{"title":"UNIVERSIDADE E CONTROLE","authors":"Igor Gomes Duarte Gomide dos Santos","doi":"10.18066/revistaunivap.v29i62.4445","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A presente pesquisa pretende investigar se há, e existindo, qual a profundidade da relação entre os objetivos da formação do ensino universitário no Brasil e a cultura do ensino superior vigente na atualidade. O ensino superior é inaugurado em 1808, com a fundação da Escola de Cirurgia e Anatomia em Salvador e no Rio de Janeiro, e segue, mesmo após a proclamação da independência brasileira com o objetivo de formar mão de obra para preenchimento de serviços liberais e de formação de mão-de-obra para a burocracia estatal. O desdém pragmático por áreas tidas como fúteis ou desnecessárias em um Estado que visava atingir um determinado nível de produção e industrialização esteve não apenas presente na cultura colonial como nas políticas públicas de fomento de cursos e pesquisas entre campos de estudo considerados essenciais ou não-essenciais no século XXI; bem como a centralização das decisões de cátedra nas mãos do Imperador e a reserva da livre escolha do reitor pelo chefe do Executivo (federal ou estadual) são resquícios tangíveis de um projeto nacional alienador. Para alcançar estes objetivos, serão analisados estudos históricos sobre as discussões quando da implantação dos cursos superiores no Brasil, bem como os cursos autorizados a funcionar e documentos de deliberações universitárias do início do século XIX, bem como o direcionamento dos editais de fomento à pesquisa lançados e as políticas públicas de acesso ao ensino superior","PeriodicalId":40782,"journal":{"name":"Revista Univap","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-05-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Univap","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18066/revistaunivap.v29i62.4445","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"MULTIDISCIPLINARY SCIENCES","Score":null,"Total":0}
A presente pesquisa pretende investigar se há, e existindo, qual a profundidade da relação entre os objetivos da formação do ensino universitário no Brasil e a cultura do ensino superior vigente na atualidade. O ensino superior é inaugurado em 1808, com a fundação da Escola de Cirurgia e Anatomia em Salvador e no Rio de Janeiro, e segue, mesmo após a proclamação da independência brasileira com o objetivo de formar mão de obra para preenchimento de serviços liberais e de formação de mão-de-obra para a burocracia estatal. O desdém pragmático por áreas tidas como fúteis ou desnecessárias em um Estado que visava atingir um determinado nível de produção e industrialização esteve não apenas presente na cultura colonial como nas políticas públicas de fomento de cursos e pesquisas entre campos de estudo considerados essenciais ou não-essenciais no século XXI; bem como a centralização das decisões de cátedra nas mãos do Imperador e a reserva da livre escolha do reitor pelo chefe do Executivo (federal ou estadual) são resquícios tangíveis de um projeto nacional alienador. Para alcançar estes objetivos, serão analisados estudos históricos sobre as discussões quando da implantação dos cursos superiores no Brasil, bem como os cursos autorizados a funcionar e documentos de deliberações universitárias do início do século XIX, bem como o direcionamento dos editais de fomento à pesquisa lançados e as políticas públicas de acesso ao ensino superior