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FEITIÇARIA E CATOLICISMO EM PROCESSOS DE DESQUITE (BELÉM-PA, 1916-1930)
Feitiçaria e catolicismo são os eixos temáticos destas reflexões. Esses domínios religiosos foram interpretados através de querelas conjugais presentes em processos de desquite impetrados na cidade de Belém-PA das primeiras décadas do século XX. Dito de outro modo, aquelas matrizes religiosas se transformaram – no interior do Tribunal de Justiça do estado do Pará – em necessárias e prudentes estruturas de acusação e defesa para diversificados cônjuges que se encontravam insatisfeitos quanto ao curso cotidiano que suas relações a dois tomavam, por isso resolveram impetrar auto contencioso de separação conjugal. Isto posto, essas tramas do dia a dia foram dadas a entender por meio da análise de 13 pleitos litigiosos de separação impetrados na Comarca da capital do estado, então, nessa conjuntura, o argumento central contido no presente artigo é o de analisar o quanto o repúdio à feitiçaria firmou-se a partir de linguagens emanadas do catolicismo. À vista disso, partiu-se da concepção de que a feitiçaria – em vários aspectos – ajudou a alimentar certezas religiosas católicas, porquanto, para o combate dela, recorrentemente, usou-se água benta, rosário, chave cruzada, imagem de Nossa Senhora de Nazaré, cruz, crucifixo, ou seja, essas foram significadas como ferramentas essenciais a militar contra a feitiçaria, que em seus ritos empregava: galinha preta, urubu, canela de urubu, sangue de animais (galinha, porco, bode, urubu), farofa, bebidas (cachaça, vinho), utensílios de barro (pratos, panelas), roupas (camisas, calças, paletós), fotografias e velas.