Helena Theodoro, Michele Cristina Batista Barbado, Sophia Ricci Noronha, V. Vasconcelos
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Este artigo apresenta o relato de um trabalho cujo objetivo foi o de desenvolver encontros pedagógicos com vistas à alfabetização de algumas mulheres adultas. A metodologia foi pautada nos círculos de cultura segundo o referencial freiriano. Como resultados são apontados quatro aprendizados principais: 1) a importância de estar, de forma genuína, no território onde os encontros acontecem; 2) a necessidade de articulação regional-local e da permanência para o êxito das atividades; 3) a importância do processo como gerador de potencialidades coletivas e individuais; 4) o entendimento de que, mesmo a experiência sendo pontual, pode gerar mobilização, possibilidade concreta de transformação e partilhas amorosas. Importante ressaltar que, a Amazônia tem sido foco de graves ameaças sociais e ambientais, sendo reduzida a histórias de conflito e violência. 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"Nossa História pode ser contada" – Um relato sobre alfabetização em círculos de cultura em Nazaré (RO)
A desigualdade social é uma das mais fortes marcas do Brasil, mantendo grupos segregados e hierarquizados, seja por razões econômicas, étnicas, raciais, de gênero, de sexualidade e até por seus níveis de escolarização. O analfabetismo persiste em nosso país e coincide quase exatamente com a geografia da pobreza. Frente a este contexto, o presente artigo traz o relato de uma vivência com mulheres ribeirinhas cuja história, segundo uma delas: “pode ser contada”. A experiência foi realizada na comunidade de Nazaré, localizada no baixo Rio Madeira/RO, na Amazônia brasileira e ocorreu no âmbito das ações do Núcleo de Apoio às Populações Ribeirinhas da Amazônia - NAPRA. Este artigo apresenta o relato de um trabalho cujo objetivo foi o de desenvolver encontros pedagógicos com vistas à alfabetização de algumas mulheres adultas. A metodologia foi pautada nos círculos de cultura segundo o referencial freiriano. Como resultados são apontados quatro aprendizados principais: 1) a importância de estar, de forma genuína, no território onde os encontros acontecem; 2) a necessidade de articulação regional-local e da permanência para o êxito das atividades; 3) a importância do processo como gerador de potencialidades coletivas e individuais; 4) o entendimento de que, mesmo a experiência sendo pontual, pode gerar mobilização, possibilidade concreta de transformação e partilhas amorosas. Importante ressaltar que, a Amazônia tem sido foco de graves ameaças sociais e ambientais, sendo reduzida a histórias de conflito e violência. Porém, há muitas narrativas a serem compartilhadas e sempre é possível ter esperança quando conseguimos contar outra história.