{"title":"A PANOPTOSE NA ANEMIA FALCIFORME É UMA VIA DE PROVÁVEL OCORRÊNCIA?","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.100","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.100","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução e objetivos</h3><div>PANoptose é uma condição celular de morte programada que causa inflamação, sendo primeiramente descrita por Malireddi e colaboradores em 2019. Se trata de uma resposta celular frente a determinados estímulos, como infecções (virais, fúngicas ou bacterianas) e cânceres. Essa estimulação leva à formação de um complexo molecular chamado PANoptossomo, que é composto por moléculas que podem desencadear/induzir vias de ativação de três outros tipos de morte celular programada, sendo eles: piroptose, apoptose e necroptose. O motivo da célula, simultaneamente e coordenadamente, morrer por esses três tipos de vias metabólicas é para gerar uma maior garantia de que o patógeno ou defeitos intrínsecos, por exemplo, serão eliminados e não prejudicarão o organismo. Porém, pelo fato de ser uma morte celular inflamatória, a mesma pode causar prejuízos para o organismo, colaborando com um impacto negativo no tratamento e prognóstico de determinadas doenças, como COVID-19, apesar de também proporcionar uma maior resistência do mesmo contra outros tipos de doenças, como a eliminação de células cancerígenas em carcinoma adrenocortical. Além dos estímulos já citados, também temos estresse oxidativo (através da geração de espécies reativas de oxigênio) e isquemia colaborando para a ocorrência da PANoptose, o que nos leva a pensar que, indiretamente, condições hematológicas, tais como anemia falciforme (AF), podem causar estímulos para a ocorrência da PANoptose. Onde a AF, por exemplo, por possuir a capacidade de causar vaso-oclusão e estresse oxidativo, pode criar um ambiente propício para que determinadas células entrem nesse processo único de morte celular. Portanto, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica com o intuito de buscar na literatura científica a relação entre anemia falciforme e PANoptose.</div></div><div><h3>Métodos</h3><div>Foram pesquisados artigos científicos recentes (datando no máximo de 5 anos atrás) nas plataformas PubMed e SciELO utilizando o termo de busca “panoptosis”.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Foram encontrados/analisados 89 artigos na plataforma PubMed, enquanto que na SciELO não foi encontrado nenhum artigo com o tema. Após a análise, não foram encontradas menções que relacionassem diretamente a anemia falciforme com a ocorrência de PANoptose.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>Apesar de não ter sido encontrado nenhuma menção que relacione diretamente a anemia falciforme (AF) com a ocorrência de PANoptose, alguns estímulos causadores dessa situação celular única, são comuns com algumas reações causadas pela AF, dentre elas a capacidade de gerar espécies reativas de oxigênio (ROS) e causar isquemia. Portanto, é possível que a AF possa proporcionar um ambiente favorável para a ocorrência da PANoptose.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Portanto, concluímos que apesar de não termos encontrado menção direta da AF com a ocorrência de PANoptose, o fato dessa co","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527090","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"THE INFLAMMASOME DRIVES MICROVASCULAR IMPAIRMENT IN MOUSE MODELS OF INTRAVASCULAR HEMOLYSIS","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.098","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.098","url":null,"abstract":"<div><h3>Introduction</h3><div>Intravascular hemolysis (IVH) results in the release of damage-associated molecular patterns (DAMPs) into the circulation, particularly hemoglobin (Hb) and heme, which can trigger NLRP3 inflammasome activation and a sterile inflammatory response. Complications of hemolytic diseases include thrombosis, inflammation, and organ damage. In sickle cell disease (SCD), IVH can lead to vaso-occlusive crises and ischemic complications such as cutaneous leg ulcers, acute chest syndrome, and multiorgan infarction.</div></div><div><h3>Aim</h3><div>To investigate the in vivo effects of inflammasome formation on microvascular function and its role in the pathophysiology of hemolytic conditions.</div></div><div><h3>Methods</h3><div>We utilized two murine models to simulate intravascular hemolysis: an acute model where C57BL6 mice received osmotic stress (150 μl sterile water, i.v. -HEM); and a chronic model induced by repeated low doses of phenylhydrazine (10 mg/kg, i.p. -CHEM). Control mice received saline under similar conditions. Microvascular dysfunction was assessed by laser Doppler fluxometry (LDF) in the skin of the pelvis and by intravital microscopy of the cremaster muscle. Inflammasome activation was evaluated via flow cytometry measurement of caspase-1 (casp-1) activity, measurement of interleukin (IL)-1β and IL-18 release by ELISA, and NLRP3 protein expression in the liver using western blot.</div></div><div><h3>Results and discussion</h3><div>Our findings show that acute hemolysis immediately increased plasma cell-free Hb and heme levels in HEM mice, along with decreased Hb scavenger haptoglobin (Hp). CHEM mice also displayed a significant depletion of hemopexin (Hx), indicating the persistent removal of this heme-neutralizing protein. These results confirm that these mouse models effectively mimic acute and chronic hemolytic stress. Acute IVH resulted in microvascular dysfunction characterized by a vaso-occlusive-like process, as demonstrated by an increase in rolling, adherent, and extravasated leukocytes. The blood flow velocity of HEM mice was reduced in the microcirculation, resulting in impaired tissue blood perfusion. These findings were accompanied by increased casp-1 activity in peripheral monocytes and elevated levels of IL-1β and IL-18, all hallmarks of inflammasome formation, suggesting that inflammasome assembly during hemolytic stress contributes to tissue microcirculation dysfunction. While acute hemolysis caused microvascular defects and impaired blood perfusion in mice, chronic hemolysis significantly affected the liver, leading to an increase in the macrophage population, which displayed elevated active casp-1 and increased NLRP3 protein expression. Next, we investigated whether the NLRP3 inflammasome contributes to hemolysis-induced microvascular pathology. As expected, casp-1 activation was reduced by the NLRP3 inhibitor, MCC950, in both the neutrophils and monocytes of HEM mice. Moreover, NLRP3 in","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527088","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"PREVALÊNCIA DE ANEMIA EM CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS QUE FIZERAM ACOMPANHAMENTO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE ITAPETININGA EM 2023","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.008","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.008","url":null,"abstract":"<div><div>A anemia em crianças menores cinco anos de idade é frequente no Brasil, com uma prevalência estimada em 25 a 68%. Considerada um problema de saúde pública, a negligência dos cuidados da anemia na infância poderá comprometer a saúde física e mental do indivíduo durante toda sua vida. As deficiências nutricionais são a principal causa de anemia nessa faixa etária e medidas simples e orientações nutricionais podem ajudar a diminuir o problema. Neste sentido, a investigação quanto à prevalência de anemia em crianças menores de 5 anos na cidade de Itapetininga, se faz importante para avaliar o diagnóstico situacional local e traçar o perfil epidemiológico da doença possibilitando estruturar medidas de prevenção e promoção de saúde nessa faixa etária.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Os objetivos do estudo foram identificar o perfil epidemiológico da anemia entre crianças menores de 5 anos atendidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município de Itapetininga no ano de 2023 e entender os fatores de risco associados à presença de anemia nesta população.</div></div><div><h3>Material e método</h3><div>Realizado estudo transversal por meio da coleta de dados dos prontuários das UBS de referência de menores de cinco anos no período de janeiro a dezembro de 2023. Foram coletados dados referentes a identificação (sexo, idade), anamnese (informações sobre aleitamento materno e suplementação de ferro dos seis aos vinte e quatro meses de vida) e exame físico (dados antropométricos). Na consulta de retorno para avaliação dos exames foram coletados dados do hemograma e, exames correlatos quando disponíveis (ferritina, eletroforese de hemoglobina). Foram excluídos do estudo crianças fora da faixa etária de interesse e que não tenham pelo menos um hemograma colhido e avaliado durante o período.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Um total de 1786 crianças realizaram exame no período, das quais 125 apresentavam anemia (6,99%). Houve maior prevalência de anemia no sexo masculino, (55,2%), com mediana da idade ao diagnóstico de 21,52 meses. As crianças apresentavam peso e altura (Z-score) < -2 em 6,4% e 13,2% da amostra respectivamente. Dos fatores de risco sabidamente associados à anemia nessa faixa etária, que puderam ser acessados nos prontuários, 18,4% da amostra tinha peso ao nascimento menor que 2500 gramas, 44,8% realizou menos que 7 consultas de puericultura no primeiro ano, e em apenas 47,2% foi prescrito a suplementação com sulfato ferroso na idade e 60% na dose preconizada. A dose de tratamento para as crianças com diagnóstico de anemia estava dentro das recomendações somente em 14,4% da amostra.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Ao traçar o perfil atual da prevalência da anemia entre menores de cinco anos no município de Itapetininga foi possível entender o diagnóstico atual do problema, o que possibilitará traçar as próximas etapas necessárias à intervenção.</div></div>","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527147","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"TALASSEMIA NO BRASIL E SUAS REGIÕES: UM ESTUDO DESCRITIVO","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.058","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.058","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivo</h3><div>Avaliar o perfil sociodemográfico das pessoas com talassemia dependente e não dependente de transfusão e analisar procedimentos e custos do tratamento.</div></div><div><h3>Metodologia</h3><div>Estudo descritivo com dados secundários de 2012 a 2022 para códigos de Talassemia no CID-10 (D56.0 a D56.9, exceto D56.0 e D56.3 para traço alfa e beta talassemia). Os dados foram obtidos do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). As análises descritivas para as variáveis sociodemográficas e de procedimentos de interesse foram feitas no software PowerBI.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Maioria de mulheres (54,5%), idade 20-29 anos (29%) e 30-39 anos (25%), autodeclarados brancos (86,5%). No Nordeste 33% se autodeclararam pardos. No Norte e Nordeste a maior prevalência é de < 19 anos, enquanto nas outras regiões é entre 20-29 anos. No Brasil, > 50% dos pacientes fazem o tratamento/procedimento fora da cidade de residência. Em 10 anos foram realizados 133893 procedimentos ambulatoriais, com a transfusão de hemácias e os exames pré-transfusionais os mais frequentes. A maioria dos procedimentos foi realizada no Sudeste (68%) no estado de São Paulo, seguida pelo Sul (24%) no Paraná. Em 2022 estimou-se 662 pacientes em atendimento ambulatorial na rede pública de saúde: 373 na região Sudeste, 156 na Sul, 59 na Centro-Oeste, 53 na Nordeste e 21 na Norte. Mais procedimentos ocorreram em 2013 e menos em 2020. O maior custo anual foi em 2022, acima de 20 milhões de reais. O custo médio por procedimento nos 10 anos do estudo foi R$305,31, com os maiores custos no Norte (média Rid=”mce_marker”379,00, distante da média nacional). Entre as internações, ocorreram 1278 neste mesmo período, com custo médio de R$2.400,00. O tratamento para anemia hemolítica foi o mais prevalente, tempo médio de internação de 5 dias, mais comum em ≤9 anos (33,8%). Internação em UTI ocorreu em 3% dos casos. O custo total das internações foi de cerca de 3 milhões de reais. O Sudeste teve o maior número de internações (n = 776). Ocorreram 153 óbitos em 10 anos, maioria mulheres ≥ 50 anos e no estado de São Paulo (n = 56), seguido por Minas Gerais (n = 17). A maioria dos óbitos ocorreu em 2017 e 2020 (19 para cada ano).</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>O perfil das pessoas com talassemia no Brasil é de adultos jovens, mulheres, brancos e do Sul e Sudeste, locais de maior imigração italiana. No Nordeste houve maior miscigenação populacional. O impacto da pandemia da Covid-19 é percebido na redução do acesso a tratamentos/procedimentos e no aumento de óbitos em 2020. Apesar de poucos pacientes no Nordeste e em idade pediátrica, o segundo maior número de óbitos foi nessa região, sugerindo problemas graves relacionados ao acesso e qualidade do tratamento. A disparidade nos óbitos indica necessidade de melhorias urgentes na infraestrutura de saúde e disponibilização d","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527154","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE ASSOCIADA À VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.077","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.077","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A vacinação contra a COVID-19 é uma ferramenta crucial contra o vírus SARS-CoV-2, proporcionando proteção significativa. No entanto, como em qualquer intervenção médica, há relatos de eventos adversos raros, incluindo o desenvolvimento ou exacerbação de condições autoimunes. Um desses eventos é a anemia hemolítica autoimune (AHAI), que provoca uma destruição exacerbada de eritrócitos, mediada por anticorpos.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Investigar a incidência de AHAI associadas a pós-vacinação contra a COVID-19, correlacionando os possíveis mecanismos imunológicos desta manifestação clínica.</div></div><div><h3>Metodologia</h3><div>O estudo trata-se de uma revisão sistemática, em que os bancos de dados usados foram o PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram encontrados 35 artigos, em que após 5 exclusões por título e triagem de artigos completos e gratuitos, foram selecionados 23. Foram excluídos aqueles que não abordassem a relação da vacinação contra a Covid e a AHIAI. O período analisado foi entre 2021 e 2024. Os descritores utilizados foram: “Anemia Hemolítica Autoimune” AND “COVID-19” AND “Vacinação”, “autoimmune hemolytic anemia” AND “vaccination”.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Foi encontrada possível associação da AHAI após a vacinação contra a COVID-19, principalmente, envolvendo vacinas com mRNA e casos isolados das com vetor viral inativado, mas em comparação com a quantidade de doses administradas, a incidência é rara. O principal mecanismo sugerido é o processo de mimetismo molecular entre a glicoproteína spike do SARS-CoV-2 e as proteínas humanas, levando os autoanticorpos a atacarem eritrócitos. Outra hipótese é o desenvolvimento de células T autorreativas. Um estudo considerou 17 casos de AHAI associados à vacinação, mas a maioria dos pacientes possuíam fatores de risco. Outra pesquisa registrou 50 casos de AHAI induzidos pela imunização: 26 relacionados à vacina da Moderna, 23 da Pfizer e 1 da Janssen, além de destacar maior frequência em mulheres (68%). O número de doses parece não influir, pois a AHAI apresenta-se após diferentes doses da vacina. Em relação aos sintomas da AHAI, iniciam-se cerca de 15,8 dias após a vacinação. Quanto a idade dos pacientes, citaram-se médias de 67, 60, 73,5 e 55,6 anos, totalizando cerca de 64 anos.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>Na vacinação contra a COVID-19 foram observados diversos efeitos adversos como a AHAI, mesmo sendo rara. A semelhança entre proteínas da vacina e humanas é a possível causa de produção de autoanticorpos, que atacam eritrócitos e resultam em hemólise. A incidência de AHAI é a mesma após todas as doses da vacina, tornando o monitoramento essencial em todos os casos. Embora a associação entre vacinação e AHAI seja preocupante, sua raridade faz com que o risco-benefício da vacina seja inquestionável.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>A vacinação contra a COVID-19 está associada a casos de AHAI, a o","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526983","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES DE MULHERES POR ANEMIA FERROPRIVA NO BRASIL","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.040","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.040","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivo</h3><div>Analisar o perfil epidemiológico das hospitalizações por anemia ferropriva em mulheres no Brasil nos últimos cinco anos.</div></div><div><h3>Métodos</h3><div>Realizou-se um estudo de base populacional, descritivo e transversal, com dados do DATASUS no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS), com ênfase na população feminina internada por anemia ferropriva no período de maio de 2019 a maio de 2024. Os dados foram filtrados a partir dos marcadores epidemiológicos: quantidade total de internações hospitalares por ano e região, caráter de atendimento, tempo médio de permanência na unidade hospitalar, valor médio da internação hospitalar por paciente, número total de óbitos, faixa etária, raça e taxa de mortalidade. Por tratar-se de fonte de dados de acesso público, a aprovação pelo comitê de ética e pesquisa em humanos foi irrisória.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Nesse quinquênio, foram registradas 38.924 internações por anemia ferropriva. Anualmente, obteve-se uma oscilação, sendo 2023 com o maior número, 9.205 (23,64%) casos, seguido por 2022 com 8.127 (20,87%) e o de 2021 com 7.560 (19,42%). Até maio de 2024, haviam sido registrados 3.437 casos. Regionalmente, notou-se maior incidência no Sudeste com 16.022 (41,16%) casos e a menor no Norte com 2.988 (7,68%). Além disso, a maioria das hospitalizações ocorreu em situações de urgência 36.546 (71,44%). A média de permanência da paciente na unidade hospitalar foi de 4,6 dias e o valor médio da internação foi de R$436,16. Foram registrados 1.470 óbitos, 28,02% em pacientes com 70 a 79 anos, 27,38% em 80 anos ou mais e 20,34% em 60 a 69 anos. A taxa total de mortalidade foi de 3,78%. Em relação à faixa etária, a maior parte das internações foi de mulheres com 40 a 49 anos, registrando 7.230 casos, seguida pela de 80 anos ou mais com 6.503 e pela de 70 a 79 anos com 6.046. A raça parda foi a mais prevalente com 16.969 (43,59%) registros, seguida pela preta com 13.194 (33,89%) e com 6.068 (15,58%) sem informação.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>A anemia ferropriva é uma doença carencial capaz de influenciar o número de internações devido à alta prevalência e sintomas clínicos. Diante da análise, é possível notar a superioridade dos casos na população entre 40 a 49 anos quando comparado às outras faixas etárias. Ademais, há uma predominância de internação na população parda. Não obstante, a prevalência das internações em caráter de urgência evidencia a necessidade de medidas para diagnóstico precoce. Devem ser consideradas as variadas etiologias, como a menorragia, sobretudo em mulheres em idade reprodutiva. Episódios de perdas sanguíneas que requerem rápida intervenção terapêutica devem ser investigados por possível associação a condições como malignidades ou sangramentos do trato gastrointestinal. Além disso, a categoria “sem informação” para cor/raça foi a terceira em maior número de registros, o que prejudica uma análise mais precisa dos dados. A","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526884","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"RELATO DE CASO: AGRAVAMENTO DE β-TALASSEMIA MENOR DURANTE A GRAVIDEZ","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.101","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.101","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>As β-talassemias são doenças genéticas hereditárias caracterizadas pela síntese deficiente ou ausente da globina β, enquanto a produção de globina α permanece normal. Isso resulta na acumulação de globina α nos eritrócitos, levando à destruição celular, eritropoese ineficaz e anemia microcítica e hipocrômica. A β-talassemia se apresenta em três formas: menor, intermediária e maior. A talassemia menor, geralmente assintomática, envolve indivíduos heterozigotos com anemia leve com hemoglobina (Hb) em torno de 10 g/dL e presença de esquizócitos, dacriócitos e pontilhados basófilos. A talassemia intermediária é sintomática, com Hb entre 7-10 g/dL, anemia mais intensa e presença de codócitos e eritroblastos. Já a talassemia maior é grave, necessitando de transfusões regulares devido à ausência ou deficiência intensa de globina β, resultando em anemia severa e hemólise com Hb < 7 g/dL. O diagnóstico é feito por hemograma e eletroforese de hemoglobina.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>O objetivo do estudo foi relatar um caso de β-talassemia menor em uma gestante, abordando o manejo clínico durante a gestação, a avaliação do diagnóstico diferencial e as implicações das comorbidades.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Este estudo descritivo e retrospectivo foi realizado através da análise de prontuário eletrônico de uma paciente admitida em um hospital de Cascavel-PR.</div></div><div><h3>Resultados e discussão</h3><div>Uma paciente, de 24 anos, gestante, com diagnóstico de β-talassemia menor desde a adolescência, apresentou fadiga, dores articulares e anemia grave. Na admissão, seu hemograma mostrou Hb de 7,7 g/dL, com índices hematimétricos reduzidos e presença de eliptócitos, dacriócitos, codócitos, esquizócitos, pontilhado basófilo e policromasia. A última eletroforese de hemoglobina apresentou HbA1 91,4%, HbA2 6,3% e HbF 2,3%. Após transfusão sanguínea e ausência de intercorrências, a paciente recebeu alta com plano de retorno. Novos exames foram solicitados para investigar possível talassemia intermediária ou anemia dilucional gestacional. Quatro meses depois, devido a complicações na diabetes gestacional, o parto foi induzido. A paciente e o recém-nascido tiveram alta sem complicações adicionais. Os valores hematológicos iniciais sugeriram uma reavaliação do diagnóstico de β-talassemia menor. No entanto, a ausência de sintomas severos e de transfusões regulares, juntamente com as proporções de HbA1, HbA2 e HbF típicas de β-talassemia menor, indicam que o agravamento da anemia foi provavelmente relacionado ao estado gestacional e anemia dilucional. Esta última é caracterizada pelo aumento do volume plasmático e redução do hematócrito, sendo uma condição fisiológica e reversível após o parto.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>O manejo de gestantes com β-talassemia menor, especialmente com comorbidades como diabetes gestacional e hipotireoidismo, requer acompanhamento rigoroso e contínuo para iden","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526991","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"EFFECTS OF BCL11A SNPS ON INTERINDIVIDUAL VARIABILITY OF FETAL HEMOGLOBIN INDUCTION IN PATIENTS WITH SICKLE CELL DISEASE TREATED WITH HYDROXYUREA AT THE CENTRO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DE GOVERNADOR VALADARES","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.065","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.065","url":null,"abstract":"<div><div>Sickle cell disease (SCD) is an autosomal recessive monogenic disorder that modifies the adult hemoglobin and results in multiple clinical phenotypes. Increases in fetal hemoglobin (HbF) has clinical benefits by reducing the clinical severity of SCD. Hydroxyurea (HU) is a drug used to treat SCD that induces HbF expression, thereby ameliorating hematological and clinical profile. However, HbF response to HU treatment is highly variable among patients. A systematic review indicated that SNPs rs4671393 (A>G) and rs766432 (A>C) of <em>BCL11A</em> gene may help to explain interindividual variability in HbF induction in response to HU. We examined the changes in hematological profile, focused on HbF levels (%) after HU therapy. Next, we examined whether variation in <em>BCL11A</em> SNPs rs4671393 and rs766432 affects HbF levels in patients with SCD before and after HU therapy. We studied 93 patients with SCD (89.3% with SCA HbSS genotype: 10.7% with HbSC genotype) with a mean age of 17.9 ± 11.5y and 51.61% of the cohort were women. We measured the levels of total hemoglobin, hematocrit, global leukometry, reticulocytes (%) and HbF during 18 months of HU therapy (range, 5-32 mg/kg) at the Hematology and Hemotherapy Center of Governador Valadares, Minas Gerais. Genotypes for <em>BCL11A</em> SNPs were determined by TaqMan® allele discrimination assays, and HbF levels were measured by HPLC. We observed an increase in hemoglobin (7.6-9.4 g/dL, p < 0.0001), hematocrit (23.0-28.0%, p < 0.0001), and especially HbF concentration (5.3-15%, p < 0.0001) during the 18 months, of HU therapy. In addition, reticulocytes and overall leukocyte count showed a decrease over the 18 months (3.65-1.9% and 13300-7200 mm<sup>3</sup>, respectively). Patients carrying genotypes with the minor alleles for both <em>BCL11A</em> SNPs (AG+AA for rs4671393 and AC+CC for rs766432) did not show differences in HbF concentration before and after HU therapy compared to genotypes with wild-type alleles (GG for rs4671393 and AA for rs766432). However, the mean (±S.D.) for HbF concentration was numerically higher for AC+CC genotypes (16.69 ± 8.86%; n = 33) than the AA genotype (13.62 ± 6.96%; n = 60) for the rs766432, and for patients carrying the GA+AA genotypes (16.55 ± 8.77%; n = 34) than the GG genotype (13.65 ± 7.02%; n = 59), although these differences did not reach significant level (rs766432, p = 0.068; and rs4671393, <em>P</em> = 0.0832). For rs4671393, median for HbF levels were higher after than before HU therapy both in GG genotype (5.0 <em>vs</em>. 13.0%; p < 0.0001) and AG+AA genotypes (5.5% vs. 15.85; p < 0.0001). For rs766432, HbF concentration was higher in carriers with AA genotype (5.0 vs. 12.65%; p < 0.0001) and AC+CC genotypes (5.4 vs. 16.0%; p < 0.0001). Our findings do not support the role of <em>BCL11A</em> SNPs rs4671393 and rs766432 in the increase of HbF concentration in response to HU therapy, which may be explained by the small","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527248","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"ERGOTIONEÍNA: POTENCIAL TERAPÊUTICO EM CAMUNDONGOS TRANSGÊNICOS PARA ANEMIA FALCIFORME","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.080","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.080","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivo</h3><div>Avaliar os efeitos moduladores e antioxidantes da ergotioneína (ERT) sobre vias de sinalização redox em camundongos falcêmicos.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Camundongos transgênicos para Anemia Falciforme (AF) foram gerados e mantidos na CEMIB/UNICAMP. Avaliou-se 3 grupos de camundongos humanizados: o controle, constituído de animais transgênicos para S+Fetal (SF); animais transgênicos para AF (SS) e transgênicos tratados com ERT (SS+ERT; VO 35 mg/kg), durante 60 dias. Os animais foram eutanasiados por aprofundamento da anestesia (CEUA 5955-1/2022) e a medula óssea foi utilizada para análise de RT-qPCR, em pseudo quintuplicatas, de membros de vias de sinalização centrais da biologia redox (<em>ATF4, NFE2L2, FoxO3, CAT, SOD1, GPx1, PRDX1, TRX, TXNIP</em>), do transportador específico de ERT (<em>SLC22A4</em>); e de um fator de iniciação da tradução eucariótica (<em>EIF2α</em>). O <em>fold change</em> do nível de mRNA foi calculado usando a fórmula 2<sup>-ΔΔ</sup><em><sup>CT</sup></em>. Para as análises estatísticas, adotou-se o <em>General Linear Model</em>, no formato <em>one-way</em> ANOVA, seguido pelo teste <em>post hoc</em> de Bonferroni.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>No grupo SS foi observado uma indução dos fatores de transcrição <em>NFE2L2</em> (̃9 vezes), <em>FoxO3</em> (̃3 vezes) e das enzimas antioxidantes <em>CAT</em> (̃4 vezes) e <em>GPX1</em> (̃6 vezes), enquanto para <em>ATF4, TRX, SOD1</em> e <em>PRDX1</em> houve uma inibição em relação ao grupo SF. Já no grupo SS+ERT observou-se uma expressão aumentada de <em>ATF4</em> (̃2 vezes), <em>TXNIP</em> (̃6 vezes), <em>CAT</em> (̃8,5 vezes)<em>, SOD1</em> (̃1,2 vezes) e <em>GPX1</em> (̃3,5 vezes), enquanto os níveis de <em>NFE2L2, TRX1, PRDX1</em> se mantiveram similares ao controle. Interessantemente, houve uma indução da expressão do <em>SLC22A4</em>, tanto no grupo SS (̃7 vezes) quanto SS+ERT (̃13 vezes). Em relação ao <em>EIF2α</em>, sua expressão foi inibida nos SS e manteve-se similar ao controle em SS+ERT.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>A AF é caracterizada pela geração incessante de espécies reativas de oxigênio, o que compromete a capacidade antioxidante das células eritroides. Assim, a fim de atenuá-lo, o mecanismo de resposta redox pode ocorrer de duas formas, pelo controle da atividade enzimática ou em nível transcricional, foco deste estudo, ao induzir as vias de sinalização redox e, consequente, aumentando síntese dos antioxidantes em situações de distresse oxidativo. Esta última, observada no grupo SS, como demonstrado pelos transcritos avaliados. No grupo SS+ERT, como esperado, a suplementação com ERT apresentou uma ação citoprotetora <em>in vivo</em> ao modular vias de adaptação redox. Resultados este que corroboram, nosso estudo prévio <em>in vitro</em>, em células K562 induzidas à diferenciação eritroide e submetidas a estresse oxidativo. Ainda, os altos níveis de <em>SLC22A4</em> tanto nos SS quanto nos S","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526906","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A DOENÇA FALCIFORME NO BRASIL:ÍNDICES DE NATALIDADE E MORTALIDADE ENTRE 2018 E 2022","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.045","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.045","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>Hemoglobinopatias são doenças genéticas causadas por mutações nos genes de síntese da hemoglobina, alterando sua produção ou estrutura. A doença falciforme é uma hemoglobinopatia de procedência genética autossômica recessiva em que há a prevalência de hemoglobina S nos eritrócitos do paciente, podendo ter genótipo homozigoto (SS) ou heterozigoto (SC, SD, SE, S-Beta Talassemia e S Alfa-Talassemia). Seu diagnóstico é feito a partir da triagem neonatal (teste do pezinho) por meio da eletroforese por focalização isoelétrica (<em>isoelectric focusing electrophoresis - IEF</em>) de hemoglobina ou cromatografia líquida de alta resolução (<em>high performance liquid chromatography</em> - HPLC) e para complementar um hemograma. Desde 2013 que o diagnóstico de doença falciforme abrange todos os estados e Distrito Federal, fazendo parte da fase II do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). A hemoglobina S é formada pela troca da base nitrogenada Adenina por Timina no sexto códon da cadeia beta da hemoglobina, essa mudança causa a substituição do ácido glutâmico pelo resíduo valina. As moléculas de hemoglobina S se polimerizam depois de ficarem desoxigenadas acarretando a falcização das hemácias e após polimerizações sucessivas elas ficam falciformes irreversivelmente. Hemácias falciformes não conseguem executar suas funções corretamente, causando isquemia e danos em tecidos (como cérebro, coração e pulmão), vaso-oclusão por não serem flexíveis e anemia hemolítica crônica por meio de hemólise intravascular e sequestro esplênico. Estudar sua mortalidade é importante para dar mais visibilidade à população afetada.</div></div><div><h3>Objetivo</h3><div>Avaliar a natalidade e mortalidade por doença falciforme no Brasil entre 2018 e 2022.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>A coleta dos dados de 2018 a 2022 foi realizada a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Programa Nacional da Triagem Neonatal (PNTN).</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Foram registrados 2.358 óbitos por doença falciforme e 5.446 casos novos, mostrando o predomínio da doença na população. Sendo que os maiores números tanto de óbitos quanto de casos novos se concentram nas regiões mais populosas, sudeste e nordeste. Há também maior incidência de óbitos em pretos e pardos, respectivamente 26,5% e 53,7%.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Os resultados desse estudo são indicativos que os dados de mortalidade foram afetados pela pandemia da COVID-19, entretanto a tendência de aumento no número de óbitos se manteve. De mesmo modo, os casos novos também cresceram, evidenciando que o diagnóstico precoce e mais investimentos em tratamentos profiláticos e pesquisas são necessários para melhorar a qualidade e expectativa de vida desses pacientes.</div></div>","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526769","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}