F. Junges, T. A. Brutti, Elizabeth Fontoura Dorneles
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Ao tematizar a condição humana, o sistema educacional e os critérios e propósitos de uma Constituição republicana, este artigo, de caráter exploratório e bibliográfico, articula as arguições de Sêneca e de Rousseau sobre os temas da moral e da educação; as considerações de Tugendhat a respeito dos sentidos em que se pode entender a palavra moral; e as narrativas e argumentos de Andrada e Silva em defesa da igualdade, da educação e da integração dos trabalhadores negros e dos nativos brasileiros à sociedade nacional. Esse repositório de ideias converge em muitos pontos com as proposições de Condorcet, cujos textos representam uma coleção de justificativas para a instituição da república e a organização de um sistema de educação comprometido com o imaginário moral republicano; e as teses de Freire, para quem a educação constitui um espaço privilegiado para a autonomia, a crítica e a emancipação, condições fundamentais para a transformação de uma realidade opressora. Freire se aproxima, por assim dizer, do iluminismo de Rousseau e de Condorcet, diferenças à parte, ao propor uma linguagem de esperança para o campo da educação, para além das teorias da reprodução, compreendendo que os estudantes são capazes de interpretar de modo ativo a sua própria situação e de resistir aos grupos e às forças que tentam fazer prevalecer as suas orientações de dominação.