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Nessa distância, houve associação significativa com desfechos mais desfavoráveis, incluindo atraso significativo no início da quimioterapia (3 versus 2 meses, p<0,01), maior ocorrência de início de tratamento fora do CR (10 versus 7%, p<0,01), tratamento em desacordo com os critérios da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) (7 versus 2%), ocorrência de doença metastática à apresentação (22 versus 7%, p<0, 01), escore FIGO 7–12 (23 versus 14%, p<0,01) e ≥13 (5 versus 1%, p<0,01), maior ocorrência de abandono do seguimento durante a quimioterapia (6 versus 2%, p<0,01), assim como de quimiorresistência (26% versus 6%, p<0,01), maior número de pacientes que receberam número incompleto de ciclos de quimioterapia de consolidação (71 versus 47%, p<0,01), maior ocorrência de recidiva (5,6 versus 0,4%, p<0,01) e óbito por NTG (4,6 versus 1,2, p<0,01), em relação aos que residiam <50 KM do CR-NTG no Estado do Rio de Janeiro, respectivamente. 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Impacto da distância entre a residência da paciente e o centro de referência nos indicadores clínicos e de qualidade da assistência à saúde prestada às mulheres com neoplasia trofoblástica gestacional no Estado do Rio de Janeiro
Introdução: É a neoplasia trofoblástica gestacional doença rara e amplamente curável, mesmo em casos quimiorresistentes e multimetastáticos, em especial, se a paciente for tratada em centros de referência. Objetivo: Analisar a distância percorrida da residência da paciente até o centro de referência (CR) de neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) e a ocorrência de desfechos clínicos desfavoráveis. Métodos: Estudo retrospectivo de coorte histórica de pacientes com NTG acompanhadas no CR-NTG do Estado do Rio de Janeiro, de 1º de janeiro de 2000 a 31 de dezembro de 2017. Resultados: Foram avaliados 462 casos de NTG tratados no CR-NTG do Estado do Rio de Janeiro. A distância mediana percorrida entre a residência da paciente e o CR no Estado do Rio de Janeiro foi de 50 quilômetros (KM). Nessa distância, houve associação significativa com desfechos mais desfavoráveis, incluindo atraso significativo no início da quimioterapia (3 versus 2 meses, p<0,01), maior ocorrência de início de tratamento fora do CR (10 versus 7%, p<0,01), tratamento em desacordo com os critérios da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) (7 versus 2%), ocorrência de doença metastática à apresentação (22 versus 7%, p<0, 01), escore FIGO 7–12 (23 versus 14%, p<0,01) e ≥13 (5 versus 1%, p<0,01), maior ocorrência de abandono do seguimento durante a quimioterapia (6 versus 2%, p<0,01), assim como de quimiorresistência (26% versus 6%, p<0,01), maior número de pacientes que receberam número incompleto de ciclos de quimioterapia de consolidação (71 versus 47%, p<0,01), maior ocorrência de recidiva (5,6 versus 0,4%, p<0,01) e óbito por NTG (4,6 versus 1,2, p<0,01), em relação aos que residiam <50 KM do CR-NTG no Estado do Rio de Janeiro, respectivamente. Conclusão: A distância entre a residência da paciente e o CR-NTG no Estado do Rio de Janeiro está associada com desfechos desfavoráveis, inclusive óbito por essa doença.