{"title":"Entre a soja e a floresta: a resistência Munduruku e conflitos sociais pelo uso do território no Planalto Santareno, PA","authors":"Katiane Silva, Luana Cardoso, M. Silva","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-10","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-10","url":null,"abstract":"O objetivo deste texto é etnografar a resistência Munduruku no Baixo Amazonas em dois contextos ou modalidades de exploração territorial e econômica diferentes: a extração do látex e, mais recentemente, a monocultura da soja. A partir de dados de pesquisa bibliográfica e trabalho de campo (observação e entrevistas), apresentamos reflexões iniciais sobre o problema a partir de uma perspectiva processual, sem esgotamento da questão. Tendo em vista o avanço da chamada \"ameaça ruralista\" (que não é atual, mas faz parte de um longo processo histórico), analisamos as narrativas oficiais sobre vários projetos colonizadores para a Amazônia, constituídos com base na violência, tanto física quanto simbólica, enquanto elementos constituintes da \"domesticação\" e exploração da região estudada.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115244448","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Discursividades em disputa: O caso de sobreposição na TI Uru-Eu-Wau-Wau em Rondônia","authors":"M. Cordeiro","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-7","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-7","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é analisar o desenrolar dos conflitos relacionados à sobreposição de parte da área da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau com alguns lotes do PAD Burareiro, mas também verificar outros conflitos em curso na área. Para tanto, utilizo as entrevistas realizadas com representantes de organizações em defesa das populações indígenas, entrevistas, consulta a inquéritos e denúncias disponibilizados pelo Ministério Público Federal (MPF-RO) e notícias veiculadas pela mídia local e nacional. Além disso, serão analisadas a construção social de três discursos acerca do estado que se colocam em disputa – “vazio demográfico”, “terra de pioneiros” e espaço multicultural, esta última no qual as populações indígenas são os atores sociais principais.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134095954","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Protagonismo indígena na construção da Educação Escolar Indígena no Sudeste paraense","authors":"R. Fernandes","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-4","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-4","url":null,"abstract":"O trabalho discute e problematiza o protagonismo dos Povos Gavião Kyikatêjê, Parkatêjê e Akrãtikatêjê, Parakanã e Gurani-Mbya na luta pela efetivação da Escola Indígena e na construção de Educação Escolar Específica, Diferenciada e Intercultural frente às negativas e omissões do Estado brasileiro. Por meio do estabelecimento de parcerias interétnicas e institucionais, as lideranças e educadores/as destes povos, questionam os padrões ocidentais impostos historicamente e se articulam na elaboração de projetos educacionais próprios que dialogam com os enfrentamentos na defesa dos territórios, na valorização das línguas e culturas e na formação de novas lideranças capazes de estabelecer diálogos equitativos com a sociedade não indígena. O texto parte das experiências da autora no assessoramento e colaboração com as comunidades e associações indígenas e apresenta os caminhos encontrados para efetividade do direito à escola e à educação específica nas aldeias.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"27 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133948457","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Mobilização social e projetos de desenvolvimento: reflexões a partir de Altamira e região","authors":"Paula Lacerda","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-6","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-6","url":null,"abstract":"Esse artigo parte da perspectiva de que projetos de “desenvolvimento” produzem efeitos de diferentes tipos, nem sempre de fácil mensuração, na vida social de uma região. O artigo pretendeu contribuir para a discussão de um conjunto desses efeitos: as transformações na mobilização social de Altamira e região, onde foi implantada a Usina Hidroelétrica de Belo Monte. O fortalecimento de coletivos e movimentos universitários, as ações políticas em resposta ao crescimento da violência urbana, a estruturação do Movimento dos Atingidos por Barragens e a visibilização de grupos de direita na região são as principais transformações identificadas e analisadas. Conclui-se que o processo de construção da hidrelétrica esteve marcado por táticas de governo que visaram dividir e desestruturar reivindicações coletivas, favorecendo acordos individuais para problemas sociais e coletivos. Nesse cenário, o cenário da mobilização social na região configura-se mais diverso e, também, mais polarizado.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129255577","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Prefácio: Desigualdades duradouras na Amazônia brasileira: processos de violências e resistências","authors":"J. Beltrão, Paula Lacerda","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-0","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-0","url":null,"abstract":"A perspectiva em torno das violências e das violações que ocorrem em diferentes partes da Amazônia está relacionada à durabilidade e persistência de conflitos causados pela aplicação de práticas e estruturação de projetos realizados de maneira pouco dialógica, para não dizer autoritária, em desfavor dos povos e das populações que tradicionalmente habitam a região. Entendemos que tais processos não ocorrem sem a resistência e a reação de coletivos, movimentos, sindicatos, lideranças de diversos lugares, histórias e trajetórias. Desse modo, apresentamos a perspectiva de que se as violências e violações têm causas historicamente mapeáveis, as resistências são também historicamente constituídas.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"193 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124924855","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Massacre de Eldorado dos Carajás: memória de sangue","authors":"Vinicius Machado, J. Beltrão","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-11","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-11","url":null,"abstract":"Este artigo trabalha com as memórias de pessoas que foram massacradas no dia 17 de abril de 1996, na curva do S em Eldorado dos Carajá. Demonstrando o ponto de vista dos camponeses, em sua maioria militantes do Movimento dos trabalhadores e trabalhadoras Sem-Terra do Brasil (MST), sobre esse trágico episódio da história nacional. Apresenta os parceiros da pesquisa por meio da categoria nativa “sobreviventes”, que pode ser aplicada tanto aos que sofreram a injusta agressão de forma direta como de maneira indireta. O triste resultado” (Laurindo, 2018) gera indignação e o luto eterno que se transforma em combustível para a luta por uma sociedade justa por parte dos “sobreviventes”, uma forma de manter a memória dos mártires viva no coração de quem não tem medo de lutar pelo justo.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"122 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125626431","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Processo de judicialização das relações de trabalho escravo nos piaçabais no rio Negro: violações de direitos e violências cotidianas","authors":"E. Menezes","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-8","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-8","url":null,"abstract":"Neste capítulo objetivo fazer uma “etnografia dos documentos” referidos ao processo de judicialização das denúncias sobre trabalho escravo no Rio Negro, especificamente, as dos municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos, no estado do Amazonas. Trata-se da relação de trabalho da qual estão imersos os piaçabeiros - trabalhadores extrativistas das fibras de piaçaba - subordinados a quem eles denominam de patrão, comerciante dessas fibras, que tem o monopólio do crédito e mantém os trabalhadores imobilizados através da dívida. Os dados que subsidiam essa etnografia estão nos documentos do Inquérito Civil 1.13.000.002364/2013-43/MPF-AM. O texto analisa não somente a violação de direitos, mas também o caminho percorrido judicialmente pelos piaçabeiros para enfrentar essa relação de exploração.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131915942","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Conhecimentos e saberes nas Amazônias: vinculações e articulações","authors":"Camille Barata, J. Beltrão","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-3","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-3","url":null,"abstract":"O texto discute como o conhecimento pautado na tradição e “na inteligência” pode alicerçar os múltiplos saberes de povos e populações tradicionais, pois não é apenas a escolaridade que proporciona conhecimentos, na Amazônia é impossível deixar de conhecer as vivências, os saberes, as práticas que existem e fazem parte da dinâmica social cotidiana, em que pese as violências, a luta pela autonomia é a ordem do dia. As autoras produzem o capítulo considerando os registros e as observações de campo apontando que o “pouco estudo” de alguns pode ser superado pela “inteligência” de muitos.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121856731","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Mobilização social, reforma agrária e seus impasses no sul e sudeste paraense","authors":"Igor Rolemberg","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-9","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-9","url":null,"abstract":"O sul e sudeste paraense é a região que, desde 1985, segundo os registros da Comissão Pastoral da Terra (CPT), mais concentrou casos de “conflitos no campo” (categoria estatística da própria CPT) na Amazônia. Ao mesmo tempo, é a região com maior número de assentamentos de reforma agrária criados. O capítulo descreve o mundo das ocupações de terra ali existentes durante os anos 2010, para, em seguida, apreender as transformações pelas quais passou a mobilização por reforma agrária em diferentes períodos, segundo a historicidade local. O objetivo é entender, de forma ainda inicial, um fenômeno inédito, observado durante pesquisa de campo a partir de 2014: o desacoplamento da política de criação de assentamentos rurais em resposta a conflitos, gerando novos impasses para a mobilização.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133988177","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Os desafios da participação comunitária de jovens indígenas na Amazônia","authors":"A. Oliveira","doi":"10.48006/978-65-87289-17-5-5","DOIUrl":"https://doi.org/10.48006/978-65-87289-17-5-5","url":null,"abstract":"Neste artigo, objetivo discutir as movimentações e as disputas que a condição juvenil estabelece em contextos indígenas e agências indigenistas na Amazônia, com foco nos aspectos relacionados à participação comunitária e à enunciação intercultural do direito à participação, com base em pesquisa bibliográfica e entrevistas com pessoas (jovens ou não) indígenas, de diferentes povos indígenas da região amazônica. De início, problematizo a própria presença da categoria juventude pela ótica da formação histórica ao longo do período da invasão colonial e da racialização das relações de poder que produziram uma colonialidade do poder adultocentrico. Posteriormente, discuto a percepção dos sujeitos-jovens sobre as relações de poder vividas em suas comunidades que tem por marca o adultocentrismo, e com quais estratégias de enfrentamento e construção de diálogos intergeracionais. Por fim, analiso, a partir dos componentes jurídico-normativos dos direitos das juventudes e dos direitos indígenas, as possibilidades de construir uma enunciação intercultural do direito à participação das juventudes indígenas.","PeriodicalId":446236,"journal":{"name":"Violência versus resistências: desigualdades de longa duração na Amazônia brasileira","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122935096","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}