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Para a coleta dos dados empíricos, recorri à abordagem qualitativa-etnográfica. Registrei, em ‘diário de campo’, episódios interativos produzidos na sala de aula, envolvendo os alunos e alunas, a professora e eu mesmo. No registro dos fragmentos, observei as condições sociais de produção das interações, bem como os dizeres, gestos, escritas e posturas assumidas pelos sujeitos nelas envolvidos. Para a construção, organização e interpretação dos dados empíricos, considerei a narrativização como uma técnica adequada para apresentar os sujeitos nas dinâmicas interativas em que estavam inseridos, na riqueza de seus dizeres, gestos, expressões, sem perder de vista igualmente, seus interlocutores. Por meio dessa técnica, eu poderia dar visibilidade às entonações, ao tempo, ao próprio movimento interativo em que os afetamentos recíprocos iam se deixando entrever. As evidências sugerem que é o conhecimento que modula as relações pedagógicas em sala de aula. 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Narrativa: conhecimento e afetividade em classe de educação de jovens e adultos
Este artigo tem como objetivo analisar a inter-relação afetividade, conhecimentos escolares e desenvolvimento cognitivo que se evidenciam nas práticas de ensino e aprendizagem de uma classe de educação de jovens e adultos. Para pensar o sujeito em suas condições de vida material, cultural e existencial, bem como em suas relações com as práticas do aprender, tomei como referencial teórico os estudos de Vigotski e colaboradores. Considerando-se que a dimensão da singularidade dos sujeitos é central à compreensão da organização e das transformações da afetividade, privilegiei, na construção dos dados, a descrição e análise da dinâmica interativa, instaurada e mediada pela linguagem e, dentro delas, os indícios da configuração única das experiências vividas pelos indivíduos em sua própria história singular. Para a coleta dos dados empíricos, recorri à abordagem qualitativa-etnográfica. Registrei, em ‘diário de campo’, episódios interativos produzidos na sala de aula, envolvendo os alunos e alunas, a professora e eu mesmo. No registro dos fragmentos, observei as condições sociais de produção das interações, bem como os dizeres, gestos, escritas e posturas assumidas pelos sujeitos nelas envolvidos. Para a construção, organização e interpretação dos dados empíricos, considerei a narrativização como uma técnica adequada para apresentar os sujeitos nas dinâmicas interativas em que estavam inseridos, na riqueza de seus dizeres, gestos, expressões, sem perder de vista igualmente, seus interlocutores. Por meio dessa técnica, eu poderia dar visibilidade às entonações, ao tempo, ao próprio movimento interativo em que os afetamentos recíprocos iam se deixando entrever. As evidências sugerem que é o conhecimento que modula as relações pedagógicas em sala de aula. O aprender e o não aprender os conhecimentos (conteúdos programáticos) suscitam expressões emocionais e afetivas de alegria, tristeza, recusa, indiferença, motivação, prazer, que são indiciadas em gestos corporais, linguagem verbal e não verbal.