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A pergunta no gênero entrevista com presidenciável: articulando gramática, texto e contexto
Adotando o pressuposto segundo o qual gramática, texto e contexto são indissociáveis, propomos um estudo sobre a pergunta no gênero entrevista com presidenciável. Centrando-se no estudo da linguagem verbal, analisamos as perguntas realizadas pelos entrevistadores na entrevista concedida pelo então candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Jornal Nacional, da Rede Globo, em 25 de agosto de 2022. Nosso objetivo central é o de estudar as funções que as perguntas realizadas pelos entrevistadores exercem nessa entrevista. Com base em contribuições teóricas de perspectivas funcionalistas e interacionistas, constatou-se que os entrevistadores, nas 34 perguntas identificadas, realizam dois tipos de perguntas: as que iniciam trocas e as que não iniciam trocas. As que iniciam trocas apresentam uma complexidade elevada, em razão do fato de que, nos turnos em que ocorrem, o jornalista alcança a completude pragmática por etapas, como explicação do tópico, desenvolvimento do tópico e, finalmente, realização da pergunta. Já as perguntas que não iniciam trocas constituem reformulações da pergunta inicial, aquela com que o jornalista iniciou a troca. Essas perguntas caracterizam-se por apresentar uma concentração elevada de recursos verbais com que o jornalista assume uma postura antagônica em relação ao entrevistado e reivindica uma primazia epistêmica em relação a este.