{"title":"Duração da consulta: e quando se trata de um utente sem médico?","authors":"H. Manso","doi":"10.32385/rpmgf.v40i1.13997","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13997","url":null,"abstract":"Duração da consulta: e quando se trata de um utente sem médico?","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"41 11","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140419315","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Tiago Fernandes Flores, A. Vilela, B. Martins, Maria Dias de Abreu Gonçalves, João Mário Andrade Pinto, Ana Isabel Leal Pereira, oana Gonçalves Luís
{"title":"Desenvolvimento de um vídeo formativo como instrumento para melhoria da literacia em saúde: um projeto de intervenção","authors":"Tiago Fernandes Flores, A. Vilela, B. Martins, Maria Dias de Abreu Gonçalves, João Mário Andrade Pinto, Ana Isabel Leal Pereira, oana Gonçalves Luís","doi":"10.32385/rpmgf.v40i1.13773","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13773","url":null,"abstract":"Introdução: A promoção da literacia em saúde é crucial para que os utentes possam tomar decisões adequadas em matéria de saúde, promovendo uma utilização mais eficiente dos recursos e contribuindo para a sua sustentabilidade. Objetivos: Promover a literacia em saúde entre os utentes de seis Unidades de Saúde Familiar (USF) no Norte de Portugal acerca da organização e estrutura dos cuidados de saúde primários (CSP) e a especialidade médica de medicina geral e familiar (MGF). Métodos: Estudo observacional, prospetivo, do tipo coorte. Foram aplicados questionários em formato Google® Docs a utentes com 18 ou mais anos, que preenchiam os critérios de inclusão, antes e após um mês da intervenção. A intervenção consistiu na visualização de um vídeo formativo preparado pelos autores acerca da organização e os recursos dos CSP e a especialidade de MGF. Resultados: O questionário pré-intervenção foi preenchido por 274 utentes, 165 visualizaram o vídeo educativo e 113 preencheram o questionário pós-intervenção. Apenas 88 utilizadores participaram em todas as fases do projeto e foram considerados elegíveis para a interpretação dos resultados. Após a intervenção verificou-se uma melhoria estatisticamente significativa na classificação geral obtida no questionário, com um aumento na percentagem de respostas corretas de 66,7% para 72,7% (p=0,004; IC 95%). Verificou-se também um aumento na taxa de respostas corretas em quase todas as questões aplicadas. Discussão e Conclusão: A literacia em saúde ajuda os cidadãos a tomar melhores decisões em relação à sua saúde, com um consequente impacto económico e social. Este projeto culminou na criação de uma ferramenta multimédia capaz de melhorar os conhecimentos dos utentes portugueses acerca dos CSP, passível de ser replicada noutros locais do País.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"132 40","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140423777","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Cair no diagnóstico de VIH: relato de caso","authors":"C. Coelho, Clara Jorge","doi":"10.32385/rpmgf.v40i1.13734","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13734","url":null,"abstract":"Introdução: A prevalência da infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) parece haver estabilizado nos 0,7%, enquanto em alguns países continua a aumentar. Durante muitos anos estava apenas associada ao continente africano e a populações específicas, mas atualmente constata-se um aumento de incidência nos países desenvolvidos. Esta infeção pode ser assintomática ou ter sintomas inespecíficos. Estes dependem do estádio da doença, da carga viral ou do estado imune do hospedeiro. Este caso mostra o desafio do diagnóstico de VIH, relatando uma forma de apresentação sintomática rara. Descrição do caso: Homem de 21 anos de idade, de nacionalidade angolana, que recorre à consulta aberta nos cuidados de saúde primários por quedas frequentes no último mês associadas a sensação de falta de força nos membros inferiores. À avaliação física constata-se uma discreta diminuição global da força nas quatro extremidades, com maior tradução no membro superior esquerdo. Nega práticas sexuais de risco ou consumo de drogas parenterais. Após realização de estudo analítico, estudo eletromiográfico e tomografia computorizada crânio-encefálica, da coluna cervical e lombar, constata-se um resultado positivo para a infeção por VIH como a causa desencadeante da sintomatologia apresentada. Comentário: O que inicialmente pareciam sintomas relacionados com uma doença neuromuscular incipiente veio a revelar-se o diagnóstico de uma infeção vírica. Pela inespecificidade dos seus sintomas é importante manter um elevado nível de suspeição para a infeção por VIH. No caso relatado, a neuropatia periférica era a única manifestação desta infeção. Ainda que tenha uma prevalência de até 60% entre os infetados, é rara como manifestação isolada. A sua etiopatologia não é ainda clara, sabe-se que é multifatorial e progressiva. Presentemente o doente encontra-se estável com o início da terapêutica antirretroviral, com melhoria da sintomatologia.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"26 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140418446","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Síndroma genético de Bardet-Biedl e o médico de família: relato de caso","authors":"Gloriana Hamdjan, Vasco Gonçalves","doi":"10.32385/rpmgf.v40i1.13587","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13587","url":null,"abstract":"Introdução: O síndroma de Bardet-Biedl (SBB) é uma doença multissistémica rara, de transmissão predominantemente autossómica recessiva, genética e clinicamente heterogénea. A sua prevalência na Europa varia entre 1:125.000 e 1:175.000, afetando de igual modo ambos os sexos. Este síndroma define-se por obesidade, polidactilia, anomalias genitourinárias, distrofia retiniana e dificuldades cognitivas, que se associam de forma variável e pode incluir um amplo espectro de outras manifestações menos prevalentes. O diagnóstico da SBB é clínico, sendo confirmado por análise molecular, o que permite o aconselhamento genético dos restantes membros da família e a realização do diagnóstico pré-natal. Atualmente não existe tratamento curativo, mas o diagnóstico precoce é importante para orientar o acompanhamento multidisciplinar. O médico de família, pela sua proximidade com o doente e seguimento longitudinal, poderá identificar sinais de alarme relativos ao diagnóstico e à identificação de complicações da doença, além de poder ajudar a mitigar impactos psicossociais deletérios. Descrição do caso: Utente do sexo masculino, quatro anos de idade, raça caucasiana, natural de Lisboa, primeiro filho de uma fratria de três. A gravidez foi vigiada pelo seu médico de família, tendo, por alterações na ecografia morfológica – rins poliquísticos e polidactilia – iniciado seguimento na consulta de genética médica, onde se estabeleceu o diagnóstico de SBB tipo 4. Nasceu por parto eutócico de uma gestação de termo sem outras intercorrências. Foi referenciado às consultas de pediatria, genética, nefrologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, cirurgia pediátrica plástica e cardiologia pediátrica. Com cerca de um ano de idade foi-lhe diagnosticada miopia. Aos três anos foi submetido a desarticulação de dedos supranumerários. Presentemente mantém vigilância na consulta de saúde infantil da USF e acompanhamento nutricional, apresentando progressão estaturo-ponderal adequada. Comentário: O objetivo deste trabalho é relatar um caso de SBB e identificar o papel do médico de família na sinalização e acompanhamento da criança com doença genética rara.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"4 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140418577","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
M. Ribeiro, Margarida Sousa Silva, Ana Catarino Gomes, Cláudia Penedo, N. Florêncio
{"title":"Medicina geral e familiar: quo vadis?","authors":"M. Ribeiro, Margarida Sousa Silva, Ana Catarino Gomes, Cláudia Penedo, N. Florêncio","doi":"10.32385/rpmgf.v40i1.13613","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13613","url":null,"abstract":"O artigo 206.º da Lei do Orçamento de Estado de 2022 prevê a contratação de médicos sem especialidade para o exercício de funções destinadas a médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar (MGF), sendo previsível um impacto nefasto desta medida no sistema de saúde português e na saúde da população portuguesa. Os médicos de família criam uma aliança terapêutica na relação médico-doente e cuidam da saúde dos seus utentes de uma forma abrangente ao longo de toda a vida. Com a presente Lei, o governo desvaloriza o papel e a formação especializada do médico de família, descredibilizando a especialidade. Acreditamos que nesta Lei figura mais um retrocesso no caminho da especialidade de Medicina Geral e Familiar, praticada por profissionais altamente diferenciados. Pela lente dos médicos de família, ao invés do referido no artigo 206.º, a aposta do governo deverá ser na contratação de médicos de família em número suficiente para os centros de saúde, na redução drástica da burocracia a que estão sujeitos, na simplificação dos indicadores de desempenho orientados para verdadeiros benefícios em saúde dos utentes e na contratação de outros profissionais para as equipas, também em número suficiente para responder às necessidades.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"9 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140420169","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Lipoatrofia semicircular: um caso clínico","authors":"Cláudia Sofia Almeida, Ana Sofia Tavares","doi":"10.32385/rpmgf.v40i1.13738","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13738","url":null,"abstract":"Introdução: A lipoatrofia semicircular é uma forma rara de lipodistrofia localizada nas coxas, formando uma banda horizontal, simétrica e bilateral. Apesar de a sua patogénese ser desconhecida existem algumas hipóteses descritas na literatura, nomeadamente: microtrauma repetido, lipólise eletromagnética, defeito congénito da artéria circunflexa femoral lateral e fatores relacionados com condições climáticas dentro dos edifícios. Descrevemos um caso de lipoatrofia semicircular numa jovem de 21 anos. Descrição do caso: Mulher, 21 anos, trabalha na caixa de uma loja de animais, sem antecedentes de relevo e sem medicação habitual. Recorre à consulta aberta por depressão na face anterior das coxas com cerca de três semanas de evolução. Sem história de injeções no local da depressão. Com sensação de pernas cansadas. Sem outros sintomas associados. Apresentava depressão nas coxas, bilateral e simétrica, em banda horizontal. Assumido o diagnóstico de lipoatrofia semicircular, explicada a benignidade da situação e aconselhada a evitar o trauma na região da coxa. Reavaliada passados quatro meses, tinha feito as alterações aconselhadas e já não apresentava alterações de lipodistrofia. Comentário: A lipoatrofia semicircular é uma condição benigna cujo diagnóstico é clínico, com alguns autores a complementarem o diagnóstico com a ecografia. O tratamento passa pela evicção do trigger inicial, quando encontrado. Para evitar esse trigger podem ser realizadas adaptações no local de trabalho. Em Portugal não existem casos relatados nas principais bases de dados. Este facto pode revelar que se trata de uma patologia pouco frequente, revelar pouca preocupação com esta alteração por parte dos doentes ou erro no diagnóstico. Por esses motivos, mesmo tratando-se de uma condição inócua, é importante o médico ter conhecimento da sua existência para uma maior eficácia diagnóstica e, consequentemente, um melhor aconselhamento e tranquilização do utente.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"107 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140422374","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Ana Carvalhais, João Pestana, Luiz Miguel Santiago
{"title":"Razões para a falta a consultas médicas em unidades de medicina geral e familiar: um estudo transversal","authors":"Ana Carvalhais, João Pestana, Luiz Miguel Santiago","doi":"10.32385/rpmgf.v40i1.13741","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v40i1.13741","url":null,"abstract":"Introdução: A informação sobre faltas às consultas de medicina geral e familiar (MGF) é escassa em Portugal. Objetivos: Estudar os motivos de falta a consultas de MGF em três Unidades de Saúde Familiar no centro de Portugal, em 2022, segundo as variáveis de contexto sexo, grupo etário, índice de Graffar, tempo decorrido desde a marcação e slot horário da consulta. Métodos: Estudo observacional transversal no centro de Portugal, realizado após parecer positivo da Comissão de Ética, com recolha, em anonimato, dos dados de utentes com consulta agendada e não realizada de maio a julho de 2022, através de entrevista telefónica efetuada por um médico interno de MGF de cada unidade, no mês de agosto. Após introdução, garantido o anonimato, era questionado há quanto tempo tinha realizado o agendamento e o motivo da falta à consulta. Resultados: Foram contactados 617 utentes que faltaram nos meses de maio a julho de 2022, tendo-se obtido 455 (73,7%) respostas. Os motivos mais frequentes foram esquecimento (27,6%), dificuldades de transporte e problema já solucionado (8,9% para cada) e “julgar o motivo já não merecer consulta” (8,1%). Em função das variáveis de contexto verificou-se diferença significativa para “há quanto tempo tinha marcado a consulta” (p<0,001) e não significativa para sexo (p=0,721), grupo etário (p=0,765), índice de Graffar (p=0,084) e slot horário (p=0,084). O grupo “outros motivos” teve prevalência de 42,8%, revelando diferença não significativa para as variáveis consideradas. Discussão: A compreensão das razões para a falta à consulta agendada implica a verificação das razões pelo utente, permitindo ao prestador adotar atitudes pró-ativas para a resolução do acesso. Conclusão: O esquecimento, as dificuldades de transporte e o problema já ter sido solucionado foram os motivos de falta a consultas mais frequentes na população em estudo.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"251 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140422023","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
M. B. Oliveira, C. Campos, Joana Lascasas, V. Silva
{"title":"Avaliação da desprescrição nos cuidados de saúde primários, sob a perspetiva dos médicos","authors":"M. B. Oliveira, C. Campos, Joana Lascasas, V. Silva","doi":"10.32385/rpmgf.v39i6.13760","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i6.13760","url":null,"abstract":"Introdução: A desprescrição terapêutica consiste na identificação e proposta de descontinuação de fármacos cujos danos superam os benefícios, sendo esta complexa gestão geralmente atribuída ao médico de família (MF). Objetivos: Determinar a autoperceção dos MF quanto às suas práticas de desprescrição, bem como as barreiras e fatores facilitadores identificados pelos mesmos. Como objetivo secundário pretendeu-se a sensibilização dos MF para a desprescrição terapêutica. Método: Estudo observacional e descritivo, no qual foi aplicado um questionário a internos de 3º e 4º anos e MF num Agrupamento de Centros de Saúde da região norte de Portugal. Foi aprovado pela Comissão de Ética e a análise estatística realizada no Microsoft Excel®. Resultados: Obtiveram-se 63 respostas, sendo 68,3% mulheres e a idade média 42,8 anos. Dos inquiridos, 81% eram especialistas e 57,1% e 14,3% tinham formação em cuidados paliativos e geriatria, respetivamente. Sobre a desprescrição, 98% observavam frequentemente doentes com multimorbilidade e 97% com polimedicação. No entanto, 49,2% da amostra referiu aplicar a desprescrição apenas ocasionalmente. Os fármacos mais frequentemente desprescritos foram anti-inflamatórios não esteroides, estatinas e bifosfonatos. As características do utente consideradas muito importantes para a desprescrição foram: qualidade (79,4%) e esperança de vida (71,4%), deterioração cognitiva (60%) e dependência física (49,2%). Os riscos (65,1%) e benefícios do fármaco (52,4%) e a existência de guidelines (46%) foram considerados os fatores (alheios ao doente) mais importantes para a prática da desprescrição. A barreira mais frequentemente observada foi o tempo limitado para revisão terapêutica (41,3%), enquanto a má adesão terapêutica foi o fator facilitador reconhecido ocasionalmente pela maioria (69,8%). Conclusão: Doentes com critérios de desprescrição são frequentemente reconhecidos pelos MF, escasseando ainda alguma proatividade nesta prática. A existência de guidelines foi considerada um fator muito importante e o tempo limitado uma barreira frequente. Assim, criar linhas orientadoras e consultas específicas poderão ser estratégias de melhoria.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"40 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139132668","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Abordagem da esteatose hepática não alcoólica nos cuidados de saúde primários","authors":"Sara Sapage","doi":"10.32385/rpmgf.v39i6.13546","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i6.13546","url":null,"abstract":"Introdução: A nova epidemia da doença hepática crónica está relacionada com a esteatose hepática não alcoólica, que aumenta paralelamente ao aumento da obesidade a nível mundial. A prevalência global é atualmente estimada em 24%, sendo mais comum no sexo masculino. A maioria destes doentes pode ser seguida nos cuidados de saúde primários; contudo, estudos recentes têm demonstrado conhecimento insuficiente acerca desta patologia entre os médicos de família com dificuldade em identificar os doentes com fibrose significativa que precisam de intervenção por parte do gastroenterologista. Objetivo: Com este trabalho pretende-se fazer uma revisão da abordagem da esteatose hepática não alcoólica nos cuidados de saúde primários. Métodos: Para a realização deste artigo de revisão foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados PubMed em outubro/2021, utilizando os termos MeSH non-alcoholic fatty liver e primary care. Foram selecionados artigos publicados entre 2010 e 2021, redigidos em português, inglês ou espanhol e com texto integral disponível na integra. Foram obtidos 122 resultados, considerando-se numa fase final que apenas 22 se enquadravam nos objetivos do estudo. Resultados: Os doentes com esta patologia identificada devem ser avaliados quanto ao estadio de fibrose hepática, sendo nesta fase que reside a maior dificuldade. Doentes com fibrose avançada têm risco de desenvolver cirrose e carcinoma hepatocelular. Existem inúmeros métodos de diagnóstico de fibrose em doentes com esteatose hepática não alcoólica diagnosticada que podem ser aplicados nos cuidados de saúde primários, devido à utilização de valores séricos fáceis de obter e com baixos custos, permitindo o cálculo de scores facilmente acessíveis. Dos scores estudados estão recomendados para deteção de fibrose avançada o FIB-4 e o NFS. Conclusão: A sugestão deste estudo para a abordagem desta patologia nos cuidados de saúde primários passa pela criação de um algoritmo de seguimento e encaminhamento dos doentes de acordo com os valores obtidos pelo cálculo dos scores e critérios clínicos.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"121 18","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139133996","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Catarina Brandão, Luiz Miguel Santiago, José Augusto Rodrigues Simões
{"title":"Adaptação cultural e validação de Multimorbidity Treatment Burden Questionnaire (MTBQ) para português europeu","authors":"Catarina Brandão, Luiz Miguel Santiago, José Augusto Rodrigues Simões","doi":"10.32385/rpmgf.v39i6.13793","DOIUrl":"https://doi.org/10.32385/rpmgf.v39i6.13793","url":null,"abstract":"Objetivo: Realizar a adaptação cultural e validação convergente da versão em português europeu da escala Multimorbidity Treatment Burden Questionnaire. Método: Após autorização do autor original realizou-se tradução, verificação da mais adaptada tradução e retro-tradução. Seguiu-se estudo observacional transversal em amostra de conveniência de pessoas com multimorbilidade (MM) pela aplicação da versão portuguesa, denominada Sobrecarga Terapêutica pela Multimorbilidade (STPM), com aplicação em dois momentos distintos. Obtiveram-se consentimento informado e informações de contexto dos respondentes como sexo, número autorrelatado de doenças e o Socio-Economic Deprivation Index (SEDI). Realizou-se estatística descritiva, inferencial e fatorial. Resultados: Numa amostra de 100 pessoas, 63% mulheres, a STPM mostrou boa confiabilidade (α=0,742) e correlação muito forte e significativa (ρ=0,916, p<0,001) entre os dois tempos de resposta. Na análise fatorial, três componentes representaram 58,3% da variância total. Verificou-se correlação negativa, muito fraca e não significativa (ρ=-0,117, p=0,246) entre o somatório do questionário e o valor de SEDI. O valor de STPM não variou significativamente segundo sexo (p=0,750), grupo etário (p=0,853), contexto familiar (p=0,745), nível de escolaridade (p=0,340) e rendimento mensal médio (p=0,177). Foi significativamente diferente a pontuação total STPM segundo o número de doenças, duas a quatro doenças 15,1±5,9 e mais do que quatro doenças 22,2±7,6, p<0,001. Discussão: A inexistência de instrumento em português europeu que permitisse saber as dificuldades terapêuticas de quem sofre de MM, sendo considerada importante, originou o presente trabalho. Permitirá ajudar a perceber alguns maus resultados. Conclusão: A versão portuguesa do questionário MTBQ é uma ferramenta útil, confiável e fiável, de curto tempo de resposta, de fácil compreensão independentemente do sexo, idade e nível de escolaridade.","PeriodicalId":286133,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Clínica Geral","volume":"51 25","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139130872","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}