{"title":"PRELIMINARY RESULTS FROM A MULTICENTER PHASE 2/3 STUDY OF NEXT-GENERATION SICKLE HEMOGLOBIN POLYMERIZATION INHIBITOR OSIVELOTOR (GBT021601) FOR THE TREATMENT OF PATIENTS WITH SICKLE CELL DISEASE","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.051","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.051","url":null,"abstract":"<div><h3>Objectives</h3><div>Osivelotor (previously GBT021601) is a next-generation sickle hemoglobin (HbS) polymerization inhibitor in development for sickle cell disease (SCD). Compared with the first-in-class HbS polymerization inhibitor voxelotor, osivelotor has improved pharmacokinetic properties, which may enable higher Hb occupancy at lower doses to potentially reduce treatment burden and improve clinical outcomes. We report preliminary phase 2 data from an ongoing phase 2/3 study of osivelotor in SCD.</div></div><div><h3>Methods</h3><div>Preliminary data are reported from Part A of a 3-part, multicenter phase 2/3 study (NCT05431088). Part A is a randomized (1:1), open-label, 12-week, dose-finding study of oral osivelotor in patients with SCD (HbSS/HbSβ<sup>0</sup> genotype) aged 18–65 y and Hb 5.5–10.5 g/dL. Patients received a loading dose twice-daily for 4 days then once-daily maintenance doses (100 or 150 mg) through Week 12. The primary endpoint was change from baseline in Hb at Week 12. Secondary endpoints included ektacytometry (Oxygenscan) to assess red blood cell (RBC) deformability as a function of the partial pressure of oxygen, expressed as elongation index (EI).</div></div><div><h3>Results</h3><div>At cutoff date (June 20, 2023), 35 patients had been treated (osivelotor 100 mg, n = 17; 150 mg, n = 18); 28 had completed 12 weeks’ treatment. Mean (range) age was 29.7 (18–59) y, 32/35 patients were HbSS, and 16/35 were on stable hydroxyurea at baseline. Increases in Hb from baseline were seen from Week 1 and sustained to Week 12. At Week 12, for the 100-mg (n = 13) and 150-mg (n = 12) groups, respectively, mean (SD) increases from baseline in Hb (g/dL) were 2.63 (1.42) and 3.27 (1.70) and in hematocrit (%) were 7.83 (4.06) and 9.73 (4.26); mean (SD) changes in erythropoietin (IU/L) were –121.7 (346.3) (n = 13) and –89.9 (243.4) (n = 11). Indirect bilirubin and reticulocytes also showed reductions from baseline. Ektacytometry showed EI increased and point of sickling (PoS) during deoxygenation decreased from baseline to Week 12. For 27 patients with ≥1 vaso-occlusive crisis (VOC) at baseline, the annualized VOC rate (95% CI) was 2.30 (1.85–2.86) at baseline and 1.20 (0.58–2.48) on-study, with median (range) on-study duration 0.4 (0.03–0.41) y. Treatment-emergent adverse events (TEAEs) were reported for 20 patients (57.1%). Treatment-related TEAEs, reported for 6/35 patients (17.1%), were headache (n = 4), diarrhea (n = 2), and abdominal discomfort, nausea, upper abdominal pain, and urticaria (n = 1 each). One death, deemed unrelated to osivelotor, was due to a cerebrovascular accident (CVA) in a patient with a history of CVA and seizures, after new-onset high fever and no change from baseline in Hb (8.0 g/dL).</div></div><div><h3>Discussion</h3><div>In preliminary results from Part A of this phase 2/3 study, loading and daily doses of osivelotor for 12 weeks were well tolerated in adults with SCD. Results to date show large increa","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526760","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"ANÁLISE DA PRESENÇA DE ALFA-TALASSEMIA EM PACIENTES ATENDIDOS PELOS AMBULATÓRIOS DA FUNDAÇÃO HEMOMINAS","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.086","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.086","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivos</h3><div>Identificar a prevalência de alfa-talassemia (α-tal) e os tipos de mutações mais comuns em pacientes atendidos pela Fundação Hemominas.</div></div><div><h3>Material e métodos</h3><div>Desde 2007, a Fundação Hemominas (FH) disponibiliza teste molecular (PCR multiplex para as principais deleções de α-tal (-α3.7, - α4.2, –SEA, –MED, –FIL, –THAI e -(α)20.5)) para pacientes dos ambulatórios dos hemocentros da FH. Foi feito o levantamento retrospectivo dos pedidos e dos laudos dos resultados dos testes realizados nos anos de 2011 a 2023. Os dados passaram pelo processo de dupla digitação e foram armazenados no Sistema REDCap. Os dados foram exportados em formato de planilha Microsoft Excel e analisados pelo Software Statistica.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Foram analisados um total de 4.895 pedidos e laudos de testes moleculares para diagnóstico de alfa-talassemia de pacientes da FH que apresentaram motivos compatíveis com a doença. As solicitações foram advindas em sua maioria do Hemocentro de Belo Horizonte (2.320; 47,4%) e de Juiz de Fora (980; 20,0%). Dos 4.895 pacientes, 61,85% eram do sexo feminino. A idade média observada foi de 26 anos (SD = 20,28), havendo 103 pacientes abaixo de 1 ano (M = 7,8; SD = 2,96 meses). Os motivos das solicitações foram principalmente por anemia microcítica e/ou hipocrômica (3.152, 64,4%), cinética de ferro sem alterações (2.693, 55,0%) e pacientes com doença falciforme (992, 20,3%), dos quais 451 (45,5%) eram SS, 332 (33,5%) S com outra hemoglobina variante e 46 (4,6%) Sbeta-tal. Um total de 2404 (49,1%) indivíduos foram diagnosticados como portadores de α-tal, sendo 1.402 (59,06%) portadores silenciosos (deleção de um gene), 980 (40,76%) com traço talassêmico (deleção de dois genes) e 4 (0,16%) com talassemia intermédia (deleções de três genes). As frequências das deleções foram: -α 3.7 (99,4%), -α 4.2 (0,45%), –MED (0,29%), –SEA (0,08%), -(α)20.5 (0,04%). Não foram observadas deleções –THAI e –FIL.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>O presente estudo demonstra que 49,11% dos pacientes atendidos na FH para realização do teste de a-tal foram diagnosticados, seja por deleção de 1, 2 e em menor número, 3 genes. Dentre estes, a deleção -α 3.7 foi a de maior predominância, resultado condizente com os encontrados na literatura que a descreve como mais comumente observada. Os números reduzidos das deleções -(α)20.5, –SEA, –THAI e –FIL, -MED são também são descritos em outros trabalhos, uma vez que são mais comuns em populações do sudeste asiatico e Mediterrâneo. Os Hemocentros de Juiz de Fora e Belo Horizonte apresentaram maior número de solicitações devido ao maior porte e número de pacientes atendidos nestes Hemocentros. Grande parte dos pacientes deram entrada no serviço na idade jovem adulta, havendo pacientes com menos de 1 ano e que denotam atenção a fim de realizar o diagnóstico correto em tenra idade. Os resultados possibilitaram observar o perfil dos pacientes atendidos ","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526995","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"PANORAMA DA DOENÇA FALCIFORME NO BRASIL (2012 A 2022)","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.049","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.049","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivos</h3><div>Traçar o perfil sociodemográfico das pessoas com doença falciforme (DF) no Brasil entre 2011 e 2022, analisar informações de produção ambulatorial e hospitalar, de custos do tratamento e de mortalidade.</div></div><div><h3>Metodologia</h3><div>Estudo descritivo com dados secundários sobre a DF (CID D57.0 a D57.9, exceto D57.3 para traço falciforme) entre 2011 e 2022 obtidos das bases públicas do Ministério da Saúde: Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Os dados foram limpos e organizados com Microsoft Excel®.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Durante os 12 anos do estudo, estimou-se quase 100 mil pacientes atendidos ambulatorialmente no SUS, com mais de 49 milhões de procedimentos realizados (mais comuns a liberação de hidroxiureia e exames pré-transfusionais). Homens (51%), idades 10-19 anos (31%) e 20-29 anos (24%) e autodeclarados pardos (55,5%) e brancos (23,4%) foram mais prevalentes no período. Em 2022 realizou-se o maior número de procedimentos (> 7 milhões) e os maiores gastos (cerca de 100 milhões de reais). Mais da metade dos pacientes reside fora do município de tratamento. O custo médio por procedimento foi de R$497,58. São Paulo liderou em número de procedimentos (14.379.020 em 19.403 pacientes), seguido por Minas Gerais (9.670.999 em 29.890 pacientes) e Bahia (5.152.248 em 12.392 pacientes). O Brasil registrou 105.911 internações em 42.864 pacientes, com o tratamento de anemia hemolítica mais prevalente, principalmente nas idades 0-9 anos (38,7%) e 10-29 anos (25,6%). O tempo médio de internação foi 5,6 dias e uso de UTI em 2% dos casos. O custo total das internações nesse período foi R$46.815.614,28, com custo médio de R$ 442,03. O maior número de internações (13.694) e o maior custo (quase seis milhões e quinhentos mil reais) foram em 2019. Em 2020 foram 9.714 internações. Os estados com maior número de internações foram São Paulo (29.559; 27,9%), Bahia (13.580; 12,8%) e Rio de Janeiro (12.760; 12%). Em relação à mortalidade, foram registrados 4.502 óbitos por DF no Brasil no período, com mais óbitos em São Paulo (719) e Bahia (710). O ano com mais mortes foi 2019 (507). Idade entre 20-29 anos (21%), pardos (51,3%) e homens (51%) foram mais comuns em relação aos óbitos.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>Segundo o Programa Nacional de Triagem Neonatal, a incidência anual da DF no Brasil é de 3,75 novos casos/10.000 nascidos vivos. O perfil das pessoas com DF é de crianças, adolescentes e adultos jovens, homens, pardos e vivendo na região Sudeste (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) e na Bahia. A queda em 29% no número de internações entre 2019 e 2020 pode ter refletido o impacto da COVID-19, onde possivelmente os pacientes ficaram em isolamento social, com menor risco de complicações. Muitos óbitos nos adultos jovens mostram o quanto é debilitante e difícil o convívio com a DF. Mais dados sobr","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526818","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA ANEMIA FERROPRIVA NO ESTADO DE SÃO PAULO","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.003","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.003","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivos</h3><div>O objetivo deste estudo é propor uma análise comparativa do perfil epidemiológico da Anemia Ferropriva no Estado de São Paulo.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Estudo epidemiológico retrospectivo e descritivo sobre o perfil epidemiológico da anemia ferropriva da cidade de São Paulo, no período de 2018 a 2023. Os dados foram obtidos por meio de consulta às bases de dados disponibilizadas pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Essa escolha foi feita para garantir a disponibilidade de dados atualizados e minimizar possíveis erros de retardo de notificação. Após a coleta dos dados, as variáveis de interesse, como sexo, idade foram indexados e analizados pelo programa Microsoft Office Excel 4.0.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>A análise dos dados obtidos demonstrou prevalência significativa da anemia ferropriva em determinados grupos demográficos. A anemia ferropriva foi observada em um total de 1.568.489,94 pessoas, sendo que desta população total, 1.096.795,10 (69,92%) pessoas são do sexo feminino, ja os indivíduos da raça branca representam 51,26% do total de pessoas. A faixa etária de 70 a 79 anos foi a mais acometida com 17,24%.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>No Brasil, a principal causa da Anemia Ferropriva é a baixa ingestão de alimentos que contém ferro (Yamagishi, 2017), ademais pode-se destacar precárias condições de saneamento básico em algumas regiões que resultam em alta prevalência de doenças infecto parasitárias (Amarante, 2015). Esses resultados fornecem hipóteses valiosas sobre os padrões de ocorrência da Anemia Ferropriva na população estudada, destacando a necessidade de estratégias de prevenção e intervenção direcionadas a grupos específicos, como mulheres idosas de etnia branca. Essa observação levanta questões importantes sobre os determinantes subjacentes dessa disparidade, incluindo fatores hormonais, dieta, acesso a cuidados de saúde e possíveis disparidades socioeconômicas. Visto que a anemia ferropriva é uma consequência e não causa de doença, esses aspectos se fazem relevantes. A compreensão desses mecanismos é crucial para desenvolver estratégias de prevenção e intervenção. Ademais, esses achados destacam a importância de abordagens diferenciadas na promoção da saúde e na prestação de cuidados, adaptadas às necessidades específicas desses grupos de alto risco. É importante ressaltar que este estudo possui certas limitações, incluindo possíveis subnotificações de casos, variações na qualidade dos registros e a impossibilidade de estabelecer relações de causalidade devido à natureza descritiva dos dados.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Conclui-se que os achados deste relato destacam a necessidade de abordagens diferenciadas na promoção da saúde e na prestação de cuidados, adaptadas às necessidades específicas de grupos vulneráveis, como mulheres idosas e indivíduos de diferentes grupos étnicos. Intervenções direcionadas, como pr","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527142","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DA EFICÁCIA DO MITAPIVAT NO TRATAMENTO DE ANEMIA HEMOLÍTICA, ANEMIA FALCIFORME E TALASSEMIA","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.093","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.093","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivos</h3><div>Investigar a eficácia terapêutica do Mitapivat, um fármaco ativador de primeira classe da enzima piruvato quinase (EPQ), que tem sido pesquisado como opção inovadora no tratamento de anemia hemolítica, doença falciforme e talassemia.</div></div><div><h3>Material e métodos</h3><div>Revisão de literatura realizada em junho de 2024 utilizando a plataforma Pubmed. Foi adotado o período de busca de 2019 a 2024 com a localização de 51 artigos. Destes, 8 foram utilizados, atendendo aos critérios de serem disponíveis gratuitamente na íntegra e publicados em inglês.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>No tratamento de pacientes com doença falciforme, com deficiência da EPQ eritrocitária e com talassemia, o Mitapivat aumentou o nível e a resposta de hemoglobina com consequente redução de hemólise e melhora no quadro de anemia, além de aumento na atividade hematopoiética em comparação aos pacientes que receberam placebo. Além disso, em pacientes com anemia falciforme o fármaco evitou a falcização das hemácias, com melhoria no quadro da doença.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>O Mitapivat é uma pequena molécula ativadora da enzima piruvato quinase biodisponível por via oral. A ativação da EPQ específica para hemácias aumenta a síntese de adenosina trifosfato (ATP) para manter a homeostase energética, com integridade e deformabilidade da membrana plasmática, bem como reduz a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e a concentração de 2,3-bifosfoglicerato (2,3-BPG). Nos pacientes com anemia hemolítica por deficiência na EPQ eritrocitária o aumento na síntese de ATP promovido pelo fármaco faz com que a hemácia tenha sua vida útil aumentada e, portanto, reduz hemólise e o quadro anêmico. Na doença falciforme, o fármaco, através da redução de 2,3-BPG, promove maior oxigenação o que consequentemente inibe a polimerização da Hemoglobina S e evita a falcização das hemácias, melhorando assim o quadro de anemia. Na talassemia, a redução na formação de EROs também é um fator prolongador da vida de hemácias, melhorando assim os sintomas anêmicos. Reações adversas, como dor de cabeça, insônia e náusea também foram relatadas pelos pacientes que receberam o fármaco, porém os efeitos não são graves, sendo de grau 1 ou grau 2.</div></div><div><h3>Conclusão</h3><div>Os estudos analisados vem mostrando que o Mitapivat possui um bom perfil de segurança e forte eficácia clínica em um amplo espectro de anemias hemolíticas hereditárias, com baixo grau de efeitos adversos. Além disso, foi observado que doenças que requerem transfusões sanguíneas recorrentes têm a sua necessidade reduzida devido aos efeitos benéficos do Mitapivat, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Um diferencial desse medicamento é que ele também já mostrou resultados positivos no tratamento de pacientes com alfa-talassemia, doença que apresenta poucas opções terapêuticas, quando comparado à beta-talassemia. Por fim, embora alguns desses estudos ainda necess","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527083","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"HYPERFERRITINEMIA ASSOCIATED WITH HFE GENE MUTATIONS (H63D, C282Y, AND S65C) IN BRAZIL","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.007","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.007","url":null,"abstract":"<div><h3>Objectives</h3><div>Intracellular iron overload, resulting from excessive iron accumulation in ferritin, is a primary cause of hyperferritinemia, often linked to genetic diseases such as hereditary hemochromatosis (HH). Most HH cases are associated with the <em>HFE</em> gene, specifically <em>H63D, S56C</em>, and <em>C282Y</em> polymorphisms. Hyperferritinemia related to hemochromatosis can exacerbate symptoms due to excessive iron. This study aimed to evaluate changes in serum iron, ferritin, and transferrin saturation (TS) in patients with <em>HFE</em> gene mutations (<em>H63D, C282Y</em>, and <em>S65C</em>).</div></div><div><h3>Methodology</h3><div>Blood samples from 20 adults with hyperferritinemia were collected to investigate the inheritance of <em>HFE</em> gene polymorphisms (<em>H63D, C282Y</em>, and <em>S65C</em>); the group were categorized based on serum iron, ferritin, and TS levels into low, normal, and high. DNA samples underwent molecular analysis using PCR-RFLP to confirm mutations. Statistical analyses were performed using IBM SPSS Statistics 20, with p = 0.05. Associations between wild-type homozygous, heterozygous, and mutant homozygous genotypes for each polymorphism were tested using the Chi-Square test. Associations between sex and age with alterations in serum iron, ferritin, and TS levels were tested using Fisher's exact test. ANOVA was performed to assess the association between serum iron, ferritin, and TS with <em>HFE</em> gene mutations.</div></div><div><h3>Results</h3><div>The group consisted of 8 women (40%) and 12 men (60%), aged 19 to 87 years, with a mean age of 58.5 years. Of the 80 alleles evaluated, 14 heterozygous and 3 homozygous mutants were identified for the <em>H63D</em> mutation. For <em>C282Y</em>, 2 heterozygous and 3 homozygous mutants were found. No genotypes were detected for <em>S65C</em>. Men showed a higher prevalence of ferrocytosis (55%) compared to women (20%). Normal iron levels were more common in women (20%) than in men (5%). High TS levels predominated in men (60%), with only one woman showing low TS (TS of 5%). No significant differences were found when comparing sex and age with iron profile (p > 0.05). Man exhibited higher mean levels of iron, ferritin, and TS, with 204.7 μg/dL, 2593.6 ng/mL, and 77.3%, respectively. Women had mean values of 181.2 μg/dL, 1931.9 ng/mL, and 70.1%. Homozygous genotypes for <em>H63D</em> and <em>C282Y</em> were found only in men. Individuals with heterozygous and homozygous <em>H63D</em> had higher mean iron and ferritin levels (197.8 μg/dL and 2251.9 μg/dL for heterozygotes, 216.7 μg/dL and 2633.3 μg/dL for homozygotes) compared to <em>C282Y</em>. The TS was highest in <em>C282Y</em> heterozygous (TS of 83%). No significant differences were observed in the mean iron profile concerning <em>HFE</em> gene mutations (p > 0.05).</div></div><div><h3>Discussion</h3><div>Higher mean iron levels in men suggest a greater predisposition to iron overloa","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527146","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"DEVELOPMENT OF AN AUTOMATED FLUORESCENCE MICROSCOPY ASSAY FOR QUANTIFYING FACTORS AFFECTING RED BLOOD CELL (RBC) SICKLING IN SICKLE CELL DISEASE (SCD)","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.091","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.091","url":null,"abstract":"<div><div>Sickle cell disease is the most common monogenetic disease in the world, characterized by a point mutation in the sixth codon of the beta-globin gene, which generates mutant hemoglobin S (HbS). Under conditions of deoxygenation, HbS polymerizes, distorting the discoid morphology of an erythrocyte into a sickle-like shape, responsible for causing vaso-occlusive episodes associated with pain attacks, hemolytic anemia and early mortality. Although the main inhibitor of HbS polymerization is fetal hemoglobin (HbF), many additional factors can contribute to cell sickling, including extrinsic factors from the surrounding interacting cells in the microvasculature environment. However, the lack of straightforward functional assays to quantitate how these factor affect cell sickling, hamper a more profound understanding of SCD physiopathology. Therefore, our objective was to develop an automated fluorescence microscopy assay for quantifying factors affecting RBC Sickling in SCD, without the need of special incubators or microfluidic devices. In order to stablish a self-generated hypoxic environment, we cultured HS-5 stromal cells in 96-well plates at a low-density, and placed a small round (5 mm diameter) glass coverslip above the cell monolayer, thus limiting oxygen diffusion underneath the coverslip. Before placing the coverslips, erythrocytes from patients with different types of SCD (HbSS, HbSC and S-Beta Thalassemia) were fluorescently-labeled with DiD'Oil (red) and seeded along with HS-5 cells. A nuclear dye (Hoechst 33342, blue) and a hypoxia-activated fluorescent marker (Image-iT hypoxia, green) were added, thus allowing the identification of HS-5 cell nuclei and hypoxic regions. Immediately after coverslip placement (0h), and after 1h and 24h, a total of 25 sites from each well were acquired with a 20x objective, using transmitted-light and the three fluorescence channels, using an ImageXpress<em><sup>Micro</sup></em> XLS High-Content-Screening-HCS system (Molecular Devices). Images were exported and analyzed using the open-source software CellProfiler, in order to delineate and segment RBCs. Shape-related morphometric features were extracted for each RBC (including, cell area, perimeter, form-factor, roundness and eccentricity), and used to classify and quantify different subpopulations of erythrocytes. Two form-factor thresholds (of 0.60 and 0.85) were used to classify RBCs into sickled (form-factor < 0.60), abnormally-shaped, and round cells (form-factor > 0.85). An eccentricity threshold of 0.60 was also used to separate round cells from elliptical/sickled cells (eccentricity > 0.60). Data analysis was carried using the open-source software Knime. In the three SCDs evaluated, the percentage of cells with eccentricity > 0.60 increased as a function of time, indicating that sickling occurred. In agreement, the percentage of cells with lower form-factors decreased with time. Importantly, the standard deviation of the percen","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527165","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O OLHAR DO HEMATOLOGISTA PARA ANEMIA FERROPRIVA REFRATÁRIA A FERROTERAPIA E A SUSPEITA DIAGNÓSTICA DE DOENÇA CELÍACA: RELATO DE CASO","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.039","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.039","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivo</h3><div>Descrever dois casos de anemia ferropriva como manifestação de doença celíaca.</div></div><div><h3>Material de método</h3><div>Trata-se de um estudo descritivo baseado na análise de anamnese do paciente, exames complementares e revisão da literatura.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Primeiro caso EMP 71 anos, branca, casada, bancária aposentada, procedente de bom Jesus do Itabapoana, portadora fibrilação atrial, doença do refluxo gastroesofágico e síndrome mielodisplásica sem anemia, evolui com fraqueza, emagrecimento, esteatorreia, perda de gordura glútea, distensão abdominal e anemia normocítica normocrômica. Exame físico: palidez cutâneo mucosa ++/4+, queilite angular. Na endoscopia digestiva alta: hérnia de hiato por deslizamento, gastrite enantematosa moderada de corpo gástrico, discreta duodenite crônica inespecífica com redução vilositária e linfocitose intraepitelial. Solicitado cinética do ferro e anticorpos de rastreio de doença celíaca: anticorpo anti-transglutaminase tecidual IgA 67, IgG 1,5, anti-endomísio IgA 1:160, IgG não reagente, anti-gliadina IgA > 142 e IgG 25, ferritina 43,5 ng/mL e índice de saturação de transferrina 21%. Realizado diagnóstico de doença celíaca e ferropenia sintomática. Iniciado dieta sem o glúten e ferroterapia. Quatro meses após paciente ganhou 8 kg informou disposição para as atividades diárias, sem queixas gastrointestinais. Na nova cinética do ferro: índice de saturação de transferrina ascendeu para 27% e ferritina 45,3. Secundo caso SOB 23 anos, branca, solteira, nutricionista, natural e procedente de Bom Jesus do Itabapoana, portadora de hipotireoidismo por tireoidite de Hashimoto desde os 7 anos em uso de levotiroxina 162,5 mcg/dia, hipercolesterolemia. Informa queda de cabelo, desânimo e sonolência mesmo em suplementação de ferro há 4 meses. Uso de dispositivo intra-útero hormonal, fluxo menstrual normal, refere constipação e irritabilidade. História familiar: avó materna portadora de hipotireoidismo por tireoidite de Hashimoto e cirrose auto-imune. Exame físico: palidez cutâneo-mucosa +/+4 Hemograma: Hb 13,9 g/dL; Hct 40,7%; VCM 92,3 mm<sup>3</sup> HCM 31,5 pg; CHCM 34,2g/dL; RDW 12,7%; Leucometria (0,9/3,9/0/0/0,5/43,1/43,9/7,7) plaquetas 256 400 mm<sup>3</sup>, ferritina 24 ng/mL. No rastreio de doença celíaca: anti-gliadina IgA 15, IgG 40; anti-transglutaminase tecidual IgA > 128, igG1,4; anti-endomísio IgA reagente 1:320, IgG não reagente. Endoscopia digestiva alta com biopsia de mucosa de duodeno em andamento, ajustado a reposição de ferro.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>a doença celíaca é enteropatia imunomediada, crônica, do intestino delgado, precipitada pela ingestão de glúten na dieta. Apresenta fenótipo variado de assintomático a gravemente sintomática, a anemia ferropriva pode ser o único sinal de doença tanto em crianças quanto em adultos. Há o risco aumentado de desenvolver linfoma não hodking. O diagnóstico perpassa pela dosagem de anti","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526909","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"RELATO DE CASO: LOMBALGIA DECORRENTE DE CRISE FALCÊMICA","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.102","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.102","url":null,"abstract":"<div><h3>Objetivo</h3><div>Relatar através de estudo descritivo um caso clínico de um paciente portador de anemia falciforme, o qual apresentou-se no pronto socorro em um hospital público do oeste do Paraná com queixas de algia na região lombar, sendo evidenciado posteriormente crise falcêmica.</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Estudo descritivo e análise de dados de prontuário eletrônico.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>Paciente sexo masculino, 47 anos, casado, residente na cidade de Cascavel, Paraná, procurou atendimento hospitalar referindo-se algia em região lombar de forte intensidade com início há três dias. Sem melhora ao uso de analgesia simples e sem apresentar outros sintomas ou irradiação. Menciona acompanhamento no Hemocentro devido a doença hematológica de base, anemia falciforme, diagnosticada aos 2 anos de idade. Relata uso de Hidroxiureia (1000 mg/dia) há 17 anos. Quadro clínico sugestivo de crise falcêmica.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>A anemia falciforme caracteriza-se como uma doença hematológica causada por uma alteração no cromossomo número onze que altera o formato das células dos eritrócitos, diminuindo sua capacidade de transportar oxigênio para as células do corpo levando a vários sintomas como dor generalizada, fraqueza e apatia, que se diferencia das outras anemias por transformar as hemácias em forma de foice, diminuindo sua vida útil e dificultando a passagem pelos vasos sanguíneos, o que consequentemente, pode levar ao entupimento das mesmas. Além dos sintomas comuns de outras anemias, é comum a exposição por infecções frequentes, dor nos ossos, músculos e articulações, mãos e pés inchados, retardo no crescimento e atraso da puberdade. Suas causas são genéticas, portanto, o traço da doença deve estar presente nos pais. O maior número de afetados do mundo encontra-se localizado na população africana por conta do traço genético da doença, que por sua vez protege os indivíduos da infecção <em>Plasmodium</em> (malária) o que é muito presente no país. O diagnóstico da anemia falciforme é feito através do teste do pezinho já nos primeiros dias de vida do bebê, pela amniocentese ou da biópsia do vilo corial. O tratamento é feito com o uso de medicamentos como Ácido fólico, analgésicos em geral, e, em alguns casos em que os episódios de dores são muito frequentes com o uso da hidroxiureia, onde os mesmos devem ser administrados por um longo período ou de forma continua, assim como o acompanhamento médico mensal e em alguns casos, pode ser necessária a transfusão sanguínea, sendo esses processos um dos grandes responsáveis por redução da imunidade. O transplante de medula óssea também é uma forma de tratamento, sendo indicado em casos graves ou por avaliação médica, podendo levar a cura da doença.</div></div>","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142526992","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"ANEMIA HEMOLÍTICA AUTO-IMUNE (AHAI) FULMINANTE PÓS DENGUE: RELATO DE CASO","authors":"","doi":"10.1016/j.htct.2024.09.062","DOIUrl":"10.1016/j.htct.2024.09.062","url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução</h3><div>A dengue é uma doença causada por um vírus da família <em>Flaviviridae</em>, comum em países tropicais, que pode causar desde formas assintomáticas até quadros graves. Dentre as complicações, a AHAI é raramente encontrada, com poucos relatos na literatura.</div></div><div><h3>Objetivos</h3><div>Relatar um caso de AHAI aguda fulminante e fatal pós dengue.</div></div><div><h3>Caso</h3><div>Paciente masculino, 32 anos, com história de dengue em fev/24, evoluindo com AHAI, TAD positivo (IgG+, IgA+, C3d+), sem necessidade de transfusão, controlada com uso de corticóide. Dia 18/04 deu entrada no PS, com novo quadro de dengue, hemoglobina (Hb) de 11,4 g/dL, medicado ambulatorialmente. Dia 01/05: 18:42h - internado com astenia, vômitos, icterícia, urina e fezes escuras, dor abdominal. Negava sangramentos. Ao exame: ictérico e hipocorado 4+/4+, Glasgow 15, PA 102x40 mmHg, 125bpm, 38,3ºC e saturação 100%. 20:53h - Hb 5,5 g/dL; bilirrubina indireta 2,85, DHL 993 e reticulócitos 1%. 23:10h – iniciado Prednisona 1 mg/kg. Hb 4,7. Dia 02/05: 12hs – PAI, TAD (IgG 4+ / IgA 4+ / IgM 3+ / C3c 1+ / C3d 4+), auto controle positivos. 16h - piora clínica e crise convulsiva. 17h - instalada transfusão de hemácias 100ml com PC negativa com soro adsorvido. 18:40h - febre, tremores e hipotensão, sendo interrompida a transfusão após 50 mL. 20:50h - paciente gravíssimo e instável. 21:49h - Hb 2,9 e BI 4,56 - prescrito Imunoglobulina, ciclofosfamida e metilprednisolona. Dia 03/05: 08h - rebaixamento do nível de consciência. 08:55h - nova dose de Imunoglobulina e instalada transfusão (100 mL), sem intercorrências. 13h - Hb 1,8 e reticulócitos de 0,54%, prescrito eritropoetina. 14:20h - choque refratário. 17:22h – óbito. Demais exames: eletroforese de Hb normal; sorologias hepatite B, C, HIV, HTLV, CMV, toxoplasmose, Epstein Barr e sífilis negativas; fator reumatoide inferior a 8,4.</div></div><div><h3>Discussão</h3><div>No caso, o paciente apresentou um quadro de dengue em fev/24, complicado com provável AHAI a quente, seguido de nova infecção após 2 meses. No D13 do segundo quadro, internou com sintomas de anemia há 4 dias, exames sugestivos de piora importante da AHAI e Hb de 5,5 g/dL. A reticulocitopenia, evidenciada em 2 exames, pode estar presente em até 20% dos casos de AHAI e representa falha na resposta compensatória da medula óssea, por hemólise severa associada a sepse ou por autoanticorpos contra os eritroblastos. Analisando as transfusões, a primeira foi instalada 18h após o corticoide, mas teve de ser interrompida, com exames pós apresentando queda da Hb para valores inferiores aos pré. Esse resultado sugere quadro de hiper hemólise, que pode ser decorrente do aumento da ativação e deposição de complemento nas células autólogas. Nova transfusão foi realizada, após metilpredinisolona, imunoglobulina e ciclofosfamida e concomitante a administração da 2a dose de imunoglobulina, sem intercorrências. Contudo, exames mostraram nova queda do ","PeriodicalId":12958,"journal":{"name":"Hematology, Transfusion and Cell Therapy","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":1.8,"publicationDate":"2024-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"142527245","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"OA","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}