{"title":"\"Você não morreu ainda?\" - Narrativa, experência e memória a partir do massacre do Carandiru","authors":"A. Taets-Silva","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e81208","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e81208","url":null,"abstract":"\u0000\u0000\u0000As narrativas de um evento de extrema violência elaboram um entendimento sobre uma experiência limite. É seguindo os fios tecidos pelas narrativas do Massacre do Carandiru, à luz da contribuição de autoras, como Veena Das (1999; 2007; 2011) e Carruthers (2011), que busco compreender as maneiras pelas quais sobreviventes do Massacre do Carandiru reconstruíram a experiência cotidiana e elaboraram memoriais sobre os mortos. Tendo como base de análise os livros Sobrevivente André Du Rap (do Massacre do Carandiru) (2001), de André Du Rap e Bruno Zeni, e Pavilhão 9 – Paixão e Morte no Carandiru (2002), de Hosmany Ramos, volumes que trazem a público narrativas do Massacre, realizou-se uma análise das narrativas produzidas a partir de uma etnografia da violência, de forma a buscar compreender os modos pelos quais foram elaboradas e os sentidos que carregam consigo, elaborando entendimentos pautados pela noção de experiência. \u0000\u0000\u0000","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"18 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123351420","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"SAFATLE, V; JÚNIOR, N. da S; DUNKER, C. Neoliberalismo como gestão do sofrimento psíquico. SAFATLE, V; JÚNIOR, N. da S; DUNKER, C. (Org.). São Paulo: Autêntica, 2020. 286 p","authors":"A. A. Ávila","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e86458","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e86458","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"6 2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125922268","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Rodrigo Souza Fontes de Salles Graça, R. C. Fernandes
{"title":"Falas e Comensalidade: políticas e coletivos em um acampamento de retomada entre os Kaingang da TI Queimadas (Ortigueira/PR)","authors":"Rodrigo Souza Fontes de Salles Graça, R. C. Fernandes","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e70649","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e70649","url":null,"abstract":"\u0000\u0000\u0000Em 2018, os Kaingang da TI Queimadas (Ortigueira/PR) realizavam ampla mobilização, ocupando uma área que havia sido retirada deles há mais de 70 anos. Em retomada, acampamentos eram levantados e casas ocupadas, visando à acomodação, à pernoite e às refeições. Ainda, um contingente significativo de indígenas se encontrava em fluxo e refluxo diários entre a sede da Terra Indígena e a área de retomada. Trata-se de contexto aqui analisado no recorte etnológico da guerra: na produção de coletivos e de lideranças/ chefes. Abordamos, assim, o cotidiano da guerra nesse acampamento de retomada a partir de dois eixos principais: pronunciamentos e registros audiovisuais pautados por duas lideranças indígenas principais, nos quais emergem “chefes”, “povo”, “a gente” e não indígenas; e os fogos dos acampamentos, nos quais se opera a distribuição de comida e a comensalidade. A partir desses referenciais, visamos à contribuição sobre a configuração de coletivos e lideranças/chefes entre os Kaingang, haja vista a relevância da guerra. \u0000\u0000\u0000","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129212763","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Relações Intersubjetivas e Interespécies em um Lugar “Distante”: a Coxilha Rica","authors":"Eduardo Hector Ferraro","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e79591","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e79591","url":null,"abstract":"\u0000\u0000\u0000Nas grandes extensões dos campos da Coxilha Rica, no Estado de Santa Catarina, Brasil, a vida flui entre humanos e não humanos, animais domésticos e selvagens, configurando relações intersubjetivas e interespécies, delineando comportamentos, fomentando formas de pensamento e uma sociabilidade própria do lugar. Nesse local, é característica a divisão de terras em fazendas ou propriedades rurais, como também a existência de alguns vilarejos com moradias, menos frequentes na região. Essa forma de espacialidade organiza a vida e a sociabilidade entre pessoas e espécies animais, determinando alguns espaços para esses encontros entre humanos e outras formas de vida. Neste artigo, analiso e comparo conceitos nativos com outros geográficos e antropológicos como espaço geográfico, território, ambiente, paisagem e lugar, mostrando como essas percepções nativas regulam o processo de domesticação de animais no local e servem para a compreensão das relações intersubjetivas e interespécie da Coxilha Rica. \u0000\u0000\u0000","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"98 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115730461","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Certificação e disciplina: a produção cotidiana da conformidade orgânica","authors":"Felipe Puga","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e80132","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e80132","url":null,"abstract":"\u0000\u0000\u0000As certificações de agricultura orgânica baseiam-se em procedimentos de auditoria de terceira-parte, governados por normas internacionais, avaliações técnicas objetivas e relatórios escritos. Diante disso, uma diversidade de movimentos sociais, de organizações não governamentais e de associações de produtores tem coordenado procedimentos participativos para garantir a conformidade orgânica em contestação às práticas de auditoria. Com base em uma pesquisa etnográfica sobre certificação participativa, este artigo aborda questões relacionadas aos processos de avaliação de conformidade orgânica e seus efeitos aos pequenos agricultores de uma associação no Estado de São Paulo. Por meio da descrição e da análise de uma auditoria testemunhada por fiscais do Estado, procuro apresentar como os procedimentos da certificação são continuamente conformados na prática e reatualizados pelos envolvidos. Embora as certificações participativas possam ser vistas como um projeto alternativo às políticas das certificações de terceira-parte, elas podem produzir efeitos disciplinadores semelhantes às práticas estatais e de burocracias organizacionais. \u0000\u0000\u0000","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"335 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131619715","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Desafios para a formação docente nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia","authors":"A. Sartori","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e81051","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e81051","url":null,"abstract":"Pensar o ensino da antropologia tem sido bastante desafiador, porque exige (re)pensar a transmissão dosconhecimentos antropológicos em diferentes contextos. Neste artigo, pretendemos discutir os desafiosmetodológicos e pedagógicos na formação de antropólogas/as para o exercício da docência no ensinosuperior. Para tanto, buscaremos dialogar sobre esses desafios, a partir da pesquisa de pós-doutoradorealizada com professores/as de Antropologia no Brasil e em Portugal. Também pretendemos encontraraproximações nas diferentes áreas do conhecimento em que os docentes da disciplina atuam, considerando as estratégias pedagógicas utilizadas, bem como debater sobre a formação para a docência no ensino superior e os desafios enfrentados pelos Programas de Pós-Graduação em Antropologia de ambos os países. Os resultados obtidos sugerem ser consensual a precária formação para a docência nos PPGAS. Já as proposições sobre a forma de resolver esses desafios são muitas, não havendo uma que seja consensual. Essas proposições serão algumas das principais questões que iremos apresentar e discutir neste artigo.","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"211 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132470317","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Antropologia nos Cursos de Graduação na área da saúde: contribuições, relações e diálogos","authors":"C. S. Antunes","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e80698","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e80698","url":null,"abstract":"Este artigo reflete sobre o papel da antropologia nos cursos de graduação na área da saúde, resgatabrevemente a inserção das temáticas da antropologia nesse campo, bem como analisa a importância ea qualidade das relações estabelecidas no contexto do ensino, indicando pontos de diálogo e mútuascontribuições entre a antropologia e a área da saúde. Procura-se, no decorrer do texto, identificar asprincipais possibilidades de contribuições teóricas e práticas da antropologia para a formação acadêmica(em nível de graduação) de estudantes da área da saúde. Para esta análise, utilizo tanto construções teóricas como relatos e narrativas de discentes sobre o ensino de antropologia a partir de suas experiências nessa disciplina, coletados a partir de textos escritos em atividades de ensino. Assim, aponto para a influência potencialmente positiva da presença curricular da antropologia nos cursos da área da saúde, reconhecendo a importância da compreensão e da apropriação de conceitos antropológicos pelos estudantes como uma maneira de contribuir em sua formação e em futura prática profissional.","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"76 5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123223370","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Incorporação Etnográfica: pesquisa, mediunidade e ontologia (re)flexível(iva)","authors":"Alberto Groisman","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e80654","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e80654","url":null,"abstract":"As reflexões sobre a mediunidade nas ciências sociais têm sido frequentemente construídas de formainconsistente. Parece que essa incoerência está ligada a uma convicção epistemo-metodológica, ou seja,que a mediunidade é um “fenômeno” do “outro”, “nativo de cosmologias espiritualistas”. Em contraste,o depoimento desse suposto “nativo” argumenta que o pesquisador também é médium, queira ou admitaser, ou não. A relutância em aceitar esse princípio teocosmológico é também frequentemente motivadapelas implicações do prestígio entre pares. Este artigo tenta abordar analiticamente um acontecimentoocorrido em um trabalho de campo entre daimistas no final da década de 1980, quando incorporei umaentidade. O artigo explora a analogia “médium-etnógrafo”, em particular abordando questões levantadasdesde uma alusão crítica à “formação” em antropologia e à experiência do que chamo “incorporaçãoetnográfica”. A partir de experiências como a abordada gradativamente, elaborei e comecei a convivercom o que eu chamo de ontologia (re)flexível(va).","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124309927","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A “imagem do povo”: representatividade e multiplicidade nas (cosmo)políticas Yanomami","authors":"Leon Terci Goulart","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e78752","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e78752","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é discutir as formas pelas quais os Yanomami de Maturacá (São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Noroeste da Amazônia Brasileira) (re)conhecem as ações das diferentes posições políticas locais: suas associações e os chefes ou “lideranças tradicionais”. A partir de etnografia sobre a participação desse grupo na elaboração de um projeto de turismo que envolve diversos agentes externos, a proposta, aqui, é tecer hipóteses e refletir sobre essas formas políticas como modos de relacionalidade específicos para o trato com o exterior em uma rede de relações interétnicas, quando a ideia de representatividade parece assumir um sentido próprio. Assim, pretendo indicar alguns caminhos possíveis para se pensar as conexões entre cosmopolítica e representatividade nesse contexto a partir do conceito yanomami de imagem, utupë.","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122742365","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Apresentação","authors":"Antonella Tassinari, A. Sartori, S. Viegas","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e84156","DOIUrl":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e84156","url":null,"abstract":"“Ensino da Antropologia em Contextos Interdisciplinares e Interculturais: formação, experiências e desafios”","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133538714","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}