{"title":"“Esa aguja entraba y salía de mi ojo”. Un relato sobre la espera y el sufrimiento de un trasplante de córnea","authors":"Horacio Pereyra","doi":"10.1590/s0104-71832022000300004","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000300004","url":null,"abstract":"Resumen La Organización Mundial de la Salud sostiene que el trasplante de córnea es el más frecuente del mundo entre las demandas de órganos y tejidos. Nos preguntamos entonces, ¿qué implicancias sociales y subjetivas tiene perder una córnea y quedar ciego de un ojo en el transcurso de la juventud en contextos de marginación? ¿Cómo esperan las personas el injerto? ¿Cómo perciben la operación? ¿De qué manera le dan sentido a vivir con una córnea que proviene de otro ser humano? En este escrito recurro a mi vivencia personal luego de quedar ciego de un ojo a los 20 años de edad y de haber tenido que esperar 4.380 días con un rostro desfigurado en Santiago del Estero (Argentina) para recibir un trasplante de córnea. Incorporo elementos observables, discursivos y relacionales que permiten ingresar a lo vivido de quien espera, y a quien le extirpan e implantan un tejido.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42127929","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Cédric Audebert, Denise F. Jardim, Handerson Joseph, Osmundo Pinho
{"title":"Negritude e relações raciais: racismo e antirracismos no espaço atlântico","authors":"Cédric Audebert, Denise F. Jardim, Handerson Joseph, Osmundo Pinho","doi":"10.1590/s0104-71832022000200001","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200001","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48827264","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Encontro de Saberes: por uma universidade antirracista e pluriepistêmica","authors":"Pablo de Castro Albernaz, José Jorge de Carvalho","doi":"10.1590/s0104-71832022000200012","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200012","url":null,"abstract":"Resumo O artigo discute o projeto Encontro de Saberes, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa e iniciado na Universidade de Brasília em 2010, como um movimento de inclusão étnica e racial e de descolonização das bases eurocêntricas dos currículos das nossas universidades. O foco central do Encontro de Saberes é trazer os mestres e mestras dos saberes das comunidades tradicionais (indígenas, afro-brasileiras, quilombolas, entre outras) para que atuem como docentes nas universidades, mesmo quando não possuam escolaridade alguma. Na medida em que os mestres e mestras são também pessoas negras e indígenas, sua presença no lugar de autoridade acadêmica, porém com uma formação intelectual com base em epistemes não eurocêntricas, contribui para o enfrentamento da dupla face do racismo constitutivo das nossas instituições de ensino superior e pesquisa desde sua fundação: o racismo étnico e fenotípico e o racismo epistêmico.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42541565","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"As musicovivências do reggae e suas pulsões de (re)existência","authors":"Anderson de Jesus Costa","doi":"10.1590/s0104-71832022000200009","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200009","url":null,"abstract":"Resumo O presente artigo versa sobre as musicovivências do reggae, enquanto estética musical que emerge das condições impostas pelos processos de colonização, racialização e subalternização na Jamaica. Busco discutir as relações estabelecidas entre os elementos de formação do estilo musical jamaicano e sua constituição como expressão do processo de (re)existências das populações afrodiaspóricas nas Américas. A metodologia de análise utilizada para consecução da pesquisa atrelou dois elementos: uma revisão de literatura, reconstituindo os processos sócio-históricos e culturais que serviram de base para a formação do reggae, e o seu intercruzamento com os elementos biográficos dos principais músicos de reggae jamaicano, entre as décadas de 1960 e 1980. Busca-se assim delimitar a peculiaridade da relação entre música reggae e o cotidiano periférico vivenciado pelos músicos na composição do reggae. Demonstro as condições e estratégias de produção de um estilo que considero outsider, em relação ao estilo estético ocidental.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48244976","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"La madre (negra de la) patria. Raza, género y nación en una fiesta tradicional","authors":"V. Brena","doi":"10.1590/s0104-71832022000200003","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200003","url":null,"abstract":"Resumen La Fiesta de la Patria Gaucha es un evento tradicional celebrado anualmente en Tacuarembó, Uruguay. En octubre del 2018, el lanzamiento del afiche que convocaba a su 33ª edición, desató una polémica a partir de una imagen producida para la ocasión en la que una mujer afro amamantaba a un bebé blanco situada en la época colonial o post-colonial. El debate adquirió dimensión nacional y fue tema central en los medios masivos de comunicación; se desencadenó en múltiples direcciones e incluyó a una multiplicidad de actores, a saber: referentes de organizaciones sociales afrodescendientes, autoridades del primer y segundo nivel de gobierno, representantes de partidos políticos, además de los sujetos vinculados a la autoría de la obra. Del complejo entramado de interpretaciones enfrentadas en torno a la in-existencia de una imagen racista, es que realizo un análisis de las relaciones raciales y de género en las lecturas de la nación.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45444907","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A categoria de lugar e sua relevância para as ciências sociais: uma reflexão a partir de conflitos ambientais em Moatize (Moçambique) e Araxá (Brasil)","authors":"A. Chizenga, Gabriela Blanco, Jalcione Almeida","doi":"10.1590/s0104-71832022000200013","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200013","url":null,"abstract":"Resumo O artigo trata das potencialidades da categoria de lugar para os estudos em ciências sociais sobre conflitos ambientais e desenvolvimento. Toma-se como base de análise os efeitos gerados pelos megaempreendimentos de carvão mineral da Vale Moçambique S.A. em Moatize (Moçambique) e de nióbio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração em Araxá (Brasil). Busca-se i) estabelecer relação entre os conceitos-categorias de lugar, território e paisagem; ii) rastrear os processos de construção do lugar a partir da mineração; e iii) apresentar modos outros de habitar o lugar que colocam em xeque a lógica mineira. Para isso, coloca-se a categoria de lugar em diálogo com os debates no campo da antropologia da natureza e na abordagem pós-estruturalista. Conclui-se que, junto à produção de lugares mineráveis por processos de redução e enclausuramento, ocorrem processos de desidentificação produzidos pela multiplicidade de práticas dos atores que exploram outros modos de habitar o lugar, coexistindo ou resistindo à lógica mineira.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67254876","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Améfrica Ladina e a crítica à democracia racial em Lélia de Almeida Gonzalez","authors":"Aristeu Portela Júnior, B. Lira","doi":"10.1590/s0104-71832022000200004","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200004","url":null,"abstract":"Resumo Este trabalho se insere no esforço coletivo de promover uma releitura do pensamento político-social brasileiro a partir de autoras e autores cujas reflexões foram historicamente silenciadas em virtude de suas pertenças étnico-raciais e/ou de gênero. Mais especificamente, partimos do pensamento de Lélia de Almeida Gonzalez (1935-1994) para refletir sobre o mito da democracia racial enquanto estruturante de um projeto de nação no Brasil. A questão orientadora aqui é: como a noção de Améfrica Ladina, enquanto fundamento de uma nova leitura da formação da sociedade brasileira, complexifica a crítica ao mito da democracia racial? A hipótese a ser desenvolvida é que o diferencial da crítica da autora está na identificação, ainda nas décadas de 1970 e 1980, de uma tripla forma de discriminação entre raça, classe e gênero que marginaliza brutalmente as mulheres negras - e que não pode ser silenciada na compreensão da formação nacional do Brasil. Ademais, a intelectual em questão ainda apresenta a definição de racismo por denegação como aspecto particular do mito da democracia racial.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43185946","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
M. Conrado, Thiane de Nazaré Monteiro Neves Barros
{"title":"A categoria “afro-indígena” na Amazônia paraense: usos, confluências e ambivalências em debate acadêmico","authors":"M. Conrado, Thiane de Nazaré Monteiro Neves Barros","doi":"10.1590/s0104-71832022000200008","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200008","url":null,"abstract":"Resumo O caminho para o debate afro-indígena rompe com a análise reducionista da percepção da ideia de “afro” e “indígena” como miscigenação biológica. O objetivo é trazer como debate essa categoria presente em estudos acadêmicos (dissertações e teses) que se impõe na afirmativa de uma categoria não abstrata remetida às ancestralidades indígenas e de matriz africana acionadas como referência de práticas culturais que fluem presentes em produções acadêmicas nos seus usos, teias de significados, pontos de tensão e até da refutação a ela direcionada.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42582039","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Incorporando a mestiçagem: a fraude branca nas comissões de heteroidentificação racial","authors":"Gabriela Machado Bacelar Rodrigues","doi":"10.1590/s0104-71832022000200011","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200011","url":null,"abstract":"Resumo A partir de uma pesquisa de mestrado realizada com a Comissão de Aferição da Autodeclaração Étnico-Racial da Universidade Federal da Bahia (UFBA), este texto busca refletir sobre a fraude branca no sistema de cotas raciais que, na experiência de heteroidentificação racial, faz um corpo mestiço-negro. Esse fazer corporal, por meio da manipulação estética, é compreendido dentro do dispositivo da mestiçagem, e definido como um conjunto de técnicas discursivo-corporais, materialmente complementar ao mito da democracia racial. Dois outros fenômenos cruzam essa questão: o crescimento populacional negro no Brasil e a ampliação das políticas afirmativas destinadas a esse grupo. Mais pessoas estão denominando-se negras e, consequentemente, reivindicando acesso às cotas. Dessa forma, o problema do branco fraudador está sendo pensando, neste texto, em paralelo àqueles comumente apontados como “negros de pele clara” ou “pardos”: pessoas que se tornaram negras são as mesmas que fazem um corpo mestiço-negro para acessar as cotas?","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48081590","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Antinegritude: ser negro e fobia nacional","authors":"Maria Andrea dos Santos Soares","doi":"10.1590/s0104-71832022000200006","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0104-71832022000200006","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo introduz as proposições da corrente de pensamento conhecida como Afropessimism propondo pensar a questão negra a partir do conceito de antinegritude - que pode ser entendida como a especificidade do racismo dirigido às pessoas negras, e a posicionalidade singular do sujeito negro no mundo inaugurado pela modernidade. Considerando a produção de antropólogos e antropólogas brasileiras oriundas do programa de antropologia da diáspora africana, da University of Texas at Austin, procura-se demonstrar como a antinegritude tem se materializado em esferas da sociedade brasileira como segurança pública, saúde e educação. Nesse sentido, o artigo procura revelar e discutir como antropólogas(os) negras(os) brasileiras(os) oriundas(os) dessa escola têm construído suas análises e revelado as estruturas e dinâmicas de poder racializadas - e especificamente demarcadas pelo que aqui definimos como antinegritude.","PeriodicalId":35393,"journal":{"name":"Horizontes Antropologicos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43030105","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}