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No tempo da espanhola: a gripe de 1918 e o caso de Porto Alegre
Resumo Como definir o tempo pandêmico de 1918, que interrompeu o ritmo alucinado do início do século XX e imprimiu uma temporalidade da morte? Talvez como um intervalo tão radical na noção progressiva de tempo do Ocidente, que tenha ficado no silêncio. Na própria falta de tempo: durante três meses os calendários pararam de se alterar. Esse era um tempo, o tempo da morte numa sociedade que não sabia lidar com ela. O tempo do presente que impede pensar no passado e no futuro. O tempo da espera, o tempo da dúvida, o tempo dos traumas silenciados e, também, das experiências do aprendizado possível. O artigo pretende, pois, explorar a temporalidade da doença como um marcador social, assim como estabelecer paralelos com o contexto da Covid 19. Por fim, toma Porto Alegre como um estudo de caso para a análise. (Este artigo foi originalmente uma palestra dada no Departamento de Antropologia da UFRGS, por isso seu estilo mais ensaístico.)
期刊介绍:
Horizontes Antropológicos is published twice yearly by the Department of Post-Graduate Studies in Social Anthropology at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS). Initiated in 1995, it represents the Department"s constant efforts to publish a high-quality academic journal of international reach. Each volume is organized around a theme, open to the plurality of interpretations and subjects of interest to anthropologists for the study of sociocultural phenomena. Each issue also includes a section entitled Espaço Aberto (Open Space), allowing space for works that are not directly related to the central theme.