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Dos Censos à literatura acadêmica: os “sem religião” e o campo religioso brasileiro
Resumo: O presente artigo analisa o desenvolvimento da categoria “sem religião” como instrumento censitário e sua incorporação pela produção acadêmica. Iniciamos com um recuo histórico através dos Censos, apresentando o surgimento e, em seguida, o refinamento da nomenclatura “sem religião”. Abordamos, então, a crítica dos pesquisadores da religião acerca dos dados censitários e sobre os modos pelos quais o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desenvolveu a categoria. Posteriormente, problematizamos o enquadramento dado pela produção acadêmica para o crescimento dos “sem religião” nas últimas décadas no Brasil em decorrência de uma série de dinâmicas concernentes ao campo religioso brasileiro. Pretende-se demonstrar que ser “sem religião” no Brasil é apreendido pelos acadêmicos como mais uma perspectiva religiosa dentre as múltiplas opções do campo religioso brasileiro, cada vez mais plural. Por fim, apresentamos alguns problemas decorrentes de tal enquadramento para os estudos de religião.
期刊介绍:
Editada por primeira vez em 1986, nove anos depois da fundação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), a Revista Brasileira de Ciências Sociais (RBCS) consolidou-se ou longo dos anos como um dos periódicos mais importantes de veiculação da produção científica de ponta nas três grandes áreas das ciências sociais (antropologia, sociologia e ciência política). É um periódico multidisciplinar no campo das ciências humanas que segue uma definição estrita de multidisciplinaridade, privilegiando contribuições substantivas em seu campo. Ocasionalmente, acolhe artigos oriundos de outras áreas, quando claramente dedicados a travar interlocução com a produção de conhecimento nas ciências sociais. Publicada ininterruptamente durante todos esses anos, nasceu e desenvolveu seu perfil editorial ao longo do tempo como periódico da Anpocs. A partir do número 90, publicado em fevereiro de 2016, passou a circular apenas em formato digital. Os artigos da revista se encontram disponíveis, em acesso aberto, tanto no SciELO quanto na página institucional da Anpocs, no canal Publicações, bem como em algumas redes acadêmicas.