Elvio Juanito Marques de Oliveira Júnior (Pankararu do Tocantins, Rogério Srône (Xerente), Maurício Hashizume
{"title":"托坎廷斯的种族主义和r-存在:一个以针对土著人民的殖民暴力为结构的“新”国家","authors":"Elvio Juanito Marques de Oliveira Júnior (Pankararu do Tocantins, Rogério Srône (Xerente), Maurício Hashizume","doi":"10.20435/tellus.v23i50.920","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A ideia de que manifestações de racismo se dão apenas em situações mais acentuadas e escancaradas de preconceito e discriminação esconde a ocorrência de ordens sociais racistas que estruturam instituições, diretrizes e políticas públicas. Com base em revisão da temática de teorias e práticas relacionadas ao racismo, em especial em contextos periféricos, e a partir de realidades verificadas e vivenciadas no Estado do Tocantins, apresenta-se um panorama constituído de persistências e naturalizações do racismo contra povos indígenas por diferentes angulações. Criado em 1998 juntamente com a Constituição Federal de 1988, o Estado “novo”, ainda que se valha de reiteradas e múltiplas representações culturais de identidades associadas a indígenas desde as movimentações iniciais de formação do discurso e da articulação por autonomia, segue reproduzindo relações de hierarquia e subordinação em termos étnico-culturais. O contraste entre “indígenas desejados” e “indígenas negados” evidencia justamente esse duplo tratamento dispensado aos povos indígenas no Tocantins: por um lado, são reconhecidas a obrigatoriedade e a necessidade de políticas que possam considerar a diversidade; por outro, modelos são impostos “de cima para baixo”, reforçando lógicas desiguais sob o manto de uma pretensa interculturalidade. Tais formas de racismo, especialmente na área da educação, vêm sendo, entretanto, enfrentadas também por movimentos de r-existências.","PeriodicalId":54433,"journal":{"name":"Tellus Series A-Dynamic Meteorology and Oceanography","volume":"116 1","pages":""},"PeriodicalIF":2.0000,"publicationDate":"2023-03-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Racismos e r-existências no Tocantins: um Estado “novo” estruturado em violências coloniais contra indígenas\",\"authors\":\"Elvio Juanito Marques de Oliveira Júnior (Pankararu do Tocantins, Rogério Srône (Xerente), Maurício Hashizume\",\"doi\":\"10.20435/tellus.v23i50.920\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A ideia de que manifestações de racismo se dão apenas em situações mais acentuadas e escancaradas de preconceito e discriminação esconde a ocorrência de ordens sociais racistas que estruturam instituições, diretrizes e políticas públicas. Com base em revisão da temática de teorias e práticas relacionadas ao racismo, em especial em contextos periféricos, e a partir de realidades verificadas e vivenciadas no Estado do Tocantins, apresenta-se um panorama constituído de persistências e naturalizações do racismo contra povos indígenas por diferentes angulações. Criado em 1998 juntamente com a Constituição Federal de 1988, o Estado “novo”, ainda que se valha de reiteradas e múltiplas representações culturais de identidades associadas a indígenas desde as movimentações iniciais de formação do discurso e da articulação por autonomia, segue reproduzindo relações de hierarquia e subordinação em termos étnico-culturais. O contraste entre “indígenas desejados” e “indígenas negados” evidencia justamente esse duplo tratamento dispensado aos povos indígenas no Tocantins: por um lado, são reconhecidas a obrigatoriedade e a necessidade de políticas que possam considerar a diversidade; por outro, modelos são impostos “de cima para baixo”, reforçando lógicas desiguais sob o manto de uma pretensa interculturalidade. Tais formas de racismo, especialmente na área da educação, vêm sendo, entretanto, enfrentadas também por movimentos de r-existências.\",\"PeriodicalId\":54433,\"journal\":{\"name\":\"Tellus Series A-Dynamic Meteorology and Oceanography\",\"volume\":\"116 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":2.0000,\"publicationDate\":\"2023-03-02\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Tellus Series A-Dynamic Meteorology and Oceanography\",\"FirstCategoryId\":\"89\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.20435/tellus.v23i50.920\",\"RegionNum\":4,\"RegionCategory\":\"地球科学\",\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Tellus Series A-Dynamic Meteorology and Oceanography","FirstCategoryId":"89","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20435/tellus.v23i50.920","RegionNum":4,"RegionCategory":"地球科学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Racismos e r-existências no Tocantins: um Estado “novo” estruturado em violências coloniais contra indígenas
A ideia de que manifestações de racismo se dão apenas em situações mais acentuadas e escancaradas de preconceito e discriminação esconde a ocorrência de ordens sociais racistas que estruturam instituições, diretrizes e políticas públicas. Com base em revisão da temática de teorias e práticas relacionadas ao racismo, em especial em contextos periféricos, e a partir de realidades verificadas e vivenciadas no Estado do Tocantins, apresenta-se um panorama constituído de persistências e naturalizações do racismo contra povos indígenas por diferentes angulações. Criado em 1998 juntamente com a Constituição Federal de 1988, o Estado “novo”, ainda que se valha de reiteradas e múltiplas representações culturais de identidades associadas a indígenas desde as movimentações iniciais de formação do discurso e da articulação por autonomia, segue reproduzindo relações de hierarquia e subordinação em termos étnico-culturais. O contraste entre “indígenas desejados” e “indígenas negados” evidencia justamente esse duplo tratamento dispensado aos povos indígenas no Tocantins: por um lado, são reconhecidas a obrigatoriedade e a necessidade de políticas que possam considerar a diversidade; por outro, modelos são impostos “de cima para baixo”, reforçando lógicas desiguais sob o manto de uma pretensa interculturalidade. Tais formas de racismo, especialmente na área da educação, vêm sendo, entretanto, enfrentadas também por movimentos de r-existências.
期刊介绍:
Tellus A: Dynamic Meteorology and Oceanography along with its sister journal Tellus B: Chemical and Physical Meteorology, are the international, peer-reviewed journals of the International Meteorological Institute in Stockholm, an independent non-for-profit body integrated into the Department of Meteorology at the Faculty of Sciences of Stockholm University, Sweden. Aiming to promote the exchange of knowledge about meteorology from across a range of scientific sub-disciplines, the two journals serve an international community of researchers, policy makers, managers, media and the general public.
Original research papers comprise the mainstay of Tellus A. Review articles, brief research notes, and letters to the editor are also welcome. Special issues and conference proceedings are published from time to time.
The scope of Tellus A spans dynamic meteorology, physical oceanography, data assimilation techniques, numerical weather prediction, climate dynamics and climate modelling.