Gladir da Silva Cabral, Cláudia Gisele Gomes de Toledo
{"title":"Inocência e experiência na canção “O meu guri”, de Chico Buarque","authors":"Gladir da Silva Cabral, Cláudia Gisele Gomes de Toledo","doi":"10.5902/1679849x67993","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x67993","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma análise da canção “Meu Guri”, de Chico Buarque de Holanda, focando na tensão que há entre a inocência infantil e a experiência, ou a perda da infância, na voragem das desigualdades sociais e da violência urbana. Aponta também para a invisibilidade da mulher pobre, sua condição vulnerável diante da opressão social. A partir de referencial teórico apoiado em Adélia Meneses, bell hooks, Walter Benjamin, Grada Kilomba, Djamila Ribeiro, entre outros, a análise tenta apreender o impacto da ironia de Chico, seus recursos poéticos, seu jogo de linguagem, enquanto desfia o sofrimento patético da persona da canção. Quarenta anos se passaram e a canção não perdeu sua relevância, muito pelo contrário. Tristemente, vivemos num país em que as desigualdades sociais, a intolerância e o desrespeito à mulher e à criança apenas aumentaram. Fica valendo a denúncia do poeta, o chamado ao olhar: “Olha aí! Olha aí!”","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":"30 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135772946","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Por entre rastros e restos: a memória da Guerra Colonial na ficção de António Lobo Antunes","authors":"Leonardo von Pfeil Rommel","doi":"10.5902/1679849x69362","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x69362","url":null,"abstract":"A Guerra Colonial (1961-1974) inscreve-se na história de Portugal como uma memória traumática, uma vez que se trata de um período de tensão e ruptura da identidade coletiva da nação. Durante os treze anos de combates, o império português viveu uma relação extremamente conturbada e violenta com suas colônias ultramarinas no continente africano, sendo obrigado a combater os movimentos de independência a fim de evitar o desmembramento físico e identitário da nação. O presente ensaio analisa a representação da memória da Guerra Colonial no romance Até que as pedras se tornem mais leves que a água, publicado por António Lobo Antunes em 2017. A literatura portuguesa surgida a partir da experiência da guerra busca simbolizar, traduzir e transformar em linguagem, por meio do simbólico e das estratégias narrativas da arte, a dor, o trauma e o luto gerados pelo conflito armado que marcou toda uma geração de portugueses e africanos.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":"479 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135772900","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Emanuelle Souza Alves da Silva, Ana Paula Aparecida Caixeta
{"title":"Hermann Broch sob a ótica kunderiana: Os sonâmbulos como observação da decadência dos valores na Primeira Guerra Mundial","authors":"Emanuelle Souza Alves da Silva, Ana Paula Aparecida Caixeta","doi":"10.5902/1679849x68903","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x68903","url":null,"abstract":"O presente artigo traz a obra Os sonâmbulos (1932), de Hermann Broch, com a intenção de explorar aspectos estéticos nela contidos que revelam conhecimentos acerca da condição humana no contexto da Primeira Guerra Mundial. A partir da discussão de Milan Kundera sobre o fazer romanesco, pretende-se esboçar de que modo essa problemática é tratada como hipótese ontológica do romance brochiano, norteando o conflito que reflete a respeito da natureza e decadência dos valores ocidentais observados em tempos de guerra. A partir da teoria de Broch sobre a decadência dos valores, é possível entender de que modo a Alemanha deu abertura para o sistema totalitário nazista. Para contemplar essa reflexão, a investigação aqui proposta está norteada pela teoria da Epistemologia do romance, cujo constructo é pautado no diálogo entre filosofia e literatura.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135772899","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O estado de excepcionalidade","authors":"Jair De Oliveira","doi":"10.5902/1679849x68866","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x68866","url":null,"abstract":"Nosso trabalho irá focar na análise de como se dão as articulações entre o simbólico e o real em tempos de regimes de exceção ao propor uma leitura do conto “Alguma coisa urgentemente”, de João Gilberto Noll. Analisaremos as formas de percepção da narrativa sobre um estado de acontecimentos latentes e como estas construções simbólicas de mundo faziam correspondências com as formas de vida. Tomaremos como ponto de apoio uma crítica de fundamento esquizoanalítico (esta dinâmica estrutural de leitura é uma crítica e um desdobramento da psicanálise lacaniana). Portanto, tentaremos desvendar as formas simbólicas e suas transfigurações com o real sob o prisma literário. Iremos seguir alguns princípios de leitura em consonância com os fundamentos teóricos de Adorno (1998) e G. Deleuze e F. Guattari (2011a; 2011b), além de princípios analíticos em Franco (2003) acerca da produção literária brasileira durante a ditadura militar.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":"109 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135772903","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Uma voz feminina dissonante no Maranhão do século XIX","authors":"Marcos Antônio Fernandes dos Santos","doi":"10.5902/1679849x68891","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x68891","url":null,"abstract":"Maria Firmina dos Reis, escritora maranhense do século XIX, foi uma mulher à frente de seu tempo e que rompeu muitos paradigmas, principalmente por ser mulher e se empenhar no exercício da escrita. No auge da escravidão no Brasil, escreveu e questionou sobre o sistema escravagista. Este artigo tem como objetivo investigar traços da dissonância através do discurso da escritora, nas obras Úrsula e A escrava. A metodologia utilizada é de base bibliográfica, caracterizada como análise-crítica. Para a construção teórica, utilizou-se autores como Antônio Candido, Mikhail Bakhtin, Maria Lúcia Mott, entre outros. Uma escritora negra falando sobre a escravidão, sob o viés abolicionista em pleno o século XIX, é a renovação da esperança em dias melhores e a atualização necessária aos moldes literários vigentes na época. É também o prenúncio da conquista de espaço que muitos tipos humanos não tinham e conquistaram com o passar dos tempos.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":"69 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135772907","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Stefan Willian Oliveira da Silva, João Barreto da Fonseca
{"title":"Canibalismo e literatura","authors":"Stefan Willian Oliveira da Silva, João Barreto da Fonseca","doi":"10.5902/1679849x68897","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x68897","url":null,"abstract":"Este artigo compreende o estudo do livro Jantar Secreto (2016), de Raphael Montes, que tem como temática central o canibalismo. Buscou-se estabelecer uma relação entre o livro de Montes e o conceito de necropolítica, desenvolvido por Achille Mbembe, no sentido de ressaltar uma metáfora social da higienização, associada à ideia de necropolítica e violência. A necessária distinção entre os termos canibalismo e antropofagia também foi desenvolvida. Assim, foi possível contextualizar a obra de Montes como representativa da realidade pós-moderna, retratada em seus aspectos mais sombrios, através dos recursos narrativos hiperbólicos.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":"330 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135772948","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Letras dissecadas: a crônica clariceana como exercício da introspecção","authors":"Gizele Cristiana Carneiro, Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira","doi":"10.5902/1679849x73902","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x73902","url":null,"abstract":"A pesquisa tem como meta a análise dos escritos cronísticos de Clarice Lispector. Sobre este aspecto, far-se-á uma reflexão que busque compreender de que forma a escritora, a partir das ‘revoluções’ ocorridas no interior do ser humano, retira a matéria-prima para suas crônicas, gerando de certa forma uma situação paradoxal, já que a gênese da crônica são os fatos cotidianos exteriores ao sujeito. Não obstante, haverá uma breve recuperação das características do romance clariceano, bem como do modo peculiar como a autora trabalha a linguagem na tentativa de atenuar a distância que há entre palavra e sentimento.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":"15 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135201727","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Apresentação - Experiência e Esclarecimento","authors":"João Luis Pereira Ourique","doi":"10.5902/1679849x73861","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x73861","url":null,"abstract":"Apresentação.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":"149 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135251125","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
E. G. Ferreira, Ricardo Magalhães Bulhões, Vanessa Hagemeyer Burgo
{"title":"Literatura e memória como farol para o leitor: uma análise de Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva","authors":"E. G. Ferreira, Ricardo Magalhães Bulhões, Vanessa Hagemeyer Burgo","doi":"10.5902/1679849x70510","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x70510","url":null,"abstract":"Este artigo tem por objetivo apresentar uma reflexão acerca da importância dos efeitos de sentido (ISER, 1996, 1999), que a maestria de Marcelo Rubens Paiva produz no manejo das potencialidades da língua em seu romance autobiográfico Ainda estou aqui (2015). Mais especificamente, almeja-se observar como Paiva, pelo recurso ao discurso literário híbrido, pautado pelo figurativo, pelas emoções e metáforas, mas também pelo entremeio de documentos, testemunhos, entre outros gêneros textuais, consegue aproximar sua narrativa do leitor, promovendo revisões críticas da História. Constrói-se a hipótese, a partir do aporte teórico da Estética da Recepção (JAUSS, 1994; ISER, 1996, 1999), de que sua obra confronta o leitor contemporâneo, assegurando comunicabilidade.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49322436","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Violência contra a mulher em Curuzú La Novia, de Josefina Plá, e “A Parasita Azul”, de Machado de Assis","authors":"Rosana Cristina Zanelatto Santos, Luiz Roberto Lins Almeida","doi":"10.5902/1679849x69746","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x69746","url":null,"abstract":"Esta breve investigação debruça-se sobre a temática da violência contra a mulher tal como percebida e representada nos contos Curuzú la novia (1958), de Josefina Plá, e “A Parasita Azul” (1873), de Machado de Assis. Partindo da análise da estrutura desses contos, tendo por escopo teórico os estudos de Moisés (2006), Reis (2018) e Coelho (2021), por meio da comparação entre uma obra da literatura paraguaia do século XX e uma de origem brasileira do século XIX, e tendo em mente que a situação de violência de gênero permanece como uma realidade atual, é possível perceber no narrador e nas personagens indícios de violência. Se, por um lado, a estrutura machadiana permite que o conto desague na ironia que o caracteriza, Josefina Plá, com seu projeto estético fulcrado no feminino – em solo paraguaio –, redunda na opção pelo trágico (ARISTÓTELES, 1993), considerando especialmente a objetificação do corpo da mulher, conforme destacado por Kilomba (2019).","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41859847","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}