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O presente artigo visa refletir sobre a função da arte frente ao mal-estar na cultura como tentativa do sujeito simbolizar sua angustia diante do real que marca o viver com o outro. Assim, a proposta desse trabalho é partir da pulsão de morte como um dos conceitos centrais que Freud situa em sua obra “Mal-estar na civilização” e sucessivamente avançar para o conceito de gozo em Lacan, pensando nessa modalidade de satisfação como movimento que aniquila o desejo e pode levar em última instância à morte. Nisso a arte entra em cena como produto da subjetividade humana que pode possibilitar ao sujeito o caminho da sublimação, ou, como elaborado por Lacan, o sinthome. Onde, longe de dar conta do conflito entre sujeito e cultura, o encontro com a arte pode possibilitar um bordeamento do real, um arranjo melhor diante da impossibilidade de simbolização daquilo que escapa ao domínio da linguagem.