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Pelo referencial teórico investigado, percebeu-se que o negro tem sido representado de forma inferiorizada no âmbito educacional, sendo a Lei 10.639/2003 responsável por construir uma outra representação ao negro, dessa vez desvinculada da subalternização. Porém, após a análise dos Livros Didáticos em estudo, verificou-se que, mesmo com a lei, houve uma pequena mudança na representação da imagem do negro que contribuiu, em parte, para a desconstrução do racismo, da invisibilidade e subalternização do povo negro. Desse modo, considerando o livro uma ferramenta pedagógica, é preciso que os professores de Geografia identifiquem os estereótipos contidos no conteúdo e ensinem sobre o Continente Africano de forma que haja tempo suficiente para sua reflexão. 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A representação do negro nos livros didáticos de Geografia do 8° ano do ensino fundamental: primeiras discussões
Este artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica, cujo objetivo foi analisar a representação da África e do povo africano, por meio de imagens contidas em duas coleções de Livros Didáticos aprovados no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2014. Para essa análise, foram escolhidos os livros do 8° ano do Ensino Fundamental. Os parâmetros utilizados para a análise da representação foram: a) a Lei Federal 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio; b) a valorização da cultura africana e afrodescendente; c) potencialidade de combate ao racismo. Pelo referencial teórico investigado, percebeu-se que o negro tem sido representado de forma inferiorizada no âmbito educacional, sendo a Lei 10.639/2003 responsável por construir uma outra representação ao negro, dessa vez desvinculada da subalternização. Porém, após a análise dos Livros Didáticos em estudo, verificou-se que, mesmo com a lei, houve uma pequena mudança na representação da imagem do negro que contribuiu, em parte, para a desconstrução do racismo, da invisibilidade e subalternização do povo negro. Desse modo, considerando o livro uma ferramenta pedagógica, é preciso que os professores de Geografia identifiquem os estereótipos contidos no conteúdo e ensinem sobre o Continente Africano de forma que haja tempo suficiente para sua reflexão. É preciso entender e reconhecer a história do sujeito negro e seus descendentes como participantes da formação da cultura brasileira, de forma crítica e reflexiva, e, por meio do ensino de Geografia e das Relações Étnico-Raciais, o conteúdo do estudo da África pode trazer ideias e práticas antirracistas e antidiscriminatórias, associado a projetos pedagógicos que promovam a pluralidade e a igualdade racial para todos. Debater a questão étnico-racial na disciplina de Geografia permite desconstruir estereótipos racistas criados a respeito do Continente Africano, entre outras questões necessárias à formação cidadã.