{"title":"法国人吉尔伯托·弗雷尔:接受、散文主义与国际流通","authors":"Alberto Luiz Schneider","doi":"10.1590/1806-93472022v42n89-16","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A Editora da Universidade Federal Fluminense acaba de lançar Mestiça cientificidade: três leitores franceses de Gilberto Freyre e a sua máxima consagração no exterior (2020). O livro de Giselle Martins Venancio e André Furtado é uma importante contribuição para interpretar a recepção da obra de Gilberto Freyre no exterior, em especial na França do pós-guerra. Compreender as condições de leitura de autores canônicos como Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre – os leitores franceses estudados no livro – não é trivial, pois a consagração de Casa-grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre (1900-1987), não dependeu apenas do próprio texto, nem da argumentação e da pesquisa contidas nele, mas de uma série de questões que povoam o mundo dos leitores. Mestiça cientificidade aprofunda o entendimento acerca da recepção francesa de Casa-grande nas décadas de 1940 e 1950. Funciona também como iniciação à obra de Gilberto Freyre para estudantes, jovens pesquisadores e interessados em um dos autores brasileiros mais importantes do século XX, o de maior repercussão internacional, objeto ainda hoje de acalorado debate público. Sem perder a potência da pesquisa e dos debates acadêmicos contemporâneos, o livro em questão não deixa de praticar história pública. A recepção francesa de Casa-grande – ou, mais especificamente, a leitura que Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre empreenderam – só pode ser compreendida nos limites do pós-guerra, que marcaram o apogeu da reputação internacional de Freyre. Em 1946 é publicada a tradução norte-america-","PeriodicalId":44557,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Historia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2022-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Um Gilberto Freyre à francesa: recepção, ensaísmo e circulação internacional\",\"authors\":\"Alberto Luiz Schneider\",\"doi\":\"10.1590/1806-93472022v42n89-16\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A Editora da Universidade Federal Fluminense acaba de lançar Mestiça cientificidade: três leitores franceses de Gilberto Freyre e a sua máxima consagração no exterior (2020). O livro de Giselle Martins Venancio e André Furtado é uma importante contribuição para interpretar a recepção da obra de Gilberto Freyre no exterior, em especial na França do pós-guerra. Compreender as condições de leitura de autores canônicos como Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre – os leitores franceses estudados no livro – não é trivial, pois a consagração de Casa-grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre (1900-1987), não dependeu apenas do próprio texto, nem da argumentação e da pesquisa contidas nele, mas de uma série de questões que povoam o mundo dos leitores. Mestiça cientificidade aprofunda o entendimento acerca da recepção francesa de Casa-grande nas décadas de 1940 e 1950. Funciona também como iniciação à obra de Gilberto Freyre para estudantes, jovens pesquisadores e interessados em um dos autores brasileiros mais importantes do século XX, o de maior repercussão internacional, objeto ainda hoje de acalorado debate público. Sem perder a potência da pesquisa e dos debates acadêmicos contemporâneos, o livro em questão não deixa de praticar história pública. A recepção francesa de Casa-grande – ou, mais especificamente, a leitura que Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre empreenderam – só pode ser compreendida nos limites do pós-guerra, que marcaram o apogeu da reputação internacional de Freyre. Em 1946 é publicada a tradução norte-america-\",\"PeriodicalId\":44557,\"journal\":{\"name\":\"Revista Brasileira de Historia\",\"volume\":null,\"pages\":null},\"PeriodicalIF\":0.2000,\"publicationDate\":\"2022-02-28\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Brasileira de Historia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.1590/1806-93472022v42n89-16\",\"RegionNum\":3,\"RegionCategory\":\"历史学\",\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q2\",\"JCRName\":\"HISTORY\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Historia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1806-93472022v42n89-16","RegionNum":3,"RegionCategory":"历史学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q2","JCRName":"HISTORY","Score":null,"Total":0}
Um Gilberto Freyre à francesa: recepção, ensaísmo e circulação internacional
A Editora da Universidade Federal Fluminense acaba de lançar Mestiça cientificidade: três leitores franceses de Gilberto Freyre e a sua máxima consagração no exterior (2020). O livro de Giselle Martins Venancio e André Furtado é uma importante contribuição para interpretar a recepção da obra de Gilberto Freyre no exterior, em especial na França do pós-guerra. Compreender as condições de leitura de autores canônicos como Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre – os leitores franceses estudados no livro – não é trivial, pois a consagração de Casa-grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre (1900-1987), não dependeu apenas do próprio texto, nem da argumentação e da pesquisa contidas nele, mas de uma série de questões que povoam o mundo dos leitores. Mestiça cientificidade aprofunda o entendimento acerca da recepção francesa de Casa-grande nas décadas de 1940 e 1950. Funciona também como iniciação à obra de Gilberto Freyre para estudantes, jovens pesquisadores e interessados em um dos autores brasileiros mais importantes do século XX, o de maior repercussão internacional, objeto ainda hoje de acalorado debate público. Sem perder a potência da pesquisa e dos debates acadêmicos contemporâneos, o livro em questão não deixa de praticar história pública. A recepção francesa de Casa-grande – ou, mais especificamente, a leitura que Fernand Braudel, Roger Bastide e Lucien Febvre empreenderam – só pode ser compreendida nos limites do pós-guerra, que marcaram o apogeu da reputação internacional de Freyre. Em 1946 é publicada a tradução norte-america-
期刊介绍:
The Revista Brasileira de História is the official organ of the Associação Nacional de História - ANPUH (National Association of History), published biannually. ANPUH is a scientific association founded in 1961, which congregates teachers and researchers of history, aiming at the improvement of teaching in the various levels of the field. The association also aims to study, research and promote history subjects, as well as to safeguard historical sources and cultural manifestations that are of interest to the historical studies. ANPUH promotes the exchange of ideas among its members through the publication of periodicals, and the organization of national symposia, regional meetings, special courses, and other programs in the field.