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O cinema educativo foi experiência efêmera na história da cinematografia brasileira, mas fundamental à compreensão, senão dos primórdios das políticas para o setor no país, ao menos, de um capítulo fundamental das práticas de filmagem dos diretores. Da fronteira entre a ficção e o documentário e entre a política de patrocínio público e a criação autoral, o presente ensaio pretende explorar esse já bem cuidado tema da historiografia que é o cinema educativo. A partir de revisão bibliográfica, pesquisa documental e fílmica, e amparado numa bibliografia interdisciplinar que se assenta primordialmente na História Cultural e na Sociologia da Cultura, o principal escopo do artigo foi relacionar as produções dirigidas por Humberto Mauro no INCE ao ambiente de discussão das políticas de controle do cinema nos anos 1930. Pareceu-nos fundamental a esse exercício de interpretação também considerar os diferentes itinerários do cinema no debate público dos anos 1920 e 1930, uma vez que se toma por hipótese aqui que Humberto Mauro foi um realizador capaz de embaçar as fronteiras entre o ficcional e o documentário, entre o comercial e o educativo, o que o torna personalidade singular nessa história.