento sobre o ambiente e os peixes. Se praticada de forma ordenada, pode contribuir para a conservação e restauração dos estoques de peixes, a partir de ações de conservação dos recursos pesqueiros e de sustentabilidade tratadas de maneira integrada entre os setores envolvidos. A pesca esportiva, associada ao turismo de pesca deve ser constantemente analisada, monitorada e discutida tecnicamente, para que novas políticas públicas de fomento, com objetivos claros e definidos, sejam criadas.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126625581","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Diversidade, desafios e potencialidades do turismo com mamíferos na Amazônia brasileira","authors":"M. D. Vidal, F. P. Paim, Simone Mamede","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.12316","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12316","url":null,"abstract":"Contendo em seu território uma das maiores riquezas biológicas do planeta, o Brasil está entre os países com maior potencial para o turismo com fauna silvestre. Neste artigo são discutidos a diversidade, os desafios e as potencialidades do turismo com mamíferos na Amazônia brasileira. Por meio de ampla busca e revisão bibliográfica, é fornecido um panorama da atividade e sugeridas abordagens a serem adotadas para manejar possíveis impactos negativos existentes. Os resultados demonstram que o turismo com a mastofauna amazônica é focado em poucas espécies e desenvolvido em um número reduzido de estados da Amazônia brasileira. Dentre suas potencialidades estão a sensibilização e educação ambiental, a recuperação e conservação das espécies, a geração de divisas e o fortalecimento do turismo científico. Por outro lado, são preocupantes impactos negativos como a habituação e alterações comportamentais das espécies, a manutenção ilegal de animais em cativeiro, a oferta de alimentos que não fazem parte do cardápio natural das espécies e a possibilidade de transmissão de doenças entre os visitantes e a fauna. A intenção do artigo é contribuir na sensibilização de gestores ambientais, pesquisadores, visitantes e operadores de turismo sobre a necessidade de se planejar adequadamente as interações com a fauna que, sendo adequadamente desenvolvidas, podem contribuir para a satisfação dos visitantes, para a geração de renda nas comunidades receptoras e para a conservação das espécies e seus hábitats.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"28 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133210237","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A. F. Amaral, Filipe Vieira de Oliveira, Thamyres Alves de Sousa
{"title":"Ecoturismo e acessibilidade: uma trilha em LIBRAS","authors":"A. F. Amaral, Filipe Vieira de Oliveira, Thamyres Alves de Sousa","doi":"10.34024/rbecotur.2022.v15.12393","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2022.v15.12393","url":null,"abstract":"O artigo tem o objetivo de discutir e relatar a experiência de planejar e oferecer uma trilha interpretativa de ecoturismo para um grupo de pessoas surdas, bem como apresentar suas impressões sobre a atividade e a acessibilidade no ecoturismo. Trata-se de uma ação realizada pelo Laboratório de Ecoturismo, do curso de Turismo Patrimonial e Socioambiental, da Universidade Federal do Tocantins, Câmpus de Arraias. A metodologia aplicada teve uma abordagem qualitativa, de caráter descritivo, com trabalho de campo e a aplicação de um questionário para o público participante. Como resultado, observou-se que a comunidade surda muitas vezes deixa de realizar atividades turísticas simplesmente pela falta de comunicação adequada e que a inclusão social dentro do turismo em geral, necessita de melhorias quanto à estrutura física e profissional. As trilhas interpretativas se mostraram, nesse contexto, uma ferramenta interessante para promover a interação do público com o meio ambiente, desde que haja por parte do planejamento dessas atividades, profissionais com domínio da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, com vistas à garantia do pleno acesso dos surdos às diferentes áreas do lazer e do turismo como direito de todos os cidadãos.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"48 2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124386482","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}