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Questões metodológicas sobre a acomodação fonológica na música popular
Além de uma forma de transmitir significados de um falante para um ouvinte, a língua é também um meio pelo qual a idade, o gênero, a classe social, e a origem geográfica – enfim, a identidade – dos falantes se manifestam. Os falantes têm consciência disso e, ocasionalmente, manipulam seus marcadores linguísticos com fins estilísticos e retóricos. No campo da música popular, já se fala, há algumas décadas, sobre a mudança na pronúncia dos intérpretes, em uma tensão entre manifestação de identidade e acomodação a expectativas estilísticas e sociais, sendo o trabalho de Peter Trudgill (1983) um dos exemplos mais célebres. Neste artigo, argumentamos que qualquer estudo com intenção de explorar esse fenômeno deve tomar especial cuidado em relação às descrições dos dialetos linguísticos em questão, sob o risco de distorcer profundamente os resultados. Mostramos também como a análise da fala do intérprete, ao lado da análise da pronúncia na música, pode nos ajudar a chegar a interpretações menos óbvias dos dados colhidos. Para tanto, analisamos um corpus composto de canções de artistas que têm pouco em comum – a cantora brasileira Rita Lee e o grupo vocal britânico Spice Girls – bem como amostras de fala espontânea das intérpretes.