{"title":"Evocações da escravidão. Sobre sujeição e fuga em experiências negras","authors":"María Elvira Díaz-Benítez, Everton Rangel","doi":"10.1590/s0104-71832022000200002","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200002","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo relata passagens do nosso encontro com duas mulheres negras: Dona Luiza e Fafá. A primeira, uma senhora moradora de favela, matriarca, mãe de um homem condenado por estupro, avó da criança que teria sido estuprada. A segunda, uma jovem de 24 anos, mãe de um menino de três, atriz de filmes de fetiches extremos. Partindo da ideia de que as vidas negras permanecem na oscilação entre a sujeição e a fuga, nos interessa descrever como essa oscilação acontece no plano do ordinário e interpretar a sua relação com evocações da escravidão que se realizam em fragmentos ou se materializam em situações de “faz de conta”. A fuga, mais do que resistência, denota formas ambivalentes de estar no mundo, movimentos imprevisíveis para quem se esforça para tocar a vida. Discutimos imagens e situações que têm a capacidade tanto de restaurar a sujeição quanto de conjurá-la.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44823113","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Desdobramentos atuais da corporeidade e da fenomenologia cultural: uma entrevista com Thomas Csordas","authors":"Luz Gonçalves Brito","doi":"10.1590/s0104-71832022000200014","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200014","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48808343","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Ouve, meu filho, o silêncio: a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés","authors":"Vítor Queiroz","doi":"10.1590/s0104-71832022000200010","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200010","url":null,"abstract":"Resumo A discussão sobre relações raciais, no Brasil e em outras margens do Atlântico, tende a privilegiar alguns signos exteriorizados, discursos e traços demarcadores da diferença. Porém, a condição de sujeitos reflexivos, capazes de analisar não apenas suas experiências, mas também de pensar múltiplas relações e alteridades, costuma ser negada a pessoas e grupos negros de diversas formas, mesmo na bibliografia especializada. Proponho neste artigo, na contramão dessas duas tendências, uma reflexão de cunho epistemológico sobre as noções de silêncio e segredo, centrais para o candomblé e para outras comunidades afrorreligiosas, a partir da trajetória do músico baiano Dorival Caymmi. Com isso, pretendo evidenciar certas dimensões não ditas, íntimas, dos processos de racialização brasileiros, que incluem o caráter estratégico do silêncio e das alianças solidárias, micropolíticas. Espero salientar, dessa forma, as possibilidades de agência e sobretudo a importância conceitual das ideias e histórias atualizadas pela vivência dos candomblecistas, suas entidades e seus terreiros.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47323833","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Os “múltiplos afluentes” que permeiam as relações raciais contemporâneas: problematizações sobre branquitude, políticas de inimizade e segurança pública","authors":"M. Fagundes, P. Henning","doi":"10.1590/s0104-71832022000200007","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200007","url":null,"abstract":"Resumo O artigo tem como proposta uma discussão sobre relações raciais no campo da segurança pública, tendo como fio condutor uma pesquisa de campo realizada no estado da Paraíba, no decorrer dos anos de 2019 e 2020. Aqui problematizamos um dos eixos analíticos construídos ao longo do estudo, denominado políticas de inimizade. Nele, além de fazermos uma discussão sobre branquitude e necropolítica, apontamos para a necessidade de pensarmos sobre a existência de um fazer morrer, quando os marcadores raça e juventudes se interseccionam no campo da segurança pública. Apoiadas em estudiosos e estudiosas como Achille Mbembe, Michel Foucault, Maria Aparecida Silva Bento, Michel Misse, entre outros, é que buscamos problematizar os múltiplos afluentes que seguem construindo estratégias de morte e de vida de forma desigual no cenário brasileiro.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49503302","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Biologicismo (racismo) y clasismo. Los/as actuales “negros/as” en Córdoba, Argentina","authors":"J. Zeballos","doi":"10.1590/s0104-71832022000200005","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200005","url":null,"abstract":"Resumen Este artículo, que tiene por insumo discursos recogidos en diferentes experiencias etnográficas, incorpora fuentes históricas, información periodística actual y dialoga con otras producciones intelectuales, intenta proporcionar una perspectiva sobre una variedad de biologicismo (racismo) en Córdoba, Argentina. A partir del análisis de la expresión “negro/a”, determinando sus referencias y acoplamientos, se plantean las siguientes hipótesis: esta modalidad de biologicismo en gran medida constituye una exterioridad con que se manifiesta el clasismo “descendente”, y en ello radica su vigencia.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43098718","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Ernesto De Martino e o percurso italiano da antropologia","authors":"C. Pompa","doi":"10.1590/s0104-71832022000100010","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000100010","url":null,"abstract":"Resumo Ernesto De Martino foi uma figura central no panorama europeu dos estudos etnológicos, filosóficos e histórico-religiosos da primeira metade do século XX, mas é quase desconhecido no mundo lusófono. O artigo pretende ser uma introdução ao pensamento do estudioso italiano, cuja obra está sendo redescoberta nos últimos anos pela antropologia norte-americana e francesa, enquanto antecipadora de temas e problemas contemporâneos. Após uma análise do debate travado com as escolas europeias de pensamento - não apenas antropológico - da primeira metade do século, são explorados alguns conceitos centrais no pensamento do autor, elaborados a partir das contribuições da filosofia e da psicanálise. A última parte do artigo apresenta brevemente as etnografias realizadas entre as comunidades camponesas do sul da Itália, que mostram os itinerários conceituais, políticos e etnográficos inusuais de uma antropologia “periférica”.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46927596","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Shōgorō Tsuboi e o início da antropologia japonesa","authors":"Silvia Reis","doi":"10.1590/s0104-71832022000100009","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000100009","url":null,"abstract":"Resumo Shōgorō Tsuboi é considerado o principal fundador da antropologia japonesa, desenhando seu escopo inicial, promovendo e norteando a criação de uma comunidade científica antropológica. Assim, neste artigo, a trajetória de Tsuboi é analisada, buscando compreender o início da antropologia no Japão. A atuação de Tsuboi também reflete o contexto social e político da época, construindo uma carreira em meio ao tão buscado diálogo com a academia ocidental e o recrudescimento da agenda nacionalista do Estado japonês.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41977932","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Entre reuniones y documentos: la demanda de acceso al cannabis para usos terapéuticos en Argentina","authors":"María Cecilia Díaz","doi":"10.1590/s0104-71832022000100012","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000100012","url":null,"abstract":"Resumen Este artículo analiza modos de colaboración entre activistas cannábicos, legisladores y asesores entre 2016 y 2017 en Argentina, en momentos en que el uso terapéutico del cannabis se instaló como tema en la arena pública. Para ello se describen etnográficamente prácticas de documentación y confección de archivos de organizaciones cannábicas; reuniones entre madres de usuarios terapéuticos, representantes de asociaciones civiles, políticos y asesores; y actividades de redacción y circulación de proyectos de ley, con foco en la Legislatura de la Provincia de Córdoba. El abordaje se detiene sobre experticias y conocimientos que hacen a la construcción mutua entre activistas y agentes/agencias estatales, configurando tramas de una causa política en las que también participa mi praxis etnográfica.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41778548","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A mediação seletiva de Herbert Baldus entre etnologia alemã e antropologia brasileira","authors":"S. Correa","doi":"10.1590/s0104-71832022000100008","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000100008","url":null,"abstract":"Resumo Radicado em São Paulo desde o início da década de 1930, Herbert Baldus atuou em várias frentes no emergente campo das ciências sociais no Brasil, no qual procurou manter viva a tradição de americanistas alemães. Além do ensino e da pesquisa, o professor de etnologia da Escola de Sociologia e Política de São Paulo promoveu o trabalho de seus conterrâneos por meio de traduções e publicações. Acontece que alguns americanistas alemães, como Walter Krickeberg e Fritz Krause, estiveram envolvidos com o nazismo entre 1933 e 1944. A análise da correspondência em alemão de Baldus revela algumas ambiguidades em sua deontologia, notadamente nas suas escolhas para a divulgação científica, e oferece uma nova perspectiva sobre a sua contribuição para a antropologia brasileira do seu tempo.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67254864","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Claude Lévi-Strauss en los mares del sur. Algunos desencuentros entre estructuralismo y antropología en Argentina","authors":"Nicolás Viotti","doi":"10.1590/s0104-71832022000100006","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000100006","url":null,"abstract":"Resumen La obra de Claude Lévi-Strauss fue traducida de modo pionero y circuló ampliamente en la cultura intelectual argentina de las décadas de 1960 y 1970; sin embargo, sus usos no estuvieron enmarcados en la problemática antropológica en sentido estricto, sino en debates más generales sobre problemas ideológicos dentro de la sociología, el análisis semiótico y el psicoanálisis. Sin descuidar factores específicos como las redes intelectuales y la consolidación particular de campos disciplinares, en este trabajo pretendemos plantear una hipótesis que pone el foco en un orden más general: las relaciones entre la circulación de ideas y prácticas intelectuales con las formas nacionales de asumir la alteridad. En ese sentido, proponemos que la particular circulación y usos de Lévi-Strauss en Argentina, en general alejados del problema de la alteridad realmente existente que atraviesa su obra, permiten reflexionar sobre una relación tensa con la diferencia cultural en la narración nacional dominante.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46530274","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}