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Reforma agrária do Brasil e Peru da década de 60, sobre a ótica comparativa dos regimes militares
A américa latina fortemente marcada pelo coronelismo, resultou em latifúndios de terras distribuídos a uma parcela muito pequena da população, que trouxe como resultado grandes faixas de terras não produtivas, que não geram nenhum tipo de lucro, nem de desenvolvimento econômico ou social. Por se tratar de um fenômeno unânime nos países latinos, em praticamente todos países desta região houve algum tipo de introdução de conceitos de reforma agrária. Entretanto, pode se verificar que esse processo ocorreu de diferente forma em cada país. Assim este trabalho busca compreender as principais diferenças entre a reforma agrária dos anos 60 no território brasileiro e peruano. Ambas iniciados durante o regime militar. Esta análise permitirá compreender as especificidades de cada governo e situação política, e como isso impactou na situação agrária de cada país. No Brasil, a reforma agrária foi motivada por se tratar de uma questão que vinha se mostrando potencialmente perigosa. Já haviam sido registrados alguns enfretamentos como o caso do confronto em Francisco Beltrão no Paraná (1957), outros confrontos vinham acontecendo na região norte de Goiás (Trompas e Formoso). Por existir forte influência do Partido Comunista no setor agrário, os militares optaram por resolver de vez a questão de reforma agrária do país. Já no país peruano a reforma agrária era bem vista pelo alto escalão da burocracia estatal, que viam a necessidade iminente de modernização do setor, proporcionando o crescimento econômico capitalista na zona rural. O país planejava aplicar a tão desejada substituição de importação e via a reforma agrária como ponto chave para ter sucesso.