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Já os não hegemônicos as usam como suporte para sua sobrevivência, adaptando-se, muitas vezes, ao conteúdo das técnicas modernas, mas também desenvolvendo outros usos delas, fundamentados na criatividade e em redes de sociabilidade decorrentes da solidariedade orgânica. De tal modo, as inovações técnicas são criadas como variáveis-força, mas, ao se banalizarem, tornam-se também variáveis-suporte. Neste trabalho, alicerçando-se em reflexões sobre a teoria dos circuitos da economia urbana e em dados primários decorrentes de pesquisa realizada para compreender as relações entre esses circuitos da economia no eixo rodoviário Natal-Caicó, asseveramos que os agentes sociais não hegemônicos também usam as formas da Globalização e participam de seus nexos, por meio de modos de integração e inserção encontrados diante das determinações dos agentes hegemônicos da modernização. Dentre esses modos, realçamos a banalização técnica, com o desencadeamento de atividades não hegemônicas para reparo ou comercialização de bens modernos e com a difusão de técnicas da informação no circuito inferior do eixo rodoviário Natal-Caicó, ocasionando a explicitação de novas estratégias de sobrevivência por agentes desse circuito. Entretanto, essa banalização pode também ocasionar ou aumentar a subordinação dos agentes não hegemônicos a agentes hegemônicos do mercado, tendo-se em vista que as variáveis-chave do período são determinadas e dominadas pelo circuito superior.","PeriodicalId":31646,"journal":{"name":"Boletim de Geografia","volume":"25 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-05-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"OS USOS DE VARIÁVEIS-CHAVE DO PERÍODO ATUAL POR AGENTES DO CIRCUITO INFERIOR DA ECONOMIA URBANA\",\"authors\":\"D. S. C. D. 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OS USOS DE VARIÁVEIS-CHAVE DO PERÍODO ATUAL POR AGENTES DO CIRCUITO INFERIOR DA ECONOMIA URBANA
Apesar de as repercussões da modernização econômica serem seletivas, não apresentando as mesmas possiblidades para todos os agentes sociais, são também gerais, pois abarcam, com diferentes intensidades, todos os objetos e todas as ações que caracterizam o presente. Destarte, variáveis-chave do período atual (técnica, informação, finanças, consumo) são usadas diferentemente por todos os agentes sociais: os hegemônicos as utilizam como variáveis-força, enquanto os não hegemônicos como variáveis-suporte. Os agentes hegemônicos determinam as variáveis do período e as utilizam para explorar o território e obter cada vez mais lucros, visando manter sua hegemonia. Já os não hegemônicos as usam como suporte para sua sobrevivência, adaptando-se, muitas vezes, ao conteúdo das técnicas modernas, mas também desenvolvendo outros usos delas, fundamentados na criatividade e em redes de sociabilidade decorrentes da solidariedade orgânica. De tal modo, as inovações técnicas são criadas como variáveis-força, mas, ao se banalizarem, tornam-se também variáveis-suporte. Neste trabalho, alicerçando-se em reflexões sobre a teoria dos circuitos da economia urbana e em dados primários decorrentes de pesquisa realizada para compreender as relações entre esses circuitos da economia no eixo rodoviário Natal-Caicó, asseveramos que os agentes sociais não hegemônicos também usam as formas da Globalização e participam de seus nexos, por meio de modos de integração e inserção encontrados diante das determinações dos agentes hegemônicos da modernização. Dentre esses modos, realçamos a banalização técnica, com o desencadeamento de atividades não hegemônicas para reparo ou comercialização de bens modernos e com a difusão de técnicas da informação no circuito inferior do eixo rodoviário Natal-Caicó, ocasionando a explicitação de novas estratégias de sobrevivência por agentes desse circuito. Entretanto, essa banalização pode também ocasionar ou aumentar a subordinação dos agentes não hegemônicos a agentes hegemônicos do mercado, tendo-se em vista que as variáveis-chave do período são determinadas e dominadas pelo circuito superior.