{"title":"保罗·弗雷尔:教育人类学家","authors":"Ivete Souza da Silva","doi":"10.34024/olhares.2021.v9.12604","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Pensar a educação a partir dos pressupostos antropofágicos de devoração e criação é o exercício proposto neste artigo tendo nas práticas do educador Paulo Freire subsídios teóricos e epistemológicos para sua elaboração. Paulo Freire fez e refez a sua prática em íntima comunhão com sua teoria, e ambas, prática e teoria, se fizeram com as pessoas que andaram com ele em cada um dos lugares por onde andou/trabalhou, sendo um exemplo de antropófago da/na educação brasileira. O texto revisita as ideias de Paulo Freire re-inventando a re-invenção proposta em Tese de Doutoramento, onde estabeleceu-se diálogo entre os pressupostos da Antropofagia Cultural Brasileira e as práticas inventivas de Paulo Freire, Augusto Boal e Hélio Oiticica. O conceito de Antropofagia abordado refere-se ao movimento cultural ocorrido na década de 1920 no Brasil, que tinha como principal objetivo romper com padrões de arte e cultura europeus. O que era externo a nós deveria ser devidamente devorado e ruminado ao sabor das nossas culturas e de nossas necessidades, evitando a cópia de modelos padronizados e descontextualizados, abrindo espaço para a criação de uma arte e cultura com elementos nossos. O princípio antropofágico nos desafia a criação de práticas pedagógicas contextualizadas, criadas a partir da devoração que fizemos do outro que compõe conosco o espaço educativo. 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Pensar a educação a partir dos pressupostos antropofágicos de devoração e criação é o exercício proposto neste artigo tendo nas práticas do educador Paulo Freire subsídios teóricos e epistemológicos para sua elaboração. Paulo Freire fez e refez a sua prática em íntima comunhão com sua teoria, e ambas, prática e teoria, se fizeram com as pessoas que andaram com ele em cada um dos lugares por onde andou/trabalhou, sendo um exemplo de antropófago da/na educação brasileira. O texto revisita as ideias de Paulo Freire re-inventando a re-invenção proposta em Tese de Doutoramento, onde estabeleceu-se diálogo entre os pressupostos da Antropofagia Cultural Brasileira e as práticas inventivas de Paulo Freire, Augusto Boal e Hélio Oiticica. O conceito de Antropofagia abordado refere-se ao movimento cultural ocorrido na década de 1920 no Brasil, que tinha como principal objetivo romper com padrões de arte e cultura europeus. O que era externo a nós deveria ser devidamente devorado e ruminado ao sabor das nossas culturas e de nossas necessidades, evitando a cópia de modelos padronizados e descontextualizados, abrindo espaço para a criação de uma arte e cultura com elementos nossos. O princípio antropofágico nos desafia a criação de práticas pedagógicas contextualizadas, criadas a partir da devoração que fizemos do outro que compõe conosco o espaço educativo. Nesse sentido, busca-se trazer elementos que exemplifiquem o exercício antropofágico vivido por Paulo Freire durante a elaboração dos seus conceitos teóricos e epistemológicos, bem como apresentar um exercício de reinvenção do pensamento freireano através de uma proposição educativa vivenciada.