{"title":"Diálogo e dialogismo","authors":"Fanuel Paes Barreto","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p05-20","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p05-20","url":null,"abstract":"A perspectiva dialógica, ou dialogismo, derivada dos estudos de Mikhail Bakhtin, Valentin Volóchinov e Pável Medviédev, tem se mostrado um enfoque teórico particularmente produtivo na análise do discurso, entre outras áreas das ciências humanas. Nessa perspectiva, o conceito de “diálogo” ocupa, naturalmente, um lugar central. Com base na leitura de textos representativos do pensamento de Bakhtin e Volóchinov, o presente ensaio procura demonstrar que, no âmbito dos estudos dialógicos, o diálogo cotidiano não só tem uma posição de destaque enquanto forma clássica de atividade linguageira, como também exerce o papel de matriz geradora de analogias fundamentais para a condução da análise dos fenômenos discursivos, a formulação de proposições teóricas e o estabelecimento de terminologia específica.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134075422","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A proposta do eu - tu dasein-hermenêutico e as regras de ouro e cobre da moral","authors":"Eric Ewans Mendes","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p83-101","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p83-101","url":null,"abstract":"A tentativa deste artigo é uma aproximação dos princípios das regras de ouro: “Faça os outros como você gostaria que eles fizessem a você” e cobre da moral: “Faça aos outros (não faça) como os outros gostariam (não gostaria) que fizessem a eles”, com a filosofia de Martin Heidegger nos constitutivos do Dasein – compreensão [Verstehen] estado-de-ânimo [Befindlichkeit] e discurso [Rede] no cuidado [Sorge], ocupação [Besorgen] e solicitude [Fürsorge]. Para isso, surge com base no Eu e Outro Hermeneuticus rohdeniano o Eu-Dasein-Hermenêutico, o Tu-Dasein-Hermenêutico e o Isto-Intramundano. A diferença entre a proposta de Rohden e do autor do artigo é que este propõe duas possibilidades para o Eu-Dasein-Hermenêutico e Tu-Dasein-Hermenêutico: um modo-de-ser mais próprio ou impróprio no cumprimento ou não das regras da moral.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121124909","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O perspectivismo (ameríndio) não é um humanismo","authors":"Alisson Ramos de Souza","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p102-119","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p102-119","url":null,"abstract":"O perspectivismo ameríndio – conceito cunhado por Viveiros de Castro – traduz a ideia, comum a alguns povos amazônicos, de que todos os animais não-humanos foram outrora e/ou ainda são animais-humanos; aliás, não apenas os animais são “virtualmente” humanos, mas, igualmente, espíritos, fenômenos meteorológicos, árvores e montanhas etc. Sendo, portanto, a humanidade a condição comum partilhada por todos os entes. Nesse sentido, o presente artigo visa situar essa noção para além dos contornos do humanismo, na medida em que o perspectivismo ameríndio se pretende um pensamento que rompe com a tradição metafísica humanista. Para isso, empregaremos como instrumental teórico a filosofia de Gilles Deleuze, referência explícita de Viveiros de Castro.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"63 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132778107","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Apresentação","authors":"G. F. D. A. Júnior","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p02-04","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p02-04","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"30 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117028250","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Legalidade e legitimidade do processo legislativo no estado democrático: uma discussão sobre a esfera pública de Jürgen Habermas e a ordem simbólica de Nancy Fraser","authors":"Emanuel José Lopes Pepino, R. Leal","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p161-174","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p161-174","url":null,"abstract":"O presente trabalho objetivo analisar se a legalidade pode ser considerada uma consequência da legitimidade do processo legislativo no Estado Democrático. Para responder esta questão, a partir do método hipotético-dedutivo, por meio da revisão bibliográfica, o presente artigo se apoia na política deliberativa proposta por Habermas, enquanto construção do diálogo discursivo da opinião e vontade dos cidadãos, a partir de uma reflexão crítica das contribuições de Nancy Fraser sobre a ordem simbólica dos sistemas de dominação. A partir dessa investigação, apresenta-se, como principal resultado, que pressupor um processo legítimo que acolha a todos de maneira igualitária, é um ideal que ainda não foi alcançado.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"47 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129307295","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Política e pluralidade humana em Hannah Arendt: uma introdução ao tema do poder","authors":"Lucas Barreto Dias, Débora Dos Santos Góis Gondim","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p144-160","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n2.p144-160","url":null,"abstract":"A política, para Arendt, está ligada à ação e às relações entre os seres humanos, considerando a fala e o discurso como algo intrínseco da ação política. Nesse sentido, sem o agir político, o sujeito tende a perder a sua individualidade e seu lugar no mundo, bem como se distancia da pluralidade humana e do espaço público. Relacionando a dinâmica ‘indivíduo - ação – espaço público – subjetividade’, Arendt destaca um aspecto extremamente importante: o da pluralidade humana como relativa às noções de igualdade e distinção. Nesta perspectiva conceitual, a compreensão arendtiana do poder põe sempre em questão a pluralidade humana e a ação em conjunto, de modo que surgem discursos que não são empregados para velar intenções, mas para desvelar realidades, onde as palavras trazem consigo um movimento de ação reverberadas de sentido. É nesta injunção que surge o poder, o qual, para Arendt, existe quando os homens agem em conjunto. Objetivamos, portanto, neste texto, expor os argumentos arendtianos que sustentam o seu conceito de poder político relativamente à ação e à pluralidade humana e como isso nos vincula também ao mundo.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121885694","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Fides Qua e Fides Quae no tornar-se cristão de Kierkegaard","authors":"A. Lopes","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n1.p43-61","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n1.p43-61","url":null,"abstract":"O processo existencial inerente ao tornar-se cristão supõe uma escalada composta por rupturas, saltos qualitativos e escolhas que refletem diretamente o estádio existencial no qual o indivíduo se encontra. Se a evolução no interior do cristianismo é possível, é porque ela exige a ação consciente provocada pela decisão que marca a transição entre esferas qualitativas. Tanto a dimensão estética quanto a dimensão ética do cristianismo se mostraram insuficientes para conduzir o Homem ao renascimento inerente ao tornar-se cristão. Apenas o estádio religioso encontra a fé e apenas essa media o devir cristão e a construção edificante do eu; logo, se faz necessário compreender a função da fé nesse processo e de qual fé se trata. É preciso estabelecer a relação entre fides quae e fides qua, entre o objeto da fé e a atitude da fé. De acordo com a tradição teológica, fides qua indica o ato subjetivo do crer, a fé em sua forma pura, enquanto a fides quae indica o objeto da crença que no cristianismo é identificado com o conteúdo da revelação. A conversão do tornar-se cristão se efetivaria mediante a crença no Cristo em consonância com a relação que a subjetividade mantém para com a transcendência divina. Entender a correlação entre fides qua e fides quae na filosofia kierkegaardiana é compreender do que se trata o cristianismo idealizado pelo autor danês e perceber a relação entre subjetividade e objetividade na tarefa do tornar-se cristão.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128224258","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A. Lima, Andrea Vaz de Moura, Maria Verônica Pereira
{"title":"Identidade e subjetividade surdas no espaço escolar: fragmentos de uma experiência interventiva","authors":"A. Lima, Andrea Vaz de Moura, Maria Verônica Pereira","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n1.p97-114","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n1.p97-114","url":null,"abstract":"A análise aqui desenvolvida consiste no resultado de uma investigação interventiva em uma escola de surdos em Recife acerca da identidade e subjetividade de alunos surdos na relação com o professor ouvinte mediador e facilitador da aprendizagem. A investigação visou analisar as relações de afetividade nas interlocuções entre os interlocutores do processo pedagógico por meio da análise qualitativa de fragmentos de discurso desses atores, ampliando, assim, o conhecimento teórico-prático sobre as possibilidades de aprendizagem da criança e do adolescente surdos pelo reconhecimento e acolhimento de sua singularidade, em razão da sua língua natural gesto-visual. Foi com este objetivo que conseguimos perceber o valor humano das relações interpessoais, ou seja, todos somos seres humanos. Então, a dimensão do ensinar requer uma compreensão de uma atitude do cuidar. Tanto a criança surda quanto o adolescente surdo merecem um lugar humanizado e digno para viver com o aprender. É importante fazer a relação dessa dimensão da vida humana, em que as pessoas com deficiências, merecem ser inseridas e valorizadas como pessoas humanas. Por isso, da significação e valoração da relação psiquismo e aprendizagem, identidade surda impulsionando as pessoas surdas a verem nessa relação a sua própria identidade.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"60 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125636611","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"RAND, Ayn. Cântico. 1.ed. São Paulo: Vide, 2015. 115 p.","authors":"Patrícia Garcia Ernando da Silva","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n1.p115-119","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n1.p115-119","url":null,"abstract":"Resenha da obra \"Cântico\" da filósofa Ayn Rand","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"15 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125604664","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A Interpretação Kantiana das Leis de Newton","authors":"Írio Vieira Coutinho Abreu Gomes","doi":"10.25247/p1982-999x.2023.v23n1.p76-96","DOIUrl":"https://doi.org/10.25247/p1982-999x.2023.v23n1.p76-96","url":null,"abstract":"Nosso objetivo nesse artigo é mostrar como se dá a fundamentação metafísica das três leis do movimento de Newton por Kant. Primeiramente, o lugar onde Kant faz isso não é na Crítica da Razão Pura e sim em Princípios Metafísicos da Ciência da Natureza. Depois, Kant não encontra as três leis de Newton como uma derivação de suas três analogias da experiência. Na verdade, Kant encontra suas (e não as de Newton) três leis do movimento, as quais, após uma devida comparação, podem ser entendidas como outro modo de expressão das leis de Newton. Fica fácil de defender isso, quando notamos que Kant encontra entre as leis do movimento uma lei de conservação, coisa totalmente alheia às leis do movimento de Newton. Assim, conseguimos absolver Kant da acusação de artificialidade de sua filosofia quando tomada como um sistema feito a reboque da física de Newton.","PeriodicalId":145419,"journal":{"name":"Revista Ágora Filosófica","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122935819","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}